10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!
Estou vendo que vocês não estão perdoando a forma de agir do Edward.
E amei as teorias, mas a história ainda não está tão clara, não é?
Vamos saber mais dos nossos personagens com mais este capítulo.
Quero que falem sobre a Bella... O que acham dela?
Bom final de semana para vocês!
Aproveitem as festas, mas com consciência.
Beijos!



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A caneta tamborilava entre seus dedos continuamente com velocidade. Mantinha as pernas cruzadas, sacudindo-as seguindo o mesmo ritmo da caneta. Alice olhou para Bella com grande interrogação. O cliente a sua frente terminou as assinaturas e lhe devolveu os papeis.

— Obrigada, Sr. Otávio. Esta via fica com o senhor. Tem alguma dúvida? – Alice estava como sempre solícita.

— Não, de maneira alguma.

— Estaremos a disposição.

— Obrigado. Tenham um bom dia.

— Bom dia para o senhor também. – Alice manteve o sorriso no rosto até que ele desaparecesse voltou o rosto para Bella e desmanchou a expressão tranquila. – Bella, estou prestes a ir a farmácia pedir um calmante para você.

— Calmante?

— Bella, você está se sacudindo desde que chegou. Sem falar que está dispersa. Diga que se acalmará ou estou falando sério, teremos que medicá-la e mandá-la para casa.

— Quer chá? Farei para nós duas.

— Claro, pode ser um calmante. – Alice reafirmou sabendo que a amiga só absorveu metade daquele dialogo.

Bella fez o chá e o levou para a amiga. Sentou-se em sua cadeira e o bebericou.

— Como está a sua agenda hoje? Algum trabalho fora?

— Ah, sim. Logo mais sairei. Como estarei por perto de casa, almoçarei por lá.

— Está mesmo bem para ir?

— Estou, Alie.

— Bella, você não parece você hoje. – Não estava mesmo, ela não se sentia normal. A sua resposta foi apenas um sorriso fraco.

— Acho que voltarei para o Pilates hoje, tenho que me exercitar. Amanhã serei eu novamente.

— Aconteceu mais alguma coisa?

— Tudo aconteceu.

— Quer falar sobre esse tudo?

— Não aqui e não agora. – Bella olhou para a sala de Alec.

— Te encontro no Pilates?

— Seria bom. Fiquei alguns dias sem ir e me sinto enferrujada.

Quando finalizou o chá, Bella tentou esquecer o fato de sua família estar passando por uma situação de adultério e provável envolvimento em corrupção. Sendo que não parecia possível conversar com nenhum dos pais sobre a traição e não sabia como falar do que Charlie estava envolvido com a Renée.

Além disso, havia Edward, a quem podia-se dar o crédito da revelação do caso da sua mãe para o seu pai. Sendo que ele havia feito aquilo por vingança, para atingi-la, ou era isso que imaginou no inicio. Agora não tinha certeza se de fato, ela era o alvo, ou pelo menos o único alvo.

Edward desde que chegou parecia muito ressentido e ás vezes dizia coisas que levavam a crer que ele tinha sido vítima de algo. Era isso, Edward estava agindo como uma vítima. A sua mente fervilhava porque não podia deixar de pensar que seus pais pudessem estar envolvidos, da maneira que ele agia e falava. Egoistamente, gostaria que Edward estivesse apenas enganado, talvez em delírio.

Bella saiu do escritório para a rua, verificar um apartamento que um cliente gostaria de por para alugar. De lá, foi par casa como havia avisado a Alice. Preparou uma salada bem sortida, fez um rápido arroz e purê. Estava prestes a comer quando a campainha tocou. Alec estava na porta trazendo com ele alguns acompanhamentos do restaurante orgânico que ela costumava frequentar.

— Podemos almoçar juntos? – Ergueu a sacola com a comida.

— Já que trouxe mais comida, não seria inteligente negar. – Sorrindo ele entrou.

Ela o seguiu enquanto Alec pegava mais um prato e talher. Como ele parecia tão seguro e a vontade, ela sentou-se apenas e aceitou o agrado completo.

— Está bom. – Alec elogiou o seu purê.

Era como Alec sempre foi com ela, um grande poço de elogio e apoio. Alec nunca havia alterado a voz para ela, sempre estava sorrindo, sendo gentil. Era o avesso de Edward, tão arrogante e insensível. Bella balançou a cabeça, não, não era assim que se lembrava do Edward da escola.

— O que? – Perguntou Alec.

— O que? – Bella olhou para ele sem saber do que se tratava.

— Você balançou a cabeça. – Alec estava com o olhar divertido. – O que estava pensando?

— Nada. Não era realmente nada. – Ficou rubra imediatamente.

— Bella você é linda. – E ele fez o que havia se tornado um habito, tocou o seu queixo e o acariciou levemente.

Acabaram de comer e Alec prontificou-se a lavar a louça. Bella o ajudou, secando e guardando tudo. No final, Alec se virou repentinamente para ela e a abraçou.

— Vem aqui. – Ele segurou a sua mão e a levou até a sala para sentarem no sofá aconchegantemente. Bella olhou para Alec imaginando como ele reagiria se soubesse que Edward possivelmente não o machucou naquele dia. – Desde de que nos beijamos, não ficamos mais juntos. – Alec inclinou-se para beijá-la, mas Bella o impediu empurrando-o delicadamente.

— Eu...eu não sei se seria o correto. – Admitiu. Alec fincou rapidamente as sobrancelhas, recebendo a informação, mas permaneceu tranquilo.

— Não vejo porque não seria correto se ainda nos gostamos. Eu lamento ter pedido o tempo para nos organizarmos, isso foi tolice. Quero estar com você. – Ele a beijou com cuidado descendo seus beijos até o pescoço de Bella. Com uma das mãos descia a alça fina da blusa que ela vestia aquele dia. O celular dela começou a tocar. – Não atenda, pediu. E continuou a beijá-la. O celular deu uma trégua para logo em seguida voltar a chamar. Alec afastou a blusa e o sutiã, expondo um dos seios de Bella e o lambeu. – A quanto tempo não fazemos amor? – Gemeu com o contato da língua úmida em sua pele, mas o celular tinha voltado novamente a soar. 

— Pode ser importante...

— Isso é importante. – Alec voltou a beijar os seus lábios com mais urgência, buscando as suas curvas sob suas mãos. Ele a tocou entre as pernas, sentindo o calor do corpo feminino lindo ao seu alcance. Tirou a blusa dela e ela o ajudou a desabotoar a dele. Estavam trocando carícias quando alguém chamou à porta e depois tocou a campainha. Eles se afastaram sem fôlego, Alec parecia precisar de um tempo. Bella voltou a vestir a sua blusa. A pessoa a porta estava impaciente e sem ter como ignorar, foi até ela a abriu.

— Desculpe incomodar, Bella. – Era o porteiro do prédio. A tratava intimamente depois de insistir que fosse assim.

— Tudo bem, Mike.

— Uma pessoa que estava passando na hora, disse ver alguém próximo ao carro. Fui lá fora e o alarme está ligado.

— Sério? Nós vamos lá ver. Alec... - Mas ele já estava vestido e ao seu lado.

— Não se incomode, fique aqui que eu dou uma olhada.

A única coisa que podia fazer naquele momento era beber água para acalmar o seu corpo. Bella ficou animada com o contato físico, mas o seu coração estava inseguro quanto o que de fato deveria fazer.

Caminhando de um lado a outro, percebeu o seu celular. Verificou as ligações de um número não salvo em seus contatos, resolveu retornar. Logo de primeira a pessoa atendeu, ela afastou o aparelho da orelha e o olhou desconfiada.

— Edward? – Perguntou sem muita certeza.

— Sim, sou eu.

— Porque estava me ligando?

— Devo ter discado errado. – Disse simplesmente.

— Você ligou 5 vezes e não notou que estava ligando para a pessoa errada?

— Não. – Edward parecia zangado.

— Como conseguiu o meu número?

— No seu escritório, é óbvio.

— Salvou o meu número para me chatear depois. – Concluiu.

— Talvez.

— Está agindo como um idiota, me expulsou da sua casa e agora isso. – Edward novamente estava entre ela e o Alec e sentia o seu autocontrole escorrer por entre seus dedos.

— Acho que tenho créditos para isso. Vou desligar agora. – E sem esperar ele desligou.

— Edward? Edward? – Bella mal acreditava que ele tinha feito aquilo, só podia odiá-la muito mesmo para perder o tempo dele fazendo aquilo.

— Resolvido.

— Está tudo bem mesmo? – Alec fez que sim com a cabeça.

— Se foi uma tentativa de roubo, não deu certo.

— Que bom. – Estava com o celular ainda na mão e o apertou. Sentia vontade de ir atrás de Edward e pedir explicações. Ele a confundia. – Temos que voltar para o escritório. – Uma expressão de decepção tomou forma em Alec, ela sorriu. – Ainda temos trabalho e já estamos atrasados.

— Se não tem jeito, vamos juntos. – Ele não estava satisfeito.

Do outro lado da rua, um Edward espumando olhava através da janela na direção do apartamento de Isabella. Se Alec não saísse depressa de lá de dentro ele ligaria novamente para ela, só não sabia o que dizer.

Quando viu Alec entrando um tempo atrás levando o que parecia almoço, sua cabeça latejou, imaginando as cenas românticas que estariam se desenrolando naquele apartamento. O tempo que levaram lá dentro, já daria para um almoço e Edward começou a ficar irritado.

Daí sem pensar muito, desceu para a rua e da frente do prédio em que morava olhando para a janela dela como se pudesse matar alguém, discou o número de Isabella repetidas vezes. Não, ela não atendia. O que porra ela estaria fazendo para não poder atender as chamadas? Foi quando o seu sangue ferveu e transbordou em ira.

Edward atravessou parando em seguida já que não tinha argumentos para ir até lá e bater na porta. Tudo estava branco em sua cabeça, não, vermelho, ele via vermelho também em tudo. Parando um pouco, parecendo um tanto transtornado, chamou um dos atendentes da lanchonete onde havia comido e visto Isabella no dia anterior. Sem muito tato, assobiou e fez sinal com a mão para o garoto se aproximar.

— Pode fazer um serviço para mim?

— Estou indo trabalhar agora. – O garoto com espinhas no rosto olhou para os lados um pouco desconfiado.

— Te recompensarei muito bem, só não tenho muito tempo. – Edward apressadamente retirou muitas notas de sua carteira e aquilo foi um grande incentivo ao garoto.

 - Não farei se for ilegal, mesmo com muito dinheiro envolvido.

— Você só precisa ir lá dentro e avisar ao porteiro que viu alguém suspeito próximo a esse carro. – Eles estavam perto do carro do Alec. Edward estendeu as notas para ele. – Preciso ver você entrando, farei com que o carro acione o alarme.

— É pra já. – O garoto pegou as notas, guardou no bolso e correu para dentro do prédio. Foi a chance de Edward dar um grande solavanco no carro que disparou o alarme. Ele caminhou discretamente para o próprio prédio.

Edward suspirou quando os viu saindo e entrando no carro. Estava ali sozinho e com a chance de pensar sobre o que estava sentindo naquele momento. Vê-los juntos, imaginar o tipo de coisas que estariam fazendo, não fez bem para o seu coração nem a sua cabeça. Como podia sentir tanto ciúmes se a odiava?

***

 - É claro que estou frustrado, mas eu posso entender.... – Alec fala com ela ficando cada vez mais próximos. – Porque não vai para a minha casa depois de se exercitar?

— A minha mãe está em casa, não quero deixa-la sozinha. – Viu os lábios dele apertarem e tornarem-se uma linha.

— Tudo bem. – Pegou uma de suas mãos e a beijou.

— Vamos Bella? – Alice a chamou da outra sala.

— Te vejo amanhã, Alec. – Ela saiu da sala.

— Até amanhã, Alec! – Alice disse alto.

— Até amanhã. – Respondeu nenhum pouco feliz.

Durante o caminho Bella pôde contar a Alice sobre a conversa com o Edward na noite anterior. Tentou ser a mais fiel possível, pois queria uma opinião sincera e completa. A sua amiga a escutou em silencio, algumas vezes soltando exclamações e reagindo com expressões de surpresa.

— Depois disso ando cheia de dúvidas.

— Pois eu também. – Confessou. – Bella, uma pessoa que foi culpada não retorna para se vingar como você está dizendo. E pelo que ele falou em armações e até dinheiro... Será que o Edward acha que você está envolvida em qualquer que seja a coisa? – Era bom ter alguém para dividir as suas questões, ali estava a prova, pois não havia pensado sobre aquilo.

— Isso pode explicar a amaneira que ele me trata. Mas o que eu não entendo é que armação e quem estaria envolvido.

Bella gostou de ter ido a aula e se exercitado, ela sentiu dores e suou, o que a fez sentir um certo prazer. Por alguns longos momentos esqueceu sobre os seus pais, sobre Alec e sobre Edward.

— Ah sim. – Alice a abordou na saída antes de pegarem o caminho de casa. – Não quero ouvir você dizer que não irá no encontro de estudantes este ano.

— Alie, eu havia esquecido.

— Não quero ouvir isso também. – Apontou o dedo em riste em direção a ela.

— Não sei se deveria.

— Você deve. Ainda temos tempo para procurar roupas. Quero que vá comigo fazer compras.

— Alie, é deste final de semana a 15, ainda temos tempo.

— Por isso mesmo. Vamos marcar para fazer compras. – Disse com um sorriso de orelha a orelha.

— Tudo bem. – Elas se despediram com beijos.

Bella voltou caminhando para casa, seria uma longa caminhada, mas estava disposta. Assim que dobrou a rua de casa viu Edward quase entrando em seu prédio. Correu para alcança-lo. Sem mesmo perceber havia segurado a mão dele para pará-lo. Edward estava olhando para as suas mãos unidas e pareceu não gostar, deu um safanão e se livrou da mão dela na sua. Bella não quis analisar o que sentiu no momento, mas pareceu tristeza pelo gesto.

— Desculpe. – Lamentou para si também. – Edward, podemos conversar um minuto? – Ele respondeu com um olhar de curiosidade. – Além de eu não ter acreditado que não era o culpado antes... Acha que eu estou envolvida nessas armações que alega ser vítima?

— Alego ser vítima? – Repetiu com ironia. – Você ainda age como antes. Só está curiosa, não sente nada além disso e eu não estou aqui para satisfazer a sua curiosidade.

— Como não quer que eu esteja curiosa se aparentemente estou envolvida? Você me arrastou pra isso.

— Está me acusando? Você é perfeita nisso.

— Só estou confusa. – Admitiu mesmo sem ser a sua intenção.

— Não me interessa!

— Edward, se eu estou envolvida nisso então pelo menos me diga em que.

— Você me acusa sempre que tem chance, inclusive de ser arrogante, mas você, por baixo de tudo é ainda mais.

— Bella! – Eles olharam para o outro lado da rua onde Renée estava encarando-os preocupada com alguns sacos nas mãos. ]

— Aí está. – Edward sorriu para Renée e depois para Bella. – Se quer respostas, pede para a sua mãe. Talvez ela refresque a sua memória. O seu minuto acabou. – Edward a deixou sem olhar para trás. Bella ainda permaneceu encarando os ombros e costas largas se distanciarem.

Ela atravessou e pegou a metade dos sacos das mãos da mãe. Renée permanece parada mesmo quando a filha começou a caminhar.

— Não vem? – Bella parou para chama-la.

— Sobre o que estavam conversando? – Foi a gota d’àgua para Bella, sua mãe não deveria ter perguntado.

— Sobre o que aconteceu no passado, a 10 anos. Sobre culpa, armações, dinheiro e aparentemente eu estar envolvida. – Ela viu a reação da mãe, os olhos dela abriram um pouco mais e os lábios torceram um pouco para baixo. – Para Edward, você mãe, pode me responder algumas perguntas que estão rondando a minha cabeça. É verdade?

— Como eu poderia responder isso? Este rapaz não deve estar falando sério. E não deveria continuar encontrando com ele.

— Se ele não está falando sério, porque se importa que eu o encontre?

— Parece...parece que ele não está bem.

— Como sabe? Encontrou-se com ele? Pensei que havia dito que só ouviu falar que ele voltou.

— O que está dando em você? Eu não sei de nada sobre o que aconteceu, como saberia se eu sou apenas a mãe de uma das testemunhas do caso? Sei o que você disse na época. Está começando a me deixar chateada com isso. – Renée dramatizou uma das mais comuns saídas, se fazer de vítima agressiva e atacar. Ela entrou batendo pé.


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