10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!!!
Michelle me lembrou que é o niver do muso da história. Ownnnttt....
Vamos comemorar com um capítulo.
Comentem muito!
Quero saber de vocês o que estão achando.
Beijos!



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Aquele silêncio se estendeu muito mais do que esperava. Os olhos claros a sua frente expressavam um certo pavor. Bella não conseguia encará-lo por mais de meio segundo, olhava para qualquer outro ponto para depois voltar para ele. Não havia dito nada, ele também não e começou a imaginar se de fato verbalizou o que pensou naquele instante passado. “Bella, temos que conversar” Foi o que tinha dito, ou não?

— Bella? – Tentou novamente, era o que poderia fazer, chamar por ela certificando-se de que foi ouvido e compreendido.

— Bela. – Repetiu baixo como se vagasse em pensamentos.  – É estranho ouvir você me chamar assim.

— Soa estranho para mim também, mas houve um tempo em que era confortável.

— Se é desconfortável não deveria forçar.

— Estou tentando uma aproximação. – Edward calou-se imediatamente. – Quero dizer, Isabella não é como prefere, então para tornar as coisas mais agradáveis, te chamarei assim. Ficarei mais confortável a partir de agora. – Ela apenas calou-se e virou um pouco o rosto para o outro lado. Edward ainda podia ver que ela pensava profundamente sobre aquilo e tinha as sobrancelhas vincadas. – Temos que conversar. – Repetiu. – Concorda?

— Eu não sei bem o que quer com isso. – Bella estava sentava agora e cruzou as mãos sobre a barriga. – Eu já tentei de várias maneiras me desculpar. Talvez você nunca consiga e eu não estou te julgando, mas se precisa ouvir mais desculpas, não sou tão criativa então, Edward, eu lamento muito e estou muito arrependida. Espero que de alguma forma eu possa estar te ajudando e com isso abrandando a sua mágoa.

— Isso pareceu bem criativo para alguém que antes nem conseguia olhar para os próprios erros.

— Pelo menos, parece que agora sabe que eu não estou fingindo. – Edward deu um meio sorriso. Bella não desviou o olhar agora, ele estava com a cabeça um pouco tombada olhando paras as suas mãos sobre as pernas cruzadas. Edward pareceu triste e aquela visão fez com que sentisse um aperto em seu peito. – Sobre o que quer conversar?

— Estou em um conflito enorme, está me deixando louco. – Agora ela estava também triste por qualquer que fosse o motivo que o deixou daquela forma. Bella prendeu a respiração quando ele ergueu o olhar diretamente para ela. Aqueles olhos verdes, tão intensos, de uma só vez a fez ter certeza de que estava apaixonada de novo. – Bella, eu me tornei muito mais forte do que antes, por causa da rejeição, da sua rejeição. Eu guardei todo o rancor da traição, da falta de confiança que teve de mim, do término. Eu quis me vingar dos Volturi, achei que não precisava fazer isso diretamente ao Alec, porque ele era um amigo, mas você era a minha namorada, era você que também merecia a minha vingança. Cheguei aqui e vi que ele era bem pior do que imaginei e que você... Você mudou. – Edward nunca foi tão sincero para alguém, ele percebia aquilo em seu ser. Bella sentia, principalmente como ondas de energia percorrendo o seu corpo, ela tinha certeza de que vinha diretamente dele para ela.  – Não sabia até ter te visto de novo, claro que não com clareza, isso só veio totalmente agora, a clareza de que eu poderia nunca ter superado o nosso término.

— O que está dizendo? – Porque ouvia tão alto o seu coração?

— Não posso sentir raiva de você, quer dizer... Essa raiva... – Ele estava atrapalhado agora?

— Você me perdoa? – Ele parou de procurar as palavras e pensou sobre o pedido dela. – Fui uma garota má, mas eu não quis te magoar na época. Não você. Eu só não pensei bem. Fui uma idiota. Eu só não aceitei te encontrar, porque estava muito envergonhada. Planejava pedir desculpas, Edward, só não sabia como e estava com medo. Usei o incidente com o Alec como uma fuga. Eu era bem, bem, bem idiota. Deixe-me compensá-lo.

— Como, Bella, como me compensará?

— Bom dia, Isabella. – O médico, o mesmo que a atendeu horas atrás estava de volta e Edward agradecia por ser ele, já que viu o estado em que ela deu entrada na madrugada. Ele lia o seu prontuário, enquanto se aproximava da maca.   Edward havia levantado para cumprimentá-lo. – Bom dia. – Cumprimentou de volta o médico reconhecendo-o e ele ocupou de volta o lugar a cadeira.

— Bom dia. – Bella respondeu sem jeito, secando uma lágrima discretamente.

— Sou o médico que te atendeu quando chegou. Não sei se lembra do meu nome, Dr. Jared Cameron. – Apertaram as mãos amigavelmente. Bella olhou de relance para Edward que parecia bem interessado naquela conversa. - Alguma dor? – Ele olhou para ela e estava examinando a sua expressão.

— Não.

— Parece bem melhor mesmo. Deixe-me verificar a sua pressão. – Bella permitiu e ele não apenas verificou a pressão, mas também fez algumas outras avaliações. – Você está bem agora, mas a crise que teve foi bem forte, preocupou bastante o rapaz. – O Dr. Cameron indicou com um movimento de cabeça Edward sentado ao lado. – A quanto tempo tem essas crises?

— Bastante tempo. – Bella estava hesitante. – Cerca de 10 anos. – E ela percebeu Edward debruçar o corpo na direção deles com a informação que ouviu.

— Teve acompanhamento médico?

— Sim, mas faz um tempo que não.

— Deixou de se medicar?

— Os remédios mais fortes sim. – Dr. Cameron suspirou.

— Teremos que fazer alguns exames para ter certeza de que são apenas crises de enxaqueca, são crônicas pelo que me relatou, terá que voltar com os tratamentos o quanto antes. Indico que foque na prevenção. Desconfia de algo que tenha causado essa crise? – Bella sabia, era o mesmo de antes, de sempre. O Dr. Percebeu que ela calava-se pensativa. – Qualquer que tenha sido o gatilho, tipos de comida, jejum prolongado, poucas horas de sono, odores fortes, esforço físico, bebida alcoólica, luzes fortes, estresse... – Ele falou com um tom sugestivo e olhou rapidamente para Edward que trincou o maxilar entendendo a situação dela. – Terá que rever isso, melhor usarmos da profilaxia do que da crise, ainda mais sendo uma como essa que teve. Tudo bem?

— Sim. – Timidamente ela respondeu.

— Pedirei que venham colher uma amostra de sangue, para aproveitarmos que está aqui. Quero ter certeza de que é apenas enxaqueca. Também recomendarei o encefalograma, mas precisamos de algum preparo antes entre suspensão de remédios por algumas horas e você foi medicada. Não quero te prender aqui, logo, depois dos exames estará liberada, mas preciso que retorne amanhã. Precisa estar sem uso de analgésicos e com os cabelos lavados e secos.  

— Ainda bem que serei liberada logo. – Estava aliviada.

— Lembre-se, terá que voltar. – E novamente ele falou diretamente para Edward, como que para ele ficar encarregado de lembrá-la.  

— Sim, ela voltará. – Edward afirmou e teve como resposta uma Bella novamente com sobrancelhas vincadas.

— Se estamos de acordo, vamos trabalhar nisso. Vejo vocês logo mais. – Despediu-se deixando-os a sós novamente.

— Quer tanto ir embora assim?

— Tenho um compromisso hoje.

— Um compromisso? – Edward ganhou um ar de compreensão e voltou a ter um ar sínico como Bella bem lembrava. – Está querendo sair com o Alec mesmo estando doente?

— Como assim sair com o Alec? – Rosalie entrou já com as suas próprias roupas e não as do hospital. Parecia totalmente recuperada como se nunca tivesse sido violentamente dopada. Bella encolheu-se sentindo-se ainda mais desleixada na frente do Edward.

— Ela. – Edward apontou para Bella e levantou-se. – Diz ter um compromisso e quer ir embora. – Bella viu um sorriso brincalhão nos lábios da Rosalie e achou que ela poderia ser bem corajosa diante da fúria do irmão.

— Eu não disse que era com o Alec. – Edward abaixou o dedo que riste. – O que deu em você? Nunca vai parar de me acusar?

— É irmãozinho, o que deu em você? – Rosalie ainda sorria.

— Eu não a estou acusando. – Defendeu-se ignorando a irmã. – Sinto muito. – Falou baixo relutante.

— Podemos ajudar você em algo? Estou indo embora mesmo. -  Rosalie deu de ombros.

— Não, obrigada.

— Quero retribuir a grande ajuda de ontem. Você nos trouxe até aqui e estamos bem. – Rosalie parou ouvindo batidas na porta e um Emmett sorridente entrou em seguida. Bella sentiu que o ambiente ficou minúsculo com aqueles três ali. Eram altos e belos o bastante para intimidá-la.

— Isabella, você é demais! – Emmett soltou sem se importar se seria repreendido pelo melhor amigo, ele era sincero demais para guardar os elogios para ele. – Ficamos sabendo pelo James e pelo Edward que nos trouxe aqui na ambulância e que cuidou da nossa entrada. Sou muito grato mesmo. Pode contar comigo para o que for. Estou te devendo.

— Então, isso completa o que estava dizendo. Se é algo que podemos fazer por você, pode falar. – Rosalie continuou.

— Não dá, agradeço. Eu marquei com a minha mãe de vermos o meu pai hoje e ela logo estará esperando por mim.

— Eu não a avisei que estava aqui. – Edward admitiu. – Posso fazer isso agora.

— Não. – Bella respondeu rapidamente.

— Não vai dizer que está no hospital?

— Digo isso depois. Não estou morrendo nem nada disso, só foi um mal estar.

— Aquilo foi muito mais do que apenas um mal estar.

— Só pareceu assim. – Tentou convencê-lo, mas não teve sucesso. – Posso usar o seu celular para avisá-la que me atrasarei?

— Claro. – Edward prontamente entregou-lhe o aparelho sob o olhar atento da irmã e do amigo, ambos alegremente surpresos.

Bella informou a mãe brevemente que só poderia se juntar à ela a tarde. Pensou que daria tempo de aparentar uma cara melhor do que estava. Desligou e devolveu o celular ao Edward.

— Vocês estão mesmo bem?

— Garota, eles me deram um sono das deusas. – Rosalie brincou.

— Não é para levar na brincadeira, Rosie. – Edward disse sério. – É claro que foi um aviso e é claro que eles quiseram nos avisar de que poderia ter sido qualquer outra substância, algo fatal, por exemplo. – De volta aquele olhar de ira voltou aos seus olhos. Bella lamentou internamente.

— Eu sei que é sério, irmãozinho. Estou comemorando que não foi. E também não é o momento para falar sobre isso. Vamos todos sair daqui para conversarmos mais profundamente.

— Já que estão bem e foram liberados, chamarei um carro para levá-los em casa.

— Você não vai também? – Bella perguntou.

— Assim que tiver alta.

— Concordo, irmãozinho. Pelo que soube, passou muito mal. Deixarei ele cuidando de você.

— Cui-cuidando de mim? – Bella gaguejou.

— Espere um pouco, vou acompanhá-los e volto. – Ele estava digitando no celular. – Vamos. – Chamou os dois para fora enquanto saia.

— Espero que se recupere logo. – Disse Rosie ao sair.

— Melhoras! – Emmett piscou para ela e seguiu a namorada.

Porque se sentia tão alegre com aquelas pequenas demonstrações de atenção daquele grupo de pessoas? Bella estava com as sobrancelhas erguidas e sorriu levemente quando ficou sozinha.

Assim que eles saíram um enfermeiro colheu o sangue dela para exames, também retirou o cateter que a conectava ao soro que havia acabado. Edward passou por ele quando este estava de saída.

— Já coletaram seu sangue? – Perguntou.

— Sim.

— Isabella. – Justo na hora que perguntaria por ele, o Dr. Cameron entrou. – Está liberada. Estarei aqui amanhã, então procure por mim.

— Tudo bem, farei isso.

— Conversarei com o neurologista de plantão. Faremos isso juntos.

— Agradeço.

— Até mais. – Disse curvando-se um pouco em cumprimento e saindo em seguida.

— Onde estão as minhas roupas? – Bella perguntou e abriu a pequena gaveta ao lado. Tocou o tecido delicado da sua camisola e ficou apavorada. – Eu só tenho isso? – Olhou para Edward com olhos arregalados.

— Era o que estava vestindo na hora. – Disse de maneira óbvia.

— Não posso voltar assim para casa. Estou descalça também?

— Receio que sim, mas posso carregá-la até o carro. – Foi quando ela apavorou-se mais. – Seria tão ruim assim? – Edward pigarreou. – Levo-a em uma cadeira de rodas então.

— Não!

— Certo. – Ele pareceu pensar um pouco. – Espere. – Pediu e saiu sem explicar nada. Quando voltou, tinha sapatos e uma peça de roupa nas mãos. – Estavam no carro.

 - São seus sapatos?

— São. – Confirmou um pouco temeroso de sua recusa. – Ficarão enormes, mas será até o estacionamento.

— Tudo bem. – Ela pegou a camisola e as peças nas mãos dele e entrou no banheiro, não estava em condições de pensar em nada melhor no momento. Quando saiu, vestia a sua camisola de seda, com uma blusa branca de botões masculina, tendo as mangas dobradas até seus cotovelos e usava os sapatos muito maiores que seus pés. Edward soltou um riso que prendeu imediatamente sob o olhar de desaprovação dela. – Parece que não há idade para se parar de pagar micos.

— Não, não tem. – Ele riu novamente. – Vamos embora.

Bella aceitou, estava vermelha de vergonha. Tudo piorava quando as pessoas a encaravam nos corredores e enquanto resolviam a saída dela do hospital. Agradeceu quando sentou-se no banco do carro, soltou o ar longamente. Edward não disse nada, mas achou engraçado. Foram calados todo o caminho, prolongando aquele sentimento novo, aquele novo clima que surgia entre eles. Edward teve a gentileza de estacionar diante do prédio dela.

— Eu não sei como agradecer toda a ajuda.

— Não precisa, estamos nos ajudando mutuamente. – Bella assentiu. – Tem tido essas dores desde o incidente? Foi por causa dele que começou?

— Não tenho como saber se foi por causa daquilo, mas foi nesta época.

— Todos temos nossas cicatrizes.

— Você já era forte naquela época, Edward.

— Como? – Bella estava aconchegada no carro, sua cabeça virada em direção a ele, fez o mesmo, observando o contorno do rosto delicado dela.

— Você disse mais cedo que se tornou mais forte por causa de tudo o que aconteceu. Você só não sabia que já era muito forte. Você tentou conversar comigo antes de aceitar de uma pessoa muito próxima a informação de que eu e o...

— É... é melhor não falar dele agora.

— E você assumiu a culpa para proteger outras pessoas. Você já possuía um caráter forte e honrado. Lamento que eu não tenha sido à altura.

— Não tenho sido muito honrado com você.

— Por razões indiscutíveis. – Completou.

— Digamos que estamos quites agora.

— Se é o que quer, ficarei aliviada. – Ele a encarou profundamente. Sentiu o magnetismo dela novamente, algo o puxava para perto, mas ele continuava resistindo. Se demorasse um pouco mais, a beijaria. Se ela não se move-se, retirando o cinto, ele iria beijá-la com certeza.

— Agradeço pela carona.

— Não há de que. – Disse um pouco aéreo, pois sentiu que não queria se separar dela ainda. – Vou acompanhá-la até lá em cima.

— Não precisa. Estou bem. – Aquilo o fez sentir como o garoto de antes, sem nenhuma confiança quando se tratava dela. Sentiu que Bella não queria estar com ele.

— Bella. – Ouvi-lo chamá-la daquela forma a fez estremecer. Ele estava tão perto daquela vez, que tudo pareceu intensificado. – Estava errado ao pensar que sentiu ciúmes da Senna? – Piscando várias vezes ela parecia não querer responder. – Não sentiu? – Ele mostrou a insegurança no tom de sua voz e ela notou a decepção dele.

— Sim, senti. E da Victória também. Muito ciúmes. – Bella atrapalhou-se diante de um Edward perplexo, abriu a porta com dificuldades e foi embora, caminhando desengonçadamente com os grandes sapatos dele.

***

Mesmo um pouco agitada, Bella tinha dormido algumas horas, o que fez toda a diferença em sua disposição. Encontrou-se com a mãe no caminho e foram almoçar com o pai, já passava um pouco do meio dia, mas ele havia esperado por elas em casa e feito um almoço.

Bella precisava daquele momento, seu coração estava cada vez mais preenchido de novos sentimentos. Eram verdadeiramente bons e estavam lhe fazendo muito bem. Já havia esquecido da última vez que viu os pais com um relacionamento tão bom. Ainda havia certos momentos de acanhamento, mas no geral, estavam ótimos. Recordou-se dos momentos vividos com o Edward pela manhã e sorriu largamente.

Conversaram sobre os passos que aconteceriam daqui em diante no processo de Charlie. Bella não sabia que o pai poderia ser tão corajoso, ele estava encarando tudo com dignidade, responsabilidade e confiança na justiça. Sua mãe, era agora tão amoroso e cúmplice que a fazia suspirar de verdade. Talvez, aquele mal, realmente tenha acontecido para que eles se conhecessem a fundo, tirassem todas as mascaras, muros e descobrissem seus verdadeiros sentimentos em conjunto.

Charlie poderia vir sim a ser preso, mas não ficaria por muito tempo já que ajudaria no caso. Ele falou sobre a empresa dos Volturi, lamentando ter escondido aquela informação e permitido o namoro de Bella com Alec mesmo sabendo daquilo.

— Tenho algo para falar com você. – Bella tinha que contar, mesmo naquela situação. – Eu e Alec, estamos juntos de novo.

— Mas porque?! – Foi quase a mesma reação da mãe. – Bella, não combinamos de não repetir nos erros? Não tínhamos clareza ou não nos importávamos antes, mas agora sabemos que eles não são boas pessoas.

— Ela está decidida, Charlie. – Renée falou baixo, mostrando a sua insatisfação.

— Eu não posso obrigá-la a terminar esse relacionamento porque já é adulta, mas eu não vou aceitar isso. Está envolvida em algo, Bella?

— Não, pai! Meu Deus, não!

— Então, porque?

— Alec pode ser inocente de tudo. Os pais dele fizeram toda a bagunça. – Mentiu e sentiu-se mal por isso.

— Você tem certeza de que ele é inocente? – Charlie teve certeza da resposta dela, pois a viu mordendo o lábio. – Acabe com isso de uma vez, Bella. Não quero você envolvida quando tudo vier à tona.

— Estamos noivos!

— Mas o que?! – Disseram em uníssono.

Seu pai levantou-se da mesa e começou a retirar a louça. Renée juntou-se a ele, não antes de enviar para filha o olhar reprovador e que dizia que iriam ter uma conversa depois. Bella achou melhor não juntar-se aos dois. Foi para sala e tentou distrair-se com algo na TV.

— Vocês estavam separados e agora estão prestes a casar? – Renée sentou ao lado dela e falou baixo. Charlie estava em algum cômodo da casa, fora das vistas das duas, carrancudo.

— Aconteceu.

— Isso não acontece assim, Bella.

— Mãe, confia em mim. – Renée observou a filha por alguns instantes.

— Você não o ama e está noiva dele. Se não está envolvida em alguma coisa com eles como o seu pai perguntou, do que se trata isso?

— Por favor, confie em mim. – Pediu novamente.

— Não é questão de confiar, estou preocupada com você.

— Não precisa. – Bella fingiu estar entretida com algo na TV.

***

Estava eufórico quando entrou em casa, agradecia pela irmã estar no quarto com o amigo. Edward tomou um longo banho e deitou-se, relembrando a conversa repetidas vezes até que adormeceu. Não havia notado que estava tão cansado, desde o primeiro encontro, reatando o namoro, que Bella teve com o Alec, mal havia dormido e a noite anterior tinha sido intensa.

Foi acordado com a voz da Rosie. A irmã estava de pé ao lado da sua cama. Parecia ter chamado por ele por bastante tempo. Edward havia apagado, já era final da tarde e Rosie preocupou-se, pois não sabia quando tinha sido a última refeição do irmão.

— Levante-se um pouco para comer. – Edward espreguiçou-se, mas não parecia disposto a levantar. – Rosie caminhou até a porta para sair do seu quarto. – Venha, não demore.

Tateou procurando o celular, percebeu que havia dormido longas horas. Lembrou-se de Bella, do olhar dela, de tudo o que escutou dela, principalmente sobre ter tido ciúmes da Vic. O que deixava claro que ela já sentia algo por ele há um tempo. Pensou um pouco sobre o rumo daquela vingança, de Bella desmaiando em seus braços, estava tão pálida. Edward tomou uma decisão e levantou-se da cama.

— Preparei algo para você. – Rosie disse do seu quarto. – Está na cozinha. – Ele foi até lá, sentando-se à mesa. – Emmett sentou a sua frente.

— Então, você e a Isabella? - Disse soando divertido. – Negou tanto e agora parece ter caído de cabeça.

— Não aconteceu nada entre nós dois. – Edward explicou.

— Para mim pareceu que sim. Você foi conversar com ela de madrugada, a encontrou mal e por isso levou-a todo atencioso e preocupado para o hospital. Velou o sono dela, esteve com ela até que tivesse alta. Já viveu em poucas horas o que muitos casais não vivem por semanas. – Edward cerrou os olhos em direção ao amigo, mas sorriu.

— Rosie! – Chamou a irmã.

— Ele tem razão, irmãozinho. – Ela gritou de lá.

— Não é isso, venha aqui, por favor. – Rosie o atendeu e sentou ao seu lado.

— O que é?

— Vamos tirar a Bella dos planos de vingança contra os Volturi. Mudaremos a nossa abordagem.


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