A Valquíria Exilada escrita por Tinho Legal


Capítulo 1
O Professor, a Detetive e... Ela?


Notas iniciais do capítulo

Oe,

Já tinha postado essa história em outros lugares, mas decidi postar aqui depois que dei uma revisada nela.

Espero que gostem!!!

Tamo junto!



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Um vulto passava pelos céus da cidade de Nova Iorque, passando pelos prédios como um grande pássaro vermelho e azul. Mas ele não voava, ele se balançava. Grudando pequenos fios brancos nos prédios e se transformando em um pendulo humano. As crianças olhavam maravilhadas, alguns adultos olhavam curiosos, outros repudiavam a simples ideia de sua existência.

     Esse homem para no terraço de um prédio um pouco mais antigo, uma escola. Ele desce a mochila no chão e começa a tirar a roupa vermelha e azul, cheia de teias desenhadas pelo torso e pela cabeça. Por trás da máscara, um jovem de cabelos e olhos castanhos. Esse jovem é Peter Parker, e ele é o Homem-Aranha.

     Peter tira a roupa por completo e veste suas roupas normais, uma camiseta branca por baixo do moletom azul, uma calça jeans e seu tênis. Rapidamente guardando a roupa escarlate na mochila para depois botá-la atrás dos ombros e descer as escadas.

     O jovem corre até uma sala no primeiro andar bem simples e confortável, cheia de plantas e uma grande mesa no meio onde seus colegas se sentavam. Ele chega perto de uma maquininha colada na parede e bota seu dedão nela, marcando o ponto. Logo saindo da sala.

     Peter sobe ao segundo andar e se dirige a última porta do corredor. Do lado da porta há uma pequena placa escrito ‘301’. O castanho entra na sala, a classe ainda não estava pronta, quase a metade dela estava de pé conversando com seus colegas, mas ao ver o jovem entrar e colocar sua mochila, logo se dirigem a suas respectivas cadeiras.

     - E aí diabada, como vão? - Peter fala ao pegar sua pasta.

     - Bom dia, professor Peter. - Alguns da turma respondem. O castanho pega uma folha específica, ele pega uma caneta do bolso e senta em sua mesa.

     - Anna. - Ele começa a chamada.

     Intervalo. Todos os alunos ou estão passando o tempo no pátio ou nas suas salas. E os professores, sentados na sala dos professores conversando tomando café. Peter gostava dos intervalos, ele se servia um café e se sentava na mesa junto com os outros professores para conversar. E para ele, hoje era o melhor dia.

     Quintas feiras o pessoal que ficava era pequeno: Todd, o professor de história, Dawn, a professora de inglês, Jeff, o professor de educação física, e Janet, a professora de física, a quem Peter vê quase a semana inteira.

     Jeff, o simpático professor de educação física não tinha vindo hoje, o que deixava a sala um pouco menos engraçada, mas nada que ficasse incômodo. Peter e Todd soltavam tantas piadas como o colega, só que não tão boas, o que fazia as garotas rirem da vergonha que eles passavam.

     Phil, o diretor da escola, sempre usando seu moletom de lã por cima de uma gravata, entra na sala. O quase careca não entra sozinho, ele entra acompanhado por uma garota, cabelos negros, que usava a jaqueta da escola por cima de uma camisa branca e um shorts, também da escola.

     - Bom dia pessoal, só quero a atenção de vocês por um minuto. - Disse o diretor. Os quatro professores se viram para ele, mas com os olhos curiosos apontados para a mulher que o acompanhava. - O Jeff acabou ganhando uma oferta para trabalhar com um time de faculdade, o que é ótimo para ele, e por isso quero lhes apresentar a nova professora de educação física, Verônica.

     - Oi. - Verônica acena com a mão direita.

     - Verônica, o de cabelos castanhos é o Peter, o professor de matemática. - Peter acena simpaticamente. - O outro é o Todd, o professor de história.

     - Bem-vinda ao inferno. - Disse Todd rindo, mas atraindo a desaprovação do diretor.

     - A garota de cabelos castanhos é Janet, de física. - Janet imita Peter. - E a outra é Dawn, de inglês.

     - Desde que os alunos não venham quebrados para a sala de aula a gente vai ser amigas. - E a morena termina a fala com uma piscadinha.

     - Vamos terminar de ver a escola. - Phil sai da sala. - Boa aula, babacas. - Ele pisca e vai para o corredor.

     - Muito legal conhecer vocês. - Diz Verônica, logo seguindo o diretor.

     - Ela parece legal. - Todd quebra o gelo.

     Embora Peter gostasse de entrar pelo terraço na escola, hábito que ganhou ainda no ensino médio, na saída ele saia pelos portões da escola mesmo, tinha um bom relacionamento com seus alunos e dar tchau nunca foi um problema para ele.

     - Peter! - Em seu caminho de volta para casa, ainda na quadra da escola, ele escuta. Ele olha e vê um homem alto, de cabelos castanhos e barba por fazer, escorado em um chevete caindo aos pedaços, um pai de aluno.

     - Scott, como vai? - Ele responde, aquele era o pai de uma de suas alunas mais brilhantes, Cassandra Lang.

     - Livre como o vento amigo, e a Cassie? Está indo bem?

     - O ano vai ser fichinha para ela, Scott. Nem esquenta.

     - Pai! - A voz de Cassie é escutada de longe, e rapidamente, uma garota loira de 14 anos abraça Scott.

     - Eu vou indo nessa, até mais. - Peter logo retoma seu caminho, até finalmente chegar em seu apartamento.

     Um pequeno prédio, de cor azul e que fica a poucas quadras do Central Park. As palavras aparecem no papel a medida que a mulher anota as características do local onde seu alvo entrou. Por quase dez anos o Homem-Aranha foi ignorado pela SHIELD, deixado cuidando dos seus pequenos crimes enquanto a agência de espionagem e os Vingadores trabalhavam. Tudo continuaria do mesmo jeito, mas a imagem do aracnídeo mudou com o que ocorreu no final do ano passado.

     Ele saiu, após um tempo dentro do prédio ele saiu. Sua identidade estava quase certa, mas a mulher queria provas concretas. Então, um pouco depois que o amigo da vizinhança saiu do prédio, ela se pôs a trabalhar. Guardou o binóculo e saiu do carro. Pulou a pequena cerca do quintal e pulou na escada de incêndio. Subiu até o terceiro andar e entrou pela janela que o mesmo tinha deixado aberta.

     A sala não tinha nada de mais, um sofá velho em frente a uma pequena televisão. Uma estante de livros separados por categorias, de fantasia a biografias, incluindo as biografias de Tony Stark e Steve Rogers. E um tapete mofado. No mesmo cômodo também possuía uma pequena cozinha, composta por alguns balcões, um fogão velho e uma geladeira recém comprada.

     A mulher se dirigiu para o quarto, um pequeno cômodo com uma cama, um armário e uma escrivaninha, cuja possuía um velho notebook fechado. Procurando dentro das gavetas da escrivaninha achou alguns cadernos, ao folheá-los não achou nada, somente uma velha foto, que era usada de marca-página, uma foto de seis anos atrás, a turma que se formou junto com o aracnídeo, e dentro na foto, a mulher se viu. CLICK. Colocou de volta no lugar e procurou por um fundo falso, nada. Olhou a gaveta de baixo, mais cadernos, suas turmas anteriores, sem fundo falso.

     Abriu o seu armário, não conseguiu achar nada entre as roupas, e a parte de trás também estava limpa, mas a parte de baixo chamou sua atenção. Um gabinete pequeno, cheio de potes de vidro com um liquido branco dentro, um palito de madeira estava junto. A mulher pegou o palito e mergulhou no liquido branco, não tinha mais dúvidas, Peter Parker era o Homem-Aranha.

     CLICK. CLICK. A mulher tirou fotos com sua câmera dos potes e do palito, logo a guardando e saindo por onde entrou, nada estava fora do lugar. Ela volta para seu carro e puxa novamente a câmera, começando a ver as fotos que tirou. Todas boas, se precisar já tem algo para vender caso aperte. Ela vê uma foto específica, a de sua antiga turma. Os olhos batem no aracnídeo, franzino e tentando não aparecer muito, mesmo já sendo o terceiro ano como Homem-Aranha. Deslizando para o outro lado da foto via-se uma garota sorridente, com o rosto cheio de purpurina e com cabelos cor de rosa. “O que eu tinha na cabeça?

     Quase onze da noite que Peter volta para seu apartamento. Ele gostava desse horário, ele está um pouco cansado, mas não o suficiente para não conseguir trabalhar.

     Ele chega, tira o uniforme de Homem-Aranha e vai tomar um banho para tirar o suor. Bota uma roupa qualquer e senta em sua escrivaninha, abre o notebook e começa a trabalhar nas provas, o ano recém tinha começado, mas ele já sabia como queria que fossem as suas primeiras provas. As dos mais jovens até já estavam prontas.

     Peter olha rapidamente o celular e vê que a várias mensagens no grupo dos professores. Desde perguntando ao Jeff sobre o novo emprego a combinando para ir jantar amanhã para introduzir a novata. Ele confirma e volta a trabalhar. Quando bate uma da manhã, o castanho se deita para dormir.

     Peter saía do colégio, sua mochila nas costas, seus alunos dando tchau. Um dia comum até a saída. Uma mulher o esperava, óculos escuros, cabelos loiros a castanhos (ele nunca sabia), um terninho vermelho e preto e um sorriso direcionado para o professor. Ele ficou um pouco desconfortável, tentando passar reto, mas...

     - Peter Parker? - A mulher fala. - Teria um tempo? - Peter olha para ela, o rosto claramente vermelho.

     - Claro. - A mulher tira os óculos ao ouvir, revelando brilhantes olhos verdes.

     - Me chamo Caitlyn Freud, mas pode me chamar de Cait. - Peter assente. - Trabalho nas Indústrias Stark, e meu chefe gostaria de falar com você. Oferecer um emprego.

     - Tony Stark? O Tony Stark quer me dar um emprego? - Peter começa a suar frio, grande parte das coisas que faz é por culpa desse homem, desde professor a super-herói.

     - Sim, vamos? - Ela coloca os óculos novamente.

     - Agora? - Cait sorri, ela aponta para uma limusine negra estacionada do outro lado da rua.

     - Ansioso?

     Peter e a mulher entram no carro. Stark quer falar com ele. Pensa. Pegando seu celular e discando para seu chefe, que rapidamente atende.

     - Alô? - Pergunta a voz do telefone.

     - Capitão, Stark quer falar com o garoto.

     O alarme toca, mostrando o horário, meio dia. Uma mão desliga ele, e logo começa a esfregar os olhos. A pele branca, quase pálida, estava listrada, graças as sombras feitas pela luz ao passar pela persiana. Seus cabelos loiros, quase brancos, estavam desgrenhados e caíam por seus ombros. Ela para de coçar os olhos, revelando os olhos azuis que brilhavam como uma safira.

     Sol, ou como era chamada em Midgard, Reyna, estava nua em sua cama. A pequena tevê desligada um pouco acima chamou sua atenção. A loira deitou, pegou o controle e a ligou, caindo no canal de notícias.

     Muitas notícias não a interessavam, mas uma chamou sua atenção. Um homem foi encontrado desacordado e cheio de ossos quebrados perto de uma parede em pedaços. Ela precisava ver.

     Pulou da cama e começou a se vestir, um moletom cinza com um lobo cor de vinho, uma calça do tecido chamado pelos humanos de jeans e suas botas. Nunca entendeu o porquê de os humanos utilizarem as tão chamadas ‘roupas íntimas’.

     Pegou a sua chave e pegou o caminho curto, pulou pela janela. Caindo no chão com um forte estrondo, mas já pegando momentum e começando a correr. Seu exílio foi uma benção. Humanos são os seres mais interessantes que ela já pode conhecer.

     Peter esperava ansiosamente, estava sentado na frente da sala de Tony Stark. Algumas cadeiras e um bebedouro eram tudo que ele via, mas seus olhos estavam na porta de madeira polida que estava a sua direita, o escritório do Homem de Ferro.

     A porta se abre e Cait sai da sala. Continuando com o mesmo sorriso de minutos atrás e com os óculos pendurado no pequeno decote. A loira/castanha tinha o deixado para conversar um pouco com seu chefe. Agora era a vez de Peter.

     - Vamos? - A pergunta que ele queria ouvir. Ele levanta acenando com a cabeça, logo seguindo a mulher para dentro da sala.

     O escritório era gigante, todo branco, quase sem decorações, o que dava um ar limpo para o ambiente. Uma grande janela cobria toda a parede oposta a porta. Uma escrivaninha descansava no centro e ao seu lado, de pé olhando pela gigante janela, estava Tony Stark.

     - Feliz por te conhecer Sr. Parker, posso te chamar de Peter? - Ele se vira, sorrindo para o mais novo. Seu cavanhaque estava perfeito como nas fotos, junto com a roupa formal, parecia que Peter falava com uma revista.

     - Pode. - Peter sentiu a pele queimar de vermelhidão.

     - O que você acha das indústrias Stark, garoto? - Tony falava em tom alto, confiante, algo que Peter só conseguia fazer dentro da sala de aula ou de baixo da máscara do Aranha, e sim, o garoto se inspirou no mais velho para isso.

     - Sempre achei genial. - O garoto começou. - Quando era pequeno queria trabalhar aqui, mas descobri que adoro ensinar, então não pude fazer isso. - Tony sabia que seria fácil fisgá-lo, afinal, se lembrava das pessoas que o visitavam em convenções, principalmente crianças, e Peter era uma delas.

     - Então você vai gostar do que vou falar agora, Peter. - Tony se senta na borda da escrivaninha, usava o terno pois recém saia de uma reunião, mas sabia que com o jovem não precisava de formalidades. - A Stark decidiu abrir uma faculdade, aqui em Nova Iorque mesmo, focada totalmente nas áreas tecnológicas, e precisamos de professores, você cairia que nem uma luva. - Os olhos do mais novo arriscaram pular para fora, seu queixo já estava beirando ao chão e sua pele mais parecia pintada de vermelho do que natural.

     - Eu adoraria, senhor. - Ele soltou como resposta final.

     - Ótimo, nos falaremos novamente então Peter. - O mais velho chega perto do garoto. – Infelizmente não tenho muito mais tempo, mas entraremos em contato. Boa sorte. - Ele oferece a mão para cumprimentá-lo, e Peter o faz tremendo.

     - Obrigado. - Tony coloca a mão em seu ombro em um gesto de carinho. Logo o soltando e despedindo-se.

     - Não há de que, Peter. - Ele anda em direção a sua escrivaninha. - Vá com Caitlyn, ela te levará a saída. - Tony senta em sua mesa, e pisca para o mais jovem. Uma mão toca o ombro de Peter, que olha e vê Caitlyn, agora com os óculos escuros.

     - Vamos?

     Ao chegar lá em baixo o castanho ainda não acreditava no que ocorria. Parecia irreal, um sonho, mas não era, o Homem de Ferro tinha o chamado para um emprego.

     Caitlyn o levou até a porta da Stark, mas a loira/castanha não deixou o garoto sair ainda.

     - Espero que consiga entrar para o novo projeto de Tony Stark. - Ela sorri, logo tirando os óculos, fitando-o nos olhos. - Você é uma boa pessoa Peter, vai ser bom ter você nessa grande família. - Peter corou, poucas vezes tinha sido elogiado por coisas que não sejam seu intelecto, muito menos por mulheres.

     - Obrigado. - Ele soltou sem graça. - Não faz ideia de quão feliz eu esteja. - A mulher limpa o moletom de Peter com as mãos, logo as pousando em seus ombros.

     - Só mais uma coisa. - Caitlyn sela os lábios dela com os do garoto, ficando assim por alguns segundos. Por incrível que pareça o castanho estranhou, já que o que passou em sua cabeça foi como ele iria continuar com Aranha se ficasse com esse trabalho, mas ao terminar o beijo, os pensamentos vão embora. - Um presente de boa sorte. - A garota pisca para ele e bota os óculos escuros. - Até mais. - Ela pega o caminho até o elevador, Peter, sorrindo feito um bobão, segue seu rumo até sua casa.

     Minutos depois, o Homem-Aranha se balançava pela cidade como uma criança após ganhar um brinquedo novo.

     Caitlyn entrou novamente na sala de seu chefe, Tony Stark tinha tirado o paletó, e esperava ansiosamente pela chegada da garota. Ao entrar, o milionário se levantou mandando sua cadeira para trás bater na parede.

     - Conseguiu? - Ele solta ao botar as mãos em sua escrivaninha. A garota abre um largo sorriso ao tirar os óculos escuros.

     - Sim. - Embora sendo dono de uma das maiores empresas do mundo E um super-herói, Tony Stark ainda sofria de ansiedade, por isso ficou quieto, um tanto pálido enquanto suava frio e esperava a mulher terminar. - É ele. - O homem começa a rir aliviado, afinal, agora ele tinha a chance de trabalhar com o Homem-Aranha.


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