Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 8
Capítulo 8




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Felicity mal podia acreditar que depois de pular de paraquedas de um avião, pisar numa mina terrestre e ser salva por um Oliver suado estilo Tarzan, que ficou um pouquinho de tempo demais em cima dela, o suficiente pra que sua boca fugisse de seu controle, o melhor que ela conseguiu dizer foi “Você tá suado!”. E ele não respondeu nada, ficou olhando como se nunca a tivesse visto, e mesmo depois que o Diggle disse que ele era um homem difícil de ser encontrado, ele ainda assim não saiu de cima dela. Como alguém podia esperar frases coerentes dela, se ele diz “Vocês não deveriam ter vindo aqui.”, e ainda assim não sai de cima dela?!

E por isso mesmo que, mais tarde, quando ela disse “O mínimo que você poderia fazer é oferecer uma água... ou um coco” ela já nem se recriminou mais. Mas foi difícil segurar a língua com o Oliver chegando bem pertinho dela e dizendo que estava sim feliz de vê-los ali. E por língua, ela não quis dizer necessariamente falar... Aquele peitoral todo suado a centímetros de seus olhos estavam dificultando e muito sua concentração. Ela odiava e estava grata ao mesmo tempo pela camiseta que o Oliver havia vestido.

— Mas eu sei porque vocês estão aqui. Eu não vou voltar pra Starling City. – Felicity deu um gole da água que Oliver lhe ofereceu enquanto ele continuava o que dizia. – Não posso! Minha missão, a lista do meu pai, era tudo besteira! E eu falhei. – Diggle se aproximou do dois, e Felicity olhou preocupada pro amigo enquanto oferecia o cantil de água pra ele. – O Malcolm Merlyn destruiu os Glades! – Diggle bebeu da água, e Oliver respirou fundo por um instante. – O Tommy morreu.

— Eu sei que você não tem sinal de Internet aqui, então você não sabe, mas o Tommy não morreu! – Oliver fixou seus olhos urgentes na Felicity, aguardando mais explicações. Ele não queria interromper com medo que mudasse aquilo que ela tinha pra dizer. – Eu sei que parece loucura, que você foi no enterro dele, mas... – Felicity pegou seu celular da mochila e se posicionou ao lado do Oliver para que ele pudesse ver enquanto ela localizava o vídeo que ela queria que ele visse. Ele viu uma selfie da Felicity com o Tommy, mas antes mesmo que ele pudesse comentar, Felicity localizou o que queria e iniciou o vídeo: “Thomas Merlyn está vivo!”.

Oliver pegou o celular na mão e ouvia o que a repórter dizia enquanto imagens do Tommy (com a Felicity ao seu lado) apareciam na tela. Os dois saindo do fórum e sendo cercados por uma multidão de repórteres. Ele já nem estava mais escutando direito o que estava sendo dito. E pra falar a verdade, nem vendo direito mais estava porque seus olhos estavam se enchendo d’água.

— É... verdade? – Ele perguntou num sussurro devolvendo o celular para Felicity e olhando nos olhos dela.

— Eu queria que ele gravasse um vídeo pra você, falando um monte de coisas lindas, que fizesse todo mundo aqui chorar, mas ele disse que seria brega demais, que o Capuz não chora... – Felicity deu de ombros com um leve sorriso. – Só pra registrar, ele tava errado, e eu certa!

— Como? – Oliver voltou-se para o Diggle, pedindo explicações. O amigo simplesmente balançou a cabeça de um lado para o outro e olhou de rabo de olho pra Felicity, indicando ao Oliver que cobrasse explicações dela.

— Isso é uma loooonga história, que a gente pode conversar a caminho de Starling, que tal? – Oliver quis contestar, mas Felicity continuou. – Você não tem mais por que ficar se castigando aqui. Seu amigo não morreu! Mas a sua empresa está quase sendo tomada pela Stellmoor Internacional. Eles detonam todas as empresas que adquirem. Assim que colocarem as mãos na Queen Consolidated, 30 mil empregados estarão sem trabalho. Incluindo uma loirinha do TI. – Felicity movimentou as mãos meio sem jeito, e Diggle acrescentou:

— Além disso, sua irmã passou por maus bocados com a prisão da sua mãe. Recentemente ela se mudou pra casa do Tommy, o que tem feito bem pra ela, mas ainda assim, sua família precisa de você. – Oliver olhou para o amigo, e Diggle esperou um instante pra continuar. – Eu, mais do que ninguém, entendo por que você teve que se mandar, e se você não quiser usar mais o Capuz, eu vou entender também. – Oliver olhou para o amigo e assentiu com a cabeça. – Mas é hora de voltar pra casa. Starling precisa agora é do Oliver Queen.

***

No caminho de volta pra Starling, Felicity fingiu que dormiu (e dormiu de verdade às vezes) o máximo que pôde. Tudo pra evitar conversas profundas demais. Maiores explicações ela queria dar mesmo era a sós com o Oliver. Ela e o Diggle acabaram mesmo foi atualizando o Oliver quanto à família Queen e à empresa, que era o que ela queria.

— Chegamos em Starling! – Felicity falou do aeroporto pelo celular com o Tommy. – Você tá em casa? O Oliver quer ir aí te ver. – Felicity sorriu para o homem em questão, que parecia nervoso de rever o amigo. Eles não tinham malas para pegar, então estavam prontos para entrar num táxi, só precisavam antes saber o destino.

— Claro que eu tô em casa, e é claro que o Oliver pode vir aqui! A Thea também está. Vai ser uma ótima surpresa pra ela. – Veio a resposta. 

— Beleza. Ele pode pegar um taxi pra sua casa, e eu e o John dividimos um. – Felicity falou enquanto olhava para Diggle em confirmação. O amigo assentiu com a cabeça. 

— Como assim? É uma festa de boas-vindas pro meu melhor amigo! É claro que vocês estão convidados. – Tommy respondeu. – Já vou pedindo comida! – Felicity pediu só um instante a ele e afastou o celular da boca. 

— Oliver, o Tommy pediu que todos nós fôssemos à casa dele, mas é você que decide. 

— Eu tô fora! – Diggle disse. – Tô exausto, e Tommy é amigo de vocês, não meu! – Felicity sorriu pra ele em compreensão, mas quando voltou-se pro Oliver, estranhou a expressão de nervosismo. 

— Se você quiser ir sozinho... – Felicity falou meio apreensiva. – Sua irmã está lá. Ela não sabe que você voltou. Se você quiser algo mais... “familiar”... – Felicity deixou em aberto, aguardado uma resposta, mas Oliver permaneceu em silêncio, com a mesma expressão de receio no rosto. – Ou, eu posso ir junto com você. Apoio moral... – Oliver sorriu agradecido, e Felicity assentiu com a cabeça, trazendo o celular de volta pro ouvido. – Ok, Tommy, eu e o Oliver estamos indo pra aí. O John vai pra casa dele descansar. 

— Beleza. Aguardo vocês. E nada de gracinhas no taxi, crianças! Oliver Queen acabou de voltar, sem escândalos! – Felicity corou enquanto Tommy ria do outro lado da linha, e Oliver olhava estranho pra ela, sem entender o que acontecia. 

— Tchau, Tommy! –  Ela disse simplesmente e nem esperou uma resposta antes de desligar o celular. Diggle observou a troca de olhares entre os dois com um sorriso e se despediu entrando no táxi. 

Felicity e Oliver entraram no próximo carro a caminho da Mansão Merlyn. Por alguns minutos ficaram em silêncio absoluto até que Felicity, incomodada com aquela situação, quebrou o silêncio.

— Você tá nervoso? – Felicity sabia que sim, porque Oliver não parava de pressionar seu indicador no polegar, um tique nervoso que ela já havia notado. Oliver olhou nos olhos dela, mas não respondeu. – Não precisa ficar. Eu conversei com o Tommy antes de ir atrás de você. Tá tudo bem.

— É que... – Oliver começou, mas pausou e respirou fundo. – Aconteceram algumas coisas entre nós antes de ele... “morrer”. – Oliver continuava movimentando os dedos, e aquilo estava deixando Felicity agitada. Num gesto ousado, ela pegou a mão inquieta do Oliver na sua.

— Você tá falando da Laurel? – Oliver ergueu uma única sobrancelha em surpresa. – É, eu sei... O Tommy me contou tudo.

— Você e o Tommy... – Oliver iniciou, ainda aflito. – Exatamente quão amigos vocês se tornaram? – Felicity soltou a mão do Oliver, porque já estava ficando estranho continuar segurando a mão dele. Pelo menos ele parou com o tique nervoso, ela pensou.

— Ele morou comigo por quase um mês, Oliver. Na minha casa. Dormiu na minha cama. – Oliver ergueu as duas sobrancelhas, e Felicity correu pra corrigir. – Não na minha cama. Bom a cama *é* minha, mas não a que eu durmo. A cama de hóspedes! No quarto de hóspedes, Oliver! – Ele sorriu e balançou de leve a cabeça de um lado para o outro achando graça da trapalhada. – Enfim! Você entendeu! Mas o que eu estava dizendo é que nesse um mês, ele não podia falar com mais ninguém além de mim, porque ele estava... “morto”. – Felicity fez as aspas com os dedos. – E ele, assim como você, também estava com todo esse remorso e culpa. A gente conversou bastante, e ele conversou com a Laurel também... Eles estão bem, mas não estão juntos. Acho que só vão se resolver depois que se resolverem individualmente com você. – Oliver baixou a cabeça e suspirou. – Claro que eu não tenho nada a ver com isso, nem deveria ficar dando palpite... Mas enfim! – Seguiram mais alguns minutos em silêncio, mas dessa vez não havia desconforto. Até que Oliver voltou-se para ela:

— Como que o Tommy foi parar na sua casa? – Felicity olhou do Oliver para o motorista e de volta pra ele.

— Essa é uma história longa que nem o Tommy sabe por inteira... – Felicity mordeu o lábio inferior antes de continuar. – É uma história... inacreditável. Mesmo! Muita gente não acreditaria se eu contasse... Mas você já viu coisas inacreditáveis quando estava na ilha, não é? – Oliver lembrou do Slade sendo injetado com o mirakuru, Constantine fazendo uma tatuagem mágica de proteção, totens que faziam magia... É... ele já havia visto coisas inacreditáveis.

— Sim... Eu já vi coisas inacreditáveis. – Oliver respondeu simplesmente.

— Esse foi um dos grandes motivos de eu ir atrás de você, Oliver. Tem acontecido coisas estranhas relacionadas ao Tommy, e eu sozinha não tô dando conta. O John é um amor, e respeitou meu silêncio, mas ele também é um soldado! Não acreditaria no que eu tenho pra contar. A gente pode falar mais sobre isso depois? – Ela olhou de novo pro motorista do táxi, e Oliver assentiu com a cabeça.

— Claro, Felicity! O que você precisar! – Ele respondeu com um leve sorriso, e os dois seguiram o resto do caminho sem mais nenhum assunto pesado.

Felicity pensou no seu celular-Gideon, que ela havia deixado em casa, morrendo de medo de danificar o aparelho na viagem. Fazia dias que ela não olhava, e não sabia se sua mensagem havia sido respondida. A verdade é que a conexão entre ela e esse William de 2040 estava instável demais, e ela não sabia explicar por que às vezes ela recebia mensagens instantaneamente, e às vezes demorava até dias para obter uma resposta. Talvez agora que o Oliver estava de volta, duas cabeças pensando juntas trariam mais respostas. 


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Notas finais do capítulo

Pronto! O Oliver voltou.
Lembrando que na série ele voltou em Outubro, mas aqui na fic estamos em Agosto/13! Esse capítulo foi meio difícil de sair porque não tem muita história, mas era necessário pra no próximo seguirmos em frente com todas as peças no tabuleiro.
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