The Ghost of you escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 5
Verdade revelada




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P.O.V. Alec.

A Irmã Cleophas começou a contar a história. Estávamos numa sessão da biblioteca que era fortemente guardada.

—No princípio, havia o vazio e a Deusa Fênix. A primeira coisa que ela criou foi o Paraíso e ela o povoou com seres belos, majestosos e alados. Os anjos. Depois, ela criou o multi-verso. Todas as camadas da realidade, diversas dimensões, depois povoou a Terra com várias criaturas que evoluíram até chegar na humanidade. Porém, a humanidade começou a se destruir e a ser destruída. Em meio a este caos, a Deusa escolheu quatro indivíduos, de quatro famílias virtuosas e mandou o anjo Raziel transformá-los nos primeiros Shadowhunters. Lhes concedeu dons e confiou a eles os Instrumentos Mortais.

—E?

—O que a Clave ignora, o fato mais importante que poderia ter sido nossa ruína hoje. É que em tempos de aflição extrema, quando um mal insuperável se aproxima a Deusa Fênix pode vir ao nosso auxílio.

—Mas...

—Mas?

—É irmãozinho. Sempre tem um Mas, um porém.

—Sim. Há um Porém.

—E qual é?

—Porém, para que ela possa vir ao nosso socorro precisa de uma hospedeira mulher.

—E? Tem vinte bilhões de mulheres neste planeta.

—Ela precisa de uma herdeira de sangue puro. Uma criança, menina ou mulher com sangue puro de anjo. Sem o sangue puro, o indivíduo jamais sobreviveria a abrigá-la.

—Mas, é proibido usar o Cálice para reconstruir nossas forças.

—Exatamente por isso. Sem querer, sem perceber, Valentim salvou as nossas vidas. Acreditem, estou tão surpresa quanto vocês. Estou chocada para dizer a verdade, mas se o Valentim não tivesse injetado o sangue do anjo Ithuriel em Clary... estaríamos todos mortos.

—Você ainda é leal a ele.

—Não. Ele torturou um anjo. Traiu o credo dos shadowhunters, eu acreditava em proteger a humanidade.

—Se a Deusa precisa duma shadowhunter com sangue puro de anjo então, se a Clary não existisse, a Deusa não poderia estar aqui.

—Exatamente. A Clave se nega a usar o Cálice e sendo assim nos condena, á todos. Shadowhunters, mundanos e submundanos.

—Isso é...

—Verdade. Acham mesmo que eu não sabia o que Valentim se tornaria? É claro que eu sabia. Sou onisciente. Mas, eu precisava da minha herdeira. Lilith estava vindo e a Dimensão Negra com ela. Fiquei presa lá por... bom, não há senso te tempo. Basta dizer que da última vez em que estive aqui nesta dimensão... haviam templos imensos e os mundanos cultuavam deuses com forma de animais. Tebas. 

—Está falando da época dos Faraós?

—Sim. O soberano era chamado de Faraó. Eu peguei uma criança de cada continente conhecido na época. Lhes dei sobrenomes, coisa que não existia na época. Joyce Fairchild da Grécia, Elizabeth Lightwood do Egito, Jordan Morgenstern de Roma e Jonathan Herondale do local onde hoje chamam de Inglaterra. Eles formaram a primeira tribuna da Clave.

—E porque está aqui agora?

—Fui jogada na Dimensão Negra. Fui dormir e quando acordei, descobri que dois mil anos haviam se passado e os herdeiros das pessoas virtuosas que escolhi a dedo, das famílias mais habilidosas haviam se esquecido do seu lugar, jogado o mundo nas trevas. Tão focados em seu status,seus pais esqueceram seu propósito. E a lição mais importante.

—Que seria?

—Vocês são uma pequena parte do todo. Uma gota no vasto oceano do multi-verso. Esqueceram que apesar do seu sangue angelical, são humanos. Falhos. Onde estavam os Shadowhunters, quando Valentim e seus seguidores iniciaram a revolta? Quando aquelas criaturas inocentes, incluindo crianças estavam sendo massacradas?!

Ela virou um tapa na cara da Irmã Cleophas.

—Você virou as costas para seu irmão. Seu próprio irmão. Se não defende nem sua família, sangue do seu sangue... como pode se considerar digna de forjar armas? De ouvir o sussurro dos anjos? Diga-me Cleophas... o que você sentiu ao ouvir os gritos de agonia de um anjo da guarda? Como se sentiu, sabendo que ajudou o monstro que o manteve em cativeiro, o torturou e acorrentou? 

—Eu nunca faria isso. Não fui responsável.

—Se lembra da Sarah?

—Sarah?

—Permita-me refrescar sua memória.

A imagem de uma mulher grávida simplesmente apareceu.

—Sarah. Também não foi responsável por aquilo? Porque, mesmo presa na Dimensão Negra eu ainda tinha minha onisciência. E foi você que impiedosamente enfiou sua lâmina serafim na barriga desta mulher á vinte anos. Assassinado a ela e ao seu filho não nascido. E a Clave te perdoou por isto, mas eu não. Após a sua morte física, você será uma ceifeira. Será seu dever guiar as almas, atravessá-las.

A Deusa fez uma marca na Irmã Cleophas, queimando-a.

—Apenas você poderá se libertar de ser uma ceifadora.

—Como?

—Se perdoando. Sentindo que é merecedora de não ser punida.

—Eu vou para o inferno não é?

—Ai é que tá. Eu não controlo quem vai para o céu ou para o Inferno. Nunca controlei. E a porta de saída do Inferno, está sempre aberta. O castigo é auto-infligido. Se a alma se perdoar, ela está livre. Não sou responsável pelos atos de ninguém. Nem eu e nem os meus anjos.

—E você me perdoa?

—Já te perdoei, desde antes de você nascer. Assim como perdoei Valentim, existe um propósito para todas as minhas criações. Assim como existe um propósito para o seu castigo.

—E qual é?

—Se eu contar... perde a graça.

Clary começou a piscar, como se acordasse de um longo sono.

—O que aconteceu?

A irmã Cleophas respirou fundo.

—Qual é a última coisa da qual se lembra?

—Alguma coisa sobre Fênix. Ela é tipo um super anjo.

—Uma deusa. E está dentro de você.

—O que?!

—Pois é.

—Por isso está tendo lapsos de memória Clary.

—E como eu faço ela sair?

—Temo que não seja possível. Ela só vai sair quando e se ela quiser sair.

—Que merda. Eu to com fome. To sempre com fome ultimamente.

—Um efeito colateral. Ser hospedeira da Deusa faz o seu corpo consumir mais calorias do que uma pessoa comum.

—Então posso comer o que eu quiser sem ficar doente ou vomitar?

—É uma maneira de se colocar.

—Legal!

P.O.V. Jace.

A irmã Cleophas avisou que de acordo com o mito há prós e contras em ser hospedeira da divindade. A Fênix jamais permitirá que algum dano seja causado ao corpo que habita. Pró. Entretanto, para que a Clary consiga se sustentar e á Deusa, vai ter que comer muito mais do que uma pessoa normal. Contra. 

Agora que tem uma divindade no corpo, a Clary vai ficar cheia de energia o que pode ser um pró e um contra.

Os poderes divinos de cura da Fênix são capazes de restaurar a vida ao corpo de Clary, mas não como o que aconteceu comigo. E a Clary e a Fênix dividem não apenas o corpo, mas a consciência e os sentimentos.

—Como foi a sensação de ser condenada?

—Não foi boa. Foi como receber uma runa super poderosa só que... pior. Muito pior. Não tem como descrever. Ela marcou a minha alma.

—Pelo anjo!

—E mais uma coisa.

—O que?

—A Fênix é capaz de destruição num nível que vocês não podem nem imaginar. As pragas bíblicas, foram obra dela. Uma Clary feliz, é uma Fênix feliz. 

—Como assim?

—Ao menor sinal de ameaça ou irritabilidade, a Deusa vai assumir o controle e... vai ser como uma guerra mundial. Ela vai aniquilar qualquer coisa que considere... não amigável. E a Clary não vai nem perceber.

—Então temos que ser babás? De novo?

—Alec, meu filho... A Deusa não sabe como é estar entre nós. E ela é uma divindade. Carrega um Poder capaz de criar anjos. Imagina quanto poder é necessário para criar um único anjo? Consegue imaginar? E ela criou centenas de milhares. Com a Fênix é preto no branco. Amigo e inimigo, culpado e inocente. Ela tem um conhecimento que nós não podemos nem começar a compreender e ainda assim, ela não sabe nada.

—A Irmã Cleophas está certa. A Fênix é uma criança no corpo duma adolescente. Um bebê.

—Um bebê que pode destruir o mundo.

—Alguém vai ter um bebê?

—Não.


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