Crepúsculo 2.0. escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 32
Lorde Edward Gracey


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/mcQuNq9umQQ-A história das Doppelggangers.



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P.O.V. Lorde Gracey.

Contei a verdade e me enviaram para um médico.

—Oi, Edward. Eu sou a Doutora Carter.

—Uma mulher médica? Que tempos são esses.

—Mm. Qual é o seu nome completo?

—Edward Charles Gracey, sou o Senhor do Solar Gracey.

—E quando você nasceu?

—Ano de mil oitocentos e quarenta, dia vinte e sete de outubro. Tenho vinte e quatro anos.

—Sabe onde está?

—Estou em Hempshire. Onde foi construída minha propriedade. É um pequeno vilarejo situado entre Londres e Winchester. Muitos de meus amigos tem propriedades aqui.

—Se importa se a enfermeira colher o seu sangue?

—Eu não me importo com sangrias. Já passei por algumas, recentemente passei por uma. Eu fiquei doente, fui acometido de uma febre.

A mulher vestida de branco arregaçou a manga de minha blusa, colocou um garrote em meu braço e tirou frascos do meu sangue.

—O que ela pretende com isto?

—É para fazermos alguns exames.

P.O.V. Doutora Carter.

Quando saíram os resultados dos exames, a enfermeira me chamou.

—Doutora, a senhora vai querer ver isso.

—O que foi?

—O homem tem anti-corpos para doenças que foram erradicadas a mais de um século.

Disse ela me estendendo a prancheta.

—Meu Deus! De acordo com esta contagem de anti-corpos o homem sentado lá naquela sala tem cento e setenta e nove anos.

—Como isso é possível?

—Eu não faço ideia. Mas, de acordo com os meus exames, ele é mentalmente saudável. Apesar do lapso temporal.

Retornei á sala onde ele ainda estava sentado.

—Parece-me que...

Ele começou a tossir.

—A minha febre retornou.

—Edward, você está com febre tifoide. Felizmente, um clínico geral pode tratar você. O médico vai ministrar antibióticos e você vai precisar beber bastante líquido.

P.O.V. Lorde Gracey.

O médico enfiou algo em minhas veias e tive que beber água e ir ao... banheiro. Pude comer e estava realmente com fome.

—Por Deus! Este seu... tubo é milagroso.

A jovem doutora parecia um tanto apreensiva.

—O que houve?

—Edward, digo, Lorde Gracey... nós não estamos em mil oitocentos e sessenta e quatro. Estamos em dois mil e dezenove.

—Impossível!

—Edward, você morreu. Morreu em mil oitocentos e sessenta e quatro. Provavelmente de febre tifoide.

—Quer que eu creia que retornei da morte?

—Acredite, eu nem sei em que acreditar neste momento. Já que estou falando com um homem de cento e setenta e nove anos.

—A senhorita ruiva. Quando os homens da lei me trouxeram, ela desculpou-se. Me desculpe pelo choque temporal, ela disse. Aquela mulher sabe o que aconteceu a mim.

Então todo tipo de alarme começou a soar. 

—O que é isto?!

P.O.V. Doutora.

Eu sei o quanto este homem é valioso. O meu empregador vai ficar tão feliz em conhecê-lo.

De repente, todos os alarmes foram acionados.

—O que é isto?!

—Tenha calma vai ficar tudo...

Uma rajada de energia nos derrubou no chão. E por nós, quero dizer a mim e a minha equipe.

—Vocês mundanos e os seus joguinhos estúpidos. Deveriam ter cuidado, afinal o seu prêmio já pertence a mim.

—Elizabeth? É você?

—Não. Meu nome é Clarissa. Te trouxe de volta, tecnicamente eu criei você e minha mãe me ensinou que somos responsáveis por tudo aquilo que nós criamos.

Ela se agachou para ficar no meu nível.

—A segurança deste lugar é a melhor que o dinheiro pode comprar.

—E ainda assim, como o resto de vocês e o seu precioso empregador é nada comparado á mim. Venha atrás dele de novo e eu vou arrancar o seu pulmão. Vamos pequeno Lorde.

Ela estendeu a mão para ele e ele foi. 

P.O.V. Lorde Gracey.

O barulho ensurdecedor dos enormes saltos dos sapatos dela era a única coisa que se ouvia naquele silêncio agourento. Havia um mar de cadáveres, homens mortos.

—O que é isto?

—Isto? É a Tríade. Humanos dispostos a tudo por dinheiro e para conceder a gente como eu um destino pior que a morte.

Nós entramos numa carruagem que se movia sem cavalos.

—Gente como você?

—Sobrenatural. Alegam que somos uma ameaça a humanidade, mas na verdade, somos a única coisa que fica entre eles e a total aniquilação da sua raça.

—Aniquilação?

—Quer queira quer não, você agora faz parte de uma guerra sangrenta que é travada nas sombras da humanidade á séculos. Sinto muito. Já que fui eu que te trouxe de volta.

—De volta?

—Você morreu. 

—A médica disse que morri de febre tifona.

—Tifona? Ah, Tifoide! Ela deve ter feito algum tipo de exame em você.

—Uma outra mulher chamada enfermeira tirou meu sangue.

—Ela não chama enfermeira. Ela é enfermeira. É uma profissão, mas eu não me preocuparia com isso.

Disse tirando de dentro do casaco um equipamento.

—Bye, bye doutoras.

Ela apertou um botão e toda a edificação chamada de hospital voou pelos ares.

—Por Deus!

—Bom, agora tudo o que eles sabiam sobre você e sobre qualquer outro ser sobrenatural acaba de voar pelos ares, assim como as miseráveis vidinhas deles.

—E o que uma organização como esta iria querer comigo?

—Acorda! Você está morto á cento e tantos anos! E eu lancei um feitiço que te trouxe de volta! Sendo humano. É isso o que eles querem. Ontem o seu corpo não passava de uma pilha de ossos e agora você está aqui, vivo, falando, respirando e não é um vampiro.

—Vampiro? Vampiros existem realmente?

—Estou aqui não estou? Todas as suas lendas contém ao menos uma partícula da verdade. Todas as criaturas existem realmente, vampiros, lobisomens, demônios, anjos foi algo que assustou os humanos duma tal maneira que vocês criaram estas lendas bobas. Para negar a nossa existência. Negar que éramos reais. Como gatos pretos, chapéus pontudos, morcegos e vassouras voadoras.

—Gatos pretos?

—Eu tenho um gato preto. Uma gata na verdade. O nome dela é Meia-Noite, mas ela é um gato. E nada além disso.

Finalmente a carruagem parou de se mover.

—Então, hospitais são ruins.

—Aquilo não era um hospital. Era uma instalação da Tríade.

Ela teve que me ajudar a abrir a porta.

—E porque a esta organização teria qualquer interesse em minha pessoa? Tudo bem, ainda estou processando saber que fui levado por uma febre e trazido de volta da morte.

—Você não era o alvo. Eu era.

—Porque trouxe-me de volta.

—Também. Mas, sou o alvo porque... não é todo dia que nasce uma pessoa que tem uma mãe Petrova Doppelgganger híbrida filha de Corvinos, um pai que por acaso é um dos primeiros vampiros do mundo e que é descendente de uma linhagem super antiga e super poderosa de bruxos necromantes. Como acha que eu te trouxe de volta?

—O que é Doppelgganger?

—Eu-sombra. Meus ancestrais por parte de mãe são os primeiros imortais do mundo.

—Vampiros.

—Não. Imortais. Silas nem sempre foi tão...bom, do jeito que ele é hoje. Ele era um homem simples, apaixonado por uma garota simples. Sua alma gêmea. Acho que sabe como isso funciona. Eles pensaram que seu amor duraria para sempre. Silas e Qetsyiah eram dois dos três mais poderosos membros de um povo dotado chamados de viajantes. Quando estavam noivos, prestes a se casarem... Silas disse a ela que queria encontrar um meio do seu amor durar para sempre. E foi o que ela fez. Um feitiço que os manteria vivos para sempre, um feitiço de imortalidade. Um elixir que eles deveriam beber como parte de sua cerimônia de casamento. Porém, quando chegou a hora... tudo ao redor de Qetsyiah começou a morrer. Sua flor do casamento, o lindo jardim que havia criado, as colheitas e então, ela percebeu o porque. Silas já estava bebendo o elixir em outro lugar. Ele pegou o que queria e a abandonou.

—Mas que patife.

—Sem dúvida. Um cretino de primeira. Magoada, Qetsiyah pensou que merecia uma chance de olhar nos olhos dele e fazê-lo entender o quanto ele a havia magoado. Então, ela o encontrou no bosque com a mulher para a qual ele deu sua imortalidade. Aquele que ele escolheu, ao invés dela. E quando Tessa pensou que a traição de Silas não poderia cortar mais fundo, ela descobriu que podia. Porque o verdadeiro amor dele era alguém muito próximo a ela. Sua criada, Amara Petrova. O terceiro mais poderoso membro dos viajantes.

—Petrova. Como sua mãe.

—Exatamente. Quando eles beberam o elixir da imortalidade, eles violaram a lei natural de que todas as coisas vivas... morrem. Então, a natureza encontrou um equilíbrio. Criando dentro da linhagem, eu sombras mortais. Versões deles que poderiam morrer, cópias. Doppelggangers. Como minha mãe e Katherine e Stefan e Elena. Tudo causa do efeito cascata do pecado de Silas e Amara.

—Poderia você ser uma destas Doppelggangers?

—Não. Se essa tal Elizabeth e eu nos parecemos tanto, eu sou uma recorrência. Não uma duplicata. Qualquer um pode ser uma recorrência. Até você.

—Eu?

—Tudo o que está vivo é feito de células. E as células possuem em seu interior algo chamado D.N.A. e este D.N.A. define todas as suas características físicas, esse seu cabelo, a cor dos seus olhos, formato do seu nariz, cor da sua pele. Só que... o genoma tem um limite de combinações. Não vai além daquilo, então vez por outra uma sequência de D.N.A. se repete exatamente. Por mero acaso. Nada sobrenatural envolvido. Vai entender isso quando conhecer o Charles.

Nada me preparou para o que encontrei quando voltei para o meu lar. O Solar Gracey.


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