A loja de brinquedos parecia o último lugar que Aizawa entraria para fazer compras naquele ano. Contudo, os eventos ocorridos nesse semestre o levaram aquele lugar. Parado, diante de uma prateleira de bonecas de todos os tipos, ele analisava com um olhar preguiçoso as opções. Não havia problema com dinheiro, ganhava o suficiente para se manter como um homem solteiro, por isso tinha uma quantia razoável no banco e poderia se dar ao luxo de comprar presentes de natal.
Ele não tinha ideia do que dar de presente para Eri. Quem tentava ajudá-lo era Toshinori, mas ele também estava enrolado com o presente de natal que escolhia para Midoriya. Sinceramente, Aizawa começava a entender os sentimentos de Yagi com Midoriya. Desde que levou Eri para o hospital, sentiu-se responsabilizado pela garota e um forte sentimento apertar seu peito. Hizashi dizia que era o amor renascendo em seu peito, isso ele falava com uma risada escandalosa em seguida.
O fato era que ele estava agora em dúvida sobre o presente de natal de Eri. A vendedora tentou ajudar, mas o herói já havia desistido de comprar uma boneca ou qualquer outro brinquedo daquela loja. Recordou-se dos momentos em que investigaram a situação da garota e brinquedo era o que não faltava. O que faltava para ela era exatamente o que Hizashi disse.
— Acho que já decidi, vou levar esse jogo para o jovem Midoriya, na verdade vou levar dois, um para o jovem Bakugou também. — Toshinori falou orgulhoso. — O que vai levar para a menina?
— Ainda não tenho certeza. Ela gosta de pintar, quem sabe algo relacionado a isso.
A vendedora sorriu, parecendo aliviada com a decisão dele. O estojo que ela trouxe era uma maleta com vários acessórios para desenhar e pintar. Aizawa aceitou a sugestão e foi até o caixa pagar, depois, solicitou que fosse embalado para presente e por fim deixaram a loja satisfeitos.
O natal não era uma festa ao qual empolgava Aizawa, na verdade, nenhuma festa o empolgava verdadeiramente. Contudo, a primeira experiência de Eri fora daquele covil não poderia passar em branco. Ele teve autorização para levar Eri para passear. Aproveitou que havia um ringue de patinação na praça central e a levou para patinar. A criança não tinha muita coordenação sobre os patins, mas segurou-a firme, dando confiança para que ela não desistisse e aos poucos Eri foi soltando a mão de Aizawa e conseguiu patinar no gelo. Mesmo levando um tombo e caindo em seguida no gelo, ela não desistiu de tentar novamente.
O herói acreditava que Eri precisava compreender que era normal errar, e que podemos evoluir a partir do erro. Deveria ser um martírio para a menina o fato dela ter crescido dentro de uma organização criminosa que só visava a obtenção de poder a partir de sua força. Hizashi estava certo, ela precisava de amor e para isso Aizawa deveria abrir seu coração.
Em seguida eles brincaram na neve e fizeram bonecos, usando gravetos para formar os braços e um chifre, igual ao dela.