Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 13
Sentimentos em Conflito


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Tive uns compromissos ontem e não deu para postar. Só consegui terminar hoje, mas o capítulo da semana está aí. Espero que gostem! :)



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—Espera - Anne ainda estava pasma diante do que acabara de ouvir - Está dizendo que a Ema vai fazer de tudo para me juntar com aquele imbecil do Luciano?

—Se ela realmente viu que vocês têm futuro como casal, é isso mesmo - confirmou Kelly.

—Isso é absurdo demais! - exclamou Anne - Por que alguém se daria ao trabalho de fazer isso?

—Bem, a Ema tem a péssima mania de achar que sabe o que é melhor para as pessoas - disse Kelly - Está vendo aqueles dois ali?

Kelly apontou para um casal de alunos que estava conversando de mãos dadas sentados em um banco.

—Eles são de turmas diferentes e nunca tinham conversado um com o outro até o dia em que Ema acreditou que eles combinavam. O resultado é que ela fez tanto a cabeça dos dois que eles acabaram namorando um mês depois - disse Kelly.

—Não pode estar falando sério - retrucou Anne.

—Mas é isso mesmo - insistia Kelly - Essa é a Ema.

—Essa menina não tem uma louça pra lavar, não? Por que ir tão longe para juntar casais? - Anne ainda não conseguia acreditar no que estava ouvindo.

—Bem, a Ema é linda, rica e inteligente - disse Kelly - Mas parece que ela mesma não quer se envolver com ninguém.

—Por quê? - perguntou Anne.

—Então, acho que é alguma coisa com o pai dela - explicou Kelly - Ela é filha única e a mãe dela morreu cedo, daí ela dedica atenção total ao pai, evitando namorar.

—O pai dela é ciumento, então?

—É mais carente do que ciumento. Ema tem medo que o pai fique mal por ela dividir a atenção dele com um namorado ou algo assim.

—E ela desconta arranjando compromisso para os outros? É isso?

—É, mais ou menos isso - disse Kelly.

“Onde eu fui amarrar meu burro?”, pensou Anne.

—Mas, calma - disse Kelly - A Ema pode te encher um pouco com isso, mas se aparecer algum outro casal promissor ela vai acabar te deixando em paz. Não se preocupe tanto. A Ema é gente boa, um pouco excêntrica, mas gente boa.

“Estou começando a perceber um padrão aqui”, pensou Anne.

Por falar em Ema, ela resolveu adiantar um pouco as coisas com o outro lado, no caso, Luciano, que, por sua vez, estava tentando ensaiar um pouco mais em seu violão antes da aula começar.

—Eu tiiinha...uma galiiinha...que se chamaaava Meriluuu! - cantava Luciano e, por alguma razão, não tinha muita gente em volta. Ema se aproximou com uma expressão de desgosto. O rapaz era muito desafinado mesmo.

—Oi, Luciano? - cumprimentou ela.

—Ema? O que foi? - disse ele.

—Nada. Só queria saber...o que você está achando da nossa colega nova?

—A Anne? - perguntou ele - Ah, é uma chata de galocha!

—Sério? Vai, você não acha isso mesmo, acha? - provocou Ema.

—Acho. Acho sim.

—Fala sério, vai? Vai dizer que nem achou ela bonita?

Luciano hesitou um pouco para responder essa.

—Bem, de fato, não é feia.

—Ah, sabia. Sabia. É claro que você acharia isso. A menina é uma gracinha mesmo!

—Claro, não sou cego - reclamou Luciano - Mas isso é só embalagem. Essa menina só me trouxe encrenca desde que chegou aqui. Não quero papo com ela. Pior que além de estudar na mesma sala, ainda sou vizinho dela!

—Vizinho? Sério? Então vocês têm mais chances de se conhecerem melhor.

—Não quero. Além disso, ela também não vai com a minha cara!

—Ai, como você é cabeça dura! Você acha mesmo que ela não gosta de você?

—Do jeito que ela me trata, é o mais óbvio.

—Luciano, Luciano, você não entende muito de meninas, não é?

—Do que você tá falando?

—Já percebi que a Anne ainda não tem muita experiência com relacionamentos. Ela ainda está meio nervosa com os sentimentos dela e acaba expressando justamente o contrário do que realmente quer.

—Onde você tá querendo chegar? - Luciano parecia nervoso.

—Escuta. Acho que o jeito da Anne te tratar é mais um mecanismo de defesa do que má intenção. Ela está assustada com os próprios sentimentos e implica com você para tentar tirar isso da cabeça, mas a real é que ela deve ter algum interesse.

Luciano ruboriza um pouco.

—Você tá inventando isso. Toda vez que falei com ela só levei pancada. Não acredito.

—Olha, eu sou boa em perceber sentimentos. Estou falando. Ela tem interesse, sim. Minha intuição está gritando!

—Não ouço nada da sua intuição, só da minha. E ela tá gritando mais alto e dizendo que aquela mina é problema!

—Luciano! Deixa de ser cabeça dura!

—Ah, larga do meu pé, vai - reclamou ele - Vou embora!

Luciano guardou seu violão e foi para a sala. Apesar do sinal tocar exatamente naquela hora, Ema ainda ficou um pouco ali. Ela estava com essa ideia fixa na cabeça.

“Pode fugir agora, mas confio na minha intuição. Vocês se gostam, sim! E eu vou fazer vocês perceberem isso”, pensou ela.

Enquanto isso, na sala de aula. Anne chegou acompanhada com Kelly. Enquanto elas comentavam algo sobre a lição de matemática, Ian se aproximou mais uma vez.

—Querida Anne - disse ele - Espero que não tenha se esquecido do meu convite.

—Ian, você falou comigo há menos de quinze minutos - falou Anne.

—Sim. Só queria relembrá-la. Mal posso esperar por amanhã - disse ele.

—Bom, se depender de você nunca vou esquecer mesmo.

Luís já estava na sala com a cabeça baixa ouvindo aquilo. E é claro que ele não estava nada satisfeito com a situação.

“Jantar, jantar…”, pensou Luís. “Não acredito que a Anne vai sair com aquele cara e...espera, não, ainda não perdi. Ainda posso fazer alguma coisa. Se o jantar for um desastre, a Anne nunca vai querer nada com o idiota do Ian. Sim, é isso. Vou dar um jeito de estragar esse encontro”

O que será que vai sair disso?


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