O dia 26 de Novembro foi marcado por um grande marco histórico para a evolução científica. O primeiro astronauta que havia pisado em Marte, retornara após um ano de missão. Seu nome ficaria conhecido, assim como o Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na Lua. Ele, Hyuuga Neji, fora o primeiro a pisar em Marte. Com apenas vinte e sete anos, realizou tal ato histórico.
Cumprimentou os companheiros de viagem, dois outros astronautas que viajaram consigo, mas que não se aventuraram nas terras marcianas. Cumprimentou amigos, aqueles que estiveram dia após dia checando para que tudo ocorresse bem. Acenou para as câmeras, repórteres e jornalistas. Era um gênio e agora famoso, teria que se acostumar com isso.
Lander InSight, a nave espacial utilizada, trezentos e setenta e oito dias após sua partida, havia finalmente tocado o chão terrestre com êxito. Pouco mais de um ano de missão e haviam feito história, três astronautas tão jovens que a soma de suas idades não daria um século.
— Hyuuga Neji, agora que retornou à Terra, qual a primeira coisa que pensa em fazer? — um repórter que segurava um microfone com a logotipo de uma grande emissora de TV lhe indagou, era o seu primeiro contato com o mundo após tanto tempo de quase solidão.
— Tomar um banho. — brincou, causando riso.
Era brincadeira, claro, havia outra coisa que desejava mais do que qualquer coisa. Rever sua esposa, poder tocá-la para além de apenas uma fotografia ou lembranças, apenas o que tinha no espaço. A quem sempre estivera ao seu lado e sempre lhe apoiou. Mesmo com os riscos da missão. Ela apoiou seus sonhos. Entretanto, também não queria revê-la sem tomar um banho digno depois de doze meses sem estar abaixo de um chuveiro.
Levou pelo menos mais um dia para ser liberado. Como faziam relatórios constantes e sempre se comunicavam, não seria necessário relatar em palavras por enquanto.
No dia seguinte, já estava de pé em frente à residência que era sua. O gramado, o caminho de pedra e até a garagem vazia, tudo continuava como se lembrava. Era como se nunca estivesse ficado longe. No segundo seguinte que parou o carro, a mulher de cabelos castanhos abriu a porta branca e veio correndo em sua direção. Era a cena mais linda que já vira, que não cansava de ver nunca. Ela.
Estava com os cabelos soltos e um vestido que chegava um pouco abaixo dos joelhos, ele via os olhos castanhos banhados em lágrimas. Seu nariz fino tinha a ponta vermelha e seus dentes estavam trincados. Agarrou-se ao homem que amava como se sua vida dependesse disso. Fechou os olhos ao sentir os braços finos rodearem seu pescoço e o rosto afundar naquele choro que expressava saudade, amor e mais outros turbilhões de sentimentos. Sentia a esposa soluçar em seus braços, profundamente. Tanto sentimento expressado naqueles dedos finos que se afundavam em sua pele como se pudesse juntar os corpos, Neji percebeu que suas unhas estavam curtas.