Improváveis escrita por Katheryn


Capítulo 6
Capítulo V


Notas iniciais do capítulo

Adivinha quem voltou dentro do prazo estipulado?

Boa noite minhas lindas e meus lindos!
Mais um capítulo fresquinho para vocês! Não vou me delongar aqui, nos vemos nas notas finais.



Enjoy!



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Hinata respirou fundo, devagar.

Estava parada na frente da porta do quarto de Hanabi fazia alguns minutos. Em uma mão segurava um prato com um generoso pedaço da torta de chocolate com morangos, feitos por Akemi.

A cozinheira, muito astuta, percebeu rápido que a morena não sabia seu nome. Com sua alegria característica, a senhora “contou” o próprio nome ao entregar o prato com a sobremesa recém preparada. “Aqui está, dona Hinata!” Ela havia dito, entregando o prato para Hinata e piscando em seguida “Nada como a torta de chocolate com morangos da Akemi, para levantar os ânimos!”. Hinata havia rido e dado a senhora em questão um “obrigada!”, duplamente agradecida.

Na outra mão da morena, estava seu celular. Havia acabado de enviar uma mensagem de texto para o pai, explicando a situação passada no colégio da irmã. Em resposta, uma mensagem automática foi recebida por Hinata, avisando-a que o Dr. Hyuuga, estava participando de um procedimento cirúrgico e retornaria assim que possível.

“Talvez seja melhor assim”, a morena havia pensado, já que não tivera a oportunidade de conversar com a irmã antes de enviar a mensagem, para saber os por menores da situação. “Agora, só preciso conversar com ela...” Pensou respirando fundo novamente, ao encarar a porta.

A Hyuuga se perguntou como desenvolveria a conversa com a irmã. Claro, ela já havia passado por situações semelhantes, até piores e ainda não sabia o que dizer para si mesma, como saberia o que falar para a irmã? Quem sabe, se houvesse uma influência materna na vida dela por mais tempo, ela saberia?

Pensar isso lhe doeu um pouco. A saudade mais profunda que já sentiu e sentia era de sua mãe, mas ainda assim, isto era algo que ela mantinha muito bem guardado, em um forte, no fundo de seu coração. Lembrar da mãe lhe trazia uma mistura de amor, saudade e dor que sempre existiriam. Mas, lembrar da mãe também a recordava suas próprias expectativas e frustrações, com as quais não sabia lidar. 

Decida que o melhor era se concentrar na irmã e não pensar em si mesma, a morena finalmente tomou uma atitude.

— Hey... Como você está? – Hinata perguntou, entrando no quarto de Hanabi sem bater.

— Bem... - A caçula que estava meio deitada, meio sentada, encostada a cabeceira de sua cama, respondeu, sem olhar para a irmã. – Só estou... Pensando... Um pouco... !?

— Talvez isso ajude a clarear seus pensamentos... – Hinata disse com um sorriso, chamando a atenção da irmã!

Os olhos de Hanabi brilharam ao ver o pedaço de torta. Dentre todas as coisas maravilhosas que Akemi preparava, aquela era sua favorita!

— Não acredito!! – Ela riu, animada – Traz já isso para cá onee-chan! – Falou, ajeitando-se sentada e só então reparando na roupa que Hinata vestia – Já se trocou, de novo?

Hinata riu com a ênfase a que irmã deu a sua troca de roupas. Em contrapartida ao look mais sério e confortável –sem abrir mão do salto- que ela usou para buscar a irmã, agora a morena vestia uma roupa com tons mais alegres.

— Gostou? – Hinata perguntou, dando uma volta, para mostrar melhor a roupa à irmã.

Em suas jornadas no mundo da moda, Hinata havia aprendido que a roupa também falava muito sobre a pessoa que a usava. Com o decorrer do tempo, ela acabou incorporando esse conhecimento ao seu humor e personalidade, ou melhor, ela aprendeu a adequar a moda ao seu humor, conforme sua personalidade.

A morena estava usando um macacão de fundo azul escuro, com estampa de costelas de adão feitas em tons claros de verde e azul. Apesar de naturalmente mais folgado, a roupa marcava e destacava com delicadeza os principais atributos de Hinata, que desta vez se absteve de usar acessórios.

— Está linda! – Hababi falou admirada – Como consegue esse efeito usando uma única peça? – Perguntou, realmente curiosa, mas logo lembrou-se de algo mais importante – Aliás, onde vai vestida assim? E traz minha torta logo! – Pediu, estendendo as mãos.

— Jantar com o Neji e a Tenten. – Respondeu, finalmente entregando a torta para a irmã – Ele tem algo para contar... – Deu de ombros, como se não estivesse curiosa.

— Será que finalmente ele atendeu os desejos do tio e vamos ter bebezinhos na família? -  Os olhos de Hanabi brilharam, ao imaginar bebês fofos para ela mimar.

— Se eu disse que pensei a mesma coisa? – Hinata confessou, rindo – Acho mesmo é que o tio está nos influenciando demais!

Com a boca cheia de torna, Hanabi apenas concordou com um aceno de cabeça, falando algo ininteligível.

— Você não imagina como isso é bom! – Hanabi falou entre suspiros de satisfação.

—Eu imagino, mas por enquanto vai ficar só na imaginação. – Disse sentando-se ao lado da irmã.

— Por que não prova um pouco? – Perguntou, recebendo um aceno negativo de Hinata - Tem medo de açúcar por acaso? – Provocou.

— Não é isso irmãzinha... – Apertou uma das bochechas de Hanabi, estava achando ela muito fofa – Mas tenho o jantar, esqueceu? – Se justificou, embora, aquela não fosse a verdade completa.

— Sai Hinata!! – Reclamou. Detestava que apertassem suas bochechas, como fazem com crianças.

— Mas você é tão fofinha! Como pude ficar tanto tempo sem te apertar? – Hinata perguntou mais para si mesma, prendendo a irmã em um abraço – Por que não vai comigo, pro jantar? –Convidou.

Hanabi soltou-se do abraço apenas o suficiente para continuar comendo. Ela também sentia muita falta da irmã.

— Não. Ele não me convidou – Hanabi falou, um pouco enciumada.

— Tenho certeza que o nii-san não vai se importar... – A morena mais velha argumentou.

— Não vou Hina, melhor eu ficar em casa. – Reiterou sua vontade, mas vendo a expressão xoxa da irmã, completou – É sério! Estou com um pouco de ciúmes? Sim, mas acredite... Não estou com clima para sair depois de hoje.

— Certeza? Pode ser bom para você...

— Certeza! – Interrompeu a irmã, imaginando a conversa que estava por vir - Só descobre o que é me conta, ok? - Riu, arrancando um sorriso da irmã também – E conte para ele a novidade sobre mim também... – Brincou.

— Claro, e vou dizer que ele foi um excelente professor! – Hinata acrescentou com humor e ironia, fazendo ambas gargalharem.

Hanabi desde pequena sempre mostrou ser talentosa, isso era um fato. A morena aprendia com facilidade as mais diversas coisas, tinha jeito com a arte e uma graça muito própria em seus argumentos. Mostrar desenvoltura para a arte marcial da família, passada de geração em geração, não foi surpresa. Além da graça e vivacidade que vinham como traços de sua personalidade, a menina revelou por meio da luta uma ferocidade surpreendente.

Hiashi ficara encantando com sua caçula e a treinou pessoalmente até que ela completou dez anos de idade, ocasião em que confiou os treinos à Neji. Contudo, Hinata tinha certeza, nenhum deles podia imaginar que ela viesse a usar o conhecimento e a técnica delicada nas circunstâncias em que acabou usando e menos ainda, podiam imaginar as consequências que isso traria à ela.

— Eu devia dar aulas de defesa pessoal para garotas! – Hanabi comentou, ainda com ar de graça.

— Quem sabe? – Hinata considerou a ideia – De todo modo, precisamos fazer algo a respeito, Hana... Eu já contei para nosso pai... – Começou, cautelosa. – Mas para fazer algo, preciso que me conte melhor, como tudo aconteceu... Pode ser?

Hanabi suspirou. Ela própria já havia tentando falar com o pai, ele não havia retornado o contato ainda... Estava salvando alguma outra vida...

— Eu vou te contar e você me conta o que está pesando em fazer. – Pediu, respirando fundo – Mas só para adiantar, não sei se pode ser feito muito – Deu de ombros irresignada – Não havia câmeras onde aconteceu, nem sei se alguém viu ou se viu, vai ter coragem de falar a meu favor...

— Uma coisa de cada vez... – Hinata falou, tirando o prato de sobremesa que se esvaziou rápido das mãos de Hanabi, colocando-o sobre um criado.

(...)

— Reunião encerrada por hoje, novamente! – Naruto declarou, cansado e feliz.

O loiro detestava reuniões, as achava muito desgastantes, ainda que necessárias. Era a segunda reunião que fazia com os amigos no mesmo dia, desta vez por vídeo conferência. Por sorte, além de ser uma tecnologia que o loiro aprendera a dominar – forçosamente-, Shikamaru e Sasuke tinham o dom de ser muito pontuais e precisos nos pontos que tinham que ser abordados.

Novas informações chegaram até eles por meio de informantes, que avisaram sobre grande probabilidade da operação coincidir com o conflito entre a facção que dominava o bairro e outra que já vinha dando sinais de querer tomar o controle há algum tempo.

Mas não havia como negar, a reunião fora produtiva e estava confiante no sucesso da operação policial e do resgate de algumas crianças, ainda que todos os planos policiais e de Shikamaru o deixassem longe de mais de qualquer tipo de “ação”.

Apesar disso, Naruto compreendia a situação. Independente do quão fosse bom em garantir sua defesa pessoal ou quantas pessoas tivesse ao seu serviço para tal, ou ainda, do trabalho que ele desempenhava na Fundação, só conseguiu permissão para estar no local devido aos informantes que conseguiu para a polícia, que sem isso, dificilmente conseguiriam entrar no bairro da Névoa.

Ele era o elo e ter consciência disso aumentava o peso que sentia sobre seus ombros.

— Sabemos que não gosta de reuniões, mas hoje parece estar com mais pressa para encerra-la... – Shikamaru comentou.

— Como estão as coisas em casa, teme? – Sasuke perguntou, permitindo-se relaxar um pouco em seu sofá.

Além de preocupar-se com Naruto e de sua participação ativa na operação, pois era um dos policiais responsáveis por montar a operação, Sasuke tinha motivos muito pessoais para desejar garantir que tudo desse certo.

— Konohamaru está de castigo... – O loiro suspirou – Chegou às três da manhã em casa, em plena quinta-feira depois de ter ido “comprar um livro”...

Os morenos riram, incapazes de se segurar ante a ênfase e a ironia que o loiro utilizou para explicar o ocorrido.

— Não sabia que ele tinha começado a se interessas pelos livros do Jiraya... – Sasuke comentou, fazendo os três rirem desta vez, embora Naruto balançasse a cabeça negativamente.

— Quem olha para essa sua casa de sério, nem imagina que você não presta Sasuke! – Riu.

— Mas qual o castigo? – Shikamaru quis saber.

— Ele vai ficar um tempo sem carro e sem celular... – O loiro respondeu, saindo da cadeira de seu escritório e alongando-se, ficando um pouco fora do ângulo da câmera. Em seu rosto brilhava um sorriso um pouco maldoso, contrastando com a expressão pesarosa – Nunca imaginei que um castigo desse tipo pudesse surtir tal efeito... Ele está no quarto agora.

— Melhor ir no quarto então, confirmar se ele continua sobrevivendo! – Foi Shikamaru quem comentou.

— Se você diz isso sem ver o estado que ele chegou casa hoje, imagine se tivesse visto...

— É, o Naruto pode ser duro as vezes... – O Uchiha falou e Naruto cruzou os braços sobre o peito, voltando ao bom ângulo da câmera.

— Ah, fica quieto Sasuke! – O loiro repreendeu – Por acaso se desentendeu com a Sakura novamente, é? Só não dê ouvidos para os conselhos do Kakashi se quiser se reconciliar, heim...

Sasuke riria pelo comentário do loiro ser tão parecido com o que ele ouviu mais cedo de Hinata, mas em vez disso apenas fechou a cara, contrariando seu aparente bom humor.

— Você não tinha que ir garantir que seu filho está vivo? – O moreno perguntou – Já terminamos por aqui, certo Nara? - Shikamaru que estava mais contaminado pelo cansado, que por sua preguiça habitual, apenas concordou com um aceno, bocejando em seguida. Tomando a afirmativa do outro moreno como justificativa para suas pretensões, Sasuke completou: - Só por isso, vou te liberar da conferência logo! – Disse desligando o loiro da chamada, antes que ele pudesse replicar.

— Precisava disso? – Shikamaru questionou, entediado – Não pode ficar assim toda vez que alguém falar da Haruno...

— Não estou pedindo conselhos... – Sasuke pontuou, suspirando em seguida – Mas já que estamos falando dela, vou precisar da sua ajuda e o Naruto precisa ficar fora disso...

Shikamaru segurou o bocejo que queria vir. Sasuke acabara de pedir ajuda e se isso não era um sinal que o inferno congelou, com certeza vinham coisas muito problemáticas pela frente!

— Diga... – Shikamaru falou, vendo a expressão do Uchiha torna-se neutra como uma máscara.

Enquanto esperava o moreno começar a falar, Shikamaru olhou pela janela panorâmica de seu escritório. Vendo o sol se despedir, em um lindo pôr do sol, perguntou-se quando conseguiria ir para casa no horário.

(...)

 - Começando pelo começo... – Hanabi disse, sob o olhar atento da irmã mais velha –  Eu soube por algumas meninas da minha sala que o Daisuke já havia passado algumas cantadas idiotas nelas... Não parecia nada preocupante, até chegamos a rir  entre nós de algumas coisas que ele disse, pois eram exatamente do tipo “admiro a coragem, porque noção...”

— Entendo... – Hinata disse, vendo a expressão sarcástica da irmã que estava muito concentrada no que contava. Era como se um filme estivesse passando na mente de Hanabi.

— Enfim... Mas eu só soube disso esse ano, porque ocorreram algumas mudanças na configuração de alunos por sala e ele acabou na nossa... – Lembrou-se – As coisas estavam tranquilas no começo do ano e ele até parecia educado e não tinha perturbado nem eu ou nenhuma das meninas, ou quem quer que fosse, até então. Pelo menos era o que eu achava...

— E o que aconteceu? – Hinata quis saber.

— Eu tenho um amigo que é bolsista, o Shiro, e por isso muitas pessoas o ignoram, o Daisuke é uma delas - Hinata apesar de na sua fase escolar final, quase não frequentar a escola, tendo principalmente aulas particulares, entendia bem o que Hanabi estava contando, mesmo assim, não conseguia compreender porque pessoas agiam dessa forma – Ele é bem quietinho sabe? Apesar de muito inteligente – Falou com verdadeira admiração – Éramos muito próximos, mas de uns tempos para cá ele começou a se afastar de mim e eu não estava entendo nada, fiquei até um pouco chateada, foi no mesmo período que o Daisuke começou a tentar se aproximar de mim – Contou irresignada e soltou o ar com força – Como se fosse possível, né? Era fácil perceber os preconceitos que ele tinha em frases simples, eu costumava ignora-lo, uma vez até tentou me “elogiar” – Ela disse fazendo aspas com as mãos – E como ele quis me elogiar? Começou a me comparar com uma de nossas colegas, a diminuindo e adivinhe só... Ela era bolsista também! – Revelou exasperada.

Hinata apenas tentava ouvir tudo atentamente, mas seus princípios eram muito parecidos com os da irmã, por isso a cada palavra da mais nova, ia ficando brava também.

— Enfim, as coisas ficaram ignoráveis depois de um dia, quando eu estava lanchando sozinha e ainda chateada pela distância do Shiro, quando o Daisuke sentou ao meu lado, perguntando o que eu tinha, por que eu estava chateada... – Rodou os olhos – Você sabe que eu não gosto de conversar quando estou chateada, não é? – Perguntou, recebendo um aceno afirmativo da irmã – Bem, eu fiz o que sempre faço e disse que não queria conversar... e acrescentei que ele estava enganado... – Deu o de ombros - Então ilustre cidadão continuou a falar, perguntando se eu não estava daquele jeito por causa do meu amiguinho bolsista... Acredita? – Perguntou indignada, sem ao menos dar espaço para a irmã responder algo, continuou – E disse mais! – Falou erguendo o dedo indicador em sinal de atenção e limpando a garganta – “Não entendo como uma menina tão linda como você pode perder o seu tempo esses tipos” – Imitou a voz do garoto – “É um desperdício se misturar com eles. Devia passar mais tempo com os ‘seus’!’’

— Mas que garotinho mais nojento! – Hinata observou.

— Eu que o diga! – Hanabi suspirou e encostou na sua cama, cobrindo com a mão a marca vermelha deixada por Daisuke, que permanecia em seu braço – Mas resumindo, eu disse que não era com ele e saí da mesa.

— E esse seu amigo, o Shiro? – Perguntou curiosa, Hanabi não falava muito de amigos, as vezes Hinata se perguntava se a irmã realmente os tinha. Aquilo apertava seu coração.

— Eu me resolvi com ele. – Afirmou – Mas como eu descobri ele tinha se afastado por causa do Daisuke – Hinata encarou a irmã surpresa, mas aguardou que ela desse mais detalhes -  Comecei a ignorar o Daisuke deliberadamente. – Hanabi afirmou sem entrar nos detalhes que Hinata também ficou curiosa por saber – Obviamente, ele não gostou de ser ignorado... – Suspirou – Ele me chamava de princesa, princesinha... Tentava fazer graça e falava coisas nojentas como “se passar um tempo comigo vai deixar de ser marrenta” ou “a princesinha precisa andar com homens de verdade”, mas o jeito como ele olhava quando falava essas coisas... – Fez um som nojo ao se lembrar – Então teve hoje...

Hanabi fez uma pausa. Pensando mais uma vez a respeito de tudo. Ela se pergunta se tivesse contado para alguém desde o início ao em vez de ignorá-lo, os resultados seriam diferentes.

“Teria resolvido ou não teria feito diferença? ”

“Eu ainda seria penalizada por me defender das atitudes de alguém que me acha atraente? ”

“Eu deveria ter vergonha de alguma coisa? ”

— Irmã? – Hinata chamou ao ver Hanabi entrar num mundo só dela – Não está se questionando ou se culpando, está?

Hanabi olhou para a irmã surpresa por alguém ser capaz de lê-la tão bem.

— Enfim... De qualquer forma, eu cheguei ao meu limite. – Disfarçou sua surpresa, voltando a contar o acontecido – Estávamos na aula de educação física e ele persistia com suas impertinências, eu reclamei com o professor de educação física, mas fui ignorada. – Relembrou – A aula acabou, todos foram dispensados para os vestiários e eu acabei me enrolando um pouco lá, mas quando eu estava retornando para a sala, o encontrei no corredor...

“ – Oi princesa... – Daisuke sorriu malicioso, encostado em um dos armários próximos ao vestiário.

— Por que você simplesmente não me deixa em paz? – Hanabi questionou com um suspiro cansado.

Será que o garoto não percebia o quanto aquela situação era chata e desnecessária? Em que século estavam para ele persistir com essa atitude, será que ignora-lo não foi um sinal claro de que não gostava das abordagens dele?

— É impossível tirar os olhos de você... – Ele disse, desencostando-se do armário. A morena olhou para os lados, apenas para confirmar o que temia, estava sozinha no corredor com o garoto. – Por que não me dá uma chance? – Ele perguntou, andando em sua direção.

— Achei que já tinha deixado claro que não temos nada em comum. – Hanabi o encarou séria. O garoto se aproximou mais, fazendo a morena dar um passo para o lado. – Mas parece que nem ignora-lo foi o suficiente. Por favor, me deixe em paz ou terei que reclamar de você para alguém que faça algo e não vai ser para nosso professor novamente.

O garoto riu. Era fácil perceber que ele duvida que receberia qualquer punição.

— Já avisei. – Hanabi disse, passando por ele.

Ou foi o que ela pretendia fazer, pois dois passos depois de passar por ele, foi forçada a cessar seus passos. Daisuke tinha segurado firmemente seu braço, puxando-a para trás.

— Você é gostosinha, mas se acha demais... – Ele disse muito próximo a ela.

— Me solta!

— Lembra o que eu disse? – O garoto falou, virando-a de frente para ele – Que deixaria de tão marrenta, se passasse um tempo comigo? – Perguntou passando a mão que estava livre pelo longo cabelo de Hanabi.

— Já disse para me soltar! – Hanabi o advertiu novamente, um pouco nervosa e ele apenas riu, sem leva-la a sério – Você não vai gostar do fim disso... – Falou em seu tom mais severo.

— O que você pod... – E ele não foi capaz de terminar a frase.

Em questão de segundos, aproveitando-se da autoconfiança egocêntrica do garoto, Hanabi soltou seu pulso da mão dele, aplicando em seguida uma sequência de golpes rápidos. A caçula Hyuuga acertou com grande precisão alguns pontos de pressão do corpo do garoto, paralisando primeiro o braço que ele usou para segura-la e depois o colocou para “dormir”. ”

— Bem, aí tive que chamar algum adulto... Que chamou a enfermeira... – Hanabi de ombros - E resto você já sabe...

— Irmã... – Hinata disse abraçando sua irmãzinha mais uma vez, sem querer pensar o que poderia ter acontecido se ela não soubesse se defender – Sinto muito, prometo que ele não chegará mais perto de você.

— É bom ser abraçada... – Hanabi sorriu recebendo o carinho, mas pouco acostuma com esses gestos, não demorou a separou-se – Mas você tem mais coisas pra fazer, do que ficar me consolando, não?

— Não seja boba, Hanabi! – Hinata a repreendeu – Já disse que faremos algo a respeito. Já tenho o contato de um ótimo advogado, inclusive, só temos que falar com nosso pai primeiro. – Hanabi suspirou - Você é mais importante que qualquer compromisso, além disso posso cancelar com Neji e ficar aqui, com você.

Hanabi sorriu. Era tão bom sentir o carinho da irmã e tê-la tão próxima, mas no fundo tinha medo, ainda perguntava-se se duraria... Hinata não havia dado certeza que ficaria permanentemente, dessa vez, ou por quanto tempo.

“Aproveite o presente” Hanabi disse para si mesma.

— Tudo bem irmã. – Falou com um sorriso tranquilizador – Somo mulheres, somos Hyuugas, somos fortes! – Piscou para a irmã – Sabemos seguir em frente e como você me prometeu fazer algo a respeito, não tenho que me preocupar, certo?

— Certo... – Hinata sorriu, cedendo.

— Então vai logo para esse jantar, que você já deve estar se atrasando... – Falou, fazendo Hinata verificar a hora, arregalando os olhos em seguida. Hanabi riu – Não disse? Vai logo Hina, vai... – Riu novamente, expulsando a irmã da cama – Você sabe que nosso primo detesta atrasos... – Disse aterrorizando a irmã.

(...)

Naruto deu três batidas na porta de Konohamaru e sem resposta, resolveu entrar. Além de ver como o menino estava reagindo ao castigo e conferir suas lições, ia pedir ajuda com o aplicativo de mensagens.

— Konohamaru? – Chamou, passando pela porta com cautela.

O moreno estava deitado na cama, olhando para o teto. Fones de ouvido bloqueavam qualquer som externo.

— Tudo bem? – Naruto sentou aos pés da cama, cutucando um dos pés do garoto, que passou rapidamente os olhos por ele, direcionando os olhos para o teto outra vez, como se nada tivesse visto – Konohamaru? – Naruto insistiu, mas novamente foi ignorado.

Naruto suspirou, levantando-se.

A verdade é que ele não sabia muito bem como lidar com Konohamaru, ou sendo mais objetivo, não sabia muito bem como lidar com adolescentes. Apesar da Fundação, da empresa e da fortuna que ele descobriu possuir há alguns anos, não havia dúvidas que o moreno que o ignorava agora, era a maior responsabilidade que já assumira.

E Naruto não se arrependia nem por um instante em adota-lo, mesmo quando ele adotava comportamentos rebeldes – mesmo que raros, pois Konohamaru era um garoto tranquilo. Contudo, o loiro não cresceu sobre os cuidados de pais amorosos ou sequer, sob a proteção de uma família. Ele tentava sempre agir da melhor forma possível, mas muitas dúvidas o rondavam. O loiro agradecia aos céus, por entre suas graduações, ter cursado Pedagogia. É verdade que a faculdade não lhe dava todos os caminhos ou respostas, contudo, o ajudava bastante.

— Filho? – Chamou pela terceira vez, fazendo sinal para que o garoto tirasse os fones de ouvido. A contra gosto, Naruto pode perceber, o garoto tirou os fones, finalmente lhe direcionando a atenção – Tudo bem? – Perguntou.

— Tudo. – Respondeu monossilábico.

— E a escola, como foi hoje? – Tentou.

— Normal... – Konohamaru respondeu, sem vontade de ter uma conversa longa.

Naruto estranhou o comportamento do garoto, mesmo que estivesse de castigo, não havia motivos para o aparente mau-humor. Não era a primeira vez que Konohamaru ficava de castigo, provavelmente não seria a última... Mas era a primeira vez que o garoto o tratava dessa forma.

— Está com raiva de mim por causa do castigo? – O loiro questionou, erguendo uma sobrancelha.

Com um suspiro, Konohamaru sentou-se, encostando-se na cabeceira da cama. Antes de responder, balançou a cabeça negativamente.

— Sim... – Cruzou os braços, sobre o peito, como Naruto fazia, e ainda recusando-se a olhar para o loiro, concluiu – E não.

Mais confuso que antes, Naruto sentou-se na cama, ao lado do garoto.

— Não estou entendo... – Naruto disse com sinceridade, encarando o moreno – Por quê está agindo assim? – Quis saber – Você não é assim, o que mudou de quando chegou da escola para agora?

Konohamaru balançou a cabeça negativamente outra vez.

— Pra variar, não entende... – Criticou com um sorriso amargo, encarando o espaço vazio a sua frente – O que poderia ter mudado? – Konohamaru questionou a si mesmo, com um pouco de raiva.

Naruto via a explosão emocional do garoto calado, tentando entender e manter a calma.

— Kono...

— O quê? – O menino respondeu com ferocidade, finalmente encarando o loiro. – Vai me dizer que se importa comigo e que devemos conversar, por que assim que resolvemos as coisas? – Questionou, a voz firme surpreendendo tanto o loiro, quanto o que ele viu nos olhos do menino.

Konohamaru estava magoado, Naruto se deu conta. Agora, por quê?

— É como resolvemos. – Naruto pontuou com calma – E eu não me importo com você apenas, eu te amo. – Afirmou e o menino desviou o olhar outra vez.

— Então porque esconde as coisas de mim? – Questionou – Se eu não houvesse escutado sem querer um pedaço de sua reunião com os tios, como eu saberia que vai participar de uma operação muito perigosa amanhã? E se alguma coisa acontecer com você?

“Então era isso... Naruto seu baka”— O loiro se repreendeu. A mágoa e os olhos cristalinos do filho foram causados por ele mesmo.

— É apenas parte do trabalho, há pessoas que precisam de mim lá... – Começou, tentando tranquilizar o garoto, mas no meio frase já foi interrompido pelo suspiro incrédulo do garoto. “Eu também preciso de você” Foi o que Konohamaru pensou – Vai ficar tudo bem, estou bem protegido. Não precisa se preocupar... – Naruto afirmou da forma mais positiva possível, mas nem isso fez o garoto voltar a encara-lo. – Konohamaru, não faça assim... – Suspirou, encurvando os ombros – Eu prometo que tudo vai correr bem e que vou voltar.

— Humn... – O moreno ergueu a sobrancelha, sem realmente responder, ainda encarando firmemente o nada.

Konohamaru não tinha mais ninguém que pudesse se responsabilizar por ele, caso algo acontecesse com Naruto. O menino não tinha mais família alguma e isso doía de mais. Naruto conhecia bem essa dor e por isso culpou-se ainda mais.

— Filho... Me desculpe... – Naruto pediu, sem saber o que mais poderia dizer.

Não haveria nada mais que ele pudesse dizer e no fundo, o loiro sabia disso.

 - Eu desculpo, quando você voltar. – Foi a resposta que Naruto obteve.

Tendo consciência que o menino não o encararia ou falaria mais nada, o loiro mexeu nos cabelos escuros do filho, num gesto carinhoso e lhe desejou um “boa noite”. Contudo, seu boa noite não foi respondido e tampouco o garoto se manifestou pelo carinho.

Cabisbaixo Naruto saiu do quarto.

— Boa noite... – Konohamaru falou baixinho, depois que escutou a porta ser fechada.

Limpando uma lágrima que finalmente caiu, o moreno estava certo que não dormiria essa noite. Secretamente, começou a rezar em silêncio, pedindo que seu pai ficasse protegido e retornasse bem.

(...)

Hinata batia o pé repetidamente sobre o chão do carro.

Estava há exatos seis minutos atrasada para o jantar com o primo e depois da irmã a aterroriza-la com sucesso sobre atrasar-se já tinha começado a contar os segundos para chegar. Ela estava preocupada que Neji encarasse seu atraso como uma desfeita, não podia deixar que isso acontecesse depois que quinta-feira.

— Já estamos chegando? – Ela perguntou a Ko pela quinta vez, o motorista achou graça.

— Senhorita, já estamos perto... – Tranquilizou-a e tirando uma das mãos do volante apontou – Olhe, já é ali em frente.

Hinata suspirou aliviada, vendo o restaurante que era um pouco maior que ela esperava, mas ainda assim, passando um ar intimista.

— Ótimo! – Sorriu, passando a mão pelos cabelos, como se tivesse algo para ajeitar, vez que os cabelos dela estavam perfeitamente alinhados. – Por favor, pare um pouco antes do restaurante, não quero que me vejam chegando... mesmo eu estando atrasada...

Ko sorriu e obedeceu, estavam tão próximos quando mostrou o restaurante para Hinata, que foi preciso apenas procurar um lugar para estacionar.

— Eu a aguardo aqui. – Informou.

— Não precisa ser tão formal Ko! – Hinata pediu – Eu devo demorar um pouco para voltar, pode sair para comer algo também... Aposto que não jantou ainda, não foi? – Antes que ele pudesse responder, o estomago dele roncou, fazendo a morena rir com a confirmação sonora de suas suspeitas. – Bem que eu imaginei... – Balançou a cabeça negativamente, ainda com um sorriso – Vai jantar, por favor, se eu precisar de qualquer coisa, prometo mandar uma mensagem avisando, ok?

— Ok! – Ele sorriu um pouco envergonhado. – Bom jantar.

— Pra você também. – Ela desejou, se afastando.

(...)

Assim que chegou no Ichiraku Hinata foi recebida por Teuchi.

O senhor a reconheceu logo de cara, mas antes que ele pudesse se expressar a morena com um sorriso, fez um gesto pedindo silêncio.

— Oi! – Hinata sorriu, cumprimentando-o em voz baixa – Desculpe cumprimenta-lo assim, mas é que vim jantar com meu primo e queria pega-lo de surpresa...

— Sem problemas... – O senhor respondeu no mesmo tom, sorrindo.

Eles estavam na porta do restaurante e apenas por uma coincidência Teuchi estava lá naquele momento, tinha acabado de sair para dar uma respirada.

— Mas então, eu posso ajuda-la? – Ele quis saber.

Hinata espiou dentro do restaurante, foi fácil identificar Neji. Ele estava de costas para entrada, mas seus cabelos eram muito característicos e além disso, uma morena de cabelos achocolatados estava a seu lado olhando com um grande sorriso e seus coques típicos, assim como Hinata havia visto em muitas fotos.

Eles pareciam não notar mais ninguém a sua volta. Hinata suspirou ante a cena. Em sua mente, a morena fez uma atualização mental sobre relacionamentos.

“Meta de vida: encontrar alguém que me olhe como a Tenten olha para o Neji” Hinata pensou.

— Pode sim. – Finalmente respondeu o dono do lugar – Eles costumam vir aqui? – Questionou, recebendo um aceno afirmativo em resposta – Ótimo, então o senhor sabe qual ramen costumam pedir?

— Sim senhoria! – Confirmou.

— Gostaria de levar na mesa deles então, tudo bem? – Teuchi pareceu pensar um pouco antes de responder, mas acabou aceitando.

— Só vai levar uns minutos. – Observou – Mas e o que a senhorita vai querer?

A morena quase mudou de ideia ante a observação e seu pé quase começou a bater novamente, mas se controlou. Mas já estava atrasada, e além disso...

“Neji não parece ter notado meu atraso ainda...” Pensou ao observar dentro do restaurante outra vez e ver o primo beijando a namorada, mas desvencilhou rápido seu olhar dos dois, um pouco encabulada.

— Eu quero o mesmo que o senhor preparou na Fundação! – Hinata pediu, lembrando-se do sabor da comida e também da companhia daquele dia.

— Então, venha comigo.

Hinata o acompanhou e para sua alegria, os ramens saíram mais rápido que ela previu. Deu tempo apenas de tirar umas fotos com a filha de Teuchi, Ayame, antes que sob as orientações do cozinheiro, segurar as tigelas de ramen até seu destino final.

Teuchi ia atrás dela, com a terceira tigela com a comida pertencente a Hyuuga.

— Os seus pedidos demoraram? – Hinata perguntou, encarando o casal que estava tão ocupado se olhando que não viram ela se aproximar.

— Nós não pedimos ai... Hinata? – Neji fez uma careta, surpreendendo-se com a prima segurando duas tigelas.

— Oi nii-san! – Sorriu, colocando as tigelas sobre a mesa, como se fosse uma eximia garçonete.

Tenten lhe sorriu com simpatia, levantando-se, assim como Neji. Teuchi colocou a tigela de Hinata sobre a mesa, retirando-se discretamente.

— Que surpresa! Faz tempo que chegou? – Neji perguntou e a prima sorriu.

— Você não acreditaria se eu contasse... – Fez graça, feliz por ele realmente não ter percebido se atraso. Talvez Hanabi tivesse feito apenas terrorismo com ela – Tive até que pedir os ramens de vocês para ser notada!

O casal corou um pouco, mas logo Neji tomou o controle da situação.

— Sei...- Falou um pouco desconfiado – Mas deixe eu te apresentar alguém muito especial, pessoalmente, antes de comermos... – Falou indicando Tenten que estava ao seu lado, observando a interação dos primos com sorriso nos lábios – Essa é a Tenten, minha noiva! – Neji disse com um sorriso radiante.

— Muito bom finalmente conhecer pessoalmente a namor... – Hinata começou a falar, mas parou no meio do que pretendia dizer, olhando de um para o outro – Não acredito!!!- Hinata quase gritou surpresa – Noiva!! – Ela riu, praticamente dando pulinhos antes de abraçar Tenten, num longo e forte abraço – Meu Deus! – Hinata disse soltando a morena e sentando em seguida, seu rosto ainda expressava a surpresa.

— Parece que você gostou da notícia... – Tenten comentou, parecendo aliviada.

E realmente estava. Tenten sabia que apesar da distância, Hinata era uma pessoa muito importante na vida de Neji. E apesar de esperar uma boa reação da família dele, por não ter proximidade com Hinata, estava com um pouco de medo.

— Mas é claro que estou! – Hinata afirmou, com convicção – Inclusive, não sei porque ele demorou tanto... – Falou apontando acusadoramente para o primo – Se você visse a forma como ele fala de você... – Hinata confidenciou a outra morena, em tom conspiratório – Se ele não pedisse, eu ia acabar pedindo! – Falou, fazendo-os rir – Poxa, estou muito feliz por vocês! Parabéns! – Disse encarando-os como se visse a coisa mais fofa do mundo em sua frente.

Neji segurou a mão de Tenten mais uma vez, beijando-a e Tenten correspondeu ao gesto com um belo sorriso para ele. O anel com o reluzente diamante brilhava no anelar de Tenten.

 Hinata suspirou alto, colocando uma quantidade razoável de ramem em sua boca, para conter outro suspiro.

— Que lindinhos... – Disse depois de engolir – Imagino como o tio deve estar...

— Ele não sabe ainda... – Neji falou, surpreendendo Hinata novamente – Você a primeira pessoa para quem contamos...

— Sério? – Questionou, ficando emocionada, sem saber exatamente o porquê.

— Sim. – Tenten confirmou – Queremos contar para o restante da família quando estiverem todos juntos... – Falou compartilhando um olhar cheio de cumplicidade com Neji, olhando para Hinata em seguida – E pensamos que você poderia nos ajudar a organiza-lo... Neji comentou que você cozinha bem – Sorriu.

Depois que pediu sua mão em casamento, Tenten e Neji haviam conversado sobre como contariam para a família dele. Nesta ocasião a morena teve a ideia de pedir para a prima do noivo preparar o almoço para a família, se ela aceitasse. Assim, além de contarem a notícia do noivado, Hinata e a família poderiam voltar ao bom clima, que a morena gostava de ver na família Hyuuga.

— Vai ser um prazer! – Hinata aceitou prontamente, toda emocionada.

O casal a olhava, se deleitando com as reações da morena.

— Oras, não me olhem assim - Hinata disse afastando discretamente uma lágrima com a ponta dos dedos – Vamos falar desse almoço e comam seus ramens antes que esfriem, vejam se acertei...

— E você pode contar o motivo de ter se atrasado também... – Neji comentou, experimentando seu ramen – Foi muito ingênua se achou que eu não notei... – Falou se divertindo com a expressão da prima, mal sabia Hinata, que dessa vez ele notara apenas porque todos que estavam sentados à mesa haviam chegado depois das 19h00min.

— E podemos falar de umas mensagens misteriosas que recebi de um certo alguém também... – Hinata disse para Tenten, enquanto apontada “disfarçadamente” para o primo.

—  Mensagens, é? – Tenten perguntou sorrindo interessada.

— Sim! E ainda tem um áudio....

— Não íamos falar do almoço? – Neji se pronunciou, cortando as palavras de Hinata. Ela e sua noiva estavam se entrosando muito mais rápido que o previsto - Acho que amanhã é um dia perfeito.

As mulheres riram.

Elas o conheciam muito bem para saber ele estava feliz, mas que mesmo assim, não ia deixar espaço para elas tentarem deixa-lo constrangido. E indo contra o que a maioria das pessoas imaginavam apenas de olhar o moreno, era mais fácil deixar Neji sem graça do que poderiam pensar.

O jantar deles correu muito bem. Os noivos ficaram surpresos por Hinata ter aceitado o sabor de ramen preferidos deles, mas ela se recusou a contar como acertou, aproveitando para fazer graça, dizendo que tinha poderes mágicos e uma intuição muito apurada.

Neji e Tenten também haviam feito Hinata prometer não contar a ninguém sobre o noivado, pelo menos até o almoço em família, ela não poderia falar nem mesmo para Hanabi. Foi necessário um pouco de argumentação para que ela aceitasse essa última parte, mas acabou se rendendo.

Todavia, o clima gostoso teve seu momento sério quando Hinata fez as atualizações sobre seu dia. Todos querendo arrancar a pele do pobre diabo que ousou assediar a menininha deles. Mas em meio a isso, Hinata observou como Neji ficou muito orgulho de Hanabi em seu uso preciso das habilidades que adquiriu.

Hinata havia observado também, o modo como Tenten reagiu ao saber, ficando feliz pelo instinto protetor que ela tinha em relação a sua irmã. Tenten tinha as emoções e expressões muito genuínas. A Hyuuga estava feliz de finalmente conhece-la ao vivo e a cores.

A noite se estendeu mais que o previsto pela morena. Quando ela chegou ao carro, depois de se despedir de Tenten e Neji com longos abraços, encontrou Ko cochilando.

Naquela noite, depois de passar pelo quarto da irmã que já estava dormindo, Hinata dormiu mais leve que acordou, tendo uma noite tranquila e sem sonhos.

Em contrapartida, em um bairro não muito distante da cidade, um garoto e um homem com alma de menino não conseguiram dormir.

 

 


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Notas finais do capítulo

Quem mais estava apostando que a notícia de NejiTen eram bebês? kkkkkkkkk

Então amores, gostaram do capítulo? Quero comentários viu!
Senti a falta de vocês no ultimo capítulo.


E falando em capítulos, muitas emoções vem pela frente, espero vê-los por lá!



Beijos, sejam felizes e fiquem bem!



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