O Labirinto escrita por Kaline Bogard


Capítulo 8
Novo acordo firmado


Notas iniciais do capítulo

Bom dia ♥



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— Febre do Sabugo — sussurrou estupefato — Atinge apenas Alphas, evoluiu em ciclos e enfraquece o corpo do shifter, por isso leva a morte. Eu sei, minha irmã pegou essa Febre. Mas ela tem cura. Hana-nee não ficou nem uma semana doente.

Mal terminou de falar isso e sentiu o olhar dos três shifters presos em si. Aburame Shino e os dois adultos não acreditaram no que tinham acabado de ouvir.

Kiba estufou um tiquinho o peito, feliz em estar no centro das atenções. Na verdade foi fitado como se fosse algum tipo de autoridade. Sentiu-se importante.

— Febre do Sabugo? — Kurenai sussurrou — Nunca ouvi falar.

— E como cura? — a indagação partiu de Shino.

— Chá de Artemísia — Kiba assumiu ares de doutor. Percebeu a dúvida na face dos outros shifters. Seria possível que não conhecessem a plantinha? — Rainha-das-Ervas? Losna pra combater os parasitas? Caralho, gente. Ela nasce na beira dos lagos…

Era uma planta tão comum fora do labirinto… pensamento que fez o Ômega entreabrir os lábios de surpresa. Talvez algumas coisas fossem raras ali dentro. O local era cheio de mistérios…

— Me leva até o lago — Kiba pediu — Eu mostro pra vocês.

Shino concordou com um aceno de cabeça. Kiba sentiu como ele se encheu de esperanças. Foi mais ou menos como senti-lo se decepcionar ou ficar incrédulo! Era desconcertante.

— Venha comigo — o Alpha indicou a saída.

Kurenai os acompanhou até a porta, onde se despediu de Kiba com um abraço. Tinha um sorriso iluminado no rosto por compartilhar a mesma esperança que dominou Shino.

Fizeram o caminho por dois portais, saindo no grande lago que Kiba já conhecia.  A vista calma e bonita o impressionou pela segunda vez. Assim como a viagem saltando no espaço.

— Caralho, esses portais são bem úteis — suspirou — Deve ser ótimo saber onde ficam.

— Sim — a resposta foi curta, inversamente proporcional a ansiedade que Shino sentiu e que Kiba percebeu. Não quis acreditar, mas era óbvio que um vínculo nascia entre ele e o Alpha. Algo que nunca lhe aconteceu antes. Fingiu que não sentia aquilo, por não saber como lidar.

Juntos aproximaram-se da margem, mas Kiba não precisou olhar muito. Nenhuma das plantas que cresciam por ali era a que precisavam.

— Não tem mesmo.

— E nós não podemos atravessar o portal para o lado exterior — a voz de Shino traia sua derrota. Havia cura para seu pai e para os demais doentes, até então chamados de amaldiçoados. Porém tal cura estava fora do alcance.

Kiba tentou se fazer de indiferente. E ele conseguiu. Por dois ou três segundos. Logo sua natureza foi mais forte, o fazendo oferecer sem poder evitar:

— Eu trago pra vocês — sorriu — Eu posso ir até o lado de fora buscar um pouco de Losna. Dai você cultivam aqui. Posso até ensinar como preparar o chá. Que me diz?

— Tem certeza? O que vai querer em troca?

O Ômega deu de ombros.

— Acho que não quero nada. Se eu pensar em algo te digo, combinado?

— Combinado — Shino concordou depressa.

Qualquer preço era pequeno se pudesse salvar a vida de seu pai.

—--

A dupla ficou por perto do lago, aguardando o momento certo para que o portal externo aparecesse. Então Shino guiou Kiba pelos portais internos, até o principal, naquele ponto em que Shino o raptou e o levou para longe dos amigos.

— Eles atravessaram? — Kiba perguntou. Teve medo que Naruto e os demais resolvessem procurá-lo, correndo o risco de se perder no labirinto.

— Provavelmente — Shino respondeu. Não tinha como saber a resposta com certeza.

— Então se eu atravessar aqui vou sair no País da Ametista?

— Sim, esse é o caminho correto. Tente voltar no mesmo horário amanhã. Porque apenas o lado de dentro se fecha, se vier de fora e passar em outro horário pode atravessar em um lugar diferente.

— Caraca! Isso é bem complexo…

Kiba olhou para onde Shino indicava. Não podia ver nada. Se o Alpha não o guiasse, nunca encontraria a saída, a não ser na sorte. Hesitou por alguns segundos. Nem parecia aquele Ômega que poucas horas atrás estava desesperado para fugir dali! Como um erro de comunicação podia ser tão maléfico?!

Tal hesitação não tinha apenas a ver com isso. Kiba se deu conta de que “medicou” os Alphas e ofereceu um diagnóstico baseado em sintomas que conhecia. E se aquela “maldição” não fosse Febre do Sabugo? E se o chá de Artemísia não ajudasse? E se…

— Obrigado — a voz de Shino tirou Kiba das reflexões preocupadas.

— Eu… — o garoto começou, sem saber como trazer a tona a possibilidade de ter errado.

— Por ao menos tentar — Shino completou o agradecimento, um segundo antes de espalmar a mão nas costas de Kiba e empurrá-lo através do portal que acabara de materializar-se.

Inuzuka Kiba sentiu quando saltou no espaço, uma passagem tão forte de magia que transpassou-lhe o corpo. Ficou um pouco perdido, meio tonto por alguns segundos mergulhado em forte sensação de gratidão que sabia não ser sua, pois era algo que fluía através de um vínculo invisível que se rascunhou entre ele e o Alpha.

Culpa do coração molenga que tinha, suscetível ao sofrimento alheio.

Até que sentiu uma mão pesar em seu ombro e várias pequenas mãos abraçarem-lhe as pernas. Nem precisou abrir os olhos para adivinhar a cena: a mão firme em seu ombro era de Naruto, cujo chacra inconfundível o recepcionou. Aqueles pequeninos que o abraçaram eram os filhotes Ômegas, tão felizes por vê-lo atravessar a passagem mística que correram para saudá-lo.

— Esse idiota não quis arredar o pé daqui — Sasuke resmungou de mau modo, a presença acolhedora dizendo justamente o contrário. A dificuldade de lidar com os sentimentos nunca mudaria.

— Sabíamos que voltaria Kiba-kun — a voz baixinha de Hinata combinava com o sorriso singelo. Ninava o bebê nos braços, embora a criança mantivesse os olhinhos atentos em Kiba, como se também o recepcionasse com alegria.

— Aquele Alpha sacana não ia te aguentar nem cinco minutos! Eu sabia que ia levar um pé na bunda rapidinho! — Naruto debochou. O tom de voz era puro alívio.

Eles seguiram as instruções de Aburame Shino e saíram do lugar sobrenatural. Mas Naruto não teve coragem de ir embora e largar um companheiro a própria sorte. Fazia planos de entrar sozinho para procurar por Kiba, caso ele não saisse por conta própria em até vinte e quatro horas, prazo para respeitar os horários em que estavam atravessando. Não sabia como os portais funcionavam, por via das dúvidas era indicado respeitar os padrões. Naruto sentiu-se responsável por não prever o rapto vindo. Confiou demais no Alpha desconhecido, e isso colocou um dos companheiros em perigo.

Kiba afagou o cabelo dos pequeninos, olhando em volta distraído. Reconheceu fácil a paisagem, sabia que ali por perto não encontraria nenhum lago.

Então respirou fundo.

— Obrigado, pessoal, por esperar por mim. Essa história começou meio fodida, mas vocês não vão acreditar no que aconteceu… — havia mistério naquelas palavras, que despertou a curiosidade do pequeno grupo de shifters. O Ômega sentou no chão e foi imitado pelos demais, interesse competindo com o júbilo por tê-lo de volta. As crianças sentaram-se bem pertinho, algumas fungando, outras limpando os olhos cheios de lágrimas. Sentiram muita falta do rapaz que brincava com eles! O Ômega forte que enfrentava Alphas e ajudava a salvar vidas!

Conquistando olhares atentos, Kiba contou com riqueza de detalhes o que passou desde que foi cercado por aqueles insetos sugadores de chacra, ao desenrolar inesperado com a promessa que fez. Uma história digna de qualquer conto de fadas. E que ainda estava longe de acabar.


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Notas finais do capítulo

Alguém tinha duvidas que o Kiba ia vestir a capa de heroi e tentar salvar o dia?!!



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