O Diabo do Sertão escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 13
Uniões, despedidas e desejos


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Olhos fechados, ferimento limpo. Longe de todo o barulho e confusão, Antônio descansava. O sol jazia lá no alto quando a Lagoa da Esperança se despediu de um de seus líderes. Apesar de toda a dor que precedeu a sua morte, o homem de pele escura tinha uma expressão de calma e mansidão. Após clamar por sua mãe, sua face havia encontrado alguma espécie de prazer em seus últimos segundos de vida. Não havia ninguém ali que pudesse explicar aquilo, mas havia um sentimento compartilhado: alívio. Nem o padre, nem João, nem Maria ou Saulo, nenhum deles aguentaria ver um homem tão caridoso sofrendo de maneira desesperadora.

Ainda assim, a dor também era compartilhada. Tudo aconteceu tão rápido: o Diabo, os planos, os erros, o descontrole. E então a morte de Antônio e o despedaçar do grupo. Era estranho, quase como em um pesadelo do qual não se consegue fugir. Todos queriam acordar, mas sentiam-se presos àquela realidade a qual sabiam não pertencer, ou ao menos achavam isso. E não havia esforço que mudasse esse paradigma.

Agora, tudo que enxergavam era uma Lagoa da Desesperança. Estavam separados, distantes, despedaçados. José, Beatriz e Socorro foram para um lado. Paulo, Judite e Larissa para o outro. Com Antônio já sem vida, só restaram Miguel, João, Maria e Saulo. Que fim terrível! Lágrimas escorriam pelos tantos olhos, e os rostos molhados se contorciam em dor, tristeza ou culpa. Quem aparentava manter algum controle – ou pelo menos tentar – era Padre Miguel. O religioso chorava, mas sabia que tinha uma função ali: dar um rito digno ao homem que fora Antônio. Já havia até mesmo delegado funções: Saulo pegaria alguns pedaços de madeira, enquanto João o ajudaria a cavar uma cova e Maria organizaria os recursos restantes do assentamento.

Era sabido que não havia mais futuro ali, ao menos não naquele pedaço de terra amaldiçoado: os cangaceiros poderiam voltar, Marcondes poderia atacar e mais um milhão de coisas ruins poderiam acontecer. Deveriam partir, mudar os ares e buscar um novo lugar para chamar de lar. E isso partia o coração do padre em mil pedaços. Ele trabalhara duramente na construção da Lagoa da Esperança, no seu significado para os moradores e na mudança que o lugar proporcionava. Mas agora, tudo isso havia morrido com Antônio. “Meu erro”, o religioso amaldiçoava-se repetidamente.

Enquanto cavava a cova de seu amigo, João também umedecia a terra com suas lágrimas. A culpa não recaía apenas sobre o padre: o homem de um olho só sentia-se um covarde, um traidor. “Deveria ter aguentado mais”, pensava com pesar. E se tivesse inventado uma informação qualquer? E se tivesse segurado a língua por mais tempo e, quem sabe, conseguisse encontrar uma forma de fugir? Agora, depois da tragédia, várias janelas pareciam abertas. No entanto, era tarde demais. Tinha que pagar o preço: enterrar o homem que o recebeu tão bem e o ajudou a seguir com uma vida nova. Até mesmo o olho de vidro parecia se contorcer de tristeza naquele momento.

— Padre? — Saulo finalmente apareceu com alguns pedaços de madeira. Não era grande coisa: a intenção era fazer uma pequena cruz sobre o túmulo do bom velho. No entanto, os olhos vermelhos do jovem entregavam: já havia chorado em demasia. — O que o senhor pediu.

O adolescente posicionou os pequenos pedaços de madeira ao lado da cova, ao mesmo tempo em que reimaginava a cena de momentos atrás. Via-se pegando uma arma às escondidas, apontando-a cautelosamente na direção do assassino e finalmente disparando. Via a surpresa nos olhos do cangaceiro, ao mesmo tempo em que Diabo aproveitava a oportunidade, armava-se e terminava o serviço. Sim, poderia ter dado tudo certo. Ou talvez tal ação resultaria no simples massacre. Nunca saberia, e deveria viver o resto da vida com isso.

Ao mesmo tempo, Maria das Dores retornava com uma pequena caixa de suprimentos. Aproximou-se da carroça e colocou-a ali. Pronto, os recursos estavam guardados e preparados para a mudança que viria pela frente. A alguns metros dali, João terminara de cavar a cova, enquanto o padre preparava a cruz que marcaria o ponto em que Antônio descansaria eternamente.

— Está feito — o religioso disse em voz alta, quase como se pedisse para que todos se aproximassem para uma última despedida.

E lá estavam eles: João Cego, Maria das Dores, Saulo e o próprio padre. O corpo de Antônio foi colocado em uma grande caixa de madeira, um caixão improvisado e o melhor que podiam fazer como que tinham ali. Com o grupo reunido em volta do homem, Miguel começou a falar:

— É com grande pesar que nos reunimos neste momento — sua voz saía com dificuldade e sua barba estava úmida de lágrimas. — Antônio sempre foi muito mais que um líder: ele era um amigo, um pai. Sempre cuidou de todos da Lagoa da Esperança e sempre se colocou à disposição para ajudar em qualquer coisa que fosse. E provou isso hoje: cedeu a sua própria vida em prol da nossa segurança. Tudo isso com força, resiliência e dignidade. Queria eu poder ter metade da coragem desse homem.

O padre parou por um instante. Sentia-se fraco, terrível e culpado pelos eventos recentes. Aquilo não teria acontecido se não tivesse trazido Diabo ao assentamento, ou se tivesse reprovado a ideia de sabotar o poço. Mas uma voz lhe dizia que “é pelo bem maior”. A voz também lhe disse que há custos que são imprevisíveis e a melhor coisa a se fazer quanto a isso é simplesmente aceitar. Optou por seguir esse caminho antes de prosseguir com o discurso:

— Que possamos ser mais como Antônio. Que Deus o abençoe na eternidade.

E, dizendo aquilo, finalizou com o sinal da cruz e uma oração. Finalmente o caixão foi fechado e o corpo de Antônio foi posto na cova. Cada um dos membros restantes da Lagoa da Esperança teve a oportunidade de colocar um punhado de terra ali, até o enterro finalmente se completar. Estava feito. Não havia volta e o velho poderia finalmente descansar.

A quilômetros dali, o jumento Carlinhos suportava o calor e o peso. Atrás dele, a carroça trazia uma pesada caixa de madeira e mais três pessoas: José de Lima, Maria Beatriz e Socorro de Deus. O trio suava em decorrência da alta temperatura, mas mantinha-se focado em seu destino.

— Água Funda? — Zé questionou com incredulidade. — Eu pensei que odiasse esse lugar.

— É a cidade mais próxima — Socorro interveio antes que Bia pudesse dar uma resposta.

— Não deve estar pior que antes — a garota finalmente falou.

Não, não tinha como. Bia se lembrava bem: era uma criança quando chegou em Água Funda. Ela, sua mãe e outras mulheres viviam viajando de cidade em cidade com um homem barbudo de sotaque estranho. Ela não sabia o seu nome, mas conhecia o seu rosto e lembrava-se bem de seu hálito terrível. Sua mãe lhe dizia que estavam buscando “trabalho”. Na época, a pobre garota pouco entendia do que se tratava esse trabalho, ou porque sua própria mãe não lhe dava mais detalhes sobre ele. Anos depois, ela compreendeu.

Era filha de prostituta, e todas as mulheres ali trabalhavam pro mesmo homem. Imaginou também que ele fosse do tipo que arrumava confusão por onde passava, daí a sua vida itinerante, indo de cidade em cidade, quase como um fugitivo. “É, talvez fosse isso”, ela refletiu enquanto a carroça percorria seu caminho.

— Eu acho que a cidade está sem esses problemas — disse com certa insegurança na voz. — Tirando o prefeito e os jagunços dele, claro.

Sim, tinha que estar desse jeito. Após a menarca da garota, a sua mãe foi atingida por uma grande e genuína preocupação: temia que sua filha fosse destinada ao mesmo trabalho que ela, ainda que extremamente nova. Por sorte, um anjo apareceu em sua vida: Padre Miguel. Foi nesse momento em que mãe e filha se viram pela última vez e Bia foi recebida na Lagoa da Esperança. Anos depois, Beatriz finalmente se via voltando para Água Funda. No entanto, não tinha expectativas de reencontrar sua mãe e nem mesmo aquele homem nojento de outrora. Eles já deviam estar em outra cidade, ou mesmo em outro estado. Talvez fosse melhor assim. “Vai ser melhor assim!”, sua mente gritou.

Sem saber o que se passava na cabeça de sua namorada, José disse:

— Ainda bem que o padre me deu um dinherim pra ajudar — gesticulou batendo nos bolsos. — Acho que vai pra nós pagar uma pousada por enquanto.

— E depois arrumamo trabalho — Socorro completou. Percebendo o estado emocional delicado de Maria Beatriz, a mulher mais velha segurou mão dela com carinho. — Tudo bem, minha fia?

— É só o cansaço — Bia respondeu e, logo em seguida, colocou a mão sobre a barriga. Ela sabia que o tempo estava passando e a verdade precisava ser dita. No entanto, continuava naquele estado eterno de auto negociação: enganava-se o tempo inteiro para manter aquele teatro, mesmo sabendo que o melhor a se fazer era contar todos os fatos a José. — Falta muito para chegarmos?

José parecia distraído. Talvez fosse o estado natural do rapaz, mas também poderia ser o simples calor escaldante do momento. A cada minuto, ele se via passando a mão na testa para limpá-la de todo o suor que escorria em direção dos olhos. Aquilo parecia um pedacinho do inferno, mas ele resistia bravamente enquanto manejava as rédeas de Carlinhos.

— Zé! — Bia, que estava entre o namorado e Socorro, deu um leve tapa em seu ombro. — Estamos longe?

— Eita! — Foi surpreendido de maneira estúpida. Olhou para a namorada, deu um sorriso idiota e respondeu. — Acho que só mais uma meia horinha. Tamo perto, meu bem.

“Meu bem”? Beatriz sabia que Zé a amava, mas não estava acostumada a ser chamada dessa forma. Percebeu seu namorado extremamente concentrado na estrada, falando pouco durante toda a viagem, o que também não era de seu feitio. E então reparou que ela mesma ainda estava com a mão direita sobre a barriga, como que cuidando da vida que ali residia. Rapidamente afastou a mão, de forma que Socorro percebeu e arregalou os olhos para a moça.

“Meu Deus! Ele deve ter notado!”, foi o que a garota pensou. Sim, só podia ser isso. Zé não era tão estúpido assim, era? O rapaz já devia saber de tudo e, provavelmente, só estava esperando que sua namorada contasse a verdade. “Talvez ele queira negar a verdade que já sabe”, foram as palavras maliciosas que adentraram a mente de Beatriz. E se fosse isso? E se José de Lima não quisesse ser pai ou simplesmente não visse a moça como uma boa mãe? Esses pensamentos iam e vinham na cabeça de Bia, e ela vez ou outra se via encarando Socorro, quase como se a mulher mais velha pudesse ler seus pensamentos.

Socorro de Deus habilmente segurou a mão inquieta de Beatriz e olhou para o fundo dos olhos da garota. Não proferiu nenhuma palavra, mas Bia conseguiu ler um caloroso “está tudo bem” de maneira muito clara naquele olhar. Sim, estava. Ela podia contar com Socorro e tudo daria certo. Tinha que dar.

Até que, mais uma vez, a incerteza tomou conta de seus pensamentos. Estendendo-se pelo horizonte, a cidade de Água Funda crescia a cada segundo. A prefeitura, algumas lojas e casas já haviam se tornado visíveis, além dos passantes, carroças e cavalos. E então José de Lima puxou as rédeas, ordenando que Carlinhos parasse de andar.

— Por que parou, minino? — Socorro foi a primeira a questionar.

Zé não disse uma palavra, mas sorria de maneira esquisita: parecia misturar um pouco de timidez com o seu típico jeito bem-humorado. Bia não sabia o que pensar em relação àquilo.

— Bia — o rapaz falou com doçura —, desça aqui um instantinho.

Maria Beatriz ficou imóvel. “Meu Deus, ele realmente sabe!”, sua cabeça fervilhava. Precisou receber um “empurrãozinho” de Socorro para a garota sair daquele transe. Em poucos segundos, viu-se pisando na areia quente do sertão com suas sandálias de tiras de couro velhas.

— Maria Beatriz de Medeiros — José começou de maneira desajeitada. — Eu... é, ainda num tinha pensado nessa parte.

— O quê, meu Deus? — Beatriz ficava cada vez nervosa. Sua face pálida contrastava com a vermelhidão no rosto de seu namorado. Ainda sobre a carroça, Socorro já havia entendido tudo.

— Esses dias foram horríveis. Como é que o povo fala? Traumíticos?

— Traumáticos — Bia corrigiu, mas ainda não entendia nada daquilo. A garota sentia seus lábios tremerem.

— Isso. Traumáticos — Zé, pela primeira vez, havia perdido a expressão engraçadinha que carregava consigo. Parecia agora estar concentrado, ou medindo as palavras com cuidado, como se estivesse andando sobre uma corda bamba. Seja lá o que fosse, estava dando grande importância ao momento. — O negócio é que eu pensei que ia perder você. Ou que talvez me perdesse. Quase levei uns tiros, lembra? Também uns chutes, uns murros e outras coisas. Mas o importante não é isso.

— E o que é? — A moça sentia uma estranha agonia percorrer o seu corpo. Não aguentava mais aquele drama, aquela cerimônia e aquela demora. Queria respostas absolutas, algo que não abrisse espaço para interpretações estúpidas ou assustadoras.

— É que eu descobri que eu te amo. É isso — José queria forçar um sorriso, mas sentia um estranho peso em suas costas. Talvez estivesse com medo da vulnerabilidade que expunha no momento. Ao mesmo tempo, pôde ver Bia colocar as mãos sobre a boca. — Na verdade eu já sabia. Mas então tive certeza. E a coisa que eu quero falar é que eu num quero viver num mundo sem ocê.

— Oh, Zé... — alguns filetes de lágrimas começaram a fluir dos olhos de Beatriz, que sentia vontade de correr para os braços de seu amado e lhe dar todo o amor do mundo. Mas José de Lima não parou por aí.

— Maria Beatriz de Medeiros — ele repetiu e colocou-se de joelhos —, você quer se casar comigo?

Ainda com as mãos sobre a boca, Bia não sabia se sorria ou se chorava. “Ambos”, foi o que sua mente lhe disse. E, tremendo de felicidade, a garota retirou as mãos da frente do rosto e José pôde vislumbrar o mais lindo sorriso preenchido de amor. O rapaz então colocou a mão no bolso e tirou de lá um belo par de alianças de ouro. Eram duas circunferências finas e sem muitos detalhes, sendo bastante simples, mas eram o suficiente para selar a união do casal.

— Meu Deus, Zé! — Beatriz continuava sem conseguir formar frases muito complexas, mas o “sim” já estava em seu sorriso.

Na carroça, Socorro de Deus assistia tudo com grande felicidade. Ela sabia que José era um bom rapaz, apesar de seus escorregões e práticas não muito lícitas. A senhora podia prever um futuro feliz para o mais novo casal de Água Funda.

— Zé — Bia agora olhava para a aliança em seu dedo, assim como na do seu noivo —, onde arranjou isso?

— Meu pai — Zé respondeu com os olhos úmidos de emoção —, Marcos Lima. Ele mim entregou essas alianças pouco antes de morrer. Disse que era pra mim e pro amor da minha vida.

E, começando a rir de maneira quase descontrolada, Maria Beatriz de Medeiros Lima deu um tenro beijo em seu homem e ele respondeu da melhor forma. O medo, a insegurança e a incerteza pareciam ter sumido por breves minutos. Estavam a poucos metros de Água Funda e uma nova vida surgiria ali. “Que sejam ricamente abençoados”, Socorro pensou com grande alegria.

As preces, no entanto, não estavam apenas ali. Lá no acampamento dos cangaceiros, Joana Arcanjo olhava para o vazio enquanto ia para frente e para trás numa cadeira de balanço. A senhora segurava um terço e mexia os lábios em uma reza quase automática, mas fervorosa. A intenção era sabida por todos: queria seus cangaceiros de volta. Não deveria tardar para que Lúcio, Levy, Amanda, Eduardo e Lucas retornassem. Mais do que isso: a mulher tinha fé de que eles voltariam com Diabo, o maldito que traiu o grupo há não muito tempo.

— Vó? — Caio, neto da senhora, caminhou e sentou-se no chão, bem ao lado da velha. — Ainda num chegaram?

— Não, meu minino — Joana respondeu com carinho. — Mas já já tão de volta.

— Eles vão matar o tio Diabo?

Joana olhou para o garoto e deu um sorriso sorrateiro. Era apenas uma criança, mas parecia saber mais do que deveria.

— Não chame aquele homi de tio. Não mais. Ele quase matou seu outro tio, Levy — ela explicou.

Caio respondeu com um olhar triste para o horizonte. No entanto, não demorou para a expressão do garoto mudar: silhuetas surgiram em meio ao amarelo quente do sertão. Seu pai – Lúcio – e seus companheiros, todos ali. E tinha mais um. “Tio Diabo”, foi o que surgiu de forma automática em sua mente, mas o garoto permaneceu calado.

Com um sorriso no rosto, Joana guardou o terço no bolso, fez o sinal da cruz e deu um forte grito para que sua nora fosse ver a chegada do marido.

— Então deu tudo certo? — A matriarca perguntou ao bando recém-chegado.

Descendo do cavalo, Lúcio deu um abraço leve em sua mãe antes de responder:

— Tudo dentro do previsto — sua voz saiu com um misto de orgulho e dor. Ainda se lembrava do rosto envelhecido de Antônio e de seu clamor por sua mãe pouco antes de deixar este mundo. — Hugo foi vingado e Diabo está aqui.

Um pouco mais atrás, Levy já havia desmontado do cavalo. A sua frente, Diabo mirava seu antigo lar com grande ódio em seus olhos. Suas mãos estavam muito apertadas pelas cordas, e ele sabia que correr não era uma opção. Estava indefeso e tudo que lhe restava era aceitar aquele inferno, ainda que fosse extremamente desagradável.

— Diabo — Joana Arcanjo disse com desprezo.

O ex-cangaceiro não tinha nada contra a senhora. Na verdade, sempre alimentou um grande apreço por ela durante todos os anos no cangaço. No entanto, ele sabia que ela não o via com bons olhos: Levy devia ter a feito a cabeça da mulher e de todos os outros dali.

Por outro lado, Caio ainda sentia simpatia pelo “tio”. No entanto, seguindo as instruções implícitas – ou bastante explícitas – da avó, preferiu ignorá-lo. Ao invés disso, pôs os olhos no pai e lhe felicitou pela missão cumprida com sucesso. Seguiu então pra cumprimentar Amanda, Eduardo, Lucas e o próprio Levy. Quanto a Diabo? Só olhou-o com certa pena. O ex-cangaceiro nada disse: sabia que a criança era uma pobre coitada naquilo tudo, assim como ele já fora um dia.

— Eduardo e Levy, apresentem a nova casa dele — Joana ordenou enquanto Lúcio revia sua esposa e suas duas filhas. — Deixem o homi bem à vontade. Num vai demorar pro prefeito chegar. Ele vai pagar muito bem.

E, alimentando-se cada vez mais de raiva, Diabo foi conduzido pelos seus algozes até o seu cativeiro.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigado por ter lido até aqui. Comente suas expectativas para o futuro, além daquilo que achou do capítulo :D



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