Avengers - Walking Through a Dark Path escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 2
Capítulo 1: Não espere nada do inesperado




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P.O.V Aloy


       Acordo assustada, acabara de sair de um pesadelo. Meu coração estava acelerado e eu suava muito. Olho ao redor a procura de algo familiar ou que me traga conforto e encontro apenas as coisas de meu apartamento minimalista preto e cinza. Suspiro e me sento na beira da cama.
      Havia sonhado com Samuel, meu falecido irmão. Sonhara com a fatídica noite em que o perdi. Foi daquele momento em diante que minha vida mudara completamente. Vivia, agora, fugindo. De quatro em quatro meses eu mudava de cidade e de identidade.

Sabia que mesmo tendo que mudar nessa velocidade, eu tinha que ser grata por essa nova vida. Se não fosse por Katherina eu ainda seria um rato de laboratório da SHIELD. Moro atualmente em Estugarda, na Alemanha, em um apartamento pequeno no segundo andar. Minha cama ficava na sala, o banheiro era minúsculo e a cozinha era tão monótona que a coisa mais colorida de lá era minha garrafa de whiskey.

Tinha uma vida tranquila, apesar de não ter familiares, muito menos amigos. Assumo que sou solitária, afinal não tinha nenhum interesse em fazer amizades, pois em pouco tempo teria que me mudar novamente. Odeio despedidas.

Acho que o consolo que encontrei nesta cidade foi uma cervejaria perto da praça principal e do lado do museu local. Mesmo sendo pequena, era aconchegante e com uma música ambiente serena, sempre um jazz meio romântico e brega. O dono era um senhor de quase setenta anos e era minha companhia em quase todas as noites da semana.

Ele era meu amigo? Não sei dizer.

O sr. Husfter não sabia nada sobre mim e eu não sabia nada sobre ele. Falávamos sobre o tempo e os tipos de cerveja que ele vendia, o mais próximo que nos tornamos foi quando ele perguntou a minha idade e ficou surpreso ao saber que tenho apenas vinte e dois anos.

Meu celular toca, afastando-me de meus rotineiros devaneios.

— Kristin, temos um evento hoje. No museu. Esteja lá as 5 — Fala o chefe do meu novo emprego assim que atendo o celular.

— Sim, senhor. Há algum traje obrigatório? — Respondo em alemão fluente.

— Sim. O uniforme de festa — Ele me responde, rispidamente.

— Ok, chefe — Tento responder, mas antes de eu terminar a frase ele desliga.

Reviro os olhos. Procuro o relógio: 4 da tarde. Minha soneca depois
do almoço quase se tornou o meu sono da noite. Vou até o banheiro e tomo uma ducha rápida e fria para acalmar os nervos. Coloco o uniforme, que consistia em uma vestido tubinho preto e decotado tanto no colo quanto nas costas. Por fim um salto alto. Faço uma maquiagem simples, olhos esfumados em tons de marrons, com um delineado. Prendo meus longos cabelos pretos em um coque alto, o que me dar um ar elegante.

“Elegante até demais para uma bartender”, penso.

Antes de sair dou mais uma olhada no espelho, para certificar que estava tudo certo. Me assusto ao ver a cicatriz que tanto tentava esconder com as roupas de inverno. A enorme e deformada cicatriz em meu ombro aparecia graças a alça fina do vestido e era o meu lembrete constante do meu passado. Por mais que tenha se passado um pouco mais de quatro anos desde que meu irmão morreu e eu ganhei essa marca de Niklaus, ela ainda era levemente vermelha, como se ainda estivesse tentando cicatrizar.

Suspiro ao sentir uma pontada de dor no meu coração. Lembro-me da luta que tive contra Klaus e que aquele cicatriz não era a única que ele deixara. Sinto as lágrimas encherem os meus olhos. Pisco rápido, não podfia estragar a maquiagem.

Tudo aquilo é passado.

“Preciso esquecer...”, penso.

Saio do meu apartamento e pego um ônibus. Em menos de 20 minutos eu já estava na entrada do museu. Vou até o meu chefe e peço instruções. Em seguida vou direto para as bancadas onde estava as bebidas. Exatamente 6 horas os convidados começaram a chegar.

 

Quase uma hora e meia depois da festa começar todos os convidados
estavam servidos, cada um com seu copo e aos poucos vinham ao balcão para repetir a dose ou provar algo melhor. Aproveito o momento e coloco um pouco do whiskey em minha garrafinha de água. Me sento e beberico devagar a bebida. Sabia que aquilo que estava fazendo era errado, mas estava tão acostumada a estar levemente alcoolizada, que estar sóbria era estranho.

Estar sóbria significava não poder culpar o álcool toda vez que minha mente pregava peças ao repassar a minha luta com Niklaus e tudo o que eu sofri no período que trabalhei para a S.H.I.E.L.D. No momento que termino de beber, escondo a garrafa na parte de baixo do balcão e volto a minha atenção para os convidados.

Todos estavam elegantemente vestidos, eram pessoas ricas, podia ver suas joias e relógios luxuosos. Definitivamente haviam muito dinheiro envolvido nesse evento e me pergunto porque contrataram a minha empresa. Quer dizer, não tínhamos um serviço ruim, mas no máximo fazíamos festas de casamento, nada muito chique.

Antes que pudesse devanear gritos ecoam pelo salão de mármore meticulosamente decorado. Vasculho com o olhar os meus arredores e vejo os convidados correndo de um lado para o outro, não sabia o que estava acontecendo e essa incerteza fazia o meu coração acelerar como nunca.

Finalmente meus olhos encontram o motivo de toda a confusão. Vejo o anfitrião da festa largado em uma mesa em forma de cavalo com algo peculiar faltando. Seu globo ocular não estava onde deveria estar. O machucado era tão grotesco que tive que conter o álcool se revirando no meu estômago.

— Merda! — Esbavejei, pulando por cima do balcão e alcançando os convidados.

Apesar de serem abastados monetariamente falando, todos ali pareciam baratas tontas, correndo de um lado para o outro e errando a óbvia saída. Me aproximo de uma fila grande e mal formada, ajudando os outros garçons a guiarem as pessoas para fora.

— Todos para fora! — Grito em alemão — Formem uma fila e saiam. Agora!

Depois de alguns segundos ordenando a saída tento alcançar o meu celular para ligar para a polícia, mas antes que pudesse pegá-lo, alguém se choca contra mim, empurrando-me contra as diversas escadas que davam entrada ao museu. Preciso me concentrar em ficarem pé, descer a escadaria com cuidado para não ser pisada pelos convidados. No meio disso vejo meu celular voar e cair nos degraus, sendo esmagado por um salto Louboutin.

— Ótimo! — Rosnei, chegando até a calçada e olhando para o que era para ser o meu celular.

Reviro os olhos e continuo o meu trabalho de realocar as pessoas da festa, levando-os até uma pracinha, logo na frente do museu. Todos pareciam bem, alguns levemente assustados e outros em pânico, mas sem nenhum ferimento. Meu coração batia rápido, fazia anos que não presenciava um atentado ou o que quer que seja aquilo. Meus instintos afloravam e eu sabia que se eu não me controlasse meus poderes iriam vir á tona e todo o meu disfarce ia pro lixo.

“Preciso manter a calma”, falo para mim mesma.

Ouço o carro da polícia se aproximar, respiro fundo, feliz por alguém ter conseguido ligar para a polícia. Mas minha alegria e tranquilidade vão por água abaixo quando escuto um estrondo. Me viro rapidamente, rezava para os policiais terem atirado uma bomba no maníaco que estava alastrando todo esse caos. Entretanto, quando olho para trás e vejo a minha cervejaria preferida pegando fogo, chamas altas emanavam do local por causa da quantidade de álcool vendida.

— Sério? — Resmungo sentindo o meu coração cair até o meu estômago.

Puro ódio começa a fluir pelo meu corpo, esfriando meu sangue e congelando as minhas veias. Procuro a boa alma, para não falar outra coisa, que fez esse estrago. Queria socá-lo e mandar ele entrar na distribuidora de bebidas, buscar o sr. Husfter e uma caixa da minha cerveja negra deliciosamente preparada pelo dono.

Meus olhos encontram uma figura masculina com chifres na parte da frente da praça, usando um cajado que mais parecia ser feito de ouro. Atrás dele estava o carro da polícia em cima do telhado da cervejaria em chamas. O que eu mais queria naquele momento era saber se o senhor Husfter estava bem e são e salvo.

— Ajoelhem-se perante mim — O indivíduo fala, atrapalhando a minha oração.

Ninguém obedece. Não sei se não o obedeceram por medo ou por vergonha do terrível traje que ele usava. Só sei que não ajoelhei por puro ódio.

— Ajoelhem-se! Já! — A figura grita e dessa vez todos obedecem

Estou confusa. “ O que está acontecendo?”, penso. Procuro algum sinal de policiais mas não há ninguém. Há somente as repetidas figuras do homem com chifres, vários hologramas de si mesmo. Petulante e egocêntrico. Meu joelho encontra o chão da praça enquanto o fuzilava com o olhar.

— Assim não é mais fácil? — Fala o homem começando a caminhar
entre as pessoas e felizmente eu estava mais distante no meio da multidão— Esse não é o estado natural de vocês?

“ Do que ele está falando?”, penso. Cerro os punhos com tanta força que sinto minha pele rasgar.

— É a verdade não dita da humanidade: vocês anseiam por submissão...

“Oi?”, esbravejo mentalmente “Quem essa Rena pensa que é?!”.

— A atração pela liberdade diminui a alegria da vida de vocês em uma
luta por poder, por identidade — Ele continua — Vocês foram feitos
para serem dominados!

“Essa já é demais”, penso. Já basta ter perdido 8 anos da minha vida na maldita SHIELD e agora tenho que ouvir essa besteira toda. Meu poder flui por completo e nesse momento percebo que minha aparência. Olhares queimavam na minhas costas denunciando que eu estava incapaz de esconder a minha verdadeira identidade.

Sabia que meu cabelo estava totalmente branco e meus olhos, roxos.

Me levanto e olho em direção ao homem.

— Está vendo aquele prédio ali? — Aponto para a cervejaria em chamas.

— Sim — Ele retruca indiferente.

— É a melhor cervejaria do mundo e eu não posso te deixar sair impune — Digo deixando que meu poder forme uma lança de gelo, com sua ponta sendo tão afiada quando uma navalha.

 “Só espero que a SHIELD não me ache”, rezo com o coração apertado, mesmo sabendo que estava apenas tentando evitar o inevitável.

— E quem é você?

— Do que isso importa? — Retruquei, segurando com força a lança, o gelo não me incomodava.

A Rena me encara e sorri maliciosamente. Ele era estupidamente bonito, mas era um maníaco. Se ele não tivesse destruído a cervejaria nem arrancado o olho do anfitrião do evento, poderia até ousar dizer que o namoraria.

— Você deve ser Aloy Valois, ou mais conhecida como Frostbite — Ele fala — Barton me disse tudo sobre você. Inclusive que era para estar
morta.

Uma cratera se abre debaixo de mim e me sinto ser sugada para dentro da terra. Como ele tem esse tipo de informação? Meus dados são arquivos secretos da S.H.I.E.L.D e um homem fantasiado usando hologramas para assustar um monte de gente não deveria ter acesso a esse tipo de informação. E quem diabos é Barton e como ele sabe tanto sobre mim?

Katherina teria muita coisa para explicar.

— Parece que esse Barton não lhe disse tudo — Rosnei, caminhando pela multidão, eu não tinha medo de um homem fantasiado — Não está vendo? Estou bem viva!

Aperto a lança, no intuito de atirá-la, mas antes que eu pudesse atacar a Rena faz o primeiro passo. Ele ataca e eu, imediatamente, faço uma parede de gelo usando o meu poder. Mantive os olhos abertos o tempo todo e me espanto quando algo azul cai do céu e para na minha frente.

Quando a imagem se tornou clara, vejo homem estupidamente alto e musculoso perto de mim, carregando um escudo com estampa dos Estados Unidos (assim como o seu uniforme).

"O que há com esses homens fantasiados?", revirei os olhos desfazendo o gelo antes que o americano pudesse olhar para mim.

— Quem é você? — Indaguei, observando seu cabelo loiro e olhos azuis.

Ele me olha de cima para baixo, analisando-me.

— Estava esperando um “obrigada” — Ele diz.

Reviro os olhos. "Obrigada pelo que?", minha mente dava pirueta. Certamente esse homem era cego. Porém, antes que eu pudesse pestanejar, o cara com o escudo avança contra a Rena, socando-o com força.. Os cidadãos saem correndo, fugindo, obviamente, do homem com o cetro.

Olho ao redor e...

— Droga... — Sussurro ao ver um rosto que conhecia e sabia que estava
furioso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado



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