Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Voltei! Como eu havia dito, segunda e terça é quase impossível, mas aí está: capítulo novo.



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Felicity voltou pra casa repassando tudo que havia conversado com aquele William. “E você me conhece como? Eu não conheço nenhum William.” A resposta havia sido evasiva, mas não soava maliciosa: “Que bom que você não me conhece ainda. Devo ter conseguido então. Em que ano você está?” Felicity havia respondido com um simples “Starling City, 2013.”

William se revelou surpreso de ter conseguido “falar rápido” com ela (palavras dele). Ela perguntou como exatamente ele estava falando com ela de 2040, porque essa era a vida dela agora... Viajantes do tempo aparecendo toda hora... A resposta dele lhe deu mais ainda no que pensar: “Você já tinha me falado do celular-Gideon quando eu era moleque. Mas depois dessa caça ao tesouro que você me fez passar pra achar esse negócio, eu entendi que você queria que eu desse um jeito de me comunicar com você no passado pra evitar toda essa desgraça que a gente tá vivendo. Demorou um pouco, mas eu consegui hackear e reprogramar a inteligência artificial instalada no seu antigo celular. ” Esse William havia dito que ela o conhecia desde “moleque” (mas não ainda) e ele era capaz de hackear e reprogramar um programa de inteligência artificial. Felicity ficou impressionada, mas mais confusa ainda. 

Abrindo a porta de casa e entrando, Felicity tirou os sapatos, deixou a bolsa no sofá e pegou seu celular-Gideon. A conversa estava toda lá também. É claro que ela salvaria tudo aquilo! Ela precisava de provas (até para si mesma) que não estava enlouquecendo! 

“Você me levou até seu escritório na sua empresa onde encontramos planos estranhos de destruição da cidade, mas quando eu voltei lá sozinho para analisar melhor, encontrei mais coisas. Encontrei planos seus sobre viagem no tempo, e todo um registro que só apareceu quando me identifiquei com a minha digital. Você quis que eu encontrasse tudo isso.” Felicity precisou parar mais uma vez quando chegou nesse ponto. Do jeito que o William estava falando, tudo levava a crer que Felicity estava morta em 2040. E ela teria só o quê? 51 anos? Era muito pouco! 

Infelizmente, não veio mais nenhuma mensagem depois dessa, e após 15 minutos aguardando, Felicity decidiu voltar pra casa. Ela estava se sentindo muito sozinha, e queria dividir com alguém o que estava acontecendo, mas Tommy não podia saber que havia morrido... Aquilo mexeria com a cabeça dele. E Diggle... Diggle era um querido, mas era muito cético! A melhor pessoa pra falar sobre isso seria o Oliver. Ele já havia mencionado que tinha visto coisas muito estranhas naquela ilha dele, talvez ele não fosse pensar que ela estava enlouquecendo se ela contasse a história toda pra ele. 

Felicity olhou para o seu computador, e parecia que ele estava olhando de volta pra ela... num desafio. Ela não quis ir atrás do Oliver antes. Ela tinha certeza que quando ele estivesse pronto, ele voltaria. Mas ele também não tinha toda a informação necessária pra voltar. Ele provavelmente não sabia que a empresa da sua família estava num estado tão frágil que estava à mercê de uma tomada hostil (Thea não queria chegar nem perto da empresa, e Felicity sentia que ela secretamente até torcia contra, numa forma de castigar a mãe), Oliver não sabia que Felicity estava lidando com coisas muito além do que ela sozinha podia lidar e que talvez ele pudesse ajudar. E mais que tudo isso, ele não sabia que o amigo estava vivo (se tivesse visto na TV ou Internet, Felicity tinha certeza que ele haveria voltado). Tudo isso eram argumentos pra tentar justificar a invasão de privacidade que Felicity cometeria, mas ela acreditava que o Oliver a perdoaria quando soubesse o porquê de ela fazer isso. Ou pelo menos é o que ela esperava. 

— Ah, que se dane! – Felicity disse para si mesma pegando seu notebook e levando consigo para o sofá. Ela se esparramou nele pra ficar confortável e continuou seu solilóquio. – Se eu fosse o Oliver, e quisesse sumir, sem acesso à televisões e Internet, pra onde eu iria? – Felicity pesquisou, e Oliver de fato usou seu novíssimo passaporte pra sair do país, mas não foi pra Europa que ele havia ido não. Felicity suspirou quando viu o destino do voo que ele havia tomado: China. – Ai, Oliver... – Ela não tinha dúvida nenhuma de que ele havia voltado para a sua ilha. Provavelmente tentando se castigar pela culpa da morte do seu melhor amigo. O que Felicity não tinha nem ideia era de como ela própria iria atrás dele numa ilha que nem no mapa estava. 

No dia seguinte, Felicity foi trabalhar como de costume, mas já deu entrada num pedido de uma semana de férias. Ela iria atrás do Oliver de qualquer forma pra tirá-lo daquele castigo! E era por isso mesmo que havia mandado uma mensagem pedindo para que o Diggle se encontrasse com ela no final do expediente. Ela estava louca pra saber como havia sido a apresentação do Tommy ao conselho da Merlyn Global, mas isso teria que esperar. 

— John! – Felicity abraçou o amigo quando o viu no lobby da Queen Consolidated. 

— Comida chinesa? – ele perguntou com um sorriso. 

— Me encontra no Garden? – Felicity respondeu com o nome do restaurante que eles preferiam, e mostrando a chave do seu carro, pra indicar que não iriam juntos. 

— Combinado! – John deu mais um sorriso e foi cada um pro lado. Felicity gostava do fato de que mesmo sem terem tanto contato quanto antes, eles ainda se entendiam muito bem. 

Depois de jantarem e trocarem amenidades, Diggle resolveu começar a conversa séria:

— E então? Você vai finalmente me contar a verdade sobre a ressurreição do Tommy? – Felicity corou sem jeito, porque ela nem havia pensado que era isso que o Diggle imaginaria. 

— Não exatamente... – Felicity respondeu dando um gole na sua água. – Eu quero a sua ajuda, porque eu quero ir atrás do Oliver. 

Diggle ergueu as sobrancelhas e se afastou um pouco dela, melhorando a postura e se apoiando totalmente no encosto de seu banco. 

— Você sabe o que eu penso disso, Felicity... Ele vai voltar quando estiver pronto. 

— Mas como ele pode estar pronto, se ele não tem todos os fatos, John? Eu tenho 99% de certeza de onde ele está. Só não tenho 100% porque hackear um satélite é um crime muito maior pra se fazer do meu sofá do que hackear o banco de dados da segurança nacional no aeroporto. 

— Que também é crime. – Diggle apontou, mas não em recriminação. – E por que você acha que eu deveria ir contra o que penso e ir atrás dele. 

— Porque ele voltou pra Lian Yu, John! – Felicity disse exasperada. – Ele está claramente se castigando pela morte do Tommy, que nem morto está! – Felicity ficou olhando por um instante pro amigo, que não disse nada. – E se fosse um colega seu de exército voltando pro Afeganistão sem estar alistado, por se sentir culpado pela guerra? Você não diria que esse amigo está precisando de ajuda? – Felicity notou que o amigo cederia se ela insistisse mais um pouco. – Além do quê, a empresa da família dele está quase sendo tomada por outras empresas, agora que a CEO foi presa, e a Thea não quer assumir de forma alguma. O legado do Oliver está prestes a ruir, e ele vai perder essa guerra sem nem ter entrado nela! – Felicity sabia que estava meio que pegando pesado com tanto analogia de guerra, mas ela queria que o amigo a ajudasse. – Eu já solicitei uma semana de férias na empresa porque eu vou atrás dele. Com você ou sozinha. Eu queria muito, muito mesmo que fosse com você, porque sabe Deus como eu chegaria sozinha numa ilha no Mar do Norte da China, mas ouvi dizer que dinheiro fala alto, e agora isso não nos falta, né? 

— Felicity... – Diggle suspirou. – É claro que eu não vou deixar você ir sozinha. – Ele pegou na mão dela e deu um sorriso. – Eu ainda acho que ele acabaria voltando sozinho quando estivesse pronto, mas entendo o que você está dizendo. 

— E não é irônico que você escolheu um restaurante chinês quando é justamente pra lá que vamos? – Felicity respondeu e Diggle riu. Naquele instante, o celular dela apitou com uma mensagem (não o celular-Gideon, esse havia passado o dia todo em silêncio, o seu pessoal mesmo): “Adivinha quem é o CEO mais gato da história dos CEOs?” Felicity riu. – É o Tommy. – Ela se explicou pro Diggle.

— Vocês estão bastante amigos, não é mesmo? – Diggle perguntou meio desconfiado. Felicity estava no meio de um resposta, mas desligou a tela do celular e o colocou de lado. 

— Como assim? – Felicity perguntou séria. 

— Eu sei que ele morou quase um mês com você, e você é dona da sua vida, mas o Tommy... – Diggle respirou fundo antes de continuar. – A gente sabe bem que o Oliver não é mais aquele playboy mimado que já foi um dia, mas o Tommy não ficou cinco anos numa ilha pra amadurecer como foi com o Oliver. 

— Você tá sendo injusto, John. – Felicity disse chateada. – Assim como o Oliver, o Tommy é muito mais do que a reputação dele. 

— E eu sei que você sempre vê o melhor nos outros. – Diggle interveio. – Mas você pode acabar se machucando por conta disso. 

— Não precisa se preocupar, John. Eu agradeço, mas realmente não é necessário. – Felicity levantou-se da mesa, deixando dinheiro suficiente para sua parte, e dando um beijo na bochecha do amigo. – Eu te aviso assim que tiver detalhes da nossa viagem. 

Felicity saiu do restaurante e resolveu ligar para o Tommy ao invés de responder por mensagem. 

— CEO mais gato do mundo na linha, com quem quer falar? – Claro que Tommy não atendia telefone com “alô”... Felicity balançou a cabeça de um lado para o outro com um sorriso. 

— Ah, eu liguei pro Elon Musk? Desculpa, foi engano! 

— Elon Musk? – Felicity segurou a risada com a indignação do amigo. – Elon Musk? – ele perguntou de novo. – Eu sou muito mais bonito que ele! 

— Claro, Tommy, se você tá dizendo! – Ela não aguentou mais e riu. Felicity entrou no carro e ligou o motor para ficar no ar condicionado, mas não saiu de onde estava enquanto conversava. – E como foi com o conselho?

— Eu achei que seria mais difícil, mas eles entenderam a minha ideia. Disseram que algum rumo é melhor que rumo nenhum, e a empresa iria falir de qualquer jeito se a gente não fizesse nada. Seguindo meu plano de ação, pelo menos é uma tentativa de reerguer o grupo. Eu sei que algumas empresas já estão querendo comprar a MG, mas até nosso valor de mercado tá baixo. Nem valeria a pena. Eu vou ter que entrar com muita grana do meu próprio bolso. – Tommy suspirou. – Muita mesmo! Mas vai dar certo. E você, Smoaky? O que manda? 

— Eu vou atrás do Oliver pra trazer ele de volta. 

— O quê? – Tommy foi claramente pego de surpresa. 

— Eu já descobri onde ele está, e acho que está na hora de ele voltar. Ele se culpa muito pela sua morte, Tommy, e isso não é justo. Já falei com o Diggle, e vou fazer planos pra irmos até ele. 

— Felicity... – O tom de voz dele era de lamento. 

— Eu sei que você tá ocupado agora, Sr. CEO, mas pode deixar que eu e o Diggle entendemos o Oliver melhor que ninguém. 

— Eu não duvido disso. – Tommy interrompeu. 

— Mas eu preciso te pedir duas coisas. – Felicity estava ligeiramente nervosa de ter que dizer isso. 

— O que você quiser! – Tommy garantiu.

— Primeiro, não conta pra Thea! Se não der certo, pelo menos ela não fica de coração partido. 

— Claro! – Tommy respondeu de pronto. Ele concordava com a atitude. 

— E segundo... – Felicity iniciou, mas parou pra respirar fundo. – Eu quero que você me garanta que qualquer animosidade entre você e o Oliver foi enterrada no caixão no seu lugar! Eu quero prometer sem mentir que você está vivo e bem! Que ele não perdeu o melhor amigo. 

— Claro que eu prometo, Felicity! – Tommy disse num tom de voz suave. – Você sabe bem que eu conversei com a Laurel. Isso não é um problema. 

— E eu fico feliz que você esteja bem, e entendo o seu lado, mas não é disso que eu tô falando... – Felicity mordeu o lábio inferior esperando que Tommy entendesse sozinho do que ela estava falando.

— Você tá falando do Capuz... – Não era uma pergunta.

— Se eu bem conheço o Oliver, a culpa que ele tá sentindo vem do fato de que você morreu achando que ele é um assassino. Com certeza não tem nada a ver com a Laurel, mas sim o que você acha dele. Ele te disse que não matou seu pai... Mas era mentira. O que ele não queria era que você morresse pensando que ele é só um assassino.

— E eu chamei ele de assassino... de criminoso na cara dele, Felicity. – Ela respirou fundo e segurou a língua pra não dizer nada. Felicity não sabia de detalhes da discussão dos dois, mas não sabia que havia chegado a esse ponto. – Eu tinha acabado de descobrir, e ele me falou que nunca me contaria. Eu me senti tão... traído. Era como se meu melhor amigo tivesse mesmo morrido na Ilha e outra pessoa estivesse no seu lugar. Só que apesar de magoado, eu não estava errado, né? – Felicity suspirou, e continuou em silêncio. – Mas depois do que você me disse sobre o Oliver, depois de ver o Capuz pelos seus olhos, Felicity, eu entendo. Pode acreditar que tudo que eu quero é poder recomeçar com o meu melhor amigo. Sem ressentimentos. 

— Ah, graças a Deus! – Felicity disse aliviada com um riso leve. – Então agora eu tenho ainda mais incentivo pra trazer seu amigo de volta! 

— Mas espera, eu também tenho uma condição! – Tommy disse sério, e o sorriso sumiu do rosto da Felicity. 

— Qual? 

— Não é porque o Oliver vai voltar, que você vai me abandonar e só vai querer saber dele! – Tommy respondeu com um sorriso. – Eu entro na justiça pra conseguir sua guarda compartilhada se for preciso! – Felicity riu com gosto. 

— Bobo! Eu preciso desligar, Tommy. Tenho planos de viagem, e uma mala pra fazer. 

— Tudo bem, Felicity, mas é sério, hein? Tchau! 

Felicity desligou seu celular, e ouviu o barulho da notificação do celular-Gideon vindo da bolsa. Havia uma mensagem. 

“Nesses registros, você escreveu sobre a Zari deixando Tommy Merlyn sob seus cuidados, que ela havia evitado a morte dele em 2013, mas os registros oficiais dizem que ele morreu pouco tempo depois disso, então não entendo qual a relevância.”

Felicity levou a mão à boca lendo aquilo. Tommy iria morrer em pouco tempo? Ela precisava urgente do Oliver e de ajuda! 


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo, Oliver Queen! Finalmente... Suspiros por uma ilha cheia de minas terrestres e Oliver suado!



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