A segunda pessoa que me apaixonei foi Tyler.

Tyler era amarelo.

Assim como para Van Gogh o amarelo representava a felicidade, eu poderia afirmar que Tyler era o sinônimo do amarelo. De uma complacência e de uma euforia inigualáveis, o menino de dez anos que aparecera em minha porta em uma tarde de verão, ensinou-me o otimismo e a criatividade.

Lembrava-me do calor que emanava de seu corpo ao me puxar para seu quarto, envolvendo-nos em uma bolha mágica, pintávamos as paredes de seu quarto e criávamos desenhos inexplicáveis. Sua mente sempre estava em constante criação, resultando em um corpo que não conseguia acompanhar seus pensamentos.

Tyler se resplandecia em um ambiente desprovido de cor, porém, encontrava-se em um patamar elevado de euforia, a qual já não se poderia considerar mais uma qualidade, e, sim, um meio de ansiedade que ascendia em seu corpo e consumia a energia das pessoas próximas a ele, sendo eu uma delas.