10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Quero dizer que os comentários foram respondidos.
Demorei bastante, respondi comentários de 76 dias atrás.
Mesmo com tanto atraso, espero que continuem amando a fic e me enviando boas energias rs
Leiam com cuidado, leiam com atenção, leiam com carinho, leia e se divirtam.



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— Sim, Vic. – Edward soltou o ar pesadamente tendo extravasar suas emoções. Permaneceu com as sobrancelhas vincadas segurando o celular próximo ao rosto esperando ainda alguma resposta que lhe aliviasse. Rosie sentou-se ao seu lado e calada, observava o irmão.

— Nós estamos pensando juntos e tentando agir da melhor forma. – Era mais uma resposta repetida, nada que ele não já tivesse ouvido antes, mas era tudo o que tinha agora.

— Eu sei que estão fazendo o melhor, só pensei que pudesse ter outra ideia que não a envolvesse. – Seu tom de voz era um pouco impaciente. Vic não se ofendeu, compreendia o amigo e também estaria aflita se estivesse no lugar dele.

— Ontem você disse a ela que aceitava. – Lembrou-o mais para que ele se agarrasse a sua palavra e mantivesse um pouco de calma.

— Não queria começar uma discussão com ela, isso não quero.

— Nada irá acontecer. – Garantiu a sua amiga. – E conseguindo ou não, Bella disse que seria a última vez.

— Me certificarei disso, nem que pra isso eu... – Parou antes de verbalizar o que havia pensado, mas era a verdade, sentia-se daquela maneira. - Nem que pra isso eu tenha que desistir. – Algo no seu íntima o incomodava. Talvez estivesse muito preocupado por nada de fato, mas era como se um instinto o alertasse. Provavelmente o seu amor o deixasse superprotetor. Não, aquela família era realmente muito perigosa. – Se para fazê-la ficar longe deles eu tiver que desistir, farei isso, e a levarei para longe dessa cidade. – Ouviu o som agradável do riso da Vic.

— Faça isso, eu estarei por perto para ajudá-lo.

— Eu sei. - Os dois se despediram, ambos sentindo um grau de ansiedade pelas próximas horas que viriam.

— Seu mau-humor não vai ajudar agora. Seria melhor que fosse a casa dela e passem um tempo juntos antes que tenham que ir até lá. – Sem dizer nada, apenas passou as mãos pelo rosto, demonstrando cansaço e frustração. – Ela ainda é aquela Bella, mas agora é bem mais corajosa e honesta.

— Eu a amo. – Edward olhou pela primeira vez para a irmã, seus olhos ainda estavam pesados, exaustos.

— Ah, eu sei. Nunca deixou de se sentir assim. Antes achava que isso era uma merda, mas vendo-a agora, eu dou a maior força, porque sei e estou vendo que ela faria tudo para o seu melhor.

— Para mim seria melhor que ela saísse de perto desses lunáticos. Eu a fiz se sentir tão culpada que ela está se colocando em perigo.

— Não se trata apenas disso. Bella já repetiu várias vezes que se tornou algo pessoal para ela. Vê-los pagar por todos os crimes, todos nós queremos isso. Essa família é um insulto a humanidade.

— Tudo bem, vamos acabar com isso. – Tentou soar um pouco mais positivo. - Será a última tentativa. Bella... Todos vocês... Tenho que pensar na segurança de todos. Demorei para cair na real, para deixar de estar cego pelo rancor.

— Mais um ponto a favor da Bella. – Rosie sorriu para o irmão. – Vai lá, vai ficar com ela.

— Te mantenho informada, então fique atenta ao celular.

— Sim, claro.

Edward pegou apenas a sua carteira e foi para o prédio vizinho. Bella atendeu a porta já prevendo que seria ele. Na verdade, tinha passado o dia esperando que aparecesse depois que simplesmente a deixou na noite seguinte com ar sério.

Mesmo tendo aceitado que ela continuasse participando daquele plano, sabia que não era o que Edward queria. Aquilo estava deixando-o frustrado, um pouco louco. Agradecia sua demonstração de afeto e preocupação, mas a sua determinação era maior.

— Estive perto de morrer de saudades. – Disse assim que a sua frente. Noto que ele parecia cansado, mas que a sua expressão ganhou um ar mais luminoso depois de ouvi-la.

Sorrindo levemente, aproximou-se dela e a segurou pela nuca aproximando suas testas. Edward inclinava-se um pouco sobre ela, Bella estava nas pontas dos pés.

— Desculpe pela demora, mas saiba que também estava prestes a morrer de saudades.

— Então só me resta perdoá-lo já que sentiu o mesmo. – Levando ainda mais seu rosto na direção do dela, seu propósito se fez claro. Ele queria beijá-la, mas ela afastou-se dele. – Vamos fechar a porta primeiro. – Disse referindo-se ao flagra da mãe. Não queria passar por aquilo novamente.

Depois de certificar-se de fechar a porta, regressou para os braços dele e o abraçou forte.

— Parece tão cansado.

— Não dormi muito bem.

— Eu tenho certeza de que logo se resolverá os problemas com a construção. – Edward a apertou ainda mais forte.

— Não estou preocupado com isso. Você sabe com o que estou.

— Em poucas horas, tudo terá acabado e ficarei longe deles.

Passaram as poucas horas antes de se prepararem apenas juntos, falando amenidades. Edward, no entanto, parecia cada vez mais tenso e por isso, mais calado. Bella tentou compreendê-lo e respeitou o seu espaço, porém começou a divagar, principalmente em meio a lembranças do passado. De alguma maneira, pensou bastante em Jasper e na sua presença penetrante.

Sempre pareceu que era alguém exótico, envolvido em situações duvidosas. Era, no entanto, calado, mas muito observador e protetor quando se tratava dos primos/irmãos. Edward estava acariciando os braços de Bella, deitados na cama apenas apreciando a presença um do outro, porém o olhar distante dela chamou-lhe a atenção.

— Está pensando em desistir? – Era ele quem pensava que ela podia ainda fazer isso.

— Não, estava pensando no passado, pensando em Jasper.

— Jasper?

— Era difícil de entende-lo antes, mas pensando bem, ele foi muito leal a você. Ele ainda é assim?

— Sim, com certeza posso contar com ele para tudo. – Garantiu com confiança que possuía no irmão.

— Você deveria tê-lo trazido também. Ele poderia ter esclarecido tudo perante todos na cidade.

— Bella, nenhum de nós agrediu o Alec naquele dia, mas... – Edward não encontrou as palavras para explicar.

— Eu sei que ele incitou o Alistair, dizendo as coisas que ele sabia sobre o irmão dele, mas não dava para imaginar a reação que ele teria.

— Quem poderia confiar no que fariam com essa informação? O Jasper já tinha passagens na polícia, eu tinha que ajudar, já que ele se meteu naquilo por mim. – Explicou.

— Por minha culpa. Tudo se resume naquele dia fatídico em que sai com o Alec.

— Pela última vez, Bella. Se está fazendo isso por se sentir culpada, esquece. Não quero isso, entende? Não é o que quero. – Edward pareceu um pouco irritado e levantou-se, deixando-a na cama.

— Pra onde está indo?

— Estou com sede. Quer algo? – Perguntou ainda com tom irritado.

— Não. – Bella o acompanhou com o olhar até que ele saísse e então pegou o celular dele e o seu. Procurou na agenda pelo nome de Jasper e copiou o número, salvando-o. Talvez Jasper pudesse ajudar ser uma carta na manga em algum momento. Tratou de pôr os aparelhos onde estavam anteriormente e voltou a deitar-se até que ele voltasse.

Edward ficou com ela e a viu se arrumar para o chá da tarde com os Volturi. Bella havia recusado a carona de Alec mais uma vez. Insistindo em leva-la, ligou para ela quando já estava pronta. Edward engoliu em seco aquilo, segurando a vontade de arrancar o telefone das mãos de Bella e dizer para que ficasse longe de sua namorada.

Vestida com uma calça courino preta, uma blusa em animal print em tons de preto e cinza, ela finalizou com um casaco leve e alongado e uma bota de cano curto preta.

— Está linda demais.

— Pretendo sair com o meu namorado depois. Não sei, se ele quiser. – Deu de ombros, com ar despreocupado exagerado.

— Ele sempre quer. Onde pretende ir com ele?

— Estava pensando que ele poderia escolher dessa vez. – Edward a abraçou e abaixando a cabeça, pôde inalar o perfume do seu pescoço.

— Podemos ir ao cinema, não foi possível da última vez. – As palavras dele a fizeram recordar do dia em que o traiu com o Alec.

— É isso mesmo que quer?

— Você não quer fazer isso? – Bella o olhou diretamente nos olhos tentando entender aquele pedido. – Fomos enganados daquela vez. – Bella ainda sentia um pouco de vergonha ao lembrar que o traiu e um calor ruborizou sua face. – Não quer mesmo? - Edward percebeu a sua hesitação.

— É claro que quero ir ao cinema com você.

— Ótimo. Tenha isso em mente quando estiver lá com eles. Tem exatamente 2 horas, seu namorado esperará por você. Tem um encontro com ele, não o deixe esperando.

— Claro que não.

A conexão dos seus olhares, cada um, tentando aprofundar-se na verdade do outro, buscando a segurança das palavras ditas, foi apenas cortada por avisos sonoros de mensagens no celular de Bella. Era Alice relatando sobre o dia e querendo saber como estavam as coisas antes da última tentativa da amiga com os Volturi.

Bella foi breve, mas resumiu bem o que se passava e o que sentia. Alice frisou o aspecto do humor de Alec, parecia que ele estava cada vez mais introspectivo e sombrio, ainda mais aquele dia. Não deu muita importância sobre o humor de Alec e finalizou a conversa. Estava na hora de ir e Edward a sua frente parecia prestes a toma-la nos braços e fugir.

Antes que ele sugerisse isso, pois ele iria com toda a certeza. Bella pegou a sua bolsa e liderou o caminho até o carro de James que já estava esperando por eles. Torres estava em outro carro e ficaria também em prontidão.

— Está tudo funcionando, então não se preocupe. – James disse a Bella depois de verificar que os parelhos que estavam usando estavam em perfeito funcionamento. – Tome isto. – Ele lhe entregou um pequeno objeto que parecia mais um modelo de pendrive, mas via-se uma minúscula lente nele. – É uma máquina fotográfica, mesmo que perca o seu celular, poderá passar com isso facilmente. – James lhe deu uma breve instrução de uso.

— Entendi. – Bella confirmou depois de ouvi-lo e testar. 

— Você está armado? - Edward perguntou de surpresa.

— Edward! – Bella não gostou que ele estivesse levando o assunto tão extremamente.

— Estou sim. E usarei se necessário, então confie em mim.

James pôs o boné e dirigiu até a mansão dos Volturi, perto da entrada Edward abaixou-se para não ser visto e Bella saiu do carro indo até a entrada. Eles seguiram para o ponto em que Torres já esperava por eles. Indo para frente, Edward sentou-se no banco ao lado de James.

— Se algo acontecer com ela, tome a responsabilidade. – Disse ameaçadoramente sem se importar de estar se dirigindo a um policial.

— Tenha certeza disso.

Bella foi recebida por todos, mas notou que eles estavam muito mais estranhos. Chelsea parecia muito mais observadora e um tanto cínica além da conta e Alec parecia sombrio. Eles tomaram o chá e logo Bella se pôs a dedicar-se a Alistair.  Aquele dia ele pintava mandalas e ela começou a ajuda-lo.

— Com licença, querida, mas estou esperando algumas informações então terei que ir ao escritório. – Bella lamentou, já que esperava poder ter a chance de ir até aquele cômodo.

— Por favor, fique à vontade. – O casal se retirou, mas eles não foram para o mesmo local. Depois de trocarem algumas palavras em sussurros, o pai deles foi para o quarto, provavelmente e a mãe para o escritório. Bella achou aquilo peculiar.

— Bella, você tem apenas 1 hora. – A voz de James a alertou e ela não conseguiu controlar o nervosismo.

— Preciso respirar um pouco. – Alec disse de mau-humor. Ela quis saber porque ele estava daquela forma, mas era bom que ele a deixasse sozinha.

Alguns minutos depois Chelsea saiu do escritório e subiu as escadas até o quarto. Era a sua deixa, era agora ou nunca.

— Preciso ir ao banheiro. Espera por mim?

— Espero. – Respondeu despreocupado.

Bella sentia o coração batendo forte, mas apressou-se a andar rápido até o escritório.

— Está indo agora, Bella? – James perguntou.

— Sim. – Disse baixinho olhando para os lados. – Entrei. – Bella disse ao passar pela porta e fechá-la.

O mais rápido que pôde, tateou os documentos em cima da escrivaninha, mas nada parecia importante. Começou abrindo as gavetas e aí viu alguns documentos que pareciam ter algum valor. Haviam pastas organizadas com nomes de empresas e algumas poucas contendo nomes de pessoas. Ela as abriu e tirou o máximo de fotos que conseguiu.

Foi para a última e viu o que era uma coleção de pastas com fotos e as primeiras a fez pular, pois eram fotos dela. Tinha fotos dela com Edward e também fotos com ela encontrando o James e a Victória no dia anterior. Essas estavam soltas, como se fossem as últimas coletas e ainda não organizadas. Rapidamente, fechou tudo e guardou correndo para fora do escritório. No corredor deu de cara com a Chelsea.

— Estava procurando a senhora. Minha mãe acaba de me ligar e eu disse que estava aqui. – Bella pensava em uma maneira de se livrar dali, precisava deixar claro que pessoas sabiam do seu paradeiro. – Já pedi um carro no aplicativo e ele já está chegando. – Tinha que deixar claro também que estava tentando sair de lá e que alguém sabia disso. – Infelizmente tenho que me ir.

— Algo aconteceu com ela?

— Ela não se sente muito bem. – Chelsea não parecia acreditar totalmente nela. 

— Ah, claro. Ela está passando por muito ultimamente.

— Bella, diga se precisa de ajuda. – James falou pressentindo algo com aquela conversa repentina de Bella em sair da casa e ao seu lado Edward estava prestes a abrir a porta do carro.

— Bella, se houver alguma suspeita que ela te viu saindo do escritório, apenas saia daí agora. – Edward soou alto.

— Tudo se resolverá logo. – Bella respondeu para os dois.

— Sim, tenha certeza. Vá com segurança para casa. – Aliciada, Bella começou a caminhar. – Querida. – Chelsea falou repentinamente e ela parou, lentamente, sentindo que poderia ter um ataque do coração, virou-se para a senhora loura e perigosa. – Vá e cuide da sua mãe. E pense bem nas decisões que está tomando. – Bella ganhou um ar assustado o que fez com que Chelsea sorrisse.

— Do que está falando? – Seria verdade que ela sabia sobre Bella estar ajudando de alguma forma o James? Era muito provável que sim, vendo aquelas fotos que ela tinha. Chelsea não era nada ingênua e veria com suspeita o encontro dela, Edward, um policial e uma detetive.

— Ah, é apenas um conselho de alguém que sabe algumas coisas da vida. Espero que tenha sido a última vez que tenha vindo até aqui. Vamos cortar nossas ligações. Despeça-se do Alistair e do Alec. Principalmente do Alec e deixemos tudo como está. Ficaremos quites.

— Bella saia daí agora! – Ouviu a voz exigente de Edward. Bella apenas assentiu para ela e saiu.

Falou brevemente com Alistair repetindo que deveria voltar para casa e confirmando que se veriam novamente. Do lado de fora, Alec estava de pé e deu-se conta de que ele não estava apenas sombrio, mas estava totalmente bravo.

— Estou indo. – Disse passando por ele, mas Alec segurou firme em seu braço.

— Está se divertindo com aquele idiota?

— Alec, me solta. – Bella tentou empurrá-lo, mas ele não demoveu um centímetro do lugar estava.

— Depois que te liguei, recebi links de sites referindo-se ao retorno de vocês dois. Pessoas que conheço debochando. Se já se divertiu o suficiente pare com isso ou terei que pôr um fim nisso de uma vez por todas. 

— Está me ameaçando agora? – Havia sido ameaçada pela mãe dele, uma mulher que a cada dia se revelava mais e mais assustadora. Não poderia negar que se sentiu acuada tal qual minutos atrás com o tom de voz e o olhar transtornado do Alec. Ele que sempre pareceu controlado mesmo que estivesse sendo cutucado de maneiras violentas, nunca, nem mesmo a 10 anos ou na volta do Edward ele demonstrou seus verdadeiros sentimentos, mas agora, parecia que as coisas mudaram. Era a segunda vez que o via mais explosivo, naquele momento, ainda mais.

— Entenda como quiser! – Alec estava completamente transtornado. – Vocês estão transando? – Perguntou com visível asco. – Estão? – Insistiu.

— Solte-me, agora. – Repetiu.

— Saiba que ele não ficará na cidade por muito tempo. Aquela construção nunca sairá!

— Então foi mesmo você! – Neste momento, a distância, o carro parou e buzinou.

— Venha para cá. – James pediu.

— James eu vou até lá. – Edward disse e Bella ficou apreensiva, seu olhar foi automaticamente em direção ao carro.

— Não! – Houve uma movimentação, James parecia ter evitado que ele saísse. – Só lhe dê mais um tempo!

— Você está louco? – Edward xingou-o em alto e bom som.

— O carro que pedi já chegou, Alec. Solte-me ou vou gritar pedindo ajuda. – Tentou ameaça-lo também.  

— Eu te levarei para casa. Temos muito o que conversar. – Era como se as palavras dela não lhe tocassem em nada.

— Não temos o que conversar. Deixe-me! – Novamente ela tentou empurrá-lo, sem sucesso.

— Então apenas me escute e atenda ao que digo! Já chega disso tudo, Bella!

— Edward, fique abaixado! – Bella ouviu James exasperado. 

— Já chegada disso, digo eu! – Chelsea apareceu e se aproximou dos dois. Olhou com reprovação a mão possessiva do filho no braço de Bella.

Novamente a buzina chamou a atenção de todos. Bella não soube se era uma tentativa de James ou de Edward para chamar a atenção que ali havia uma plateia. Cada vez mais sentia-se preocupada com os dois que poderiam ser descobertos.

— Deixe-a ir.

— Nós vamos conversar, mãe.

— Eu já disse para deixa-la! – Disse com impaciência que nunca antes havia demonstrado. – Escute a sua mãe, que sempre faz as coisas para o seu bem. – Com relutância, ele a libertou.

Bella, olhou para o seu braço liberto, manchas avermelhadas já surgiam. Andando o mais depressa que pôde, chegou até o grande portão que foi aberto e correu para o carro, sentando-se atrás com Edward abaixado que pegou imediatamente em sua mão.

Alguns metros a frente, Edward ergueu-se e a abraçou. Percebeu que todo o corpo dela tremia de maneira assustadora. Tentou aquecê-la, pois sentiu que ela estava fria. Ela não se mexia além dos tremores e não olhava para ele mesmo que ele tentasse fazê-la encará-lo.

— Está tudo bem. – Começou a repetir baixinho para ela, mesmo assim não parecia surtir efeito. - Acho que ela está em choque, James. Vamos ao hospital.

— Não... – Bella disse fracamente.

— Bella, você não está bem. - A palidez dela parecia piorar. – Respire profundamente. – Ela tentou algumas vezes antes de conseguir. - Vamos ao hospital...

— Me leve para a casa da minha mãe, James. – Ignorou o que Edward dizia e ainda trêmula passou para ele a câmera. – Tentei registrar o máximo, mas acredito que deve ser o bastante.

— Você está mesmo pensando sobre isso depois do que acabou de passar lá? Foi ameaçada por eles dois.

— O que mais posso fazer? Entrei nisso para conseguir algo, era o meu objetivo. James, eu acho que ela sabe que você está investigando, eu vi fotos do nosso último encontro nas gavetas dela. Haviam fotos minhas de outros dias... Suas também Edward.

— Acabou, entendeu? Jamais se aproxime deles ou esteja envolvida em assuntos relacionados a eles. Escute o que a Chelsea lhe disse e fique longe dos filhos dela.

— Eu te prometi, é claro que ficarei longe deles.

James dirigiu até a casa dos pais de Bella. Ela estava quieta e James quis deixa-la em paz um pouco, mas teria que tocar em alguns pontos dos acontecimentos mais tarde. Naquele momento, no entanto, sabia que ela precisava descansar.

— Conversamos depois. – James falou para os dois que haviam saído do carro.

— Até mais. – Edward despediu-se e segurando a mão de Bella que ainda estava gelada, mas não tremia mais, caminhou até a porta da casa. – Está melhor?

— Sim. – Confirmou com gesto de cabeça também. – Só levei um susto.

— Eu também. – Admitiu. – Não vamos falar disso agora. Fique com a sua mãe.

— Não pode entrar e ficar um pouco também? – Bella não queria deixa-lo ir. Estava com uma sensação ruim. Lembrou-se das fotos deles dois nas poses de Chelsea e arrepiou-se. – Por favor.

— Gostaria muito, mas a sua mãe pode não gostar.

— Como ela vai aprender a lidar com isso sem viver? – Rebateu.

— Talvez seja cedo para forçar a situação. Teremos tempo para conviver.

— Talvez, mas eu quero você aqui hoje. – Bella choramingou e o puxou para dentro.

Renée ouvindo o barulho da porta, foi ver do que se tratava e os viu entrando. Ficou surpresa com a presença de Edward, mas tentou agir naturalmente.

— Boa noite. – Edward ficou polido.

— Oi, boa noite.

— Mãe, Edward e eu iriamos ao cinema, mas acabou que não deu certo. Viemos ver como estava e assistir algo na tv. Tudo bem? – Renée estava claramente tentando acompanhar o raciocínio da filha e sem ter o que dizer olhava de um para o outro.

— Se for demais, eu posso ir embora...

— Não, tudo bem. – Ela cortou Edward que já caminhava para fora da casa. – Vocês jantaram?

— Não... – Edward respondeu agora ele estava surpreso.

— Devemos jantar então. Posso preparar algo rapidamente.

— Não precisa.

— Eu a ajudo. – Bella prontificou-se, tentando parecer mais tranquila depois do pequeno terror vivido. As palavras ouvidas naquela casa ficam se repetindo em sua mente e as fotos passavam como um filme mudo, mas não ousaria falar disso com Edward que estava claramente assustado e preocupado com ela.

Com ajuda dos dois, logo uma lasanha vegetariana estava sendo assada. O clima estava desengonçado no início, mas aos poucos todos foram relaxando e tornando o ambiente mais tranquilo e agradável. Os três sentaram-se à mesa e Renée serviu um vinho para Edward e para si, enquanto Bella experimentava o suco que encontrou na geladeira.

— O que aconteceu com o cinema?

— Perdemos o clima. – Bella respondeu.

— Porque? Algo aconteceu?

— Encontramos pessoas desagradáveis. – Edward foi mais sincero do que Bella gostaria que fosse. Renée entenderia imediatamente.

— Alec. – Ela concluiu sendo uma das pessoas. Renée bebeu do vinho e balançou a cabeça negativamente. – Fico preocupada com vocês. – Bella sorriu discretamente notando que a mãe incluía Edward em suas preocupações. – Essa família é bem difícil. – Foi sútil. – Estão mesmo retomando o namoro? – Um alerta foi acionado em Bella. A sua mãe poderia voltar a falar tudo que lhe falou, sobre achar que não seria fácil superar o que passaram e a preocupação com a família do Edward.

— Sim. – Responderam juntos e se olharam por causa da sincronicidade. Sorriam um para o outro.

— Tivemos, eu e Bella, uma rápida conversa depois que saiu do apartamento dela. – Edward pigarreou desconcertado, recordando o flagra que tiveram. – Fiquei pensando em tudo o que dissemos e sei que são adultos e já decidiram. Não quero que a minha filha se machuque novamente.

— Nem eu quero isso, pode acreditar. – Edward respondeu confiante.

— Espero que apenas vivam o momento, esqueçam do passado. – Eram palavras que pesavam mais sobre ele do que ela poderia imaginar. No momento, os dois estavam muito presos ao passado, presos a um ajustes de contas que queriam. – Seria o melhor para vocês e se verem que não vai dar certo, por favor, apenas terminem. Sejam maduros, sejam mais inteligentes do que foram, do que eu e seu pai fomos. – Bella ganhava um novo respeito sobre a sua mãe depois de ouvi-la. - Espero que sejam felizes então. – Ouvindo-a, pulou para a mãe sorrindo largamente. De repente, havia esquecido dos momentos vividos antes e se tornou apenas felicidade. – Só sejam mais sábios agora. – Disse para os dois depois que a filha soltou. – Já sabem o que não devem fazer.

— Obrigado, Renée... Srª Swan. – Edward corrigiu-se.

— Renée. Pode me chamar assim.

— É muito importante que aprove o nosso relacionamento.  

Mais tranquilos, eles aproveitaram o jantar em uma conversa tranquila. Ao terminarem, estavam tirando a louça para lavar, quando Renée recebeu um telefonema. Ela atendeu com ar indagador depois de ver o número.

— Como é? O que disse? – Alguns segundos em silêncio, ela desligou o celular de maneira automática.

— Mãe, algo aconteceu? – Bella via que o que quer que a mãe tivesse ouvido, a abalou.

— Bella. – Renée falou antes de cair perdendo os sentidos.


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