Sirenverse's Powerful escrita por Thomaz Moreira


Capítulo 2
Clube dos cinco


Notas iniciais do capítulo

E aí galerx!
O que estão achando?
Bom, esse capítulo é bem mais frenético do que o primeiro, e tenho certeza de que vão gostarrr!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/775489/chapter/2

           

Quando eu cheguei em casa, após aquele exaustivo primeiro dia de aula, eu subi toda a escadaria até chegar no meu quarto. Joguei as minhas coisas lá e fui tomar um banho bem quente. Aproveitando a luz natural que o lugar proporcionava. Depois disso, desci para comer alguma coisa.

            Os meus pais ainda não tinham chego. A minha mãe estava no trabalho e chegaria em instantes. Já o meu pai, estaria por aí, voando e se aventurando em algum lugar. E a senhora Johnson já tinha ido embora, ou seja, eu tinha a casa toda para mim.

            Liguei a televisão num volume bem alto. Coloquei os pés em cima daquela pequena mesa e abri aquele gigantesco pote de sorvete. Flocos, o meu sabor favorito.

            A televisão não passava nada demais, apenas alguns desenhos que me faziam pensar “Eu tô começando a ficar velho, já que não tô gostando mais dessas coisas”.

            Uma boa hora depois, e o pote de sorvete já estava na metade. Eu não aguentava mais. E aqueles desenhos pareciam estar me chamando de burro, duvidando da minha inteligência.

            A porta da frente se abriu. A minha mãe entrou carregando algumas bolsas. As despejou em cima da mesa e bufou. Quando me viu jogado daquele jeito no sofá, tendo devorado uma boa parte do sorvete, ela surtou.

— Toby o’Tony! — Chamou, usando o nome completo como uma ameaça. — Que folga é essa?!

            Eu queria que ela me questionasse. Que se iniciasse uma discussão, porque se eu fosse falar com ela, tenho certeza de que ela viraria o rosto. Principalmente por conta do assunto que eu estava prestes a falar.

— Você disse que uma escola seria boa para conhecer pessoas novas e diferentes. Longe da mesmice de sempre. — Falei, a interrompendo. — E quando eu chego lá, encontro, por uma grande coincidência, outros filhos de heróis. Estranho, não...?

            Como previsto, ela revirou o rosto. Eu já tinha entendido tudo. Era algum tipo de armação. É óbvio que ela tinha segundas intenções.

— Quer dizer alguma coisa, Emily o’Tony?

            Eu dei mais uma lambida naquela colher cheia de sorvete. A minha mãe me fitou com aquele olhar de que estava escondendo algo. Era óbvio que eu ia descobrir uma hora ou outra, e ela sabia disse. Bufou,

— Está bem! — Confessou. — Seu pai eu e os outros, você sabe, os antigos heróis, tomamos uma decisão. Nós vimos que estávamos afastados demais por muito tempo, e que vocês nem conheciam a eles. Fizemos um trato para colocar todos os nossos filhos na mesma escola. Isso incentivaria a interação entre vocês.

— Eu sabia! — Gritei. — Mas, por quê?

— Porque vocês são muito distantes! Só queríamos unir um pouco esse grupo. Escuta, você nem sabe quem é o filho do melhor amigo do seu pai.

— Eu conheci ele hoje, junto com todos os outros... — Disse. — Acha realmente necessário fazer isso? Não somos robôs! Se nós não nos falamos é porque nós não queremos! Isso é muito besta...

            A porta se abriu de novo e o meu pai entrou. Estava usando um casaco velho e sujo que incomodava só de olhar. Carregando uma caixa com algumas cervejas. Estava no celular, conversando com alguém. Fechou a porta com os pés e continuou a conversa sem nos perceber.

— Então eu disse pra ele “A formula é sempre a mesma! Adam Sandler é um cara esquisito que se apaixona por uma mulher bonitona. Ele aprende uma lição de moral no final do filme e fica com a mulher. E não dá pra esquecer da quantidade excessiva de piadas de peidos.”

— Roy!

            Ele tomou um susto, quase deixando a caixa cair no chão. A pôs sobre a mesa e desligou o celular sem se despedir.

— Oi, família. — Falou puxando aquele sorriso falso para disfarçar algo.

— Isso aí é cerveja? — A minha mãe estava prestes a dar outro daqueles esporros. — Você não vai fazer um churrasco de novo, não é?

— Esqueçam o churrasco! — Falei. — Ainda temos a questão de vocês quererem controlar os meus amigos.

— Que amigos? — O meu pai perguntou de imediato franzindo a testa.

            Eu sei que ele não quis me zoar, mas quilo até que doeu um pouco. Até a minha mãe sentiu, e pisou no pé do meu pai, pedindo implicitamente para ele pedir desculpas.

— Os amigos que vocês querem que eu tenha. Os filhos dos outros heróis. Achou que eu não iria descobrir?!

            O meu pai deu aquela trocada de olhares com a minha mãe que significava “Tá o que eu faço?”, e ela olhou de volta dizendo com o olho “Se vira! É a sua vez!”.

— Minha nossa, garoto! — Falou disfarçando. — Se eu usasse óculos, eu estaria tirando eles agora mesmo...

— É tudo o que tem a dizer?

            A minha mãe olhou para o meu pai novamente, aquele olhar dizia “Fala alguma coisa logo!”. Já o do meu pai falava “Ele só pode estar vendendo drogas...”, ou então “Eu não sei o que fazer!”, não dava para entender direito.

— Eu vou subir pro meu quarto, e fingir que isso tudo aqui não aconteceu.

            Eu saí sem dizer mais nada. Com o nariz empinado, achando que eu tinha deixado eles bem constrangidos. Até ouvir a minha mãe sussurrar “Você não vai fazer churrasco aqui de novo!”.

            O resto do dia foi um tédio, e a noite foi mais ainda. Mas o dia seguinte seria longo, e eu não estava nenhum pouco preparado para isso.

··

            Eu acordei por volta das seis da manhã. Despencando do sono, literalmente. Eu estava no ar, caí com o susto do barulho do despertador. E a queda foi o suficiente para quebrar a cama. Não precisou de muito tempo para eu conseguir ouvir lá do térreo a minha mãe gritar.

— Você quebrou outra cama?! Já é a terceira só nesse mês!

— Eu não tenho culpa de flutuar sem querer enquanto eu durmo! — Rebati.

— Não cara, tu é estranho! — O meu pai entrou no meio da discussão. — As pessoas na puberdade tem problemas pra fazer descer outras coisas!

— São seis da manhã e vocês estão gritando sobre puberdade?! — A minha mãe falou no mesmo tom.

— Você também tá gritando! — Respondi.

— É verdade, você também tá gritando! — Falou o meu pai.

— Cala a boca todo mundo! — Ela terminou a discussão.

            Um ótimo início de uma manhã. Me pus de pé para mais um ritual matinal. Tomei um banho, sequei os meus cabelos cor de fogo. Coloquei aquela calça azul nova, calcei um tênis qualquer e pus um moletom por cima do uniforme.

            Desci as escadas, depois de bater com o mindinho na quina da porta do meu quarto. Tudo tinha começado muito bem. A minha mãe já estava pronta para sair, e o meu pai iria acompanhar ela.

            Eu fui até a cozinha, tomei um pouco de café, e quase gritei quando aquele troço queimou a minha língua. Peguei o copo de água mais próximo e joguei na minha boca. Foi o tempo de eu ouvir a senhora Johnson dizer “É azeite”, Eu cuspi fora. Saí correndo em direção a geladeira para pegar água. Escorreguei no azeite esparramado por mim. Caí no chão e abri um espacate involuntário. A minha calça rasgou no meio, e eu senti aquele vento entrar nas minhas partes baixas. Dois segundos depois, eu abri a boca para gritar. O grito durou meio segundo, eu engoli uma mosca quando abri a boca. Comecei a tossir assustadoramente. O meu pai entrou em desespero e veio correndo me socorrer. Escorregou no azeite também, batendo a cabeça na mesa e partindo a mesma no meio com sua força. Aquele mármore reforçado em várias camadas iria para o lixo.

— O que diabos acabou de acontecer aqui?! — Gritou a minha mãe.

— Deu tudo errado! — Eu gritei.

            Apesar de eu ter batido a cota de azar do ano naquele dia, a minha mãe disse que me levaria para a escola. Talvez fosse pelo olhar de sofrimento que ela viu em mim. Eu tive que subir as escadas de novo e trocar o moletom que estava todo sujo de azeite e a calça rasgada.

            Pelo menos a corrida no carro foi boa. Não houveram conversas paralelas do tipo “Como foi na escola, Toby?”, ou “Já arranjou uma namorada, Toby?”. E quase não tinha trânsito. A rádio local falava dos recentes assaltos ocorridos na cidade. Isso despertava aquela vontade louca de voltar a ser vigilante no meu pai. Quando chegamos em frente a escola eu peguei a minha mochila e ouvi a minha mãe dizer “Olha! É a filha dos Fitzgerald!”. Kimberly fingiu um sorriso e acenou para nós no carro. Estava usando preto e roxo. Me despedi e saí do carro. Olhei para trás, para ver se esqueci algo, e o meu pai falou:

— O que foi? Não tá achando que vai rolar aquela cena clichê constrangedora, sobre os pais falando que amam o filho na frente de todo mundo, ou tá?

— Não, eu só... — Fui interrompido pelo meu pai.

— Que bom, porque a gente não te ama.

            Um segundo depois daquela frase e a minha mãe acelerou o carro. Arrancando fumaça dos pneus e disparando dali ao som de Hollaback Girl. Eu francamente não sei como deixaram a minha mãe tirar carteira de motorista.

— Pais legais... — Kimberly comentou.   

— Até que são... — Concordei. — Viu o Travis, como ele tá?

— Ele tá melhor. — Falou. — Ei, me desculpa por ontem. Eu peguei um pouco pesado...

— Tá tudo bem. Acontece.

            Nós passamos por aquelas portas de vidro chegando nos corredores. Ouvia os muitos burburinhos sobre conversas de namoro ou filmes. Qualquer coisa do tipo que eu não ligava. Viramos o corredor e de cara notamos aquela estranha movimentação perto do meu armário. Havia um amontoado de pessoas ao redor de algo. Eu e Kimberly, suspeitando do que fosse, apuramos os passos e passamos por toda aquela gente. Até que vimos. Travis estava lá, e não só ele. Um garoto forte e alto, usando a camisa do time de basquete. Dava para ver na parte de trás da camisa o nome “Abraham”. Cabelos loiros e raspados nas laterais. Um modelo para qualquer jogador de basquete clichê. Travis parecia intimidado com o garoto, e quando Kimberly viu aquilo nem pensou duas vezes em intervir.

— O saco de testosterona!

            O garoto se virou, impaciente e curioso. Quando viu Kimberly quase riu, julgando pela aparência e tamanho da garota. O que poderia ser bem perigoso.

— Vaza daqui, bruxa. — Respondeu despreocupado.

— Viu uma garota gótica e chamou de bruxa, uau. — Travis cochichou.

— Cala a boca bichinha.

— Ei! — Gritei. — Qual é o seu problema?

            Eu não sei como eu falei aquilo, mas falei. E logo me arrependi. Abraham se virou novamente e cerrou os dentes incomodado.

— Esse aqui não é o teu lugar, riquinho.

— Então me tira daqui.

            Naquele instante eu ouvi os murmurinhos de empolgação. Todos ficaram empolgados para verem uma briga no segundo dia de aula. Todos, menos eu.

— Acha que é porque tu é riquinho que eu não te bato?!

            Ele mal terminou a frase e fechou o punho. Pegou impulso com o braço e tentou um soco. Soco esse que no último instante deu errado. Eu segurei a mão dele e o empurrei para trás com a mínima dificuldade. Mesmo assim, para ele foi um empurrão e tanto. Tão forte que ele foi de encontro ao armário mais próximo e o amassou com o impacto. O garoto ficou sem entender de onde veio a força. Me recompus tentando evitar as suspeitas. Eu não devia ter feito aquilo, e por mais que ninguém tivesse suspeitado, eu poderia ter feito uma enorme besteira.

            Abraham saiu dali depois de ver que seria uma desvantagem lutar naquele momento. Ele apenas abaixou a cabeça e abriu caminho empurrando todos ao seu redor. O monteiro de pessoas se desfez com aquilo, e cada um voltou para o seu canto, já com as imagens salvas no celular.

— Você está bem? — Kimberly perguntou.

— Eu tô ótimo! Cacete! Você pareceu com o seu pai, Toby! — Ele gritou. Gritou tão alto que quase todo mundo ouviu. E aquilo me fez perceber que Lena e Troy estavam por perto. Lena lixando suas unhas com suas amigas, líderes de torcida. E Troy num canto próximo ao banheiro. Apesar disso, os dois tinham ouvido aquela frase. E os dois estavam sérios nos encarando. — Opa... — Disfarçou.

            Eu senti um gelo na barriga quando vi o Troy vindo na minha direção. Estava usando um sobretudo diferente, ainda bastante elegante. Apesar disso, estava furioso e andando a longos passos. E quando chegou, me jogou contra o armário, me agarrando pela gola do moletom.

— Acha legal usar os poderes em gente inocente?! — Falou bem próximo do meu ouvido. Ele estava furioso.

— Ele não é inocente. É um babaca! — Kimberly rebateu.

            Eu não sabia o porquê, mas eu estava em desespero. Tanto eu quanto Travis, que não sabia o que dizer. Ficando apenas com seus olhos esbugalhados e o medo de interferir.

— Os dois, na minha sala, já! — Era o diretor da escola. Esse que apareceu do nada.

            Troy me soltou, apesar disso, eu estava ainda mais encrencado. Segui o diretor junto ao Troy, enquanto eu dei uma olhada para Kimberly e Travis que ficaram sem saber o que fazer.

··

            Estávamos nós dois naquela sala. Um ambiente calmo. A sala do diretor, composta por uma mesa com um computador e muitos papeis. Vários quadros com prêmios nas paredes. E duas cadeiras que nós usamos para nos sentarmos em frente ao diretor. Ninguém falava nada, e o único som era o do relógio. Pelo menos até aquela voz surgir aos poucos do lado de fora da sala.

— Eu não quero saber! Eu vou pegar o responsável e ensinar bons modos. E se bobear eu bato nos pais também! — Era a minha mãe, que já estava fazendo o maior barraco.

            A sua voz foi aumentando e se propagando por todo corredor, até que ela abriu a porta da sala. Estava com a roupa do trabalho. E ao lado, o meu pai, carregando as quatro bolsas da minha mãe com os dois braços, tendo uma certa dificuldade para enxergar.

— Fala pra mim! Quem você pensa que é pra bater no meu filho?! — A minha mãe deu de dedo na cara do Troy.

— Senhora o’Tony, peço que mantenha a calma... — O diretor orientou.

— Manter a calma é o caralho! Eu derrubo toda essa escola se encostar no meu filho! — Continuou a gritar.

            O meu pai, cansado de não enxergar, dispensou as bolsas no chão. Só então pude ver seu rosto. Ele não estava com raiva como eu esperava. Estava cansado, e claramente não ligava para a situação.

— Você não faz ideia de quem eu sou! Eu posso destruir a tua vida, antes de você pensar em encostar um dedo no meu filho!

            Naquele instante, outra pessoa passou pela porta. Foi quando eu o vi pela primeira vez pessoalmente, Thomaz, o pai do Troy, também conhecido entre nós como omida. Um homem alto, de postura séria e que usava um terno preto. Tendo um corte de cabelo social de cor escura. Um cavanhaque bem feito, e sobrancelhas que o deixavam com uma cara de irritado. O cara era forte como o filho, deu para entender a motivação do Troy naquele instante.

            Ao vê-lo, a minha mãe sessou a voz. Tão surpresa quanto o meu pai. Os dois que não esperavam por aquilo.

— Thomaz? — O meu pai o chamou. Foi a primeira vez que eu o vi daquele jeito.

— Você é o pai dele? — A minha mãe questionou.

— Eu achei que soubessem, já que todos vocês fizeram esse trato esquisito pra unir a gente... — Comentei.

— Fizemos o trato com os pais e não com os filhos. E foi tudo por mensagem. A gente não se vê a alguns...

— Anos. — Thomaz completou, mantendo a postura séria e autoritária.

— Não achei que seria assim que nós nos reencontraríamos. Eu esperava uma festa ou algo do tipo. — Disse o meu pai. — Esse foi o motivo pelo qual eu quis unir todo mundo.

— Você sabe que eu não sou fã dessas coisas... — Esclareceu. — Fiz isso porque achei necessário.

— Está bem, estou vendo que vocês já se conhecem. Então eu vou deixa-los a sós por alguns instantes para que possam se acertar. — Falou o diretor.

            Ele se retirou e fechou a porta da sala. Eu olhei para Troy que estava de cabeça baixa, evitando olhar para o pai.

— Não era assim que eu queria que você conhecesse os outros, Toby! — A minha mãe reclamou.

— A Kimberly e o Travis não me jogaram contra a parede, pode ficar tranquila.

— Eu tô vendo que a gente começou com o pé errado. E vejo aqui uma oportunidade para recomeçar. Por que não fazemos alguma reunião com todo mundo? Já faz muito tempo.

— Eu não acredito que você vai voltar com essa conversa de churrasco...

— Aceita! Churrasco é bom! — Respondeu.

— O que acha disso, Troy? — O pai do garoto perguntou.

            Troy levantou sua cabeça. Foi estranho ver como o garoto que tinha um ar autoritário acabou perdendo tudo. Foi só o pai chegar e ele virou um garoto amedrontado.

— Acho uma boa ideia. — Falou com sua voz rouca.

— Isso não muda o fato de que o seu filho bateu no meu! — A minha mãe voltou ao ataque.

— Emily, calma. — Falou o meu pai.

— Calma é o cacete! Acha que eu vou ter medo só porque o Thomaz é um omida. Eu não tenho medo dessas macumbas que você faz aí não, meu amor! E eu faço uma cicatriz nova em você se se meter com a minha família!

— Está certa. — Ele concordou, um pouco surpreso com o escândalo que a minha mãe poderia fazer.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Animados para o próximo capítulo?
Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sirenverse's Powerful" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.