Fui embora no dia seguinte mais cedo. Marquei com Jared as oito horas no restaurante japonês. Ele tinha conseguido a reserva e disse que estaria em uma mesa privada, em uma área exclusiva do restaurante. Garantiu que ninguém de fora nos veria. Disse que eu estacionaria no estacionamento do restaurante e uma pessoa estaria me esperando para me levar até o local indicado.

Eu comecei a me arrumar, optei por um vestido mais simples e um sapato de salto não tão alto. Fiz uma maquiagem leve e segui para o restaurante.

Ao chegar e estacionar meu carro no estacionamento privado do restaurante, fui até um dos funcionários do local, disse meu nome e ele me fez entrar por outra porta sem ser a principal.

E depois encontrei Jared na parte exclusiva do restaurante. O restaurante já é o mais caro de New York e reservar essa parte, o tornava um absurdo o valor.

— Isso tudo é só para jantar comigo? – perguntei depois de ficarmos sozinhos.

— Você pediu algo reservado, então...

— Eu não esperava isso, é um absurdo de caro.

— Não ligo para isso. Você me ajudou bastante em pouco tempo que nos conhecemos, eu posso fazer isso por você.

Eu sorri e resolvemos fazer o pedido. Acabou que pedimos uma barca com várias de nossas peças favoritas, como sashimi, suhi, hot Philadelphia, salmão ice e por ai vai.

Já estávamos nos deliciando com a comida quando o celular dele começou a tocar.

— É minha mãe, se importa se eu atender?

— Claro que não. – respondi.

Ele começou a falar com ela e de repente arregalou os olhos.

— A Kate? – eu também arregalei. — Não vai dar, mãe. Eu e a Kate tivemos uma discussão bem séria e terminamos. – suspirei aliviada. — Tudo bem, eu te vejo amanhã a noite. – ele disse e desligou.

— O que aconteceu?

— Minha mãe convidando você para um almoço de domingo.

— Uou. Acho que ela gostou da ex nora dela.

— Pode ter certeza. Minha mãe só gosta de alguém se é ela que apresenta a garota a mim. E eu, como sempre, odeio todas que ela apresenta. – e os dois deram risada. — Ela quer saber o motivo de termos terminado.

— Diga a ela que você ficou estressado comigo que eu me apresentei a ela como sua namorada. Invente que eu era doida para conhecer seus pais, mas você nunca quis me apresentar, e como eu fiz isso, você não gostou e resolveu terminar. Será uma boa desculpa, e para você não passar com uma visão de “Estou sendo um idiota por isso” diga que é porque ela nunca gostou das garotas com quem você saiu.

— Ela já está me odiando por ter terminado com você, imagina se descobrir que foi por causa disso.

— É só você dizer que não gostou como eu interferi aquele dia. Que eu não tinha o direito de dizer que era a sua namorada, praticamente esposa se você não queria me apresentar a eles.

— O tipo de namorado que se recusa a apresentar sua garota aos familiares é o tipo de cara que não a merece.

— Você quer casar comigo? – perguntei brincando. — É o cara dos meus sonhos.

— Lógico. Vamos a igreja amanhã de manhã marcar o dia.

— Perfeito. – e rimos dessa brincadeira.

— Eu vou dizer a ela que foi você quem terminou.

— O que? Por quê?

— Porque ai eu vou fingir para ela que estou bem mal com o termino e ela não vai querer tão cedo me apresentar alguém.

— Você tem certeza, Jared?

— Tenho.

— Tudo bem. Então diga que eu terminei, pois estava morrendo de ciúmes de você e não conseguia nem escutar suas explicações, pois assim, eu sairei como a culpada da história e sua mãe te dará toda a razão.

— Não é necessário, Kate.

— Mas, Jared.

— Eu darei meu jeito, tudo bem?

— Não. Leve sua mãe pra sair, eu apareço e peço pra conversar com você. Digo que to arrependida, que preciso aprender a controlar meu ciúme, e assim você não se ferra.

— Kate, não precisa mesmo.

— Por favor. É melhor concordar logo, pois eu vou ficar insistindo.

— Tudo bem.

— Ótimo.

*

Kate se arrumou e foi até o apartamento de Jared com o endereço que ele passou. Foi anunciada e liberada para subir.

— Senhor Milller, a Senhorita Cipriano está aqui. – ouvi a governanta, Gia, dizer e logo apareci no campo de visão dele e de sua mãe.

— Kate? – se levantou. — O que faz aqui? – perguntou entrando no nosso jogo.

— Oi, Jared. Senhora Miller. – cumprimentei a mãe dele. — Desculpe atrapalhar, mas eu posso falar com você?

— Katherine, acho que nós não temos mais nada para conversar.

— Por favor.

— Converse com ela, querido. – pediu sua mãe.

— Não tem o que conversar, mãe.

— Senhora Miller, foi um prazer revê-la. – disse com os olhos cheios de lágrimas, sim sou uma ótima atriz. — Mas eu já vou indo. Desculpe atrapalhar o jantar de vocês.

— Não se preocupe, Kate, e me chame de Patricia. Vocês vão conversar, certo, Jared? – direcionou a ele em um tom sério. Adorei.

— O que você quer, Kateherine?

— Apenas me desculpar, Jared. Eu sei que meu ciúme excessivo e eu não querer escutar você atrapalhou tudo e me fez terminar, mas agora eu vejo que agi errado. Me perdoa, eu não devia ter terminado e sim te escutado. – disse derramando algumas lágrimas.

— Eu não entendo porque de todo esse ciúme, Kate.

— É só olhar para você e depois para mim, Jared. Um cara bilionário, dono de sua própria empresa, bonito, chama a atenção por onde passa e pode ter a garota que quiser e eu uma garota que trabalha horrores para se sustentar, odiada pela família e que sofreu preconceito por um machista idiota que acha que uma mulher não pode ficar na frente administrativa de uma empresa.

— A garota que eu quero é você, Kate, nenhuma outra importa para mim. Eu só tenho olhos para você, princesa.

— Me perdoa?

— É claro que sim, meu amor, mas me prometa que vai me escutar e conversar comigo quando algo te incomodar.

— Eu prometo, baby.

— Ok, se beijem logo e vamos jantar. – disse Patrícia e nós rimos.

Trocamos olhares e por ele concordamos em um pequeno selar de lábios, acontece que virou um beijo. Ele pediu passagem com a língua e eu cedi, envolvi meus braços em seu pescoço no momento em que ele me puxou ainda mais pela cintura, me grudando a ele.

E PUTA MERDA, QUE BEIJO.

JARED MILLER DEFINITIVIMANETE TEM O MELHOR BEIJO QUE EU JÁ PROVEI.

Mas ele não precisa ficar sabendo disso.

Não ficou um clima constrangido, como eu achei que ficaria e depois que a mãe de Jared foi embora, nós começamos a conversar.

— Já pode me dar um Oscar de melhor atriz. – eu disse.

— Devo confessar que até a mim você convenceu, e olha que eu sabia de tudo isso.

— Lógico, como eu disse sou uma ótima atriz.

— Sim. Obrigado por isso, Kate.

— De nada.

— Como vamos fazer?

— Não sei, fingimos por uns dois meses?

— Pode ser.

— Então tudo bem. Eu vou embora agora, até segunda, Jared.

— Quer dormir aqui? Está tarde para voltar sozinha.

— Não é necessário, Jared, mas obrigada.

— Eu vou ficar preocupado com você, Kate. Durma hoje aqui e amanhã você volta para seu apartamento.

— Não se preocupe, eu te ligo quando chegar.

— Tudo bem. – ele finalmente cedeu, pois sabia que eu não ia aceitar.

Meia hora depois eu cheguei em casa e liguei para Jared o tranquilizando.

Antes de dormir, o beijo trocado com ele veio a mente, mas logo tratei de espanta-lo, pois eu não posso em hipótese alguma pensar nisso e muito menos me deixar levar pelo melhor beijo da minha vida.