10 Anos de Espera escrita por Camila J Pereira


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!
Vocês estão me animando tanto com os comentários, teorias.
Muita coisa começa a ser desvendada, mas parece que uma coisa puxa a outra e vemos que existe um emaranhado de segredos envolvendo nosso personagens.
Alguns relacionamentos começam a mudar a partir de agora...
Me contem o que acharam depois da leitura!
Beijos!



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— Vou sair por agora, mas não demoro. – Alec falou olhando diretamente para Bella que encarava o monitor a sua frente sem desviar. Alice respondeu um “Sim” em alto e bom som tentando dissipar o mal estar que os dois emanavam. – Bella... – Ele parou bem na frente dela. – Bella, só vou mostrar o apartamento a essa cliente. – Frisou o “cliente” tentando deixar claro. - Levarei todos os documentos para não precisarmos nos ver mais. Está me ouvindo?

— Como quiser, chefe. – Raramente ela dizia isso e quando o dizia era mais como uma brincadeira. Mas o tom que usou naquele momento, era como se houvesse um afastamento entre os dois.

Alec viu Alice abrir a boca e olhou para ela que a fechou rapidamente dando uma atenção dramática aos papéis em sua mesa. Quase nunca se irritava, mas estava ficando irritado.

— Como eu quiser? – Alec a pegou pela mão e a levou para a sua sala. - Está querendo manter distancia? – Bella não respondeu. – Quer dizer que posso transar com ela? – Não estava sendo profissional nem um pouco sensato.

— Como quiser. – Repetiu.

— Você acha que eu não percebo que chorou? – Bella havia passado um final de semana terrível. Ficou o tempo todo dentro de casa, tentando controlar a enxaqueca e as lágrimas que não ajudavam na dor. Não gostava de se medicar, mas tomou comprimidos que só fizeram aliviar por um tempo os sintomas. – Estou explicando que não precisa sofrer por qualquer suspeita, estou sendo honesto.

— Honesto? Da mesma forma que começou a enviar bilhetes e presentes para a namorada do seu amigo sem que ele soubesse?

— Claro. Edward de novo. Deveria então ter falado para eu parar. – Acusou de volta.

— Eu te disse em alto e bom som que parasse. – Lembrou a um Alec cada vez mais alterado.

— A sua negativa foi tão fraca como a que esta fazendo agora dizendo que Edward Cullen não a esta afetando.

— Não tente jogar a culpa para mim, Alec. Você foi o único que flertou.

— Ótimo, Bella. Ótimo! – Ele a deixou na sala e seguiu até onde havia marcado com Victória.

A ruiva assim que havia saído da presença de um Alec estupefato por causa do flagrante de Bella, correu para se encontrar com a Rosie em um barzinho onde passou os mínimos detalhes para ela e comemoraram o desenrolar da história.

— Não pensei que ela o pegaria tão cedo, mas da maneira que ela reagiu deu certo. Mas ainda quero que ela o pegue em verdadeira traição. Seria possível?

— Rosie, ele está com medo de perdê-la, então não tenho certeza. – Admitiu.

— Vamos tentar?

— É claro, estou me divertindo.

Agora Victória estava no carro confortável de Alec que se mantinha profissional, completamente diferente do homem galanteador da última vez. Era compreensível, mas tinha que arrumar uma maneira dele ceder novamente.

— Espero que esteja tudo bem entre você a sua namorada. – Arriscou com ar inocente.

— Não somos exatamente namorados. – Victória ergueu uma sobrancelha.

— Achei que fossem, pelo jeito que se tratavam.

— Estamos tentando voltar. Eu não devo falar sobre isso com você. – Alec voltou a si.

— Porque não?

— Você é a minha cliente.

— Ah... O profissionalismo. Isso não torna tudo tão frio e distante? – Alec riu um pouco, mas ainda manteve a postura.

Tudo transcorreu sem nenhum avanço para Victória. Aquilo até deu uma emoção a mais e ela parecia ainda mais divertida. Depois que assinou o contato, ela beijou o rosto de Alec carinhosamente.

— Obrigada. Espero que possamos nos encontrar novamente. – Ronronou no ouvido dele que se arrepiou inteiro.

— Obrigado, Victória. Estarei a disposição do meu escritório, caso ocorra algum problema.

Alec fez as coisas de maneira diferente ao praxe. Deus as chaves a ela e levou os documentos. A deixou no mesmo lugar que a pegou, despediu-se brevemente e partiu.

— Acho que ele está atraído por mim. – Victória ligou para Rosie. – Mas está morrendo de medo.

— O que sugere? – Rosie perguntou, estava olhando para o irmão que trabalhava com o Emmett na cozinha.

— Forçar um pouco mais.

— Faça isso. – Rosie incentivou. – Edward. – Rosie desligou e foi até o irmão, parando atrás dele começou a massagear levemente seus ombros. – Agora que sabe que o Alec recobrou a memória e mesmo assim fingiu não saber de nada, o que pretende fazer com ele? – Edward parou o que estava fazendo e pensou um pouco. Emmet olhou sugestivamente para Rosie a sua frente, estava curioso com o rumo da conversa.

— Eu não sei. Esse tempo todo mantive rancor de todos, do Alec não por causa do incidente, já que era uma vítima.

— Entendo...

 - É difícil pensar que andamos juntos por tanto tempo e não percebi que ele era um mau caráter. Que é ainda pior do que pensei. Por isso acho que empaquei na minha missão aqui.

— Claro, isso não é nada legal.

— Porque está perguntando? – Edward virou o tronco para olhá-la.

— Eu disse que te protegeria e ajudaria. Sou sua irmã mais velha.

— Nascemos do mesmo parto.

— Com minutos de diferença. – Emmet balançou a cabeça. Já tinha visto muito daquilo.

— Eu devo proteger você.

— Sou a mais velha, eu devo proteger você.

— Legalmente temos a mesma idade. – Teimou.

— A legalidade nem sempre condiz com a realidade.

— Você está falando como uma fora da lei. – Edward afirmou.

— Aceite de uma vez que sou a irmã mais velha.

— Vai sonhando.

***

— Onde está a Bella? – Alec precisava vê-la.

— Foi se encontrar com clientes e de lá avisou que iria embora.

Alice ficou esperando o chefe falar mais alguma coisa, já que ele ficou parado de frente para ela parecendo relutar.

— Algum conselho? – Perguntou sinceramente.

— Dá um tempo a ela. Bella precisa sentir isso, mas depois ela se acalma. Vai ajudar se não flertar mais. – Alec balançou a cabeça descrente.

— Você pediu o conselho.

— Eu sei, agradeço.

Quando finalizou todo o trabalho do dia, Alice foi direto para a academia onde ficou de se encontrar com a amiga.

— Ele me pediu conselho, o que o define como desesperado.

— Não, ele não parece nada desesperado. – Bella disse séria.

— Você está mesmo tão brava assim?

— Estou. Eu notei o tom de voz dele, era como se quisesse mesmo transar com ela. E me irrita porque antes ele estava falando sobre voltarmos e quase transamos outro dia para logo em seguida chegar uma desconhecida e... Estou ainda mais chateada porque isso me recorda algo que eu não quero recordar. – Bella calou-se. Não queria ter que falar sobre aquilo e revelar o que escondia a sete chaves.

— O que seria isso?

— Alec é bem capaz de trair. – Falando isso ela começou a se alongar e calou-se.

— Tudo bem, vamos parar de falar sobre isso. Como está a Renée?

— Saiu da minha casa no sábado e não nos falamos mais, nem estou falando com meu pai. Fico feliz que não participava da minha vida naquela época, assim pelo menos tenho você para conversar agora. – A constatação triste de Bella atingiu a amiga um pouco. Alice estava começando a se preocupar com Bella.

— Estarei aqui sempre que precisar. – Bella gostaria que fosse verdade. – E as dores de cabeça?

— Eu tomei comprimidos, mesmo não gostando disso. Alivia e volta. Talvez eu tente novamente os chás.

— Faça isso, mas se persistir, veja seu médico.

— Claro, Alie, não se preocupe.

— Bella, você ainda gosta do Alec?

— Eu acho... Acho que sim. – Bella parou de alongar-se e respondeu.

— Não sente nada pelo Edward? De verdade.

— Eu não devo.

— Não foi essa a pergunta que fiz. Perguntei se sente algo por ele.

— Não, não sinto. – Porque aquela pergunta a incomodava tanto?

— Acho que deve se analisar.

— Não é justo, Alie. Não é. – Bella continuou seus exercícios para evitar mais perguntas daquele tipo, mas a sua cabeça estava fervendo.

***

— Pode verificar esses documentos antes do almoço? – Bella entregava a pasta com alguns documentos que deveriam se revisados de novos contratos.

— Claro. – Alec pegou a pasta de sua mão.

— Estarei aguardando.

— Bella. – Teve que chamá-la, pois ela já havia se virado para ir. Bella o olhou novamente esperando. – Não gosto de como estamos agora. De quanto tempo precisa para se acalmar e finalmente conversarmos?

— Já conversamos, não precisamos mais falar. E estou sendo profissional, de outro modo, não estaria mais aqui.

— Está me falando isso para me magoar. Nunca havia agido assim, nunca havia se chateado comigo a tal ponto. – Alec estava repassando a história com Bella em sua mente e se deu conta de que guardar todos os segredos era o que estava fazendo de correto. Só desta maneira a manteria por perto.

— A palavra não é chateada. Se quer mesmo falar sobre isso, só tenho a lembrar que você que quis voltar e então está todo meloso com outra mulher enquanto mente para mim. Eu não sabia o quanto você era um bom mentiroso e isso me irritou muito, mas também me amedrontou.

— Amedrontou?

— Exato. Vamos trabalhar. – Sem demora, se apressou porta a fora. – Talvez eu deva parar de trabalhar aqui de uma vez.

— Não, Bella, eu não iria gostar disso. – Alicie correu até  a mesa da amiga.

— Estou cheia desses sentimentos ruins e não consigo ouvi-lo agora.

— Você está mesmo intensa com tudo isso e tem motivos. – Alice suspirou derrotada. – Se acha que vai se sentir melhor, talvez deva pedir uns dias de folga  e ver como se sente.

— Terei que pensar, assim de repente você ficaria sobrecarregada.

— Eu posso lidar, com tanto que fique melhor.

— Ah, Alie... – Bella levantou para abraçá-la. – Acho que você é a única na minha vida.

***

— Me desculpe, eu não sabia para quem ligar. – Alec agachou ao lado de Victória no meio fio. A ruiva estava usando um vestido que subiu um pouco ao sentar, revelando as pernas que ele já sabia serem sexy.

— Tudo bem, está tudo resolvido. – Teve uma surpresa quando recebeu a ligação aflita dela, ficou um pouco irritado ao ser chamado e envolvido em uma situação com ela novamente, já que havia dito para Bella que não a veria mais. No entanto, aqueles sentimentos deixaram de existir logo que ele chegou. – Porém terão que levar o carro. – O carro era alugado e ela havia batido em um muro amassando a lataria na dianteira.

— Não deveria ter bebido.

— Não deveria ter dirigido depois de ter bebido. – Ele corrigiu.

— Fui bem idiota.

— Não foi tão ruim, não bateu em ninguém e não provocou acidente no transito. Ah, e o muro passa bem. – Victória riu, estava ainda um pouco alta. A única coisa que era verdade. Tinha bebido com a Rosie e teve a ideia de armar aquele cenário de uma linda garota precisando de um homem forte e decidido.

— Estamos indo! – O motorista do carro guincho e partiu.

— Quer que eu chame um taxi?

— Um taxi? – Então ele seria assim? Se recusaria a lhe dar uma carona? – Não estou me sentindo muito bem... – Alec segurou a cabeça dela que fingiu tombar.

— Ah, tudo bem. Venha. – Foi assim que Victória conseguiu estar nos braços de Alec que a levou até o seu carro e a acomodou. – Sente-se melhor? 

— Zonza. – Bella nunca havia ficado bêbada, pois evitava bebida, era estranho lidar com mulheres assim.

— Onde está hospedada?

— Dom Hotel. – Claro, ela tinha o perfil de quem experimentava o melhor.

Dirigiu até lá ouvindo os suspiros femininos ao lado. Quando chegou, olhou para Victória, analisando suas condições.

— Pode chegar bem ao seu quarto?

— Sim. – Ela o olhou profundamente. Sua cabeça estava afundada no encosto do banco do carro e seus cabelos estava espalhados por seus ombros. Era uma bela visão, uma visão que poderia lhe por em mais problemas.

— Por quanto tempo ficará na cidade? – Victoria sorriu, pois sentia naquela pergunta um interesse maior.

— Algumas semanas.

— Sabe que eu tenho a Bella e eu a amo. Porque está dando em cima de mim dessa maneira? – Foi direto.

— Já que fui pega, a resposta é, porque eu gostei de você.

— Acho que sou um homem que prefere correr atrás das mulheres, talvez por isso eu não consiga me libertar da Bella. Eu sinto que ela nunca foi realmente minha.

— Eu entendo. – Victória lentamente aproximou seu rosto do dele. Alec estava considerando, ela via.

— Ás vezes, só preciso de alguém que esteja totalmente presente comigo. Bella... Ela nunca se curou totalmente do passado e eu também não. Não conseguimos nos libertar e não conseguimos mostrar um para o outro o que pensamos e sentimos. Não sei porque estou falando com você sobre isso. – Riu nervosamente.

— Sou ótima ouvinte. – Disse baixinho.

— Um dos motivos que sugeri dar um tempo foi por isso, mas o motivo maior é que queria que enfim Bella descobrisse que me ama assim como a amo. Que descobrisse que vamos além de apenas nos darmos bem. Que eu deveria ter sido sempre a primeira opção dela.

— Eu sei. – Ela sussurrou se aproximando ainda mais. Alec também se debruçou em direção rosto dela e a beijou por longos minutos. – Não quer entrar e relaxar um pouco? Faço você esquecer por um tempo.

— Quando estiver mais sóbria, talvez.

— Não mudará de ideia? – Alec sorriu.

— Deixe que eu procure você.

— Tudo bem.

— Até mais. – Alec sorriu despedindo-se.

— Até mais.

Quando o carro dele desapareceu, Victoria fez um sinal positivo para um outro carro estacionado adiante onde uma loura com sua máquina fotográfica profissional havia acabado de registrar os momentos carinhosos do casal.

Quando Rosie voltou para casa, sentia como se ela mesma tivesse se vingado. Sorria quando viu o irmão novamente diante da janela. Por muitas vezes aquela cena se repetia e não demorou nada para ela saber que Edward olhava com interesse para o apartamento de Isabella.

— Irmãozinho! – Tentou mostrar naturalidade.

— Rose. – Edward se sobressaltou, ele tentava disfarçar sempre o que fazia.

— Se está aqui, meu grandão deve ter chegado também.

— Sim, tivemos uma reunião rápida com o Dimitri para sabermos como andam as coisas.

— E beberam também. – Concluiu o que já era normal entre eles.

— Sempre. Como foi com a Victória?

— Divertido. – Falou.

 - Sinto a sua empolgação. Do que se trata? – Rosie olhou para os lados tentando pensar em uma resposta. – Acha mesmo que eu não saberia?

— Ah... Claro que você saberia... – Então ela lembrou da desculpa perfeita. – Claro que saberia que estou empolgada por causa do encontro dos ex alunos que iremos no fim de semana.

— O que?

— Sabe que estou no grupo dos ex alunos e esse ano já que estamos aqui...

— Não...

— Pelo amor de Deus, irmãozinho! Momento perfeito para o seu grande retorno principalmente para aqueles que faziam bullying com você, para os que te julgaram depois. – Tentou convencê-lo.

— Não acho uma boa ideia.

— Porque não? Não quer aparecer lindo e bem sucedido para todos eles? – Edward ainda parecia hesitante. – Para a mimada da Isabella? – Ele olhou para Rosie e ela sabia que já o havia convencido. – Posso ver as roupas que trouxe?

— Agora?

— Vamos, você tem que arrasar.


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