Melhores Amigos escrita por Otsu Miyamoto


Capítulo 2
Aquele em que a mãe quer uma nora




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Naruto olhou seu relógio de cabeceira e, como de costume, estava atrasado. Fechou os olhos por um instante e tentou se lembrar de quando teria desligado o despertador. Fazia isso sempre, enquanto ainda dormia.

Suspirou decidindo se levantaria ou enrolaria mais um pouco.

Foi quando seu celular apitou. Ele o procurou entre os lençóis, debaixo do travesseiro, olhou debaixo da coberta que estava no chão (porque ela sempre caia), mas o encontrou quase caindo da cama, entre o colchão e a cabeceira.

“Bom dia, chatice. Deixe-me adivinhar: ainda não levantou”.

Era Hinata.

Ele sorriu e se permitiu enrolar, mas um pouco, recostando novamente nos travesseiros.

 “Bom dia, bela adormecida. Agressiva logo pela manhã? Não dormiu bem?” – Replicou.

“Teria dormido melhor se você não tivesse me acordado de madrugada”.

“E pra quem mais eu ligaria?”.

“Para ninguém, as pessoas dormem, sabia?”

“Dormir é um desperdício de tempo. Para de fingir que você não adora”.

“Essa conversa sim é um desperdício de tempo kkkkkkk tenho que me arrumar, se não me atraso. Até daqui a pouco”.

“Ainda tento entender como você consegue se atrasar, mesmo acordando muito mais cedo que eu.”

“Por que você acha que eu acordo mais cedo? Para me atrasar com calma.”

Naruto gargalhou.

“kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Boba”

Hinata não respondeu mais, então ele apenas colocou o celular na cômoda, enquanto sentava-se, espreguiçando-se inteiro.

Seu coração estava levemente acelerado. Reação que vinha acontecendo com frequência quando pensava em sua amiga. Ele sempre mandava mensagem para ela, antes de fazer qualquer outra coisa, e ela fazia o mesmo.

E isso sempre foi tão natural.

O jovem passou a mão pelos cabelos loiros com um suspiro. Era melhor não ficar pensando nisso. Resolveu se levantar, olhou no relógio uma ultima  vez e percebeu que só dispunha de dez minutos para tomar banho e se aprontar.

Tinha dormido pouco essa noite, vendo filme até tarde. Sempre fazia isso quando estava ansioso.

E sempre deixava sua ansiedade dominá-lo. Diferente de sua amiga Hinata, que conseguia ter um autocontrole invejável.

Depois que saiu do banheiro, não levou mais que cinco minutos (Proeza de anos de pratica se atrasando)  para estar devidamente vestido com o uniforme da escola, para o último dia de aula no ensino médio. 

Pegou suas coisas e correu escada a baixo.

— Bom dia, mãe – falou alto, chegando à cozinha já impregnada com o cheiro do café da manhã.

— Bom dia, filho. Pelo visto, não vamos tomar café juntos... De novo – comentou ácida.

— Acordar cedo nunca foi pra mim mãe, mas te recompenso com o que você quiser depois.

— Pede a Hinata em namoro hoje.

Naruto engasgou com o suco que bebia, dando risada do que ouviu. Kushina já tinha expressado inúmeras vezes seu desejo em vê-los juntos, mas nunca tinha sido tão direta.

— O que deu em você? E ainda tem que ser hoje?

— Claro! Vocês em breve vão para faculdade, numa cidade longe, com um monte de pessoas interesseiras... Ela é uma menina linda, vai chamar muita atenção e você vai perdê-la. Escuta sua mãe!

— Mãe, eu também sou um menino muito bonito. Ela que pode me perder, sabia?

— Naruto Uzumaki, vou ter um infarto se me apresentar uma garota diferente da Hinata – alertou.

— Nesse caso, pode ser uma garota parecida com ela, sem ser necessariamente, ela?

— Não brinca comigo, menino – Respondeu alterada.

Naruto deu outra gargalhada da expressão furiosa da mãe. Aproximou-se e lhe deu um beijo estalado, que foi bem recebido.

— Relaxa, está bem – Voltou-se para a mesa, pegando duas torradas – Infelizmente, eu não posso te atender nisso, mas pode me pedir qualquer outra coisa – Falou e piscou, correndo porta a fora, antes mesmo que pudesse ouvir o novo pedido da mãe, deixando-a ainda mais irritada.

Na casa da frente, sua amiga também saia, mas andando calmamente, como sempre. E assim que o viu, sorriu.

Foi então que surgiu, pela primeira vez, o pensamento despretensioso de que não poderia atender o pedido de sua mãe hoje, mas quem sabe um dia.


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