Sabe Hina, mesmo após anos você permeia na minha cabeça como uma erva daninha que não para de crescer. Eu pensei que após esses anos eu já estaria livre das nossas lembranças, do seu cheiro, do seu sorriso, de seu riso contagiante, de você. Como de costume, estava enganado.

Sabe Hina, eu sempre me pergunto como você está hoje, se ainda é aquela menina de olhos tão puros quanto a neve. Seus olhos, nem sei por onde começar, parecem duas luas, são tão brilhantes e enigmáticos. Poderia ficar horas olhando para eles e nunca chegaria a solucioná-los.

Sabe Hina, durante a noite é o momento mais difícil, fingir que você foi apenas qualquer uma na minha vida. As vezes me convenço que preciso de outra pessoa. Amargamente esse momento dura pouco.

Sabe Hina, eu não consigo mais frequentar muitos lugares sem sentir você neles. Nosso café, nosso cinema, nosso restaurante de comida italiana, nossa livraria. Você está em todos eles. A pior parte disso é que não tenho mais para onde correr sem lembrar de você. Nem meu esconderijo preferido é mais meu, agora ele é nosso.

Sabe Hina, frequentemente eu me pego imaginando o que nos poderíamos ter sido. Tão perfeitos. É nisso que gosto de acreditar, mas não sou bobo. Eu sei que era apenas um passatempo para você.

Sabe Hina, você ainda acha que o amor é um jogo ou você o leva mais a sério?