10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Na segunda não dois possível postar, mas hoje já voltamos ao normal.
E tem capítulo que vai fazer todo mundo se remoer.
Quero muito que digam o que sentiram e pensaram, então deixem comentários.

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— Então pretende ficar mais um tempo por aqui? – Edward reclinou-se sobre a sua pequena mesa para servir um pouco mais de vinho para a linda convidada.
Victória, maravilhosamente ruiva, pois preguiçosamente seus grossos cachos para um lado, despojando-os sobre o ombro. Ela sorriu também como se não houvesse pressa.
— Consegui um trabalho, graças às fotos que saíram de nós dois na praia, um cliente me encontrou. Não sei dizer se é o destino, ou meu coração, mas estou ficando mais dias do que planejei.
— Seu coração? – Edward riu.
— Acho que me apaixonei. – Suspirou e pegou a sua taça recém cheia. Edward permitiu-se um momento de surpresa e confusão. - Acalme-se, não por você, Edward Cullen, o conquistador irreconquistável. Eu não seria louca. – Bebendo o seu vinho, Victória divertia-se com o alívio dele.
— Posso saber quem é o felizardo? – Ela balançou negativamente a cabeça.
— Não quem, mas o que. Esse lugar. – Fez um gesto amplo com os braços. - Te disse. Estou ficando perto da praia e tudo parece diferente lá. O hotel será muito procurado, você fez bem em comprar aquele prédio.
— Esse lugar é um inferno para mim. – Seus olhos chisparam com um fogo visível e Victória ficou curiosa.
— Não sou de fazer perguntas aos trabalhos que me foram dados a não ser se for essencial, mas... Tem a ver com as pessoas que investiguei?
Coçando a cabeça ele pensou se deveria responder.
— Sim.
— Todas elas te fazem sentir como se estivesse no inferno aqui?
— Sim. – Respondeu imediatamente e notou que ela parecia incrédula. – O que?
— Edward, parece que uma delas foi a sua ex namorada. Quando falava sobre ela, você sempre mudava a expressão. Sente algo por ela ainda?
— Vic, não faça isso.
— O que? – Estava rindo agora sabendo que havia provocado. – Fica irritado só em pensar nela ou não quer enfrentar o que sente de verdade?
— A única coisa que sinto é raiva.
— Não ódio. – Fez questão de frisar.
— Eu a odeio também.
— Não soou verdadeiro.
— Victória... – A repreendeu, mas só a fez rir.
— Ok, ok, não digo mais nada.
Edward sorriu em resposta, mas olhou em direção a janela. Por um momento, por costume, apenas, era o que pensava, quis verificar o apartamento de Isabella.
Talvez ao saber o que estava acontecendo no prédio vizinho, no apartamento de quem dizia muito odiar, ele amasse a cena que desenrolava. Bella havia engolido as perguntas feitas a sua mãe na noite anterior, mas estava disposta a ter algum tipo de resposta que fizesse sentido daquela vez.
— Está sem fome? – Renée perguntou a filha que apenas havia provado um pouco do jantar.
— Sem apetite. – Terminou de lavar a louça e decidida encarou a mãe ao seu lado. – Passei o dia todo pensando no porque Edward insiste em fazer essas acusações e em porque quer que eu mantenha distância. – Não iria dizer a ela que também pensava nos motivos que levaram Edward a entregar as provas do adultério da mãe para o seu pai.
— Já falamos sobre isso. – Bella a segurou pelo pulso, pois ela estava saindo.
— Não foi o suficiente. – Relutante, Renée a olhou. – Naquela época, vocês fizeram algo contra o Edward? A senhora e o papai? – Parecendo considerar responder continuava encarando a filha, porém achou que não conseguiria. – Por favor, me diz! – Bella a impediu de ir novamente. – Se não me falar, vou atrás da reposta até saber a verdade. Então talvez seja melhor dizer agora.
— Está acreditando nele e não em mim, a sua mãe? – Foi a última cartada de Renée. Talvez fazendo-se de magoada, ela parasse de perguntar.
— Isso porque está agindo suspeita. – Renée puxou o seu pulso, livrando-se da mão possessiva que a mantinha no lugar.
— Pois bem... – Renée tomou fôlego, sabia que Bella não iria deixar passar. – Eu e seu pai não fizemos nada contra o Edward naquela época. – Bella olhou para o fundo dos olhos da mãe, esperando ver a verdade neles. O que viu foi que ela falava a verdade.
— Então porque, mãe. Porque ele acha que fizeram, porque ele está com tanta sede de vingança?
— Porque...Porque ele acha que fizemos. – Bella piscou várias vezes.
— Como?
— Está aí uma parte da história que nós não queríamos que soubesse, mas você é adulta agora e parece que não desistirá de saber a verdade. Talvez... Talvez seja melhor antes que ele fale da maneira dele.
— Mãe, qual a parte da história que eu não sei? – Bella estava cada vez mais assustada, e sem querer admitir sentia medo.
— Seu pai... – Renée pensou que estava pronta para dizer, mas as palavras travaram em sua garganta. Ela sentiu o bolo se formar e doer. – Na época o seu pai...
— Meu pai...? – Com o coração aos solavancos, perguntou.
— Bella, não sei se será bom que saiba. – Ela estava sendo covarde, Bella sabia e também admitia talvez não querer mais saber, mas ela deveria.
— Como disse, sou adulta agora e não vou parar até saber a verdade. Também não é justo algo que faz parte da minha vida ficar encoberto sem que eu saiba. – Renée estava lacrimejando e piscava para impedir as lágrimas.
— Sim, tudo isso é verdade. Mas como mãe, não quero que se magoe, por isso não disse nada sobre isso até agora.
— É o momento de dizer, mãe.
— Seu pai... Naquela época, Bella, recebeu suborno. O acordo... O acordo era para que te convencêssemos a depor no caso de violência física e reafirmasse a culpa do Edward Cullen. – Bella estava boquiaberta, todo o sangue do seu rosto sumiu, revelando uma pele pálida. – Mas minha filha, você disse que iria ao julgamento e iria depor. Quando me disse o que ouviu, era exatamente algo que incriminaria o Edward e era a verdade. Então, não fizemos nada contra ele.
— O papai... Ele recebeu o suborno? – O seu coração oprimido doía mais do que qualquer coisa que já sentiu. – Ele aceitou... Para fazer isso com o Edward? – Grossas lágrimas recorreram no seu rosto. – Ele aceitou? Ele aceitou mesmo? – Estava em negação.
— Nós precisávamos do dinheiro na época.
— Do que está falando? – Bella sentia- se transtornada, mas lembrou -se que a mãe na época estava sofrendo de câncer de mama e estava para ser operada. – Mãe, por causa da doença? Vocês aceitaram por causa da doença?
— Nós, devolvemos o dinheiro. Eu... Não pude aceitar. – Mas Bella também recordou que depois daquilo a sua mãe foi transferida para um outro hospital e foi brevemente operada.
— Não, não tente aliviar a situação. Fale toda a verdade. A senhora foi transferida, cuidaram muito bem de toda a situação, internamento, cirurgia, por operatório, medicamentos e tudo o mais.
— Eu juro que devolvemos o dinheiro, mas depois soubemos que a pessoa pagou tudo mesmo depois de devolvermos.
— Essa pessoa? De quem se trata?
— Chelsea Volturi.
Cerrou os olhos com força, sabia que um nome Volturi sairia. Quem mais iria querer esconder a verdade, culpando um inocente? Jasper era órfão e um adolescente problemático que mesmo aos cuidados dos tios, Carlisle e Esme Cullen, ainda vivia uma vida atribulada com as suas escolhas. Sobrava apenas...
— Oh meu Deus... – Bella pensou bem sobre aquilo. – Oh meu Deus... Alistair... – Voltando a olhar para a sua mãe que secava as lágrimas, Renée confirmou com sinal afirmativo. – Não pode ser.
— Eu não entendi logo de cara, mas não tem outro motivo para que ela quisesse acusar Edward. Depois, pensando melhor, Alistair, ele tinha acessos de raiva. Talvez...
— Eu não acredito que vocês fizeram isso! – Bella ouvia um zumbido em seu ouvido esquerdo que logo passou para o direito. Ela procurou sentar-se na cadeira mais próxima.
— Você está bem? – Renée percebeu que ela estava sentindo-se mal. – Bella, tente nos perdoar. Sabemos que erramos e não pudemos viver como antes depois daquilo. – Claro, aquele era o motivo de seus pais se afastarem.
— Me deixe. – Pediu entre dentes e reunindo suas últimas forças ela saiu porta a fora.
Bella caminhou sem destino, estava sem documentos, dinheiro ou celular e não pensava em nada disso. Já havia caminhado após o trabalho, se exercitou um pouco, mas todo o seu bem estar depois das práticas foram por água abaixo. Ela precisava de mais, precisava se esgotar. Então ela continuou andando e quando cansou, deu meia volta.
Na frente do prédio em que morava, ela largou o seu corpo pesadamente no meio fio. Sentou desleixadamente, estava exausta e quase não pensava mais em como os seus pais a haviam envergonhado. A tristeza ainda estava ali, por baixo do cansaço, mas parecia um pouco mais suportável.
Com os olhos pesados e um pouco desfocados, viu Edward do outro lado da rua, saindo com uma mulher. E mesmo cansada e arrasada, ela notou o quanto a acompanhante do seu vizinho a quem a odiava muito e a sua família, era linda.
— Ah, amei passar essas horas aqui com você. – Um carro buzinou e ficou esperando.
— Vic, fiquei feliz que tenha aceitado o meu convite. Você me distraiu. – Bella tentou afastar as cenas eróticas que vieram a sua mente quando ele disse aquelas palavras. – Da próxima vez, prometo que te levarei para um lugar maravilhoso.
— Esperarei ansiosa. – Ela se dependurou nele e lhe deu dois beijos carinhosos no rosto. - Até mais.
— Até mais.
A bela ruiva entrou no carro e Edward permaneceu acenando até que ele sumisse, foi quando ele notou a presença incomum do outro lado. Colocou as mãos nos bolsos da calça e encarou Bella com interesse, afinal ela estava sentada no chão em frente ao seu prédio. Depois de longos segundos ela percebeu que o que Edward encarava, era ela e ficou rubra.
Não estava preparada para vê-lo depois de saber a verdade. Também não gostaria de que ele a visse daquela forma, triste e derrotada. Então tentou se reerguer. Realinhou a coluna, os ombros, ergueu a cabeça e levantou-se, mas Edward já havia atravessa com passos largos e estava de pé em sua frente.
— O que estava olhando? – Queria extravasar os sentimentos que Vic o fez recordar mais cedo. Estava lutando, ele sabia, mas a envolveria nessa briga também. Nenhum dos dois sairiam ilesos, ela lhe devia. Bella olhou para os lados e tentou partir, mas ele ficou em sua frente impedindo-a como um muro forte e imponente. – O que tanto olhava?
— Desculpe. – Ele sorriu zombeteiro para seu pedido de desculpas.
— Está cada vez mais fácil te tirar um pedido de desculpas. Pratique um pouco mais até ser verdadeiro. Agora me diga o que tanto olhava?
— Estava distraída e não percebi que encarava vocês. Não leve a mal, mas também não é ilegal olhar para alguém. – Bella estava desconcertado e irritada, embora soubesse que deveria sentir muito.
— Assim parece mais você, esse tom... – Foi quando ela parou para uma rápida auto análise.
— Você deve me odiar. – A afirmação pegou Edward de surpresa. – Você deve mesmo me odiar e eu entendo. – Ela havia chorado, ele percebeu por seus olhos levemente avermelhados. – Sei que o que meus pais fizeram... – Bella ainda não podia dizer a verdade, que seus pais cometeram aquela ato horrível.
— Eu quero saber onde você está nesta história? Eles te convenceram a depor, porque antes disso eu ouvi dizer que você não iria.
— Eles não me convenceram. Decidi... Eu decidi. – Bella parecia exausta, mas Edward não queria se preocupar, iria aproveitar e arrancar dela toda a verdade.
— Pela primeira vez depois de muito tempo, estou realmente curioso sobre a sua versão, Isabella.
— Edward, sei que pensou que eu estaria envolvida. Qualquer um poderia pensar, mas sobre isso, sobre o suborno, não estava ciente. Eu decidi depor e... Afinal, eu tinha presenciado uma parte do que aconteceu.
— Eu sei, você me viu ao lado de Alec desacordado. Eu te mandei ir embora sem saber que já havia me condenado em sua mente e coração.
Bella recordou o momento em que se aproximou depois de ouvir Edward fala do com Jasper. Edward estava nervoso e lembra-se de olhar suas mãos, estavam trêmulas. Olhos injetados e lagrimejantes, ele suava muito.
— O-o-o que está fa-fa-fazendo aqui? – Bella não respondeu. – Bella, o que?
— O que vocês fizeram? – Ela olhava insistentemente para Alec e correu para ele quando Edward a segurou e abraçou. Não seria bom que ela o tocasse, sendo uma cena de crime e não seria bom que ela o visse, partiria mais ainda o seu coração.
— Não olhe. Bella, e-e-escute be-bem: vá, Vá para casa.
— Alec...
— Bella... Vá. Vá! – Ele a virou e empurrou de volta por onde ela veio.
Bella voltou ao momento presente, aproximou-se ainda amais dele. Seus corpos estavam a centímetros de distância, ela sentia o calor dele e até o seu cheiro. Ela teria que suplicar?
— Edward, podemos nos libertar disso?
— Ah, não, Isabella. – Ele negou como se cantarolasse uma cruel canção.
— Mesmo se eu implorar por perdão?
— Como eu implorei para não terminar comigo? – Bella não quis aprofundar as lembranças desse dia em que foi cruel e injusta. – Lembra -se? – Edward, no entanto, estava disposto a lembrá-la. – Amarei vê-la tentar. Tente, Isabella, implore. Reconheça o quanto foi uma má namorada, uma má pessoa.
— Eu sei que deveria ter acreditado em você. Fui injusta...
— Que adorável. – Edward mantinha a pequena distância entre eles, também podia sentir o calor do corpo dela e o cheiro que parecia o mesmo.
— Por favor, Edward...
— Já chega. – Renée estava a alguns passos deles, estava horrorizada. Foi até eles e afastou a filha de Edward. Abraçou Bella pelo ombro e encarou o homem rancoroso a sua frente. – Você já sabe que ela não está envolvida no suborno. Não a convencemos, ela fez o que achou certo.
— Mesmo assim vocês aceitaram aquele maldito dinheiro! – Bella se afastou da mãe.
— Falei pra você que devolvemos tudo. – Renée disse baixo só para Bella, mas Edward estava atento.
— Eu era a namorada dele e não fiquei do lado dele, não o escutei nenhuma vez.
— Agora diga, foi porque era o seu favorito que estava hospitalizado? Diga, admita que Alec foi o seu primeiro amor.
— Não... – Ela sussurrou.
— Isabella, já chega de mentir.
— Vamos para dentro. – Renée chamou a filha. – Se afaste dela, rapaz. Eu sei que você entregou o envelope ao meu marido. Já teve a sua vingança. – Sem forças, Bella se deixou levar pela mãe.
Edward vou as duas entrarem no edifício, seus lábios sorriam sombreamento, mas seus olhos choravam lágrimas dolorosas. Victória estava certa, sentia a sua raiva se esvaindo a cada vez, mesmo que tentasse mantê-la. Mesmo sentindo um certo prazer em tornar a vida dela um inferno, eu coração pulsava de outra maneira.

***

Parecia estar de ressaca, mas o que havia acontecido de verdade era uma ressaca de sentimentos. Sua cabeça doía, por isso foi até a farmácia e comprou algum medicamento para aliviar aqueles sintomas.
Tentou de verdade se alimentar melhor, mas apenas comeu uma torrada e beliscou o ovo frito. Seu humor não estava nada bom e precisaria de alguma dose de emoção naquele dia, algo que realmente gostasse de fazer.
Bem... Edward parou, e como se tivesse visto uma visão, uma boa visão, sorriu para o nada. Ele estava sentindo, era forte como a dor de cabeça que sentia no momento. Pegou o celular que estava na mesa e enviou o endereço do seu apartamento para a sua irmã. Ele tinha certeza que ela já havia chegado a cidade. Ela era exatamente o que ele precisava.


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