Baby Cullen escrita por Dark Angel


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Nem revisei ainda por causa de alguns contratempos, mas aqui está o capítulo!



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Acordo e gasto cinco minutos inteiros olhando para o teto branco acima de mim. Havia deixado a janela semiaberta depois que o chuvisco parou na noite passada, o cheiro do orvalho e o ar gelado envolveram-me quando expus todo o ambiente ao abri-la completamente.

Ainda é cedo, mas já posso ouvir gritinhos infantis vindos da cozinha. Edward acordou durante a madrugada e Esme levou a criaturinha para o seu próprio quarto, assim adormeci logo e ele entendeu que estaria me deixando sozinha para descansar.

Sinto-me totalmente disposta e é a primeira vez em dias de sono perdido, mas ele estava amadurecendo e aos poucos aceitando passar ainda mais tempo sem minha presença, confesso que era difícil desapegar da sua figura minúscula encarrapitada em meus braços a todo momento.

 

Após um banho e uma troca de roupas, decido dar uma geral por onde estou instalada. Não há sujeira ou sequer resquícios de poeira pelos poucos móveis, mas os brinquedos brotam por todo o lado e não faço a cama desde que cheguei.

Depois de passar para o closet acho melhor guardar as malas em outro lugar, não as desfiz por completo, chuto a mais pesada delas para o canto e sinto algo palpável demais no meio das roupas. Abaixo para espiar o que quer que fosse aquilo, surpresa, levanto com o velho livro de lendas quileutes em mãos.

Apoio as costas no encosto da cama e abro no índice, li pouquíssimos capítulos daquele volume. Lembro-me vagamente agora de tê-lo guardado dentro da velha mala que antes ficava guardada em meu armário, mas apenas para economizar espaço, já que nunca fui muito fã de literatura fantástica.

Irônico, eu sei. Mas ainda restavam-me alguns minutos de liberdade, por que não dar uma lida em algo?

Vejo de relance o título do quarto capítulo, o mesmo que já me é familiar, “Frios”, ao invés de abrir na página inicial dele continuo a passar os olhos pelo resto do sumário. Ao chegar ao último deles os meus olhos apertam-se e aproximo o livro do rosto para ter certeza de que estou realmente vendo aquilo, corro a passar as páginas até chegar nessa.

O título não me remete nada, “Lua de Sangue”, mas a imagem no canto superior direito é a mesma que prendeu a minha atenção lá na frente, desta vez está um pouco maior, um pouco menor que a palma da minha mão, há um rosto minúsculo desenhado sobre o tronco de uma árvore totalmente escura, envolvendo-os está um círculo perfeito e pintado de vermelho. Presumo que assim como as outras figuras que se seguem em cada conto, esta também seja uma pintura dos próprios nativos-americanos, algo realmente me prendeu àquele rosto, e eu sei o porquê, as feições entalhadas na madeira lembram vagamente as de uma forma metamorfa, como a mistura de um rosto humano com o de um animal, com pêlos e longas orelhas.

Para a minha infelicidade, o último capítulo nada mais é do que uma folha com frente e trás, há uma velha cantiga na língua -que suponho ser a quileute- abaixo da gravura, esta datada de 1730. Leio o pouco texto que há sobre a tal lua de sangue, esse eu consigo compreender.

“ ‘Como o homem virá a ser imortal sob esta terra de seus irmãos de mesma cor', disse- me Mary Lou Connor, oitenta e dois anos, quando perguntei-lhe sobre o que havia escrito em sua antiga língua na velha tapeçaria que pendia sobre a parede da sua sala de visitas. Descendente direta de um dos primeiros líderes que se tem notícia na tribo que hoje habita apenas uma pequena porção do Oeste do estado de Washington, ela ficou mais do que feliz em compartilhar comigo- mestiça quileute- mais uma antiga história sobre velhas épocas.

Mary relata-me rapidamente, avisando em prévia que a memória já não é tão boa e as palavras não mais frescas em sua cabeça. Diz ela, que na curta narrativa contada por sua própria mãe, o pai de seu tataravô materno estava a andar pela velha floresta em dia de lua, assim ela o chama, ainda não era noite própria e conforme o sol ia-se embora ver-se-ia as sombras dos antigos guerreiros que acordavam com o escuro para proteger as matas tal qual os espíritos dos lobos gigantes que sempre os acompanhavam.

E foi ali, no breu da noite, que ele ouviu um choro alto vindo do meio das árvores, era alto, vibrante e infanto, por isso o homem correu a socorrer-lhe, com medo ele de que(a criança) estivesse sendo devorada por um urso- esses, diz ela, ainda eram mais frequentes nesta área da reserva, muito antes da massificação de Port Angeles ou da inauguração da pequena cidade que viria a ser Forks.

‘Era lua de sangue, minha filha, nada feito sobre a terra sagrada nesta época é ignorado pela antiga magia, as árvores nos ouvem, ah, sim, elas ouvem'. Disse ela, seus olhos arregalados e um sorriso mínimo nos lábios, ao chegar lá nada havia se não um pequeno filhote de corça com pêlos escuros em meio às folhas, nenhum sinal de criança alguma. Intrigado, mas com medo por causa da lua, não se sabe porque, acabou levando para casa o animalzinho, sua mulher afeiçoou-se facilmente e todos chegavam admirados para olhar aquela linda corça, assim como cada pessoa que a via achava curiosa a marca que havia em uma de suas patas, descrita como uma ponta de flecha, uma mancha em sua pelagem que parecia mesmo uma miniatura de folha. Os dias passaram, e vez ou outra a corça desaparecia no meio da floresta para depois voltar, uma noite, quando a lua escarlate havia ido embora já a mais de um mês a corça desapareceu novamente e nunca mais voltou, horas depois, uma moça ainda jovem foi encontrada às margens da floresta, estava desacordada e embora tivesse traços indígenas parecia ser de outra região, diz-se que estava nua e não lembrava de nada mais do que cair no meio das folhagens. Ao remedia-la e dar-lhe abrigo a mulher do chefe entrou em estado de choque, a menina tinha a exata da marca no exato lugar, os olhos grandes e amendoados também não lhe eram estranhos. Era a sua corça sumida , a mesma que lhe trouxera tanta alegria...”

Ainda falta metade do conto para ler, mas eu não aguento até lá. Dou um pulo do colchão, preciso mostrar aquilo a alguém, não posso estar louca, desço as escadas com saltos, passo pela porta da cozinha e ouço a ligeira discussão que se instala, Jasper e Emmett disputam para ver quem vai alimentar Edward dessa vez, Esme está de costas para mim, corro até ela.

— Esme.

— Oh, bom dia, querida. Dormiu be...- ela desfaz o sorriso ao ver a minha expressão.

— Preciso falar com Carlisle, é urgente.

 

Em menos de um minuto estão todos reunidos na sala, Edward choraminga nos braços de Jasper e me chama com uma mão no ar enquanto usa a outra para coçar o olhinho, posso supor que ele não dormiu nada durante a noite, pego-o no colo e aninho sua cabeça em meu ombro. Os outros estão reunidos perto de Carlisle, que tem o exemplar em mãos, ele ergue o rosto em nossa direção e eu tento amainar a minha ansiedade.

— É de fato uma lenda interessante, não podemos deixar de dar créditos ao povo quileute pela sua sabedoria.- Carlisle comenta.

— Mas?- agora a minha expectativa parece sofrer picos de elevação.

— Ainda é só uma história, Bella, eu sei que é bastante cabível para a nossa situação, talvez não tenha como termos certeza.- continua. Sinto os meus ombros murcharem.

— Eu tenho noção do quanto é vago, Carlisle, mas pense bem, tudo se encaixa! a área em que Emmett e Edward estavam caçando já foi parte do território indígena a mais de duzentos anos atrás.- Alice acrescenta, afastando-se em direção ao sofá.

— Mas se o que o transformou não teve absolutamente nada a ver com as suas habilidades, por que eu também não fui afetado?- nos viramos para encarar Emmett.

— Você não sabe de nada que tenha acontecido em particular?- pergunto, já o fiz mais de mil vezes.

— Não, Bella.- ele fala, entediado.

— Mesmo assim, diga nos mínimos detalhes, caso tenha deixado passar algo.- Rose fala.

— Nós estávamos correndo como sempre fazemos, o cabeçudo tirou sarro com a minha cara pela sua velocidade e quando farejamos aquele imbecil do Terry é óbvio que não nos importamos muito, então esperamos e conversamos até que ele estivesse próximo o suficiente, Edward se encostou em uma árvore e pensou em ligar para você, Bella, para saber como estava, mas desistiu, disse que deveria deixar de ser tão sufocante com relação à sua segurança. Então, Terrance chegou e pronto, a merda estava feita.

— Você disse que ele se encostou em uma árvore?- Esme é a primeira a falar, Emmett assente antes de prosseguir:

— Uma velha tsuga, parecia ser bem antiga.

— As árvores ouvem...- Rose cita a passagem falada por Mary.

— Uma árvore centenária no meio de uma floresta em Washington, até aí bem plausível.- Jasper fala, sério.

— As terras sagradas que ela fala no livro são os locais onde eram enterrados os antigos chefes,a avó de um dos amigos de Jacob estava contando essa história quando fui na fogueira pela última vez, eles plantavam as árvores símbolo dos seus antepassados sobre o lugar onde colocavam os corpos, tsugas e carvalhos!- exclamo, não sei como fui esquecer-me daquilo, a lembrança viva da noite estrelada e das lendas contadas pelos anciãos chega a me dar arrepios, a nostalgia é dolorosa ao falar de Jake, ele havia viajado pouco depois de saber do casamento, fora visitar uma das irmãs mais velhas em outro estado.

Carlisle me olha diferente, sei que estou começando a convencê-lo.

— O eclipse lunar aconteceu na noite anterior ao incidente.- ele fala.

— Tudo se encaixa,sim, Terry quis atingi-lo, mas acabou acordando o antigo solo quileute. É óbvio que eu não conseguiria enxergar Edward se ele está envolto por essa velha magia de lobo, ele não está virando outra espécie, é apenas temporário, agora tenho certeza disso!- Alice mal consegue segurar a animação em seu tom de voz.

Sorrio em sua direção enquanto balanço o bebê para lá e para cá devagar, a sua respiração ainda regulada e os dedinhos agarrados aos meus cabelos deixavam claro que ele não pretendia adormecer tao cedo.

— Então, o que faremos agora que temos essa possibilidade em mãos?- Esme nos pergunta.

Nos olhamos em silêncio, Carlisle sorri e aproxima-se da esposa.

— E agora esperamos, meu bem.

 

Depois do almoço fui sentar-me na sala junto de Edward. Alice e Rose estão planejando um passeio até Seattle para levar Edward a um parque infantil, Emmett e Jasper foram assitir os vídeos que já temos dele, Esme e Carlisle decidiram caçar juntos antes dele ter que voltar ao hospital para o próximo plantão.

Edward acordou de sua soneca da tarde, os cabelos arruivados estão para todo lado e está vestindo um macacão verde com abertura na bunda e desenhos de ursos pardos-presente de Emmett, claro.

—Bewa!- gargalha ao mostrar a peça retangular encaixando-se à mesinha de brincar. Bato palmas e o incentivo a fazer o mesmo com as outras.

Passamos a tarde na preguiça com a fina garoa que cai do lado de fora, quando chega a hora do banho ele ainda está elétrico e eu acabo molhada da cabeça aos pés. A troca para o pijama é rápida e Rose fica mais do que feliz em pegá-lo nos braços para dar o seu jantar, sento perto deles, como enquanto ele me observa e cutuca a loura que está lhe dando colheradas de abóbora amassada com macarrão e carne moída, quando ela o olha atenta ele aponta em minha direção de maneira ranzinza.

— Calma, Edward, só mais essa colher e eu te devolvo à sua Bella.- disse Rosalie pela quinta vez.

Eu sorrio com a sua careta mal humorada e continuo a comer, e agora esperamos, sim,e agora eu continuo esperando por ele .


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Notas finais do capítulo

*** Revisado!


Desculpem qualquer erro, eu precisei postar às pressas, mas assim que der volto aqui e reviso tudinho,okay?

Oq acharam do capítulo?
Tem POV chegando aí...
Até!;-)♥♥♥
(N pretendo demorar dessa vez, mas se acontecer n se preocupem, tá?)



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