Pov Natasha

Meu disfarce funcionou com todos, até com o Rogers. Eu não revelei a minha identidade pelo sigilo, e depois de ouvir parte da história dele um turbilhão de emoções passou por mim raiva, medo e pena. A revelação me deixou ponderando em tudo o que ele ja passou e estou tentando compreender no que o transformaram, e qual o seu propósito, mas em breve vou descobrir.

— Quando vamos embora? 

Saio do transe quando escuto a voz dele.

— O que disse?
— Perguntei quando vamos embora.
— Logo, temos que pensar em uma distração que os deixe ocupados, enquanto vocês fogem.
— Vocês?
— Sim, eu vou ficar e garantir  que nada te atrapalhem.

Tento sair da sala, mas sinto o meu braço ser puxado.

— Quer que eu te deixe aqui? E se descobrirem o que você fez?
— Não tem que se preocupar, eu sei me virar sozinha, suas vidas estão é que estão em jogo aqui, vou garantir a sua liberdade.
— Porque está fazendo isso?
— Vai entender, agora continue a farsa até eu dar o sinal.
— Qual?

Eu não respondo e saio da sala e vou na cela do ninguém.

— Ei! - o chamo o vendo sentado em sua cama.
— Rodrigues? - ele me pergunta.
— Sou eu. Amanhã você vai sair daqui, e vai para o Refúgio.
— Não.
— Como assim não? - o que foi agora?
— Quero ir pra casa - ele afirma.
— E onde é a sua casa?
— Terra 53.
— Espera.....Por favor me explique, o que está acontecendo?
— Eu não sou dessa dimensão. Eu atravessei um buraco de minhoca e cai nessa realidade alternativa a dois anos, me disseram que veria os meus pais, só que mentiram pra mim e estou nesse buraco.
— Você viajou no tempo? Isso é impossível.
— Não no meu mundo. Tenho amigos especiais.
— Como você volta?
— Entrando na brecha pela qual eu sai.
— E onde fica?
— Nova Jersey.
— Merda. Vamos ter que mergulhar em um vazio.
— Qual a sua resposta?
— Fiz uma promessa e vou cumprir, você vai pra casa.
— Obrigada Rodrigues.
— De nada Ninguém.

Ele sorri e o seu sorriso me lembrava o Rogers será que é?

— Quem é o seu pai? - se ele for filho do Rogers ele tem que ficar ciente.
— Porque você quer saber? - seu sorriso se desfaz e me olha com uma cara carrancuda.
— Curiosidade.
— O meu pai era um herói.
— Era?
— Morreu pra me salvar.
— E a sua mãe?
— O mesmo destino, queriam matar a mim e os meus irmãos adotivos, o sacrifício deles salvou a nós e o nosso mundo.
— Eles parecem ser pessoas maravilhosas.
— Eu também acho isso, não tivemos muitos momentos juntos e queria vê-los ao menos uma vez e acabei cometendo um erro.
— Isso se chama humanidade, errar faz parte de nos, se fossemos perfeitos não estaríamos aqui.
— Falou como a minha minha mãe.
— A minha sempre me aconselhava a dar o seu melhor, e nunca desistir independente das circunstâncias e quando a perdi foi uma parte de mim, mas nunca esqueci suas lições.
— Foi uma boa filha.
— Espero que esteja certo. Descase, amanhã você volta pro seu tempo.

Saio e espero a minha vigia acabar, depois passo pelo treinamento sob o olhar de Alex e Yena e parto para o refeitório pego o jantar e como no meu quarto. O sistema deles é único e bem complicado vou ter que passar a noite em claro e me alimentar bem, caso aconteça alguma coisa vou precisar de energia. Vou causar um curto agendado na cela do Ninguém, depois quando for trocarem ele de cela eu derrubo um guarda e o garoto toma o seu lugar, a vitima será um cara chamado Henri, modifiquei a planilha e o deixei como o próximo vigia, depois de mim. Ele é mais baixo que o garoto, e loiro com umas porradas, olho roxo e cara inchada não vão ligar e dará o tempo necessário para fugirmos desse lugar. Eu e o garoto, pegamos o Capitão e Bay bay Hidra. Espero que a sorte esteja do nosso lado, e que possamos lidar com qualquer tipo de empecilho que aparecer.


Pov Rogers.

Tenho que avisara Peggy eles querem me usar uma arma, fizeram isso no passado e querem fazer agora. Vou impedir essa insanidade a sala que ela está não tem guardas, aproveito a oportunidade para conversar, abro a porta me viro e a tranco, quando olho para Peggy tomo um susto, não era a minha garota que eu tanto amava estava frágil, idosa, cansada.

— Peggy? - falo bem baixo para não assusta-la. Sua cama de hospital e o seu corpo ligado a tubos sugere que sua saúde está por um fio. - Peggy? Sou eu o Steve.
— Steve? - ela responde fraca. - Eles me levaram, me tiraram de você, te machucaram... - Ela tossia.

Pego um copo com água e com cuidado ela toma.

— Ei isso devagar - deixo o copo na cômoda. - Pensei que tinham te matado, eu vi quando deram um tiro na sua cabeça, pensei que tudo voltaria ao normal quando te olhei do outro lado do vidro, mas era um projetor de imagem.
— Eles não me machucaram, eu era a chave para o seu sucesso nas missões, sempre que perdia o controle eles me traziam até você e de algum maneira, bem no fundo de você, ainda era o homem pelo qual eu me apaixonei. Quando comecei a envelhecer usavam mulheres com o corpo e o rosto parecido comigo mantendo a Peggy antiga, a farsa. A Hidra me mandou para uma colônia de prisioneiros, onde conheci Marcos com que dividi bons anos.
— Eu sinto muito pelo que fizeram você passar, nunca quis que se ferisse por minha causa.
— São pessoas ruins Steve. Elas não medem esforços para conseguir o que querem, o nosso dever é combate-las todos os dias.
— Seria melhor que nunca tivéssemos nos conhecido.
— Não fale assim. Passamos anos maravilhosos juntos, e ainda continua a ser o homem por quem me apaixonei.
— Eu mudei Peggy, o mundo mudou.
— Quando conseguir uma oportunidade me prometa.
— O que?
— Que vai recomeçar, viver o que tiraram de você de nós. Me prometa.
— Eu prometo.

Os aparelhos começam a apitar.

— Desligue entes que alguma enfermeira chegue. - ela pede.
— Eles estão te mantendo viva.
— Eu já completei a minha missão, mostrar quem você é.... por favor Steve, está na hora.

Mesmo não querendo, desligo os aparelhos e olho pra ela e seguro suas mãos.

— Viva! Seja feliz! Crie uma história, e nunca deixe que ninguém a tome de você.
— Eu vou, descanse vá em paz.

E em câmera lenta a vejo fechando os olhos com um sorriso no rosto tranquila, sem sofrimento. Checo o seu pulso e confirmo a sua morte. As lágrimas no meu rosto caem eu dou um beijo na sua testa me despedindo para sempre, eu a perdi, pensei que ainda podia consertar coisas, mas prometi que iria recomeçar e vou cumprir, depois que todos da Hidra pagarem. Ligo os aparelhos novamente e saio em disparada do quarto, para acharem o seu corpo, e sigo sozinho cabisbaixo pelo corredor.