Vila Baunilha escrita por Metal_Will


Capítulo 11
Quem chegar por último é...


Notas iniciais do capítulo

E estamos de volta! Tenha uma boa leitura! ;)



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No dia seguinte, Luciano foi para escola com seu violão, com a intenção de praticar nas horas vagas. Ao chegar no pátio, encontrou seus amigos Luís e Carioca (dessa vez, ele chegou cedo).

—E aí? - cumprimentou Luciano.

—O que é isso? Por que trouxe um violão para a escola? - perguntou Luís, claramente curioso.

—Ah, decide praticar – explicou Luciano – Vou começar a fazer apresentações lá na lanchonete.

—Boa ideia – falou Carioca – A comida da sua lanchonete é uma gororoba só.

—Gororoba que vocês vivem comendo – reclamou Luciano – Não reclamem.

—Bom, é barato, né? Aí compensa – explicou Carioca – Mas aí, não sabia que tu tocava violão, cara.

—Estou meio enferrujado – disse ele – Querem uma palhinha?

—E a gente tem escolha? - perguntou Luís.

—Ah, deixa de ser chato, Luís. Vai, Luciano, toca um sambinha aí – disse Carioca.

—Lembro que eu sabia tirar umas músicas mais populares – falou Luciano, já tirando o violão da capa – Sabia tocar “Asa Branca” do Luís Gonzaga.

—Manda aí – encorajou Carioca.

Luciano sentou em uma pequena mureta nas proximidades e começou a tocar algumas notas e cantar.

—“Quando olhei a terra ardeendo...” - mas Luís fez questão de interromper a desafinada performance de Luciano antes que ele pudesse terminar o primeiro verso.

—Para, para, pelo amor dos meus ouvidos! Para! - reclamou o garoto.

—O que foi? Eu nem comecei! - reclamou Luciano.

—Não precisa continuar para saber como você é ruim nisso – disse Luís – Você precisa aprender a tocar violão primeiro.

—Eu disse que tava meio enferrujado – balbuciou Luciano.

—Quando tu pretendia se apresentar? - perguntou Carioca.

—O quanto antes – respondeu Luciano.

—Vai precisar praticar mais – disse Carioca – Dessa vez tô com o Luís.

—Bom, é só desenferrujar, né? - falou Luciano.

—Desenferrujar muito - reclamou Luís.

—Tá legal. Não vou desanimar. É para isso que existem tutoriais na Internet, não é? - falou Luciano, sem se deixar abalar – Serei o mestre do violão. Vocês vão ver só!

Nisso, Anne e Briana estavam chegando na escola. Briana acenou de longe para os meninos, mas Anne fez questão de expressar sua cara de insatisfação. Era óbvio que ela ainda não havia esquecido suas suspeitas sobre Luciano.

—Ah, é a Anne! - disse Luís, olhando para a garota como se corações estivessem em seus olhos – É hora de colocar meu plano em prática.

—Que plano? - perguntou Carioca.

—Vou convidá-la para sair – explicou Luís – Pesquisei as melhores abordagens de convidar uma garota para sair e joguei em uma simulação computacional avançada. A simulação previu até as possíveis respostas dela.

—Essa é fácil. Sim ou não – disse Carioca.

—Você pensa muito pequeno, Carioca – reclamou Luís.

—Ué? Tu não jogou no computador? Computador é binário, não é? Só lida com 0 e 1. Li isso em algum lugar – disse Carioca, coçando a cabeça.

—Você está pensando em nível básico. Precisa abstrair mais e pensar em mais possibilidades. Computadores conseguem fazer muita coisa hoje em dia! - disse Luís, sentindo-se confiante.

Bem ou mal, Luís parecia ter um bom acesso a tecnologias, mesmo em um lugar não muito tecnológico como Vila Baunilha. Na mesma hora, o garoto correu na direção de sua amada para fazer seu convite. Luciano apenas balançou a cabeça.

—Não sei o que o Luís vê naquela menina – comentou Luciano.

—A mina é gatinha, né? - disse Carioca.

—De que adianta ser bonita, mas insuportável? - rebateu Luciano, voltando a praticar no violão – Espero que ela não magoe o Luís.

Na verdade, Anne não teria como magoar Luís, pois na mesma hora em que o garoto ainda estava atrás dela, Ian apareceu na frente dela.

—Bom dia, minha bela princesa Anne – disse Ian – Seu príncipe acaba de chegar.

—Príncipe? - estranhou Briana – Nossa. Que romântico.

—Não dá trela, Briana – sugeriu Anne.

—Mas se você é princesa, então eu também sou – disse Briana – Afinal, somos irmãs.

—Claro que sim – disse Ian, acariciando o cabelo de Briana – Você também é uma linda princesa.

—Ah, que demais – falou Briana satisfeita.

—Seja como for, bom dia – disse Anne.

—Bom dia. Serei direto, como um bom cavalheiro deve ser – disse ele.

“Caramba, que figura. Ele é desse século mesmo?”, pensava Anne.

—Gostaria de jantar comigo amanhã à noite? - perguntou Ian.

Luís chegou bem na hora em que Ian fez esse convite.

—Ah, não! - reclamou Luís – Isso não!

Anne olhou para trás com estranhamento.

—Algo de errado, caro Luís? - perguntou Ian.

—Eu...eu… - Luís não conseguia encontrar palavras – Eu não tinha previsto isso.

—Bem, dizem que as garotas gostam de homens imprevisíveis – falou Ian.

“Minha simulação não levou em conta que Ian poderia intervir. Droga!”, pensou Luís.

—Então, querida Anne. Gostaria de jantar com minha família, na minha casa, amanhã à noite. Gostaria de convidá-la hoje mesmo, mas meus pais têm um compromisso – explicou Ian.

—Quer que eu jante na sua casa? - estranhou Anne – Tão formal assim?

—É de bom tom apresentar a moça em que está interessado para a família, não acha? - disse Ian – Meu pai, o prefeito da cidade, certamente ficaria honrado de conhecer uma das mais novas moradoras do município.

—Não, não aceite – disse Luís – Eu...eu…

—O que foi, Luís? Se tem algo a dizer, diga logo – reclamou Ian.

—Eu não vou me render tão fácil. Não é um jantar que vai conquistar a Anne. Você vai ver. Vou fazer uma simulação bem melhor dessa vez! - disse Luís, saindo dali revoltado.

“Não entendi foi porcaria nenhuma”, pensou Anne.

—É um bom garoto. Excêntrico, mas um bom garoto – comentou Ian.

“Você é a última pessoa que pode chamar alguém de excêntrico”, pensou Anne.

—Que demais. Você tá sendo convidada para jantar na casa do prefeito – disse Briana – Você vai, né, maninha?

—Ei, quem tem que decidir isso sou eu – reclamou Anne.

—Então você não vai? - perguntou Ian – Seria uma decepção muito grande para os meus pais e…

—Espera - interrompeu Anne - Não foi isso que eu disse, eu…

—Então posso entender que é um sim – interrompeu Ian – Ótimo. Espero ansioso para amanhã à noite.

Parece que, no final das contas, não foi a própria Anne que tomou sua decisão.

—Tá. Tudo bem, vai. Mas é só um jantar. Não estou assumindo nenhum compromisso sério com você e nem nada – disse Anne.

—Claro. Entendo perfeitamente – disse Ian.

—Entende mesmo? - perguntou Anne – Então, tá. Posso levar a Briana comigo?

—Posso ir junto? Mesmo? - disse Briana, alegre.

Ian não conseguiu disfarçar uma leve expressão de decepção em seu olhar.

—Bem, por que não? - concordou Ian – Acho que minha irmã ficará contente de receber visita de uma coleguinha.

—Oba! - comemorou Briana.

—Então combinado. Amanhã à noite – disse Anne – Bem, preciso passar no banheiro antes de ir para a sala. Briana, vá para a sua sala direitinho, tudo bem?

—Claro – disse Briana.

Anne sai de cena, deixando apenas Ian e Briana por ali.

—Diga, princesa Briana – disse Ian, se abaixando e olhando para Briana.

—Hã? O que foi?

—Acha que...sua irmã se apaixonaria por mim? - perguntou ele.

—Você é bonito – disse ela – Então, acho que sim. Mas minha irmã não fala muito do tipo de menino que ela gosta. Como ela nunca namorou ninguém, não sei.

Ian parece ter gostado de ouvir aquilo.

—Nunca? Isso é bom – disse Ian – Serei o primeiro homem da vida dela. Princesa Briana, tenha uma boa aula. Mal posso esperar para amanhã à noite!

E Ian também saiu feliz e saltitante por ter tido sucesso em seu convite.

—Ele é engraçado – comentou Briana consigo mesma, dando meia – volta e vendo seu colega de sala Beni andando sorrateiramente próximo às paredes – Beni?

Beni olhou para Briana e voltou a andar normalmente.

—Ah, oi, Briana.

—O que está fazendo?

—Estava treinando minha invisibilidade – disse ele – Mas você me viu, então não estava dando certo.

—Invisibilidade? Esse é o seu poder, então? - perguntou Briana.

—Estou testando ainda – falou ele – Acho que se treinar mais, posso confundir a mente das pessoas para que não me vejam.

—Bem, ainda estou te vendo – disse Briana, sorrindo.

—É. Eu sei. Vou treinar mais – reclamou Beni.

Enquanto isso, Anne estava saindo do banheiro quando deu de cara com uma de suas colegas de sala, Ema.

—Ah, Anne – disse ela.

—Você era a Ema, né? - perguntou Anne.

—Eu mesma. Que boa memória – elogiou a garota – Soube das novas. Vai sair com o Ian, heim?

“Ele já deve ter espalhado para Deus e o mundo”, pensou Anne.

—Sobre isso...posso conversar com você um pouquinho? - perguntou Ema.

O que ela poderia querer?


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Notas finais do capítulo

Espero postar no próximo domingo. Até lá! :)



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