Minha última paixão foi Jessie.

Jessie era arco-íris.

Mesclando todas as cores que conheci ao longo de meus trinta anos, Jessie oscilava entre as cores mais frias para as cores mais quentes. Ela era cinza, azul e verde assim como poderia se encaixar no vermelho, laranja, amarelo e rosa. Em momentos insólitos, pude vê-la intermediar do branco ao preto.

Jessie estava em constante modificação, entretanto, emanava uma energia contagiante ao tingir meus céus com suas cores tão análogas. Ela gostava da monotonia, mas, também, apreciava com deleite cada segundo de um dia de verão. Ao longe, embevecia-me com sua imagem onírica ao vê-la dançar sob uma tempestade e, depois, cantar até seus pulmões pedirem por ar ao ser atingida pelos raios do sol de uma manhã.

Como um arco-íris, Jessie era facilmente vista como um espetáculo de cores ao conhecer cada expressão sua. Ela era diáfana em suas ideias e me permitia contemplá-la ao deixar seus respingos de tinta em minha epiderme.

Rompendo todos os meus preceitos sobre minha teoria das cores, Jessie me ensinou que as pessoas não eram necessariamente monocromáticas e que elas poderiam reluzir todas as cores de um arco-íris suntuoso.