10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Gente!!!
Parabéns para os seus 400 comentários!!!
Fantástico!!!
Estou muito feliz.
Mas... sobre o capítulo de hoje, espero que estejam bem preparados...
Como já diz Hélio Flanders "Eu não vim nessa terra. Pra não morrer de amor"
Morram de amor com esse capítulo, mas depois renasçam para comentarem e para lerem os próximos.



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— Isso é loucura! – Segurou os cabelos no topo da cabeça, afastando-os do rosto. Ainda estava diante do prédio em que abordara Edward minutos atrás. Seu coração disparado e suas mãos suando era a confirmação da sua excitação do momento que vivia. - Preciso terminar esse noivado, preciso terminar esse noivado, eu preciso terminar, terminar... – Olhou para os lados como se buscasse uma resposta de uma maneira mais rápida e tranquila para fazer aquilo. – Vou perguntar onde ele está e ir lá. É isso. – Disse para si mesma e discou o número de Alec. Por um momento achou que ele não atenderia, mas quando a chamada estava quase no fim, foi atendida.

— Oi, querida. – Alec na verdade, havia se afastado apenas alguns passos, para evitar que ela o visse. Ainda precisava de tempo e suas emoções estavam a flor da pele, mas atendeu pensando em driblar aquele empecilho por enquanto e tomar uma decisão conclusiva posteriormente.

— Onde você está agora?

— Fazendo trabalho fora. – Respondeu observando-a de longe.

— Preciso falar com você, algo sério. Podemos nos encontrar? – Ouvindo-a falar aquilo, mais do que um pressentimento lhe atingiu, era a certeza do término. Segurou o aparelho com mais força, as pontas dos seus dedos ficaram esbranquiçadas.

— Acredito que teremos que deixar essa conversa para outro momento.

— Quando ficará livre?

— Hoje está impossível, querida. Eu já iria ligar para cancelar nosso encontro de mais tarde. – Bella cobriu a boca com uma das mãos em pavor. Esquecera por completo que ainda tinha um compromisso marcado com ele e tinha chamado o Edward para um encontro.

— Tudo bem. Podemos conversar amanhã então.

— Estou ansioso para vê-la. Sinto muito ter que desmarcar, mas prometo surpreender a minha noiva da próxima vez. – Bella engoliu em seco. Não queria surpresas, queria terminar aquele noivado fajuto. – Até mais, amor.

— Ate mais.

Admitindo que não conseguiria resolver aquele assunto ainda, Bella foi para casa. Tentando se manter menos ansiosa, decidiu pegar o seu caderno e por seus novos desejos nele, assim, gostaria de ter novos projetos para a sua vida quando o caso dos Volturi fosse resolvido. Um longo tempo depois, seu celular tocou e ela atendeu sem mesmo.

— Alô.

— Oi, Bella. – Era a voz de Edward. – Ainda pretendendo ter um encontro comigo?

— Claro. Sim. Estou. – Disse pausadamente querendo soar o mais convincente e segura possível. O som do seu riso doce quase a fez suspirar.

— Que bom. Estamos resolvendo algumas coisas aqui. Acho que estarei livre no meio da tarde. Posso te pegar as 16hs? Fica ruim?

— É perfeito.

— Então, estarei aí a essa hora.... Mas... Não tinha um compromisso...? – Ele lembrava e estava incomodado, Bella pensou.

— Não há mais compromisso. Eu liguei para me encontrar com ele e terminar o noivado, mas ele está bastante ocupado. Pediu para nos vermos depois. – Edward permaneceu calado, mas Bella sabia que ele estava ali ainda, pois ouvia a sua respiração. – Edward?

— Eu só queria que você estivesse realmente livre dele. Posso esperar um pouco mais, mas não para ter esse encontro. – Edward poderia ser mais maravilhoso? Como pôde estar enganada com esse homem? Claro, ele a tratou com severidade quando chegou, mas agora...

— Eu também. – Quase sussurrou. – Ah... – Tinha que informá-lo sobre algo. – Tente ficar mais casual para o encontro.

— Casual? – Edward coçou a nuca e olhou o relógio de pulso. Teria que terminar antes do previsto e passar em alguma loja. Não costumava ser casual. Nos últimos tempos, suas roupas eram sempre ternos ou algo parecido. – Tudo bem.  Te vejo logo mais.

— Tá bom. – Estava nas nuvens quando falou aquilo e desligou em seguida.

Bella correu para cuidar de alguns cuidados íntimos. Ela se depilou e hidratou, pôs uma máscara de limpeza nos rosto. Pintou as unhas com esmalte incolor, fez as sobrancelhas. Só depois disso tudo, tratou de tomar um banho, usando seus produtos mais cheirosos.

Por sua vez, Edward finalizou tudo com Emmett e Dimitri. Pediu um carro e informou ao motorista para levá-lo ao shopping. Pela segunda vez estava indo fazer compras para impressionar a Bella. Da primeira vez, vestiu-se como de costume, só incrementou um pouco mais. Tinha sido para ir ao encontro de estudantes, onde a Bella bêbeda o havia beijado. Sim, por motivos que não queria relembrar, mas tinha sido um beijo quente. O que mostrava que ainda tinham muita química.

Bella levou longos minutos para escolher a sua roupa. Parecia cada vez mais difícil vestir-se. Tinha consciência que era só seguir seus instintos como antes. Alec lhe dizia sempre que tinha um bom estilo, mas não deveria confiar no que ele dizia. Sobre tudo sobre aquilo, o que lhe deixava um pouco insegura. Optou por uma saia reta rosa de linho e uma blusa branca propositadamente grande que pôs por dentro da saia. Pegou seus tênis brancos, deixou os cabelos soltos, finalizou com uma maquiagem leve, escolhendo um batom rosa que dizia que queria ser beijada aquele dia. Abanou-se, sentiu o rosto queimar com o pensamento.

A campainha soou firme e um pouco alongada. Pôs seu perfume preferido, pegou a sua bolsa de lado e caminhou respirando fundo por todos o trajeto. Edward estava de pé em sua porta, vestindo calças jeans escuras, uma camiseta branca sobreposta com uma camisa de botões cinza, tinha as mangas dobradas até a altura dos cotovelos. Nos pés, tênis pretos. Bella soltou um riso que o fez hesitar.

— O que?

— Nada. Faz tempo que não te vejo usando tênis e roupas mais comuns... Você fica bem. – Revelou exatamente o que pensava. Edward relaxou visivelmente e retirou a mão que ele mantinha atrás do corpo.

— Bombons! – Bella sorriu para aquela caixa ornamentada.

— São vegetarianos, sem lactose.

— Eu conheço essa loja, fica longe daqui. – Falou com suspeita.

— É...

— Esteve no shopping?

— Pare de ser tão perspicaz por um momento. – Estava sem jeito.

— Comprou roupas novas. – Agora ela estava mesmo surpresa.

— Eu não trouxe muita bagagem, não pretendia ficar por tanto tempo...

— Estou lisonjeada.

— Por favor, pegue de uma vez essa caixa. – Estendeu mais ainda mais na direção dela. Bella a pegou e abriu, sentindo o aroma delicioso deles. Ela estava prestes a comer um deles quando Edward passou em sua frente e pegou um. – Só por via das dúvidas. – Ele provou um e esperou sentir algo estranho. – Acho que está tudo bem.

— Fico muito agradecida. – Disse vermelha pela demonstração de proteção. Bella pegou um e saboreou. – Espere um pouco. – Entrou para guardar a caixa e ao sair fechou a porta. – Vamos.

— E para onde iremos? – Começaram a seguir pelo corredor.

— Acho melhor me deixar dirigir. Assim posso levá-lo corretamente.

— Bella, você bateu um carro enquanto aprendia a dirigir. Era terrível.

— Você já me viu dirigir, melhorei muito. – Defendeu-se.

— Ainda carrego o trauma da minha aluna bater o carro comigo. Fomos desaprovados pelos nossos pais.

— Eu sinto muito por aquilo. – Ela ria gostosamente. – Era bastante estabanada naquela época. – De repente ela tropeçou nos próprios pés.

Edward sobressaltou-se e ligeiramente tentou segurá-la, sua mão escorregou por toda a extensão de seu braços, até que os dedos dela prenderam nos seus. Estavam parados de mãos dadas, o corpo dela sendo sustentado por ele praticamente. Bella aprumou-se sem retirar a mão da dele. Olharam para as mãos unidas, Bella tentou retirar, mas Edward segurou-a ainda mais firme e entrelaçou os seus dedos.

— Naquela época também não foi mais ou menos assim? – Perguntou para ela com um olhar cheio de saudades.

— Acho que foi.

Mesmo depois do primeiro beijo, eles não se sentiam de fato a vontade. No segundo encontro, quando foram a uma apresentação de um grupo que Bella gostava muito, ela disse que compraria bebidas para eles. Edward a segurou, sua mão escorregou até a dela pelo braço fino e macio. Bella girou o corpo e olhou de seu rosto para as mãos unidas. Edward entrelaçou seus dedos como naquele momento e eles fora juntos de mãos dadas comprar as bebidas. Ficaram assim a noite toda.

— Vamos. – Edward a fez sair das lembranças para o momento presente. Caminharam de mãos dadas até o carro, sem se importarem para quem os via.

— Não vai mesmo me deixar dirigir? – Perguntou depois que ele abriu a porta do carona para ela.

— Será importante para o processo?

— Está mesmo com medo? Como pôde ir comigo naquele dia e ainda ter disposição para quase me enlouquecer com suas provocações?

— A ira? – Disse fazendo uma careta de que sentia muito. – Tudo bem, te darei esse voto de confiança. – Disse depois de um momento. Entregou a chave para ela e deu passagem para que ela fosse até o outro lado. Ele entrou decidido a superar mais aquele trauma.

Bella não disse nada, só mantinha o seu ar de tranquila sabedoria. Como se tivesse certa e mantivesse o controle de tudo. Aquilo o fez relaxar um pouco e ela dirigia bem também. Não era a mesma motorista desmiolada de antes.

Suavemente parou no grande estacionamento do local. Algumas pessoas passavam divertindo-se. Edward olhou por fora da janela reconhecendo o local. Eles saíram e caminharam um pouco, observando os brinquedos e as pessoas que transitavam. Pareciam todos alegres.

— Muito infantil para um primeiro encontro?

— Você me pegou. – Ele parou, pondo as mãos nos bolsos ainda olhando em volta.

— Você me trouxe aqui no nosso primeiro encontro. Lembra?

— Sim.

— Foi onde nos beijamos pela primeira vez. – Disse quase tímida tentando parecer causal.

— Exatamente ali. – Ele apontou para o outro lado do estacionamento. Foi ali, dentro do carro do pai. Bella estava vermelha, mas feliz por ele lembrar. – É uma ótima opção para um primeiro encontro e para o segundo primeiro encontro. O que deveríamos fazer primeiro? – Edward pegou a mão dela novamente e caminhou ainda mais para o interior do parque.

Eles não queriam de fato andar em qualquer dos brinquedos, estavam ali para recordar, para juntos se reconectarem com os seus antigos eus a quem se amavam. Edward não achava que era realmente necessário, já que sentia por ela o mesmo de antes. Bella queria que ele esquecesse toda a mágoa e aquela era uma boa maneira, recordar dos bons momentos, ela mesma, sentia-se cada vez mais apaixonada como antes.

— Vamos por aqui. – Bella o puxou depois de passarem um tempo caminhando e conversando. Estava quase entardecendo quando ela o guiou para fora do parque em uma rua transversal.

— Para onde estamos indo agora?

— Para lá. – Ela apontou para cima, o mirante da cidade. Bella pegou um pouco de pipoca do pacote na mão de Edward que não segurava a sua e lhe deu um pouco na boca, depois pegou para si também. Estavam fazendo de tudo para não separarem as mãos.

Foram vinte minutos de caminhada que aconteceu entre conversas aleatórias e risos. Quando alcançaram enfim o mirante, estavam encantados com o pôr do sol que acontecia. De um lado do mirante tinham a visão de toda a cidade e do outro parte do litoral. Era uma visão fantástica.

O lugar tinha o chão de tábuas, assim como as laterais com cercas de madeira. Uma orquestra se apresentava, o que tornava tudo mais mágico naquele momento. Bolhas de sabão foram sopradas, tocou o rosto de Bella explodindo. Edward ergueu a mão e com a ponta dos dedos secou o local. Bella olhava para ele embevecida, sentindo-se transbordando por aquele sentimento.

— Eu desejaria apagar tudo o que aconteceu a 10 anos.

— Talvez não seriamos essas pessoas se não tivesse acontecido tudo aquilo. – Refletiu ele. – Eu gosto muito dessa Bella que estou conhecendo.

— Mais do que a antiga?

— Cada vez mais. – Admitiu. – E você... Gosta desse Edward... Embora tenha sido um pouco extremo no inicio...

— Tudo nele. Muito. – Continuaram se olhando, querendo mais proximidade, mais intimidade. – Não cometerei os mesmos erros.

— Nem eu. – Edward avançou para beijá-la, mas foi Bella que o alcançou, mais precisamente a sua testa em seu queixo. Algumas pessoas invadiram o espaço e a empurraram, para verem um grupo circense se apresentar.

Ele a segurou pelos braços e a afastou para ver se havia se ferido. Massageava insistentemente a sua testa enquanto mantinha nos lábios um biquinho de desgosto.

— Tudo bem? – Perguntou afastando a mão dela para verificar a sua testa.

— Você tem um queixo duro. – Suspirando resignado, abaixou as mãos afastando da testa atingida.

— E eu posso dizer que tem uma testa dura. – Foi a sua vez de tocar em seu queixo, mas riu para ela.

Assistiram as apresentações e Bella novamente o guiou para outro destino. Agora, um restaurante que ficava abaixo do mirante.

— Está sendo sem dúvidas o melhor encontro da minha vida. Então não pense se estou cansado ou se tenho algo para fazer, porque com toda a certeza quero estar fazendo tudo isso com você. – Edward respondia a Bella que preocupava-se pelo tempo que estava tomando dele. 

Haviam saído no final da tarde e já estava perto das 21hs. O tempo estava passando depressa ao lado um do outro. De fato, Edward esqueceu-se completamente da sua vingança.

— Como está a sua comida? – Bella perguntou mudando de assunto, pois ficava cada vez mais emotiva com aquelas revelações de Edward.

— Derretendo na boca.

— Derretendo na boca? – Achou engraçada a forma com que ele falou.

— Você sente como se não tivéssemos interrompido o nosso relacionamento, agora que estamos assim?

— Se colocarmos de lado o hiatus, sim, parece que estamos apenas continuando do último dia em que nos vimos como namorados.

— Eu me lembro daquele dia tão claramente como se tivesse sido ontem mesmo. Talvez por ser o último.

Bella também recordava. Viu-se em suas memórias, com a farda escolar, um coque desleixado. Saiu depois de beijar os pais, sabendo que Edward estaria na porta. Abriu o portão e abraçou-o forte. Edward estava de pé com os braços abertos esperando que ela entrasse no círculo para senti-la perto de si.

— Bom dia. – Beijou o topo da cabeça dela.

— Bom dia.

— Bella! Você esqueceu o seu lanche! – Quase sempre ela o levava, já que para a época opções vegetarianas ainda eram raras. Saiu dos braços do namorado e pegou o lanche nas mãos da mãe.

— Obrigada, mãe!

— Tenham atenção nas ruas. Bom dia, Edward! – Falou mais alto para o garoto que se tornou tímido com a atenção da mãe da namorada.

— Bom dia, Se-senhora Re-Renée. Como vai?

— Estou bem. Vão antes que se atrasem. Irei logo em seguida. Te vejo mais tarde na aula que teremos, Edward.

— Sim, Senhora Re-Renée.

— Tchau mãe! – Bella começou a caminhar na direção da escola.

— Ei, espere. – Edward apressou-se e a segurou pela cintura caminhando lado a lado com ela.

— Acho que nunca perguntei. É estranho ter a minha mãe como a sua professora?

— Um po-pouco. Fico tenso.

— Deve ser mesmo tenso. Ficaria intimidada tendo a sua mãe como minha professora. – Bella apoiou a cabeça no ombro dele. - Vou pedir que ela o aprove com nota máxima.

— I-isso não é ju-justo. – Resmungou para ela. – Todos já fa-falam isso.

— Todos sabem que você não precisa disso, Ed. É o melhor aluno da escola.

Naquele dia como sempre, Edward a deixou diante de sua sala. Deu-lhe um breve selinho e esperou que entrasse. No intervalo, se encontraram. De repente Alec apareceu, como muitos dias, ele parecia introspectivo. Alistair estava com ele, nunca o deixavam sozinho. Ele era protegido por todos. Rosie passou rapidamente por eles com seus amigos. Nunca aprovara a Bella completamente. Achava-a mimada, ela era, mas a amava assim mesmo.

Edward teve a aula com a Renée e ajudou a Bella em um trabalho na biblioteca. Voltaram juntos para casa, notou que ela recebeu algumas mensagens que apressou-se em apagar. Edward sabia que ela era muito assediada e tinha que lidar com aquilo. Pensava que, os outros poderiam fazer aquilo, mas era ele o namorado dela. Ele só não sabia que aquelas mensagens eram do Alec procurando saber onde ela estava, se estava com o Edward e o que fariam.

Antes de irem para casa, comeram uma pizza no caminho. Foi a última refeição juntos, a última caminhada. Os beijos trocados no portão da casa dela, foram os últimos beijos de despedida. Recordou-se que queria sair à noite com ela, passar momentos mais íntimos com a namorada.

— Te-tenho muita matéria en-então não posso te chamar para sair mais tarde.

— Tudo bem. – Disse dengosa. – Podemos fazer isso no final de semana. – Bella queria que ele falasse que sentia saudades de fazer amor, assim como ela. No entanto, seu namorado era muito reservado, porém, tentou fazê-lo dizer. – Não sente saudades de fazer amor? – Edward ficou vermelho como um tomate.

— Si-sim.

— Eu também. Embora não faça tanto tempo.

— Alguns dias. – Respondeu ele.

— Parecem anos.

— Concordo. – Ficou feliz quando espontaneamente concordou.

— Ca-caso fique sozinho em casa...

— Pode me chamar. – Bella deu um último selinho nele e entrou.   

— Não fizemos amor aquele dia. – A versão mais velha e segura do Edward em sua frente, falou.

— Você se tornou bastante falador. – Comparou com as memórias que tinha acabado de ter com o homem a sua frente. – Agora diz mais sobre o que sente e pensa.

— Disse que não cometeria os mesmos erros. – Bella o observou comer um pouco. Notou algumas veias nos braços dele quando cortava alguns vegetais em seu prato. Como seria se ele a segurasse firme com aqueles braços? Teria aquela oportunidade naquele dia? Lamentou o tempo que perdeu e imaginou se Edward teria abraçado muitas mulheres. – O que foi? – Bella despertou com a pergunta.

— Co-como vai a Senna? – Edward precisou de um momento para entender a pergunta. Não gostou nada de ver aquele sorriso um tanto malicioso nos lábios dele.

— Vai bem. – Bella ergueu as duas sobrancelhas sem crer naquele tipo de resposta. Não era aquilo que ele deveria dizer.

— É isso? Vai responder isso e apenas isso? – Seu mal humor nada velado explodiu.

— Quer mesmo falar sobre a Senna? – Bella confirmou veementemente com gesto de cabeça. – Vamos então começar com a cena que representou no hospital. Ah, Bella, aquilo foi tão...

— Como isso é sobre ela? Está falando sobre mim. – Cortou-o cada vez mais incrédula.

— Sobre você a tratar tão mal.

— Eu a tratei mal? Claro, você deve defender a sua...a sua...a sua... – Edward mantinha um sorriso leve e divertido nos lábios enquanto seus olhos brilhavam alegres para aquela versão ciumenta da Bella.

— Minha?

— Namorada. – Fechou a expressão, zangada.

— Nunca disse que ela era a minha namorada. Só saímos juntos algumas vezes. Vocês duas tem algo em comum. – Bella abriu a boca horrorizada com a comparação. – As duas foram as únicas a terminarem comigo. Claro, você foi de uma forma inesquecível. – Disse deixando de lado o tom divertido. Bella arrependeu-se de tocar no assunto.

Tinha sido de fato inesquecível, Bella pensou. Havia ido até a casa dele, seus pais não estavam, ela sabia sobre a rotina da família aquela altura. Edward atendeu a porta e depois de surpreso, lhe deu um sorriso esperançoso. Viu que seus olhos ficaram úmidos antes de abraça-la. Seus olhos também estavam queimando, a garganta inchada.

— Eu sa-sabia que vi-viria, eu as-sabia. Se-sei que-que está co-confusa, Bella. Só confie em-em mim. – Pediu, aquelas palavras estavam esmagando o seu ser e afastou-o.

— Porque não disse que eu estive lá e vi você com o Alec? – A pergunta e a maneira distante que ela mantinha o feriram. Imaginou que ela saberia, que ele queria envolve-la menos possível. Seria a prova de que amava, ela também provaria que o amava ficando do seu lado, dizendo que não esteve com o Alec.

— Foi o melhor. – Foi tudo o que disse.

— O Alec, ainda não acordou. Você quis vê-lo?

— Os pa-pais dele não de-deixaram. – Edward adquiria novamente uma terrível suspeita. – E-esteve co-com ele? No cinema? Aco-conteceu mesmo? – Bella empalideceu.

— Vamos terminar. – Disse rápido para que ele não fizesse mais perguntas e para que não falasse o que temia. Que tinha sido por sua traição que ferira o amigo.

— Bella, diz o que-que aco-conteceu. – Ainda precisava tentar.

— Vamos terminar, Edward. Não deu certo pra nós. – Bella não conseguiu evitar derramar algumas lágrimas. – Fomos um desastre.

— Não, na-não fo-fomos. É o Alec? Que-quer te-terminar po-por causa dele?

— Por tudo o que aconteceu.

— Va-vamos resolver. – Sua voz saiu em súplica. – Por favor.

— Não me ligue mais, Edward. Não venha atrás de mim. Precisamos ficar longe. Eu não aguento olhar agora pra você. – Bella estava chorando quando deu as costas para ele e saiu de sua vida.

— Eu disse coisas imperdoáveis naquele momento. – Bella disse com a cabeça baixa. Buscou a taça com o suco e o bebeu para dissipar a secura da garganta. – Disse que não aguentava olhar para você, mas era porque sentia culpa. Mereci cada palavra que disse quando voltou... E mereço sentir ciúmes. – Edward suspirou recostando-se em sua cadeira.

— Estamos quites sobre o passado, embora o esquecimento venha aos poucos. Porém, eu sou o único que devo ficar com ciúmes, Bella. É você que tem um noivo.

— É uma farsa. – Olhou para ele como clamando para que acreditasse.

— Não é quando ele te toca e te beija. – Ele sacudiu a cabeça e afastou o prato um pouco para longe de si. – Não deveríamos terminar o encontro assim.

— Não deveríamos. – Meio introspectivos, pediram a conta e caminharam de volta ao carro. No caminho, Bella hesitou por várias vezes, mas reuniu coragem e segurou a mão dele. Edward olhou para as mãos unidas e sorriu.

— Estamos aqui. – Disse ao estacionar em frente à sua casa. Pensou que seria mais prudente do que deixa-la diante da casa dela e o Alec surpreendê-la. Uma parte sua queria muito aquilo, mas não conseguia prever a reação dele com ela.

— Gostaria de ficar um pouco mais com você.

— Vamos subir por um instante.

— Na sua casa? – Bella apontou pra cima.

— Sim. Deveria ser na sua, já que mora sozinha e poderíamos ter certa privacidade, mas...

— O Alec pode aparecer. – Entendeu. – Vamos. – Retirou o cinto sem nada mais a esperar e saiu do carro.

Dentro do prédio deram as mãos novamente e subiram assim. Edward abriu a porta com delicadeza, claramente não queria fazer barulho. Estava tudo escuro e Bella estranhou aquilo.

— Não tem ninguém? – Perguntou baixinho.

— Eles devem estar no quarto. Vem. – Sussurrou e a puxou para dentro.

Bella esperou que ele fechasse a porta e ficando nas pontas dos pés lhe beijou os lábios com amor. Sentiu o coração ser preenchido por esse sentimento e muitas saudades. Edward ficou surpreso com a iniciativa, recordou que não tinha nada a ver com a reunião dos alunos quando ela também o beijou primeiro. Ali não havia ninguém, não havia o Alec para provocar ciúmes, não se referia a nada a não ser os dois. Então ele a segurou pela cintura, levando-a até a parede.

De repente um frenesi o invadiu, era a saudade que guardou dentro do seu peito durante todos esses anos. Bella sentia suas grandes mãos pelo seu corpo e também quis tocá-lo, seus dedos alcançaram o peito, descendo até o abdômen dele. Sentindo-se mais confiante, deslizou suas mãos para as costas largas, puxando-o para mais e mais perto. Edward afastou-se ao ouvir vozes vindas do quarto da irmã. Fez sinal para ela permanecer em silêncio e a levou pela mão até o seu quarto.

Foi a vez dele de beijá-la, sentindo a umidade de seus lábios a língua ávida que era ofertada. Sugou-a, arrepiando-se e arrepiando-a junto. Bella grudou-se em seu pescoço e ele a ergueu um pouco, girando o seu corpo até a sua escrivaninha. Alguns objetos se espalharam sobre a mesa, eles não se importaram. Edward tocou nos joelhos dela, abrindo suas pernas para acomodar seu corpo ali. As penas dela prenderam-se ao seu corpo, ela podia sentir o calor crescente. Sua saia havia subido revelando quase completamente as suas pernas.

— Lembra da nossa primeira vez? – Disse entre os beijos.

— Ah, Bella, eu me lembro de tudo. Foi bem desengonçado, éramos muito jovens, ambos virgens.

Na cabeça de ambos, cenas do final da tarde em que Edward a chamou para assistir filme e comer pipoca surgiram. Estavam na cama dele, ninguém em casa, trocaram beijos que ficaram cada vez mais quentes e urgentes. Edward debruçou-se completamente excitado sobre, bateu seus dentes da frente nos dela que gemeu de dor. Não conseguiu tirar as roupas dela com habilidade, as suas então, era como se fosse um garotinho que ainda não se vestia.

Bella sentiu câimbras, tiveram que parar para massagear a perna. Quando ele subiu por suas pernas, retirou a calcinha pequena. A sua namorada tronara-se tímida naquele momento e cobriu-se com as mãos. Sorriu subindo para beijá-la nos lábios. Pôr a camisinha, quase o fez perder o clima, havia treinado antes, mas estava ansioso demais naquele momento. O mais difícil foi conseguir de fato entrar nela pela primeira vez. Ainda não consegui entender o porquê aquele dia foi tudo tão difícil.

— Foi lindo. – Disse olhando para ele, lembrando-se todas as sensações daquele dia a tantos anos. Edward também parou para vê-la, estava emocionado por ouvir aquela declaração. Lambeu os lábios já vermelho pelos beijos. Foi o estopim para ela agarrá-lo de novo em um beijo profundo e sensual.

Edward perdeu o equilíbrio com aquele beijo, sentia-se excitado ao extremo. Tentou debruçar-se sobre ela, mas só fez com que as pastas de sua escrivaninha e outros tantos objetos caíssem fazendo um grande barulho. Eles pararam para ver o estrago, se entre olharam assustados. Edward não pôde evitar gargalhar, sabia que a sua irmã iria aparecer depois daquilo e o veria agindo como um adolescente.

— 1, 2... – Disse mostrando a sua contagem nos dedos para Bella.

— Edward?! – Rosie saiu do seu quarto e abriu a porta dele com Emmett atrás. Bella arrumou a saia e ficou surpresa com a precisão dele sobre a entrada da irmã.

Rosie acendeu as luzes e deu um pulinho de susto quando viu Bella sentada na escrivaninha, ele levemente debruçado sobre ela, mantendo as duas mãos do lado do corpo dela.

— Eu esqueci de trancar a porta. – Lamentou para Bella.

— Eu... – Edward maneou a cabeça para a irmã esperando que a ficha dela caísse e que saísse levando o seu amigo junto que já gargalhava.

— Rosie? – Edward fez sinal para que ela saísse. Rosie fechou a porta rapidamente. E a ouviu rindo com Emmett do lado de fora.

— Depois disso, acho que devo ir. – Bella estava completamente vermelha. Edward tocou o seu rosto com as duas mãos, fazendo carinho e dando beijinhos por toda a sua extensão.

— Amanhã, Bella. – Ela ficou atenta ao que ele dizia enquanto continuava com os beijos. – Sem falta, sem hesitação, sem desculpas. Terminará aquele noivado ou eu mesmo acabarei com isso. Ainda mais depois de hoje, depois disso.

— Sim, Ed. – Bella pegou na gola de sua camisa e o beijou novamente.


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