Starling City 2013 escrita por AmandaTavaress


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Bom, vocês pediram, então aí vai um pouquinho da viagem do Oliver e da Felicity à Central City. ♥️



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— Ok... Esse é o endereço. – Felicity disse olhando pro tablet e confirmando com o número na porta da casa onde eles haviam estacionado. – Oliver, você tem certeza absoluta que quer fazer isso? É Sábado de manhã, então a probabilidade de eles estarem em casa é grande, mas...

— Felicity... – Oliver disse simplesmente olhando sério pra ela. Felicity suspirou e perguntou:

— E você tem certeza absoluta que não quer que eu vá junto? – Felicity não queria *mesmo* entrar naquela casa naquele instante, mas se ele precisasse de uma mediadora, ou de alguém para mantê-lo calmo, ela iria.

— Não, eu preciso fazer isso sozinho.

— Ok então... Lembra do que a gente conversou: mantenha a calma e não acuse a Samantha de nada! Deixe que ela se explique antes de virar o Capuz pra cima dela! – Felicity se acomodou melhor no banco de passageiros e baixou o vidro do carro. 

Oliver abriu a porta do carro assentindo com a cabeça e foi decidido tocar a campainha da casa. Felicity ficou observando a porta abrir, e de onde estava, pôde observar uma mulher alta de cabelo castanho escuro com uma expressão de surpresa no rosto. Laurel, Helena, McKenna, e agora Samantha... É, Oliver definitivamente tinha um tipo: alta e morena. E Felicity não era nada disso. Mas agora não era a hora de ficar se lamentando. Felicity viu a porta da casa se fechar, e ficou observando a vizinhança. Era um lugar bonito, com outras casas vizinhas... Um típico subúrbio americano pra se criar uma família. Como a conversa podia demorar, Felicity decidiu sair do carro um pouco e esticar as pernas. Também estava quente demais pra ficar dentro do carro. Ela nem se preocupou com trancar o veículo, porque a vizinhança parecia mesmo segura. Em uma das casas, Felicity viu uma menina pequena com o pai dando banho num cachorro enorme, em outra havia dois meninos correndo um atrás do outro, felizes da vida. Felicity não se dava muito bem com crianças quando era uma. Era difícil ter amigos quando se era muito mais nova que seus colegas de sala, e ainda era rotulada a gênia da escola. Ela se apoiou na parte de trás do Bentley do Oliver e fechou os olhos por alguns instantes, apreciando o sol da manhã no rosto.

— Eu não conheço você! – Veio uma vozinha perto da Felicity. Ela abriu os olhos e olhou ligeiramente pra baixo, identificando a fonte: William. Ele estava vestindo um pijama de robô, e olhava pra ela com um olhar que era um misto de curiosidade e suspeita.

— Sua mãe sabe que você está aqui? – Felicity perguntou olhando de volta pra casa.

— Ela tá recebendo visita. Eu não gosto quando vem visita, porque ela me faz cumprimentar todo mundo e ficar ouvindo conversa de adulto... É um saco! – Felicity tentou disfarçar a risada, mas acabou fazendo um som estanho mesmo assim e  mordeu os lábios pra se conter.

— É... Conversa de adulto é chato mesmo! – Felicity concordou com um sorriso. – Daí então você decidiu sair de casa sem avisar a mamãe?

— Ela acha que eu tô brincando com o meu PSP no quarto, mas eu saí pela janela, viu? – William apontou pra lateral da casa, onde ficava a janela do que provavelmente era o seu quarto. Filho do Oliver mesmo! Felicity pensou com bom humor.

— Bom, você deu sorte que eu sou uma pessoa legal então, porque aposto que a sua mãe não gostaria de te ver falando com estranhos! – Felicity ergueu uma sobrancelha e William se sentiu propriamente repreendido.

—  É, mas você é bonita demais pra ser um estranho. – E flertava que nem o pai! Felicity aumentou ainda mais o sorriso.

— Bom, meu nome é Felicity. Assim não somos mais estranhos...

— E eu sou o William. – O menino esticou a mão que não carregava um PSP em cumprimento. Felicity aceitou o gesto e perguntou:

— O que você tá jogando? – Ela apontou com a cabeça pro PSP.

— Toy Story. É muito legal! Tô quase fechando!

— Que legal! Esse eu nunca joguei. – Felicity sorriu pro menino.

— Você joga PSP? – William perguntou de olho arregalado. – Não conheço nenhum adulto que sabe jogar!

— Eu jogo! – Felicity respondeu com um sorriso orgulhoso.

— E Xbox? Eu tenho um no meu quarto! Quer jogar comigo? – William perguntou todo empolgado, e Felicity odiou ter que quebrar o barato dele.

— Eu adoraria, William, mas agora a sua mãe tá tendo uma conversa bem séria com o meu amigo, e eu acharia melhor a gente não incomodar. – O rostinho dele murchou, e Felicity quis consertar de alguma forma. – Por que a gente não senta ali na escada do pátio da sua casa, e você me mostra em que fase que você está no seu PSP? – William foi abrindo o sorriso de volta, e aquilo aqueceu o coração dela. – Eu até levo meu tablet e deixo você jogar meus jogos nele. Que tal? – William assentiu a cabeça assiduamente e foi correndo se sentar enquanto Felicity pegava o tablet no carro. Os dois ficaram jogando juntos por algum tempo até que ouviram chamados de “William” vindos de dentro da casa, que aumentavam de volume progressivamente.

— Acho que você foi descoberto, carinha! – Felicity disse com um sorriso enquanto o menino se levantava, ainda com a tablet dela na mão. William abriu a porta de casa e gritou:

— Tô aqui!

— William! – Felicity ouviu a voz que só poderia ser da Samantha se aproximando da porta, e ela também se levantou, pegando o PSP do William que estava no chão. – Quem deixou você sair, mocinho? – William baixou a cabeça ao ser repreendido.

— Eu ouvi a campainha e saí pra não ter que cumprimentar sua visita... – William estava agora propositadamente fazendo voz de coitadinho, e Felicity não pôde evitar achar uma graça. Ela notou que Oliver se aproximou da porta também, mas como ela, ele não tirava os olhos do menino. 

— Você sabe muito bem que não pode sair sem me avisar. Ainda que seja pra ficar no jardim, Will.

— Desculpa, mamãe! – Felicity conseguia agora entender como o Oliver conseguiu escapar de ser disciplinado tantas vezes quando garoto. A expressão do William era adorável demais pra receber bronca. – Mãe, essa é minha amiga Felicity, ela ficou brincando comigo no PSP e no tablet dela! – Ele estava claramente desconversando, e estava agora com um sorriso no rosto.

— Oi... – Samantha olhou desconcertada para Felicity, e Oliver interveio.

— Samantha, essa é Felicity, minha amiga. Ela que me ajudou a descobrir tudo e me acompanhou até aqui.

— Prazer... – Felicity estendeu a mão pra Samantha, que a cumprimentou, ainda sem muita certeza do que estava havendo.

— Will... O que eu falei sobre estranhos? – Samantha se direcionou ao filho.

— Ela não é estranha... É minha amiga! – William respondeu simplesmente. – E amiga dele... – William apontou pro Oliver, olhando desconfiado pra ele. – E quem é você? – Faltava um tiquinho no tom voz da criança pra sair da curiosidade pra falta de educação, mas a mãe preferiu relevar.

— William, esse é um amigo da mamãe, o Oliver. – Oliver se ajoelhou pra ficar da altura do William e estendeu a mão pra ele.

— Oi, William! Eu fico muito feliz de poder te conhecer! – O menino diminuiu um pouco a desconfiança no olhar e cumprimentou o Oliver. Felicity observava tudo com um sorriso no rosto, mas Samantha estava claramente tensa. – Você pode mostrar pra mim o que você tava jogando? – Oliver apontou com a cabeça pro tablet nas mãos dele, e William assentiu com a cabeça empolgado.

— Vamos pra dentro... – Samantha disse oferecendo que todos entrassem. – A vizinhança é legal, mas fofoqueiros tem em toda parte...

Os quatro entraram e Oliver pôde interagir um pouco com o filho. Felicity pediu para usar o banheiro, e Samantha a acompanhou até a porta. Ao sair do banheiro, Felicity notou que Samantha ainda estava por perto, e não havia voltado pra sala. Ela estava claramente nervosa, e até tremia a mão um pouco.

— Tá tudo bem? – Felicity perguntou pra ela, que foi pega de surpresa, de tão distraída que estava.

— Eu achei que ele nunca fosse aparecer... – Samantha disse baixinho. – Primeiro porque ele era um irresponsável, depois porque morreu no barco... Daí ele voltou, mas nem veio atrás do filho. Ele me disse que não sabia do que a mãe fez, que acreditou mesmo que eu tivesse perdido o bebê! – Felicity estava confusa, mas agora não era hora de ficar na sua curiosidade. Samantha estava claramente sobrecarregada de surpresas.

— Samantha, eu posso te garantir que o Oliver não é mais o mesmo homem que foi antes da ilha. – Samantha levantou a cabeça e olhou para Felicity. – Ter passado pelo que ele passou mudou o Oliver completamente! Ele é um homem bom. Traumatizado pelo que passou e um tanto receoso, mas bom! Ele realmente não sabia do filho. – Samantha assentiu com a cabeça, mas não falou nada por alguns instantes.

— Vocês dois...? – Samantha deixou implícita a pergunta.

— Eu e o Oliver? – Felicity perguntou surpresa. – Não, não! Isso seria impensável! – Ela continuou constrangida. – A gente é só amigo.

— Então ele mudou mesmo, porque o Oliver que eu conheci não tinha amigas... Muito menos amigas que se leva pra conhecer o filho! – Samantha disse meio amarga e cansada, e Felicity preferiu não comentar.

— Eu vou me despedir do William e esperar no carro. – Ela finalmente disse baixinho e saiu andando. Era por situações como essa que ela não queria ter entrado. Felicity compreendia completamente que a situação devia ser extremamente estressante e desconfortável pra Samantha, mas ela não queria se ferir no meio de fogo cruzado.

— William... – Felicity chamou quando voltou pra sala. Oliver olhava admirado pro menino e não conseguia ver mais nada. – Eu vou esperar o Oliver no carro, tá bom? Adorei te conhecer! – William respondeu com um sorriso e voltou a olhar pro tablet. – Oliver? – Ele finalmente desviou o olhar do filho e olhou pra amiga. – Leva meu tablet quando sair? – Ele pôde perceber que havia algo de errado com ela, e perguntou com o olhar o que era, mas Felicity simplesmente balançou a cabeça de um lado para o outro como resposta. Ao se virar para ir embora, notou Samantha observando a interação. Felicity foi em direção à porta, e Samantha a seguiu.

— Desculpa se eu te ofendi de alguma forma. – Ela disse enquanto abria a porta pra Felicity. – Eu normalmente não sou assim, mas o Oliver me pegou muito de surpresa.

— Eu entendo completamente. – Felicity disse com um sorriso.

— O William já me perguntou do pai, sabe? E eu sempre disse que ele havia morrido, porque o William nem era nascido quando o Oliver “morreu”. – Samantha fez o gesto de aspas com a mão. – Era mais fácil manter a farsa, entende?

— Claro... – Felicity respondeu simplesmente.

— Mas também nada disso é culpa sua, então mais uma vez, desculpa. – Samantha disse com um leve sorriso. – E obrigada por ter brincado com o William.

— Ele é um garoto lindo, educado e muito esperto. E tudo isso é mérito só seu. – Felicity respondeu, e Samantha deu um sorriso sincero de gratidão. Felicity saiu pela porta e foi aguardar no carro.

Não passou muito tempo, até que Oliver retornasse também. Felicity programou o GPS do carro para o hotel que ela havia reservado enquanto estavam ainda na estrada, e Oliver entrou e dirigiu o carro em silêncio por alguns minutos. Felicity não disse nada. Preferiu esperar que Oliver tivesse “digerido” melhor o que aconteceu. Ainda no carro a caminho do hotel, Oliver finalmente disse:

— Minha mãe pagou pra Samantha dizer que havia perdido o bebê. – Felicity estava chocada! Isso era novela mexicana demais para a sua cabeça! – A Samantha não aceitou o dinheiro, mas também não quis nunca mais saber da minha família depois disso, e com razão! – Felicity assentiu com a cabeça. – Como a minha mãe pôde fazer isso comigo? – Oliver estava com os olhos marejados, e Felicity queria muito poder abraçar ele bem forte, mas se conteve com passar a mão no braço dele.

— Você pode perguntar pra ela quando a gente voltar... – Felicity sugeriu.

— Eu nem sei se vou conseguir olhar pra minha mãe depois disso... Primeiro o empreendimento, e agora isso? Que outros segredos ela tá escondendo de mim? – Oliver respirou fundo e ficou em silêncio por alguns instantes.

— Eu notei que a Samantha te apresentou como amigo, e não como pai... – Felicity sugeriu a mudança de assunto.

— Ela pediu um tempo pra explicar melhor pro William, e eu entendo completamente. – Oliver esclareceu. – E também porque eu acho que ela não tem muita certeza se eu vou ser uma constante na vida dele ou não. No lugar dela, eu faria o mesmo.

— Oliver, você não é mais a mesma pessoa que era, e eu disse isso pra ela. Ela também vai perceber isso. Não fica se punindo pelo que você já foi! – Oliver olhou pra ela com um sorriso querendo se formar, mas voltou a olhar pro trânsito. – A Samantha também me pareceu uma ótima pessoa e bem sensata. É só você se comprometer a de fato estar presente na vida do seu filho como você combinar com ela, e ela vai começar a confiar em você. As coisas vão se acertando...

— Felicity... – Oliver parou num sinal vermelho, respirou fundo e olhou sério pra ela. – Obrigado. – Felicity lançou um sorriso brilhante pra ele, e ele retribuiu, olhando de volta nos olhos dela. Felicity ficou com a impressão que horas haviam se passado com os dois se olhando, mas devem ter sido só alguns instantes mesmo até que a buzina do carro de trás fez com que Oliver focasse novamente no trânsito e no semáforo, que já estava verde. A vida do Oliver era Star City e do William em Central City. Eles não poderiam se ver com tanta frequência, mas o Oliver com certeza poderia e queria ser uma constante na vida do menino. E quem sabe com o tempo, o William poderia até passar alguns dias em Star City com ele nas férias... Felicity tinha fé que daria tudo certo. 


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Notas finais do capítulo

E então? O William é fofo, ou é fofo? Crianças de 5 anos são irresistíveis. Foi legal ver esse encontro? É o que esperavam? Comentem aí o que acharam por favorzinho!



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