Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu achei que precisaria fortalecer mais a relação do Tommy e da Felicity antes que ele dê fato assumisse que está vivo. Então esse capítulo foi pra isso. No próximo veremos mais personagens



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— Tommy? – Felicity chamou entrando em casa e trancando a porta. 

— Oi! – Tommy respondeu saindo da área da cozinha pra sala, aparecendo no campo de visão dela. – Como tá indo a reforma? 

— Devagar... – Felicity respondeu deixando sua bolsa no sofá e tirando os sapatos. – Quando só se tem os Sábados e Domingos pra de fato fazer alguma coisa, tudo é muito mais devagar. E caro! – Felicity fez uma pausa e olhou sério pro Tommy. – Claro que se você estivesse lá durante a semana, facilitaria muito pra mim. – Tommy suspirou, preparando-se mais uma vez para essa mesma conversa. – Tommy, já tem 3 semanas que você veio parar nessa casa. Mais de um mês que você morreu! E apesar de você ser bem-vindo pra ficar aqui o quanto quiser e/ou precisar, eu tô de fato preocupada com a sua saúde mental! Ficar confinado dentro de casa não vai te fazer bem. 

— Eu tenho saído pra correr! – Tommy argumentou coçando com as duas mãos a barba que estava crescendo. – Não posso deixar esse monte de porcaria que você chama de comida afetar meu físico... – Tommy desceu uma das mãos até a barriga e ergueu a camiseta pra mostrar a sua barriga. 

— Sim, Tommy, eu estou vendo o seu abdômen. Não precisa mais ficar se exibindo. – Felicity passou por ele e baixou a camiseta, o que o fez rir. – E se você quer saber, eu estou imune depois do tanto que eu já vi o Oliver e o Diggle sem camisa... Nada mais me afeta. – Tommy fez um biquinho que tirou um sorriso da Felicity. 

— Você me machuca assim, Smoaky! Como uma viga no meu peito. – Felicity olhou séria pra ele sem nenhum humor. – Cedo demais pra uma piadinha de humor negro? – Sem obter resposta da Felicity, ele continuou. – Ok... Plateia exigente! 

— Mas voltando ao assunto, - Tommy revirou os olhos ainda seguindo Felicity em direção ao quarto dela. – até quando você acha que pode se esconder? Eu sei que é difícil encarar a cidade depois de tudo. Moira Queen está na cadeia, seu pai sumido, seu melhor amigo sumido... Mas o Verdant tá lá, e quem tá reformando sou eu! Não tenho como fazer só o porão sem levantar suspeitas. Você teria um motivo legítimo pra estar lá... – Felicity abriu o armário pra pegar um pijama enquanto Tommy se jogava na cama dela sem cerimônia nenhuma. – A não ser que você queira sumir mesmo e recomeçar. E como eu já te disse antes, se é isso que você quer, eu consigo uma nova identidade pra você num instante, e você pode dar uma de Oliver e cair no mundo. – Felicity pausou o que estava fazendo pra olhar nos olhos de Tommy. – Agora, se você quer retomar a sua vida, o Verdant e a Laurel... – Felicity deu uma pausa e Tommy desviou o olhar. – Acho que então já está na hora de a gente desfazer a sua morte legalmente falando... Eu não tenho como fazer minha mágica com isso, porque você é tãooooooo famoso... – Felicity revirou os olhos e Tommy sorriu. – Mas se o Oliver conseguiu, você consegue! Vocês dois são mais parecidos do que pensam!

— Sim, nós dois somos irresistíveis pra você! – Tommy riu com gosto da carranca que a Felicity fez. – Você não pode ver um playboy milionário, que quer reabilitar, não é mesmo? 

— Nem começa, Tommy! – Felicity continuou sua tarefa de separar sua roupa que colocaria depois do banho. 

— Fora que meu tanquinho é quase igual ao dele. – Tommy mais uma vez ergueu a camiseta. 

— Nos seus sonhos, Tommy! – Felicity entrou no banheiro (o único da antiga e modesta casa que ela morava) e bateu a porta ouvindo as risadas do amigo. 

***

Depois que jantaram, Felicity e Tommy estavam na sala. Felicity estava colocando em dia Doctor Who, enquanto Tommy estava pensativo no outro sofá. Volta e meia ele olhava pro pôster do Robin Hood na parede e lembrava das vezes que havia tirado sarro da lourinha por aquilo. Ela dizia que já tinha o pôster antes de conhecer o Oliver, mas ele tinha certeza que não. Pelas conversas que os dois já tiveram, Tommy tinha certeza que Felicity tinha mais do que uma quedinha pelo seu melhor amigo, mas ela insistia em usar a palavra “platônico” pra descrever os dois, o que deixava Tommy ainda mais curioso pra saber como o Oliver reagia a esse sentimento dela. Felicity *definitivamente* não fazia o tipo do Ollie que ele conhecia e estava acostumado. Ollie Queen, playboy de Star City só saía com mulheres altas de pernas longas, e quase sempre morenas. Meio babaca, Tommy conseguia admitir agora que estava se aproximando dos 30, mas na juventude eles fizeram muuuuuuuitas coisas babacas. Juntos e separados. E mesmo depois que o Oliver havia voltado da ilha, Tommy o viu com três mulheres, e as três eram morenas altas. Três mulheres confiantes, seguras de si... e morenas! Tommy sorriu olhando pra Felicity. Ela não era nada disso. Felicity não tinha muita segurança em si própria. Ela era muito mais inteligente e capacitada do que o cargo atual dela exigia, e apesar de ter confiança em seu trabalho, sempre se sentia inadequada, e isso refletia nas gafes que cometia. Tommy achava... adorável, e ele estava certo que o Oliver também devia achar, porque não a manteria por perto por tanto tempo se isso o incomodasse. E ela definitivamente não era morena. Ou pelo menos ele não achava que fosse. E não era alta. Não mesmo. Sem os saltos, Felicity era um coisinha minúscula que não parava de falar, mas que não tinha como não sorrir perto dela. Será que o Oliver se importava tanto assim com aparências pra não ter dado em cima dela ainda? Tommy não acreditava nisso, porque o Ollie Queen mulherengo havia morrido naquela ilha. Seu amigo dizia que virava noites com mulheres, mas Tommy, depois de descobrir sobre o Capuz, entendeu que era tudo mentira. Que aliás, Oliver havia namorado até que pouco desde que voltou. Pensar nisso o fez lembrar da imagem da Laurel nos braços de seu melhor amigo... Tommy não queria admitir, mas Laurel era ainda o grande motivo de ele estar se escondendo. Numa situação de emergência, terremoto, e prédio desabando, ele havia falado que a amava. Laurel não respondeu. Agora, sem a adrenalina correndo em seu corpo e o enchendo de coragem, ele tinha medo... Medo de encarar a verdade. Medo de ouvir que – de novo – Laurel Lance e Oliver Queen voltaram um pro outro. Uma vida inteira desse vai e vem. Ele já deveria estar acostumado. Desde a adolescência, cada vez que o Tommy achava que teria uma chance com a Laurel, eles davam um jeito de voltar. Precisou o Oliver morrer pro Tommy acreditar que teria uma chance... E nem assim teve. Laurel mais uma vez preferiu o Oliver. E coitada da Felicity... Tommy olhou mais uma vez pra ela. Felicity ia pelo mesmo caminho doloroso que ele havia passado com esses dois. Será que ele falava ou não pra mais nova amiga que Oliver e Laurel sempre acabavam juntos? 

— Você vai fazer um furo na minha cabeça com o tanto que está me encarando. – Felicity disse pausando seu seriado, e virando-se de frente pra ele. – O que foi? 

— Eu tava aqui pensando... – Tommy começou. – E acho que você está certa. Tá na hora mesmo de voltar pro mundo dos vivos. 

— Eu adoro ouvir que estou certa, mas você precisa ter certeza, e não “achar”. Se você voltar, é irreversível. O que te impede de ter certeza? 

— A Laurel... – Tommy respondeu cansado.

— A Linda Laurel... – Felicity suspirou, e Tommy deu um sorriso triste.

— Eu não sei se você sabe, mas o Oliver havia garantido pra mim que não sentia mais nada por ela. Falou pra que eu lutasse por ela. Uma semana depois, eu peguei os dois se beijando. Vi tudo pela janela do apartamento dela enquanto eu parecia um stalker idiota sem consegui tirar o olho. – Felicity fez uma expressão de dor e foi sentar-se do lado dele, passando a mão nas suas costas num gesto de consolo. 

— Uma vez ele brigou com o Diggle porque entre ajudar o amigo e ajudar a Laurel, ele escolheu a Laurel. O Diggle disse que a Laurel sempre vem em primeiro lugar pra ele. – Tommy suspirou triste. 

— E ele tá certo. Tem anos que esses dois fazem essa dança de se separar e voltar. O Ollie sempre tratou ela muito mal! Traía ela direto. Até com a irmã. Ele me contou até que uma vez engravidou uma amiga dela! – Felicity arregalou os olhos num misto de surpresa e decepção. – A menina perdeu o bebê, mas imagina? – Tommy continuou. – E isso sempre afetou a Laurel, mas ela é muito teimosa, e colocou na cabeça que a vida dela seria como ela planejou: os dois se casariam, o Oliver assumiria a empresa da família, e ela teria sua carreira jurídica. Nada poderia atrapalhar seus planos, por isso ela fazia vista grossa pra tudo isso... 

Felicity ficava triste pela Laurel. Será que valia a dor esse tanto de orgulho? Felicity achava que Laurel precisava era de amigas pra abrir seus olhos dessa situação. Ela deveria estar tão consumida pelas personalidades expansivas do Oliver e do Tommy, que não devia nem perceber o mar tóxico em que estava. Fora que ela era muito nova também...  Quase a idade que a Felicity tinha hoje, mas depois do tanto que ela se consumiu com o Cooper e o trauma que havia sido tudo aquilo, ela acreditava ter mais maturidade pra avaliar melhor a situação. 

— E você? – Felicity perguntou pegando a mão de Tommy. – O que fez depois de ter visto os dois? 

— Eu confrontei o Oliver no dia seguinte. Disse a ele que eu queria que ele tivesse morrido na Ilha... – Tommy baixou a cabeça e deu um sorriso triste. – Definitivamente não foi um dos meus melhores momentos. Mas daí eu descobri que meu pai é um monstro, logo em seguida vieram os terremotos, e eu fui correndo atrás da Laurel. Eu sabia que o Oliver estaria ocupado sendo o Capuz, e que a Laurel, sempre querendo salvar o mundo, estaria na CNRI... 

— E você salvou ela... – Felicity disse com um sorriso. 

— Salvei, porque a gente não escolhe quem a gente ama. E eu falei pra ela... que a amava. – Tommy fez uma pausa, mas Felicity escolheu não interromper. – Só que ela não disse de volta. E daí teve uma explosão, eu morri... 

— E você acha que ela não disse que te amava porque ela ama o Oliver? – Tommy apenas assentiu com a cabeça. – Bom, então se é só covardia, amanhã mesmo a gente vai falar com um advogado pra fazer o pedido legal da sua ressurreição. Morando em Starling City, é melhor esse juiz já ir se acostumando... – Tommy arregalou os olhos, mas havia humor na sua expressão. – E quanto à Laurel, você vai ter que encontrar seus culhões e ir atrás dela pra conversar. Talvez ela nem fique chocada ao te ver... Entre você e o Oliver, a coitada já teve a cota de uma vida de ressurreições... – Felicity levantou-se do sofá e continuou. – Fica aí que eu tenho uma lista de documentos pra você preencher. Já pesquisei previamente do que você iria precisar pra gente resolver isso tudo o mais rápido possível. Com alguns comandos, um indigente foi enterrado no seu lugar por engano. No meio daquela confusão, não é de se admirar. Você perdeu a memória esse tempo todo, eu não te reconheci, não sabia que você tinha dinheiro, então não te deixei internado no hospital depois da sua alta. Você teve muita sorte de eu estar passando justo na hora do seu acidente e ter te levado pro hospital no meu carro. Além disso, fiquei com tanta pena desse seu rostinho lindo que te levei pra casa. 

— Mas eu não estive no hospital! 

— Não é o que os registros do Hospital de Starling dizem... – Felicity remexeu os dedos, fazendo alusão aos “dedos mágicos”. 

Tommy ficou olhando enquanto Felicity ia ao seu quarto buscar os papéis. É... Hora de encarar a realidade. O mundo não se livraria de Tommy Merlyn tão fácil assim. 


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Notas finais do capítulo

Ai que saudade do Tommy... Como eu falei antes, no próximo capítulo sairemos do apartamento da Felicity e veremos mais personagens. O que vocês estão esperando ver nessa história? Me contem!



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