Os Volturi estavam chegando, foi o que eu ouvi meu pai adotivo dizer antes de me colocar em um carro a caminho do aeroporto. Eu sabia que aquilo era um adeus, não era preciso dos meus poderes telepáticos para ver o que estava se passando na cabeça da minha família, a fama de destruição dos Volturi se espalhava entre os vampiros em cochichos baixos. E, eu não era mais uma criança, agora com os meus 20 anos de idade havia chegado a hora de me transformar em vampira, porém esse não era o meu desejo, eu queria mais do que uma vida solitária e fria, eu queria viver um grande amor ter meus próprios filhos ser alguém normal.

— Uma vida normal.

Sussurrei para mim mesma, sentindo o vento fresco do outono bater em meu rosto, enquanto seguia de carona na traseira da caminhonete, de um mercador que estava a caminho de Forks. Já fazia aproximadamente um mês e meio que minha família adotiva foi assassinada pelos Volturi, e desde então vivo em constante fuga, me movimentando de cidade em cidade sem chamar muito a atenção.

— Uma piada sonhar com algo normal, nas minhas condições atuais.

Dou de ombros e coloco meu óculos escuros, quando percebo que estamos chegando na cidade. Observo a placa escrita, bem vindo a cidade de Forks, me encolho um pouco na carroceria da caminhonete quando o veículo passa em frente a delegacia, e poucos metros a frente o motorista para em seu destino onde eu desço.

Pego minha única mala, agradeço o motorista que sorri para mim e assim seguimos caminhos diferentes. Posso ser chamada de maluca ou algo do tipo, pois pegar carona com estranho quase sempre acaba mal, no entanto para mim era necessário continuar sempre em movimento. Caminhando em silêncio pela calçada, estou sempre atenta a tudo ouvindo o pensamento de todas as pessoas a minha volta a procura de perigo. Na maioria das vezes eu tentava evitar entrar na cabeça das pessoas, pois acreditava estar invadindo a privacidade alheia, sem falar que era enlouquecedor ter milhares de vozes falando dentro da minha cabeça.

Com um frenesi de vozes tagarelando em minha mente, sinto meu sangue congelar ao sentir um pensamento direcionado a mim. Discretamente ergo a cabeça para tentar encontrar quem havia me reconhecido, sem poder encontrar um possível suspeito adentro rapidamente uma livraria, sentindo meu coração acelerar em meu peito.

— Alguém me encontrou.

Pensei enquanto tentava me esconder entre as prateleiras de livros. Minhas pernas tremiam enquanto eu sentia os pensamentos invadiram minha cabeça, eram três pessoas que estavam à minha procura isso eu conseguia identificar, duas mulheres e um homem entraram na mesma livraria seguindo meu rastro, certamente eles não eram humanos e isso me causava mais medo ainda. Por entre os livros da prateleira pude ver o homem alto de cabelos loiros e pele pálida.

— Achei você!

Uma mulher baixinha de cabelos escuros e curtos parou ao meu lado enquanto fazia sinal chamando os outros dois para perto de mim. Meu corpo tremeu como nunca antes e meus olhos se encheram com lágrimas que eu segurei.

— O que vocês querem de mim? - Dei dois passos para trás sentindo meu corpo esbarrar no homem loiro.

— Fique calma. - O homem falou, e no mesmo instante meu corpo começou a relaxar sentindo aquela onda de paz. — Estamos aqui para te ajudar!

— Meu nome é Alice Cullen, estamos do seu lado. - A vampira sorriu amigável.

Com meu corpo mais sereno pude entrar no pensamento de Alice Cullen e ler a verdade com clareza, os três eram vampiros e por algum motivo estavam desejando me ajudar.

— Eu me chamo Esme Cullen. - A mulher de cabelos cor marrom caramelo sorriu para mim e segurou minhas mãos com carinho. — Qual é o seu nome?

— Sou… - Parei por alguns instantes antes de dizer meu nome, então suspirou mais uma vez garantindo que estava mesmo com pessoas confiáveis. — Sou Hope Adams!