10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Ei, gente!
Como está sendo o sábado de vocês?
Espero que estejam a cima de tudo aproveitando bem.
Eu estou, inclusive, desejando estar mais próxima de vocês, criei uma conta no Instagram.
Logo mais abrirei espaço de perguntas nos stories, quero muito ver vocês por lá.
Me encontrem! @nyx.mila
Ah, aproveitem esse capítulo, ele é preciso. Vamos saber mais sobre como os personagens se sentem.

P.S. Muito obrigada a portuga e a Terezinha por recomendaram a fic. Vocês são uns amores!



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Se continuasse assim, sentia que poderia adoecer. Bella tirou as roupas e foi para baixo do chuveiro. Procurava de baixo das águas, reencontrar o seu autocontrole. Sentia seus músculos tremendo. Aquela nova investida de Edward quase a enlouqueceu. E sentar em um volante com ele, libertou dentro dela as lembranças dos dias felizes que passou ao seu lado. Eram muito jovens na época em que se conheceram.
Não estudavam na mesma sala, mas algo nele chamou-lhe a atenção. Mesmo tendo um bom relacionamento com todos na escola, nunca encontrou um meio para falar com ele até o dia em que o atropelou. Edward era diferente dos meninos da sua idade, era recatado, educado, parecia sempre limpo e estava entre os melhores da escola. Não poderia esquecer aquele tom de cabelo que era mais como saído da imaginação de uma mente muito criativa.
Agora, no entanto, ele se transformara naquele ser irritante, arrogante, desprezível. Bella grunhiu debaixo do chuveiro, não adiantaria se continuasse pensando nele. Estava frustrada, o queria longe de sua vida, mas a determinação dele mostrava-lhe que não seria tão simples como o Alec havia alegado. Edward parecia não ter nada melhor a fazer do que provocá-la.
Vencida, saiu do chuveiro e pegou a toalha para se enxugar. Seus pensamento divagaram novamente, indo a pontos específicos daquele dia exótico que havia passado. Edward parecia lhe acusar, não, ele estava claramente acusando-a de algo. Ele não veio para se desculpar, não estava arrependido, era como se quisesse culpá-la.
“- Você não tem nada para me falar? – Perguntou fazendo-a parar. “
“- Não.”
“ Você não sabe mesmo sobre o dinheiro?”
Edward citava sempre que possível o dinheiro. Do que ele esta falando?
— Apenas delírios de um cara egocêntrico. Só pode. – Concluiu.
“E não tem nada para me perguntar? – Estava sorrindo tristemente.”
O sorriso triste que viu no rosto dele naquele momento a fez parar por um momento. O que ele queria dizer com aquilo? Não queria voltar ao passado, mas Edward estava ali e não bastava a sua presença, ele estava querendo fazê-la lembrar.
“- O que quer de mim, Edward Cullen?”
“- Acredita mesmo que foi eu naquele dia?”
Quem mais poderia ter sido se ele mesmo havia dito que era o culpado. As lembranças de Alec também fazia concluir que tinha sido ele. O que ela ouviu também. Então porque aquela pergunta?
“- Acredita mesmo que foi eu naquele dia?”
Não podia entrar nisso, não podia pensar sobre aquilo novamente. Se não foi ele...
“- Acredita mesmo que foi eu naquele dia?”
Se não foi ele...
Bella surpreendeu-se com a campainha. Vestiu-se apressadamente, depois de verificar pelo olho mágico abriu a porta para a sua mãe.
— Oi, mãe. – Bella recebeu o beijo da mãe antes dela mesma fechar a porta e entrar.
— Fiz uma sopa deliciosa para você. – Renée foi até a cozinha e pegou pratos para as duas. – Ainda não comeu, não é mesmo?
— Não. Por isso perguntou até que horas eu iria trabalhar hoje?
— Sim, queria lhe trazer algo gostoso.
— Acho ótimo, mas que horas preparou isso? Ainda são 18hs e geralmente chega tarde da escola.
— Sai mais cedo, não estava com cabeça para os meninos hoje. – Renée não estava olhando para a filha em nenhum momento, parecia estranha aos olhos de Bella.
— Está acontecendo alguma coisa?
— Não, nada. – Renée respondeu ainda sem olhá-la.
— Alguma coisa com o papai? – Renée parou o que estava fazendo. A relação dos dois era o ponto fraco. Os pais se amavam em uma época, mas eles se tornaram quase estranhos, foi na mesma época do que aconteceu com Alec. Renée serviu a sopa calada.
— Uau! Está quentinha. – Bella sentiu o aroma delicioso e sentou-se a mesa.
— Coma. – Pediu a mãe.
— Esse final de semana não tenho nada a fazer. Gostaria de marcar algo comigo ou eu posso ir ficar com vocês em casa.
— Não filha, não precisa.
— Mas eu gostaria de fazer algo com a minha mãe. Um programa mãe e filha. – Renée sorriu e continuou a comer. – Sério mãe, não quer mesmo sair com a sua filha?
— Querida... – Renée deixou de lado a colher e finalmente olhou para Bella. – Aconteceu algo de diferente esses dias? – Bella não sabia se a sua mãe estaria se referindo ao Edward.
— Como por exemplo...?
— Uma visita de alguém do passado. – Bella pigarreou.
— Está se referindo ao Edward Cullen. Sim, eu o vi bastante nos últimos dois. – Disse “bastante” com ênfase.
— Porque? O que ele queria? – Renée gostaria de saber se Edward havia dito algo sobre o dinheiro para a filha.
— Aparentemente apenas negócios. Encontrei com ele na Consultora. Edward é sócio do LY, uma rede de hotéis. Eles compraram o prédio antigo que fica na orla.
— Como ele pôde ir até vocês para pedir isso?
— Não vamos falar sobre ele, não vale a pena. – Não podia aprofundar mais e contar detalhes da ida de Edward até o escritório, Renée ficaria com os nervos à flor da pele.
— Certo. – A mãe voltou a comer para logo parar novamente e perguntar novamente: - Ele só foi em busca do prédio? - Perguntou desconfiada.
— Isso foi ontem, hoje ele voltou para alugar um apartamento.
— Alugar? Quer dizer que ele vai ficar?
— É o que parece... – Bella suspirou. Não contaria a Renée que também estava sendo atazanada por ele. – Como sabia que ele estava aqui?
— Ah... Ouvi alguém comentando. – Bella notou que a sua mãe estava desconfortável.
— Mãe, não se preocupa com isso. O que mais poderia vir do que aconteceu? Está no passado. – Era nisso que tentava acreditar.
— Sim, mas por favor, evite se encontrar com ele. – Bella percebeu que a mãe estava falando quase o mesmo que Alec. Ambos enfatizavam que ela deveria esquecer Edward. Era mesmo necessário ouvir aquilo dos dois?


***

— Dimitri! – Edward apertou fortemente a mão do moreno que entrou no hotel onde ele estava hospedado. Tinha saído para encontrar com ele, engenheiro contratato por LY para comandar o projeto do hotel.
— Como vai, Edward?
— Sinto muito por tê-lo feito apressar-se e vir. Originalmente só começaríamos na próxima semana, mas Emmett está um pouco ansioso. – E não era de fato por causa do hotel e sim para ele ver que não era necessário ficar lá.
— Não tem problema. Estou empolgado. Hoje mesmo pretendo ir até a empreiteira, tenho conhecido por lá. Vamos reunir um bom pessoal e fazer um ótimo trabalho aqui.
— Parece perfeito pra mim. Vamos fazer o seu check-in.
Logo depois do ckeck-in, Dimitri avisou a Edward que iria a empreiteira.
— Não quer antes tomar um banho e comer?
— Quero fazer isso para depois descansar um pouco.
— Tudo bem, mas não foi o Emmett que está assombrando você a correr assim, não é mesmo?
— Não, não. – Dimitri disse rindo.
— Bem, já que estou sem fazer nada, vou com você.
Seguiram no carro de Dimitri até a empreiteira e depois de uma reunião já tinham a equipe e materiais encomendados para darem inicio a obra. Depois de saírem de lá, os dois continuaram o trabalho indo para o prédio.
— A verdade é que foi uma pena deixarem esse prédio ficar assim. – Dimitri lamentou. – Mas agora ele se tornará um grande lugar.
— Espero que sim.
Voltaram para o hotel e muito cansado Dimitri pediu algo para comer em seu quarto mesmo e foi descansar. Edward banhou-se, mas mesmo muito cansado não conseguiu aquietar-se. Por isso, discou para o número da Consultora, depois de três toques ouviu a voz de Alice atender.
— Olá, Alice. Quem fala é o Edward Cullen.
— Oi, Edward. Como vai?
— Muito bem. Posso por favor, falar com a Isabella? – Bella que já estava olhando para Alice e balançando a cabeça, teve que atender já que era um cliente apesar de tudo.
— Um momento. – Alice falou e estendeu o telefone para Bella.
— Sim, Edward. – Disse tentando soar profissional. – Em que posso ajudá-lo?
— Como anda o aluguel do apartamento? Espero estar alojado o quanto antes.
— Já entrei em contato com o dono do apartamento, está tudo certo. Amanhã estarei com o contrato em mãos, você pode assinar e receber a chave, assim como as regras de boa convivência.
— Ah claro, então nos veremos amanhã, Bella. Estou ansioso. – Edward desligou sem esperar uma resposta. Bella bufou irada do outro lado da linha.
E enquanto Edward pegava novamente o envelope que Victória o havia entregado na noite anterior, Bella era questionada sobre a ligação que finalizou.
— Porque está tão irritada depois dessa ligação? – Alec perguntou novamente.
— Era o Edward Cullen. – Bella admitiu sem jeito.
— Está atendendo o Edward novamente? Ele é o nosso cliente?
— Sim. – Pigarreou e olhou para Alice, mas ela não poderia ajudar. – Ontem ele voltou e pediu para ajudá-lo no aluguel de um aparamento.
— Aluguel?
— Amanhã não precisaremos lidar com ele até que termine o contrato.
— Perfeito. – Alec disse, mas todo o seu corpo mostrava que não gostou da notícia.
— Alec, me desculpe, mas ele insistiu. – Alec entrou em sua sala sem dizer mais nada.
— Parece que ele não gostou nada.
— Claro que não gostou.
— Edward parece ser um cara legal. Sei que ele estava envolvido naquele assunto da escola, que eu sei que não gosta de falar, mas na minha cabeça pintava um Edward diferente. Até pensei que ele teria voltado para provocar vocês já que chegou todo dono de si, mas depois pensei que talvez ele pudesse explicar o que aconteceu e pedir desculpas ao antigo amigo.
— Pare de sonhar, Alice. Edward é arrogante, egocêntrico e sádico.
— Ele só é assim com vocês dois.
— Você só passou alguns momentos com ele.
— E você também. – Rebateu Alice com um biquinho.
Edward por outro lado, analisava mais uma vez todo o material que tinha em mãos. Como havia falado com Victória no último encontro, começaria com um típico drama familiar. Deixaria para o dia seguinte, por algum motivo queria ver Isabella antes de iniciar o plano.
***
Assim que amanheceu, Edward se preparou como um guerreiro para enfrentar aquele dia. Vestiu sua roupa social com costura imperceptível e ajustada ao seu corpo depois de banhar-se e barbear-se. Nunca dedicava muito tempo aos cabelos, deixava-os livre, se armou de seus óculos escuros e seguiu com o roteiro para o início daquela manhã.
Foi com Dimitri ver a equipe formada e participou do alinhamento do que seria feito no local. Edward esperou alguns dos materiais começarem a chegar para se despedir, deixando tudo nas mãos de Dimitri.
Era o meio da manhã quando voltou a entrar no escritório de Alec que o chamou assim que ele entrou. Pediu que ele sentar-se na cadeira a sua frente, Alec parecia taciturno. Não estava nenhum pouco interessado no que quer que ele dissesse, só queria estar de frente com Isabella mais uma vez.
— Edward, qual o seu verdadeiro interesse? – Então decidiu ser direto? Ele também seria, até certo ponto.
— Além de ter um lugar para ficar na minha estadia... Tenho assuntos inacabados.
— Comigo? Com a Bella? – Não gostava nada quando Alec se referia a ela tão intimamente.
— Com você? Ainda não lembra de nada daquele dia? – Falou seriamente querendo uma resposta verdadeira. E Edward viu quando os olhos de Alec vacilaram. – Você lembra. – Alec balbuciou, mas não conseguiu reunir alguma palavra que fizesse sentido. – Foi você que me perguntou diretamente qual o meu interesse, eu só te provoquei fazendo essa pergunta. Mas se você se lembra, sabe da verdade. Você e Bella, é um tipo de ligação feita depois de um trauma? É esse tipo de casal? Falam sobre aquele dia a sós? Lembram de mim? – A cada frase de Edward, Alec se perdia mais e mais.
— Eu não lembro. – Reuniu forças para dizer, mas saiu como uma promessa vazia.
— Tenho que pegar a chave do apartamento. – Levantou-se sem se dar ao trabalho de contestar ou não o que ele disse. – Vamos continuar, Isabella. – Edward sentou-se a sua frente, sem dar importância para as outras pessoas que estavam ali.
Bella finalizou o aluguel com Edward, explicou-lhe sobre pagamentos e regras. Por fim, entregou-lhe a chave. Já poderia se mudar imediatamente.
— Tem mais alguma coisa que eu possa ajudar? – Olhando sorrindo meio debochado, ele afirmou com a cabeça.
— “Estava indo encontrar com eles, quando ouvi Edward dizer: ‘Era isso o que queria? Está feito!’ Também ouvi as Alistair gritar que alguém estava morto. Edward dizia que não. Ouvi passos de alguém correndo e Alistair gritando que alguém estava morto. Edward pediu a Jasper para que ele fosse atrás do Alistair.” – Bella reviveu tudo a cada palavra dita. Era exatamente o que disse em seu depoimento. Secou as lágrimas de seu rosto, estava arfando, algo queria submergir de dentro de si. – Foi o suficiente para ter certeza? Porque não me fez a pergunta na época? Deve estar mesmo envolvida em tudo...
— Chega, Edward. – Alec estava ao lado deles, Bella confusa com as últimas palavras de Edward o olhava intrigada. – Se já está com a sua chave, por favor, retire-se.
— Façamos assim. – Edward saiu o mais pacificamente do que poderia.
Estava com o sangue quente ainda com a conversa com o Alec e Isabella. Preparou dois envelopes com esmero, eram seus presentes para aquela família. Chamou um motoboy da recepção do hotel. Pediu que não fosse revelado de onde vinha o pedido e para isso deu uma gorjeta gorda para o rapaz que foi fazer as entregas resplandecente.
Edward começou a contar os minutos, ele poderia ouvir sons de duas bombas explodindo. Esperou pacientemente, espreguiçou-se na cama ocupando toda ela. Estava dando mais uma passo em direção a sua desforra. Queria que aquela família sentisse o peso da confiança quebrada, de acusações e julgamentos vindos de seus conhecidos e amigos.
Juntou as suas coisas na mala, estava muito inquieto para assistir de longe. Falou com Dimitri que iria fazer o check-out e saiu do hotel em direção ao apartamento. Pôs as suas coisas lá e da janela olhou para o lado esquerdo do outro lado da rua, era onde Bella morava. Passou-se um longo tempo até que admitiu que ela não retornaria tão cedo.
Saiu em busca de um mercado onde pudesse fazer algumas compras e abastecer um pouco a sua geladeira. Voltou, organizou toda a compra, alimentou-se com um sanduíche e voltou para a frente da janela. Já estava escurecendo, Bella não retornou, as luzes do seu apartamento estavam apagadas.
Como não havia muito o que fazer, resolveu pegar o seu notebook e trabalhar um pouco. Havia um relatório que deveria ser entregue, ele se concentraria naquilo. Estava tenso, extremamente. Trabalhou até tarde na escrivaninha do seu quarto e apagou ali mesmo, despertou sobressaltado com o barulho de carro passando na rua. Olhando para o seu relógio, viu que era um pouco mais de meia noite.
Espreguiçou-se e voltou a janela na esperança de ver algum sinal da vizinha. E lá estava, havia luz ligada no apartamento dela. Gostaria de saber como ela estava, como reagiu. Estava mais do que curioso, a família dela começava a sentir o que veio trazer para eles.
Edward só relaxou depois que Bella apagou as luzes o que foi as duas da manhã. Ela estaria muito inquieta, talvez tivesse pesadelos. Ele mesmo deitou-se e adormeceu cansado. Quando acordou, demorou-se na cama, era sábado e Edward precisava de um tempo de repouso.
Só levantou-se e banhou-se após as 11 da manhã. Voltou então para o restaurante em que encontrou Isabella e fez uma refeição. Claro, que depois de jogar a bomba, sabia que teria um tempo silencioso antes dela realmente fazer feito, mas porque se sentia tão ansioso?
Era um dia livre, então foi até a praia, lá procurou por sombra na areia. Tirou os sapatos e meias, dobrou as pernas da calça e sua manga da camisa. Apenas ficou ali, era a mesma praia em que seus amigos e Isabella iam naquela época.
— Edward? Pensei mesmo que fosse você. – Victória estava ali parada diante dele.
— Olá. – Deu-se conta da presença.
— Está aqui por acaso ou veio mesmo para uma praia com essas roupas? Você tem que ser mesmo sempre formal como mostra nos noticiários? – Edward riu, olhou para ela que diferente dele estava com um vestido leve e sandálias de dedo.
— Não me preparei devidamente para essa viagem, não para visitar a praia. – Ele não sabia porque tinha esquecido aquele detalhe, talvez porque não pensou sequer uma vez que seria uma viagem de descanso.
— Dê-me licença. – Falou e sentou-se ao seu lado. – E como anda seus negócios?
— Eu não sei exatamente. E aproveito para agradecer, eu pedi muitas coisas e você foi sensacional.
— Obrigada! – Victória tinha sido policial investigativa, agora ela trabalhava como autônoma. Parecia algo excitante, Edward apreciava a coragem dela. – Bem, não quero incomodar a sua apreciação da natureza.
— Oh, não, por favor. Se não estiver com planos, fique e me faça companhia. Estou entrando em parafuso.
— Tudo bem, façamos companhia um ao outro.
Conversaram durante um bom tempo, quando sentiram o sol perder a sua força, caminharam pela praia, pararam para comer e perceberam que tinham sido fotografados. Edward foi reconhecido por alguém e tinha certeza que logo suas fotos estariam pela internet. Despediu-se de Victória e voltou para casa.
Andava distraído pela rua, seus pensamentos a cerca de Isabella e como estava a situação com a família dela. Talvez seus pensamentos a tenham invocado, talvez tenha sido apenas coincidência, mas eles trombaram na rua, Isabella caiu.
Ela o olhou de baixo zangada, estava com o celular na mão como se estivesse falando com alguém. O coração de Edward deu um pequeno solavanco, ele estendeu a mão para ela. Claro que foi ignorado, Isabella tentou erguer-se, mas para irritá-la por ter ignorado o seu gesto cavalheiro, ele a pegou pela blusa do lado de trás e a ergueu como uma boneca de pano. Isabella o afastou indignada e voltou para a ligação.
— Mãe, não ignore as minhas ligações. – Suplicou. – Mãe, me diz, você fez isso mesmo? – Ela suspirou andando em direção ao seu prédio, Edward ouvindo aquilo a seguiu automaticamente. – Não importa se fez, vamos conversar. Onde você está? O papai está em casa e vai ficar tudo bem. – Ela desligou, tinha deixado uma mensagem de voz. Edward a segurou puxando-a novamente pela blusa.
— Mas que coisa! O que pensa que sou para me agarrar assim? – Bella se afastou agressivamente.
— Repete o que disse para a sua mãe.
— O que? – Não acreditava que ele a seguiu e ouviu a mensagem que deixou para a mãe.
— Você nem ao menos me procurou. – Bella entendeu sobre o que ele estava falando. – “Você fez mesmo isso?””Não importa, vamos conversar.””Vai ficar tudo bem.” Algo assim não seria dito só porque éramos namorados. Só seria dito se você me amasse de verdade como ama a sua mãe.
— Eu realmente não estou com cabeça agora. – Edward calou-se, ele mesmo não entendia porque insistia naquilo, não era o foco, não era o motivo por ter voltado, mas ela provocava isso nele. Então, não estava nem aí, se era o que sentia iria extravasar.
— Porque não me pergunta agora?! Diga alguma coisa! – Assustada com tudo aquilo, Bella apenas correu até o seu apartamento e se trancou.
No dia anterior tinha sido chamada até a delegacia. Seu pai teria agredido um professor que lecionava na mesma escola que sua mãe, onde ela mesma se formou. Sua mãe estava em prantos, pois seu pai não queria ajuda dela. Bella teve que mandar a mãe embora, resolveu tudo com a polícia e a vítima que apenas quis seguir com o acordo. Bella recordava-se dele, sua mãe ás vezes falava dele.
Quando chegaram em casa, Bella reuniu forças para perguntar o porque daquilo tudo. Seu pai não quis dizer. Entrou no banheiro e demorou-se por lá. Bella ligou repetidas vezes para a mãe para saber por onde ela andava. Entrou no quarto dos dois e viu sobre a cama o envelope, dentro dele havia fotos, prints de textos, tudo o que poderia comprovar que a sua mãe estava tendo um caso de muito tempo com aquele professor.
Não disse nada quando o pai saiu do banheiro. Ele estava chocado, ela também, mas não falaria nada por enquanto, não queria magoá-lo ainda mais. Seus pais estavam afastados, mas sempre pensou que eles se amavam ainda e que encontrariam um meio de serem felizes novamente.
Bella preparou um jantar para o pai que não quis nada. Charlie trancou-se no quarto logo cedo e a mandou embora afirmando estar tudo bem. Bella permaneceu na casa tentando entrar em contato com a mãe, ligou para a tia, mas ela lhe falou que a sua mãe não havia aparecido por lá. Não tinha como confirmar se ela estava falando a verdade ou não. Perto da meia noite, Charlie pediu novamente que Bella fosse embora.
— Se a sua mãe voltar hoje, teremos que conversar e se não, prefiro ficar sozinho.
— Pai...
— Vá. – Exigiu e assim ela foi, mas demorou de dormir em sua casa.
O dia seguinte Bella retornou para a casa dos pais, não havia ninguém. Se antes estava desesperada, agora seus nervos estavam em frangalhos. Voltou a fazer chamadas, descobriu que o pai estava na casa de um amigo, o que era menos mal, mas não encontrou a mãe. Charlie voltou para casa á tarde e ela decidiu ir para seu apartamento verificar se Renée havia passado lá. Antes de entrar no prédio fez nova chamada, estava prestes a deixar uma mensagem quando deu de cara com alguém e foi ao chão com tudo. Das piores coisas que poderia lhe acontecer, encontrar Edward ali estava no topo da lista.
Edward a viu correr para dentro depois de terem novamente se desentendido. Sua garganta estava inchada, um bolo se formou e não conseguia se desfazer dele. Sentia raiva e também uma dor, era ainda mais odioso sentir essa dor, porque ele sabia do que se tratava. Sabia o que ainda sentia por aquela megera.
— Sim, você deve lidar com isso, Isabella. Espere e verá, você e a sua família ainda devem passar por mais.


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Notas finais do capítulo

Amanhã não terá capítulo novo.
Sem bico, saiam e aproveitem a vida.
Beijos!



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