A Valquíria Exilada escrita por Tinho Legal


Capítulo 3
A Asgardiana


Notas iniciais do capítulo

Oe, desculpem a demora. Tava salvando minhas notas do vermelho.

Esse capítulo eu dei uma revisada, editava, revisada, editada, ....., mas mesmo assim sinto que tá pequeno.
Ele dá uns detalhes no passado de uma personagem e é o começo de uma relação que eu amei escrever então...

Espero que gostem!!!
Boa leitura, povo!



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Peter vai até a porta ao ser chamado por Jéssica. Seu sentido aranha dá uma leve formigada, fazendo com que o aranha não fique muito confortável em descobrir quem é a visita. Uma garota loira, bem pálida e estranhamente exaltada estava na porta.

                - Olá? – É tudo que Peter consegue dizer.

                - Oi, meu nome é Reyna, sou sua nova vizinha. – A empolgação na voz de Reyna era nítida, ela mexia o corpo, batia um pé repetidamente, e possuía um sorriso que fez Jéssica ficar realmente desconfiada da garota. - Posso entrar?

                - Claro. - Peter disse educadamente. Ele sai da frente da porta gesticulando para que a garota possa entrar. - Eu sou Peter, prazer. – A garota entra e começa a olhar o quarto de Peter, não mostrando muita empolgação mais, um pouco de decepção era mostrado nos seus olhos. Ele dá a mão para a garota apertar, mas ela não entende, então o deixa no vácuo.

                - Então o que você faz Peter? - Ela pergunta tentando trazer de volta o sorriso. - Deve ser legal?

                - Eu sou professor, e vo... – Ele ia perguntar para a garota, mas é cortado pela mesma. Jéssica ainda analisava ela, possuía uma postura ereta e braços fortes. Se a detetive fosse dar um chute, ela com certeza chutaria algum tipo de forças especiais. O que deixava Jéssica com um pé atrás ainda maior.

                - Que legal, deve trabalhar para o Tony Stark então? - Essa pergunta pegou Peter de surpresa, mas não Jéssica. Continuando a observá-la, a detetive notou uma tatuagem. Parecia uma espada com asas, bem grande no pescoço. Jéssica já havia visto uma tatuagem assim antes e não era bom sinal.

                - Você deveria ir. - Jéssica falou antes que Peter pudesse pensar em algo. O castanho ficou realmente confuso com o que estava acontecendo. Já a garota voltou a colocar o mesmo rosto de decepção de antes.

                - O que? – Assim como Peter, ela também foi pega de surpresa. Jéssica não sabia muito sobre ela, mas pelo que sabia. Tinha que se afastar dela o mais rápido possível.

                - Nós dois vamos sair agora – Ela conseguiu pensar em uma desculpa. - Se nos der licença o Peter ainda tem que se trocar. – Peter não sabia mais o que estava acontecendo. Era claramente uma mentira, mas seus instintos diziam que Jéssica estava certa.

                - Tudo bem. - Ela tentou trazer o sorriso de volta, mas ele não voltou com a mesma empolgação. Ela não era boa em esconder que estava decepcionada. O que deixou Peter e Jéssica atentos que havia mais que apenas uma nova vizinha. - Eu tenho que ajeitar minha nova moradia mesmo. – Jéssica estranhou o uso da palavra moradia. - Foi bom conhecê-lo Peter, até. – A garota sai de seu apartamento e vai em direção a porta do seu prédio. Antes de entrar ela dá uma paradinha e sorri uma última vez. Quando a loira fecha a porta do seu apartamento, Jéssica fecha a de Peter com força.

                - Algo de errado... – Peter tenta começar a falar, mas antes de formar a primeira frase Jéssica o corta.

                - Não fala nada. – Ela coloca o ouvido na parede, torcendo que escute algo de útil, mas nada. Só silêncio. - Se troca e vamos, rápido. Não quero me atrasar.

                - Jéssica… - Novamente tenta falar, mas recebe um olhar mortal de Jéssica. A mulher o intimidava com aquele olhar. Poucas pessoas conseguiam transparecer tanto a sensação de perigo tão bem quanto. Peter percebeu que deveria simplesmente fazer o que ela mandar.

                - Só se troca Peter, eu tô com fome. - Jéssica fala alto, não cuidando para falar baixo. Ela deixou de olhar Peter e foi ajeitar sua pasta. O aranha foi correndo para seu quarto se arrumar. Jéssica sentou no sofá e fixou o olhar na porta. Ela sentia medo. Medo do que alguém como ela poderia significar.

Peter voltou vestindo um moletom preto com o escudo do Capitão América e uma calça jeans. Jéssica sorria de canto da boca rapidamente, lembrou-se da época de ensino médio e percebeu que o estilo de vestir do ex-colega não mudou muito. Diferentemente dela.

Jéssica dirigia sem falar nada. Estava acostumada ao silêncio, quase nunca trabalhava com outras pessoas. Embora Peter também seja acostumado a trabalhar sozinho, ele odiava o silêncio. Queria abrir a boca para puxar algum assunto, seja sobre a vizinha ou qualquer outra coisa. Mas ele percebia que não era a hora. Jéssica iria falar. Uma coisa ele tinha certeza, não fazia a menor ideia de onde iam.

                - Para com isso. – Ela quebrou o silêncio ao se referir ao fato que o seu passageiro abria e fechava o vidro do carro. Ela não parecia feliz com isso. Ele logo obedeceu.

                - Ela é uma asgardiana. – Ela continuou. - Uma valquíria para ser mais exato. – Peter sabia da existência de asgardianos. Embora nunca tenha conhecido pessoalmente, sempre acompanhou as história de Thor, o deus do trovão. Mas o pensamento de agora ter uma asgardiana morando ao seu lado era bizarro. Mesmo vindo do cara que enfrenta diversos tipos de vilões estranhos e anormais. E como Jéssica sabia daquilo? E da parte da valquíria? O que são afinal?

                - Como assim? - Só isso que o garoto conseguiu falar no meio de tantas dúvidas. No fundo torcia para que a motorista explicasse tudo.

                - Sendo. - E tudo que ele recebeu foi uma resposta curta. Peter estava notando um padrão nas falas de Jéssica. Curta e grossa.

                - Como você sabe? – Peter notou logo depois que não era uma boa ideia pressioná-la. O olhar fuzilador que ganhou podia entrar entre os mais assustadores. E olhe que ele já recebeu vários desses.

                - Longa história. - A garota para o carro. O garoto então percebeu que nem prestou atenção no caminho. Ao olhar pela janela viu que estava em uma parte mais pesada da cidade. Prédios mais velhos e caindo aos pedaços, ruas cheias de lixo, bocas de fumo, etc. - Chegamos. - Ela tinha parado na frente de seu prédio. Um prédio mal se sustentava, sua tintura marrom já estava descascada pela metade.

Jéssica sai do carro e Peter a segue. Ambos entram no carro e Peter percebe que o prédio consegue parecer pior por dentro. Os corredores do prédio da garota eram mais sujos que o exterior. Cheios de lixo, fedendo a álcool, tabaco e provavelmente vômito e urina. Além da gritaria que tinha, seja de pessoas brigando ou fazendo sexo.

                O apartamento de Jéssica era uma porta no fim do corredor. A porta tinha uma janela, que estava quebrada e tapada com papelão. Dentro já era um pouco mais agradável, o único cheiro que predominava era do álcool. O apartamento era pequeno, uma sala com uma escrivaninha, que servia para Jéssica pegar os trabalhos, um quarto e um banheiro.

                - Apê legal. - Peter disse ao ver o apartamento, ele notou várias garrafas de whisky vazias folhas espalhadas por todo o chão. A garota foi direto para o armário pegar outra garrafa de whisky. Ele nem conhecia a marca. Ela mostra a garrafa para ele.

                - Quer? - Ele nega com a cabeça, a garota rapidamente abre a garrafa e bebe direto no bico. Indo sentar na escrivaninha. Ela bota os dois pés pra cima e dá um longo suspiro. - Senta aí, se você quer ouvir como eu sei disso.

                O garoto rapidamente senta em uma cadeira que estava bem a frente de Jéssica, deveria ser a dos clientes, mas estava toda detonada.

                Sol estava entediada, não sabia o que fazer. Odiava esse sentimento. Então decidiu fazer algo que não fazia desde que fora exilada. Algo que achava um pouco chato, mas era bom para passar o tempo. Meditar. Deitou em sua cama nova, e começou. Respirava devagar. Não movia um músculo. Em Asgard meditava para encontrar seus inimigos, mas não tinha nenhum deles na Terra. Tentou procurar alguém para ir em seu clube da luta, mas como não tinha nomes, era impossível.

                Então deixou a mente limpa. Pronta para o que vier. Talvez recebesse uma mensagem de suas antigas companheiras. Mas o que ela recebeu não era nenhum pouco esperado. Era sim uma mensagem de uma antiga companheira, mas não uma mensagem boa.

                Era Lylandra. Uma de suas mais fiéis e antigas amigas. Lylandra não era muito boa guerreira, mas era ótima maga. Mas a imagem da amiga deixou Sol desesperada, pois não era a Lylandra de cabelos sempre trançados e vestidos exagerados que conhecia. A asgardiana usava roupas de combate rasgadas. Quase que destruídas. Seus cabelos negros estavam desarrumados. Incontroláveis em sua cabeça. Sua amiga estava sangrando, talvez até morrendo, e Sol não estava lá para ajudar.

                Pela primeira vez em meses. Sol odiou seu exílio com todas as suas forças.

                - Sol. – A voz que saía de Lylandra era fraca. Quase inaudível. O que partiu ainda mais o coração de Sol.

                - Lylandra. – A loira correu até a morena. A abraçando o mais forte que pôde. Ela podia sentir algumas lágrimas descerem em seu rosto. Em todos os anos que teve nos campos de batalha, essa era a primeira vez em que via a amiga desse jeito. – O que houve? – A pergunta foi mais uma súplica. Sabia que não havia muito o que fazer, já que o exílio não a deixava entrar em Asgard, mas mesmo assim ainda tinha uma esperança de poder fazer algo.

                - Ragnarok – O coração de Sol parou. Ragnarok. De todas as possibilidades que poderiam ter acontecido, essa era a mais assustadora. Toda a sua família sempre se preparou para isso. Para o fim de Asgard. Agora ele devia estar acontecendo, se já não aconteceu. E Sol estava imponente. Como protegeria Asgard se fora banida de lá pela maldição do exílio?

                Ela era quem deveria ser a próxima protetora de Asgard. Mas ela não estava lá.

                Sol saiu do plano astral. Ofegante. Sentou-se na cama e abraçou as próprias pernas. Sentiu as lágrimas de antes no rosto, mas não se importou. Porque não demorou muito e já estava chorando novamente. Sozinha. Longe de casa.

                Ela fracassou.


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Notas finais do capítulo

Prometo que não demoro tanto dessa vez para postar o próximo, por que ele é bem mais curtinho e vocês vão perceber o por que.

Desculpem os erros de português, eu curso matemática então gramática não é meu forte :3

Valeu!!



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