Baby Cullen escrita por Dark Angel


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Heyyyyyy

Vocês são rápidas no gatilho, hein? Hahahahaha



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774944/chapter/2

Edward brinca com as pontas dos meus cabelos enquanto eu o observo, cautelosa, tão logo Esme passou ele para os meus braços ele se acalmou. Os pequenos soluços ainda sacodem o seu corpinho enquanto ele se entretém com os cachos escuros.

Todos nos fitam maravilhados enquanto o bebê brinca em meus braços, sento no sofá e o ponho no colo. A sua atenção continua no mesmo lugar.

— E então, qual é a história disso tudo?- eles se olham rapidamente antes de algum deles começar a falar.

— Foi durante a nossa caçada, eu e Edward fomos para o mesmo lado do rio, havíamos rastreado um urso pardo ali por perto e estávamos disputando velocidade até a presa.- Emmett fala tranquilamente como se estivesse conversando sobre o tempo lá fora.

— Quando estávamos a menos de cem metros do animal sentimos a presença de outro ali conosco.- ele não precisou especificar para que eu soubesse que tratava-se de um da sua espécie.

— E o que aconteceu, ele atacou vocês?- Edward se mexe inquieto em minhas pernas e sinto as suas mãozinhas gorduchas apoiadas em meu peito, ele murmura alguma coisa ininteligível para si mesmo antes de pousar a cabeça no braço que uso para apoia-lo, parece estar cansado.

— Não exatamente, na verdade nós nos encontramos com Terrance, velho amigo de Carlisle e antigo cortesão do castelo dos Volturi, segue a mesma dieta que a nossa família.

— E o que foi que ele fez com o Edward?- pergunto, impaciente. Emmett dá de ombros com semblante culpado.

— Acho que subestimei Terry, ele sempre foi bastante pernicioso e gosta de pregar peças. Ele consegue confundir a cabeça das pessoas, entende? Quando me dei conta estava completamente sozinho na floresta, ouvi um choro alto e um cheiro estranho que não era nem dele nem do cabeçudo do Edward.- ao ouvir seu nome, ele ergue o rosto e mira a Emmett com olhos cansados.

— Foi muito rápido, assim que eles decidiram correr atrás do urso eu tive uma visão com Terry e um bebêzinho chorando no meio de um monte de folhas muito verdes.- Alice se manifesta.

— Viemos direto para casa, mas ele não parava de chorar e chamar por você, consegui acalma-lo durante poucos minutos, mas as ondas de angústia que ele sentia pela sua ausência eram pesadas demais.- Jasper explicou, sua voz calma e melódica se misturando a uma sensação de tranquilidade inacreditável ao chegar mais perto de nós dois.

Rose ajoelha-se perto de mim e sorri para a pequena figura já adormecida ao passar os dedos pelos seus cabelos finos e arruivados.

— Carlisle está agora mesmo contatando alguns amigos em comum, mas basicamente o poder de Terrance é algo inexplicável, feitiçaria se assim preferir chamar, uma vez ele fez uma mulher acreditar que era um porco por quase duas semanas inteiras. – arregalo os olhos para o que Rose me fala.

— Então, ele fez Edward acreditar que é um bebê?- pergunto, completamente confusa.

— Não exatamente, Bella, mas pode ser que seja esse o princípio de toda essa situação, não devemos ignorar o fato de que por conseguir ler pensamentos a capacidade mental dele seria muito mais desenvolvida do que a da humana, portanto ele pode muito bem ter recebido toda essa carga de informações com muito mais impacto. Ainda assim, nada lógico o suficiente explica o fato dele ter mudado fisicamente.- Carlisle entra na sala, muito provavelmente vindo do segundo andar, onde fica o seu escritório.

— Mas também não é como se algo que conhecemos tenha muita lógica.- Emmett comenta em voz baixa.

— O que Garret disse?- Esme se aproxima do marido.

— O que nós já sabíamos, Terrance gosta de criar situações, sempre gostou. O que nos resta por enquanto é esperar e observar o quadro do Edward.

— Quando você diz quadro... quer dizer que há alguma coisa de errado com ele?- pergunto. Mesmo o pouco tempo em que eles estiveram sem mim parece uma eternidade de informações sobre aquela nova situação.

— Absolutamente, Bella. A saúde dele está ótima, o examinei assim que chegamos em casa, o fato dele agora parecer e agir como uma criança humana me deixou em dúvida e eu constatei que embora haja batimentos cardíacos eles são muito mais espaçados do que os de um ser humano normal, também não o alimentamos ainda, mas é quase certeza de que Edward poderá ingerir comida.- desvio os olhos para o meu colo, ele adormeceu ainda grudado em meus cabelos. A ideia de vê-lo dormindo pela primeira vez é mais do que bizarra.

— E as lembranças dele? você acha que ele mantém a mente adulta?- mal respiro, com medo de acorda-lo. Falo em voz com o volume ainda mais baixo.

— Ele pareceu reconhecer todos nós, principalmente você, desde que Emmett o encontrou que ele balbucia o seu nome.- Alice sorri de leve.

Edward se mexe um tanto inquieto, o aconchego mais e todos fazem silêncio enquanto levanto.

— Vou levá-lo até o quarto.- subo as escadas com cuidado e empurro a porta que está apenas encostada.

 

 

A cama grande e feita de ferro batido que ele comprou para mim ainda está lá, puxo a colcha pesada para o lado antes de me curvar para poder deita-lo no colchão, tiro os dedos pequenos e roliços que estão grudados em mim, mas tão logo perco o contato com o seu corpo ele choraminga assustado e com os olhos ainda semicerrados no sono.

Sento na cama em busca de acalma-lo, mas Edward se apoia completamente desperto e já com lágrimas gordas inundando os olhos.

Bewa.- ele chora o meu nome enquanto tenta se arrastar para o meu colo e eu sinto uma dor no peito ao ver o tamanho da sua desolação.

— Desculpe, querido, está tudo bem, eu não vou sair daqui.- ele fica de pé nas minhas coxas e aperta os bracinhos ao redor do meu pescoço.

Vou reclinando devagar para o lado esquerdo, até conseguir deitar a cabeça no travesseiro mais próximo. Ainda deitada de lado, ele se enrosca em mim e descansa a sua um pouco abaixo do meu queixo. Passo a mão por suas costas afim de confortá-lo, ao mesmo tempo cantarolo a canção de ninar que ele me fez quando nos conhecemos.

 

 

Acordo com uma sensação desconfortável no pescoço por causa da posição na qual adormeci.

Sento na cama ainda meio desorientada e tenho que piscar mais de dez vezes para ter certeza do que eu estou vendo ao meu lado.

A noite anterior me vem à cabeça e me levanto ainda um pouco anestesiada por causa do sono. Vou até o banheiro com ouvidos atentos e minha pequena nécessaire já está lá na pia, sinal de que alguém- provavelmente Alice- trouxe a minha bagagem para o andar de cima.

Faço minhas necessidades e quando já estou terminando de escovar os dentes, ouço um chorinho manhoso vindo do quarto. Amarro os cabelos bagunçados e saio.

Encontro Rose tentando consolá-lo enquanto ele coça os olhinhos e reclama em palavras incompreensíveis e murmuradas.

— Oi, Bella. Alice me pediu para vir deixar isso aqui.- ela sacode um pacote de fraldas descartáveis com uma mão antes de colocar na cama. Esme está fazendo o café da manhã de vocês.- ela sorri ao se aproximar e me passar o bebê resmungão, que se agita ainda mais ao me ver.

— Tudo bem, obrigada, Rose.- ela assente ainda sorrindo e sai fechando a porta atrás de si. Dava para perceber a mudança no astral que a presença de um bebê lhe causava, isso era triste e lindo ao mesmo tempo.

Nossa relação está mais próxima desde o noivado, sinto que ela está aos poucos se conformando com a minha escolha de vida- embora ainda não concorde. Edward me tira dos meus pensamentos ao pousar uma mãozinha gelada no meu maxilar.

— Bom dia para você também, meu amor.- ele sorri com as minhas palavras e eu dou-lhe um beijo estalado na bochecha que o faz gargalhar, é verdadeiramente o bebê mais lindo que eu já vi. O que não me surpreende em nada, seja vista a sua aparência quando mais velho.

— Ok, agora vamos ver se conseguimos pôr uma dessas em você, Edward.- aponto para as fraldas e ele me olha sério.

Deito ele na cama e a forma meio carrancuda com que me olha é hilária, seus bracinhos continuam agitando-se no ar para que eu o carregue.

— Olha só, agora eu vou ter que colocar uma fralda em você, vou tirar essa camisa e prometo não olhar mais do que o necessário, tudo bem?- rio com a minha própria fala e puxo a roupa por sua cabeça.

Lembro da época em que trabalhei de babá em Phoenix, a filhinha da nossa vizinha estava no processo de desfralde, por tanto eu acabei aprendendo a trocá-la quando necessário. Posso jurar que o vejo ficando vermelho quando levanto os seus pés juntos para apoiar a fralda na bunda, rio sozinha e depois de pregar os adesivos, percebo que realmente ele está evitando olhar para mim. Por sorte não havia feito nada enquanto dormia ao meu lado, pois a única coisa a proteger a sua pele era a enorme camisa amarela.

 

Desço com Edward agarrado ao meu quadril, usando apenas a fralda e com a cabeça pousada em meu ombro. Encontramos com Emmett na entrada da cozinha e ele obviamente não perde a chance de provocar.

— Fala sério, hein Bella? antes era um com mais de cem anos de idade, agora um feto de fraldas! será que não consegue namorar com ninguém da sua faixa etária, menina?!- reviro os olhos e ignoro o comentário idiota do grandalhão enquanto ele se acaba de rir à minha frente. No entanto, um rosnado não muito alto vem de perto de mim. Olho para Edward e ele está encarando o irmão com um semblante zangado, ou ao menos, o máximo de um semblante zangado que um bebê de um ano consegue reproduzir...

— Não brigue comigo só porque eu estou com a razão, Eddiezinho!- mais um rosnado e dessa vez ele se reclina para a frente na direção de Emmett.

— Emmy nã 'ma Ezinhu.- ele resmunga com voz brava e Emmett se delicia, se entendi bem ele está avisando para não chama-lo por aquele apelido.

— E você vai fazer o quê, mini-cabeçudo?- um estalado fraquinho soa quando Edward praticamente se pendura nos meus braços para bater na cara do outro. Emmett parece chocado, e eu me divirto com as risadas e os pulos que Edward dá em cima de mim, apontando a cara do irmão mais velho para que eu possa rir também.

Saio rindo para dentro da cozinha enquanto Emmett reclama e encontro Esme de costas para o fogão enquanto Alice e Rosalie manuseiam mamadeiras e outros utensílios recém-comprados de dentro de uma sacola em cima do balcão.

Dou bom dia mais uma vez e todas respondem, sento perto da bancada, há comida de sobra à mesa e trato de puxar algumas panquecas para mim- eles sempre exageravam quando eu ia comer lá.

Enquanto eu tento cortar a comida com apenas uma mão livre, Esme se aproxima das meninas e pega uma das mamadeiras ainda molhadas da lavagem, percebo que ela estava esquentando o leito para o filho quando vejo uma lata de fórmula infantil na pia.

— Alice saiu para comprar algumas coisas que vamos precisar de imediato para ele.- Esme me explica enquanto esfria a mamadeira.

— Comprei algumas papinhas de gostos diferentes, mas não sei se ele vai gostar.- Alice diz, Edward observa tudo muito atento e com as mãos agarradas à minha blusa.

Esme se aproxima com cuidado e se abaixa para poder ficar da altura dele.

— Está na hora de comer, Edward.- ele esperneia quando faço menção de entregá-lo para ela.

— Não, não, Edward, olhe só, a Bella também precisa comer, filho.- Esme explica enquanto se aproxima ainda mais dele, a sua voz paciente e o seu tom materno parecem amainar a sua resistência. Ele me olha de maneira meio tristonha, mas vai sem muita relutância depois que a mãe diz o meu nome.

Esme se senta bem perto de mim e todas nós prestamos bastante atenção enquanto ele se alimenta, muito embora o mesmo não tire os olhos de mim em nenhum instante. Não como muito, mas fico feliz quando ele termina de comer e volta para os meus braços animado.

— Muito bem, nem foi tão ruim assim, não foi, Edward?- Esme o cutuca de forma brincalhona e ele sorri para ela.

— Mamã!

Esme fica surpresa e sorri ainda mais, percebo pela sua expressão que se pudesse chorar ela o faria agora mesmo. Dá um beijo na testa dele e leva a mamadeira para ser lavada.

Jasper entra na cozinha e sorri em nossa direção, pela hora sei que Carlisle já deve estar no hospital.

Só com a presença do louro é que eu percebo que a sua esposa nanica e hiperativa não mais está entre nós.

— Onde está Alice?- pergunto, Rose está mais uma vez ajoelhada e brincando com os dedos de Edward, ela me olha quase com sarcasmo.

— Muito provavelmente escolhendo a sua roupa.- Edward dá um gritinho animado com as caretas que a irmã está lhe fazendo.

— Como é que é?

— Você não pensou que eu deixaria a oportunidade de comprar roupas infantis pela primeira vez passar, não é?- Alice chega dando piruetas de felicidade e Edward bate palmas animado ao vê-la brincando.

— Ah, Alice...

— Nem adianta, Bellinha, suba e troque de roupa que hoje você e o bebê maravilha vão comigo bater perna no Shopping.

Praticamente me arrasto até o quarto de Edward para poder tomar banho, o que também se revela uma dificuldade, uma vez que ele não se desgruda de mim e assim que o coloco na cama e faço menção de ir até o banheiro ele grita como se alguém o estivesse torturando.

Resultado?

Acabo levando o meu monstrinho para dentro do box também, não tenho no que apoia-lo para tomar banho sozinha, coloco ele no chão do banheiro ainda enxuto e tira a roupa antes de ligar o chuveiro e pega-lo nos braços, vejo as suas bochechas corarem pela segunda vez, então suponho que realmente ele ainda tenha certo entendimento do que se passa ao redor.

Tiro a fralda dele e jogo no lixo perto da pia. O banho é rápido e Edward fica praticamente imóvel enquanto eu o lavo. Saio enrolada na toalha e com ele enroscado em uma igualzinha, tomando muito cuidado para não escorregar em nada.

Quando olho de novo para a cama, vejo que há um vestido para mim- mas é claro- e uma espécie de macacão para ele. Suponho que Alice já tenha comprado algumas peças sozinha, não há sapatos para o bebê, mas isso não importa uma vez que ainda não consegue andar e que muito provavelmente não sairá dos meus braços.

Vejo uma bolsa de fraldas com estampa de girafas em cima da cômoda, abro apenas para conferir o que há lá dentro. Enxugo o seu cabelo com a toalha e ele fica completamente arrepiado antes que eu penteie, Edward brinca com um tubo de pomada para assaduras enquanto eu o arrumo, me visto na correria e calço os sapatos enquanto ele me observa sentado na cama e com a cabeça um pouco virada para o lado.

— E então, o que acha desse modelito?- ele sorri com apenas dois dentinhos na parte de baixo das gengivas e estica os bracinhos para mim. Penteio ele e nos vejo refletidos no grande espelho de corpo inteiro, estamos usando o mesmo tom de azul. Lembro automaticamente do baile da escola, porque embora seja de outro modelo aquele vestido era bastante semelhante a este aqui.

Uma sensação estranha no estômago me desanima, já sinto muita falta de Edward,e nem sequer sei quando e em que condições ele vai voltar para mim.

Sinto uma pressão molhada em minha bochecha direita e vejo pelo espelho ele tentando me dar um beijo sem saber direito como fazê-lo.

Viro o rosto e ele está me olhando atento, logo em seguida sorri torto para mim como sempre costumava fazer quando eu o pegava me encarando. Aquele mesmo sorriso que sempre me deixava sem fala, do mesmo jeito, chego a ficar surpresa pela semelhança com a sua versão crescida.

—Nunca perde a mania, hein, Cullen?- ele pousa a mão na minha outra bochecha e resmunga com voz branda alguma coisa que eu não consigo compreender, mas sei apenas pelo tom e pelos seus olhos incrivelmente verdes que ele consegue me entender, nenhum bebê de um ano e meio consegue dar esse tipo de olhar para ninguém. Tinha palavras demais dentro dele.

— Vamos descer antes que Alice venha nos carregar até o carro, Edward.- ele olha para a porta e aponta a saída de maneira acusatória como quem descobre algo. Eu sorrio para a sua esperteza e nós vamos andando para fora do seu quarto.

Uma vez no banco de trás do carro, ele volta para a sua posição favorita com o rostinho perto do meu pescoço e eu vou embalando-o devagar durante todo o caminho.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Oq estão achando do nosso baby Edward?
Comentem, galera!
Até mais!♥♥♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Baby Cullen" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.