The Ghost of you escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 1
Capítulo 1: Sinais




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P.O.V. Alec.

O Jace tá muito mal, ele está cheio de culpa e raiva.

—Jace não foi sua culpa. Foi a Lilith.

—Ela morreu. Ela tá morta. Por minha causa. Quando eu pegar o Jonathan, vou matá-lo de novo, queimar os seus restos até ele virar pó e dar de presente para aquela vadia da mãe dele.

—Tenta dormir filho. Se ficar assim você vai ficar doente.

P.O.V. Jace.

Maryse não me deu muita escolha. Praticamente me colocou na cama.

—Não foi sua culpa filho.

—Eu matei a minha vó, matei a Clary. Eu matei um monte de Clary's.

Consegui dormir por um tempo, mas acordei de madrugada. Ouvindo alguém cantando, não. Não era alguém. Era ela.

Levantei num pulo e fui correndo até o centro do Instituto. E meus olhos faltaram saltar das órbitas quando eu vejo aquela pessoa. Aquela cabeleira ruiva encaracolada.

—Clary?

—Você pode me ver? Tá isso foi estranho. 

—Clary.

Tentei abraçá-la, mas eu a atravessei.

—É. Já tentei isso, não funciona. 

—Você morreu. Sinto muito.

—Não sinta. Eu não morri. Se eu estivesse morta, o Jonathan também estaria.

—Clary você é um fantasma.

—Não Jace. É mais complicado que isso. Enquanto eu estiver aqui, o Jonathan vai estar ai. Enquanto estiver presa nesse lugar, meu irmão vai estar livre. 

—Aqui aonde?

Ela começou a chorar.

—Não sei. Estou gritando a muito tempo, mas ninguém me ouve, ninguém me vê. Estou sozinha no escuro.

—Onde é esse lugar Clary? Como é?

—É escuro e frio. Desolado, a solidão esmagadora. Estou sozinha na escuridão. Jace... socorro!

Eu vi alguma coisa arrastar ela.

—Clary! Clary!

—Jace!

—Alec. Ela estava aqui. Eu a vi. Ela disse que tava sozinha na escuridão.

—Jace, está tudo bem. Deve ter sido só um pesadelo.

—Não. Foi real. Alec, caçamos demônios. Todas as lendas são verdadeiras. Lembra?

P.O.V. Clary.

É tão escuro. É uma floresta negra sem fim. Sinto os galhos se agarrarem em mim como se quisessem me matar. Há coisas me perseguindo. Demônios eu acho, mas aqui não tem lâminas serafim, eu não tenho runas, estou sozinha.

P.O.V. Magnus.

O Alexander está preocupado com o Jace.

—Ele disse que viu a Clary, que ela falou que estava sozinha na escuridão. Segundo ele a Clary falou que enquanto ela estiver naquela escuridão, o Jonathan vai continuar aqui. Estou preocupado com ele Magnus.

—Espera o que?

—Estou preocupado...

—A outra parte. Enquanto a Clary estiver lá... Ai Meu Deus! Alexander, a Clary não morreu. Ela está viva!

—O que?!

—Sim. A Lilith usou o Ritum Magni. Prendeu a Clary na Dimensão Negra. Era para o Jonathan estar lá, mas ela os trocou de lugar. É claro, ela precisa da Clary viva e presa lá. Temos que nos apressar para tirá-la daquele lugar.

—Como?

—Precisamos dum feiticeiro ou uma bruxa. Uma louca o suficiente para abrir a porta. E acho que conheço a pessoa que é doida o suficiente para fazer isso.

—E como se tira alguém de um lugar desses?

—Alguém tem que entrar e puxá-la de lá.

No dia seguinte fomos para o Instituto e expliquei a situação para eles.

—Então, o Jonathan tá se alimentando da força vital da Clary e se ele consumir tudo...

—A porta fecha, ela fica presa lá pra sempre. Ou pior, ela some. Tem muitas variantes, mas a única constante é... ninguém que esteve na dimensão negra jamais retornou.

—E quem seria a pessoa doida que mexeria com isso?

—Uma bruxa. O nome dela é A Anciã. Ela é a única poderosa e louca o suficiente para lidar com algo assim.

—E onde achamos essa Anciã?

—Façam as malas, porque vamos viajar para o Nepal.

—Nepal?!

—Quanto mais tempo desperdiçamos, menos chances temos de recuperar a Clary. Troquem de roupa, coloquem roupas quentes. E se preparem, porque a jornada vai ser dura.

Abri um portal e logo estávamos no Nepal.

—E pra onde vamos agora?

—Kamar Taj. O custo é alto, mas não estamos falando de dinheiro.

Quando chegamos, o lugar parecia abandonado.

—Isso é Kamar Taj? É um prédio caindo aos pedaços.

—Já estive no seu lugar e também fui desrespeitoso. Então, deixe-me lhe dar um conselho, Shadowhunter?

—Ahm, claro.

Como ele sabia que éramos Shadowhunters?

—Esqueça tudo o que acha que sabe.

Por dentro o lugar era razoavelmente bom, mal iluminado, com gongos e alguns penduricalhos.

—O lar daquele que nos ensina. A Anciã.

Havia uma velhinha sentada numa cadeira e uma mulher careca nos serviu chá.

—Obrigado por nos receber.

Para minha total surpresa quem respondeu foi a mulher.

—Disponha senhor Herondale.

—Eu não disse o meu nome.

—Não precisa. Eu sou a Anciã.

—Magnus disse que você era doida.

—Magnus tem muito o que aprender. Você está aqui para salvar aquela que ama, se sente responsável pelo o que houve. 

—Como eu a salvo?

—Você não pode. Não sozinho.

—Estamos aqui.

—Não, vocês não entenderam. Portas se abrem dos dois lados. O vínculo afetivo entre Jace e Clary abriu a porta, é a única coisa mantendo a garota viva do outro lado. 

—Como assim?

—Quem tem que ir para a Dimensão Negra e tirá-la de lá, é você. Senhor Herondale. Tem que ir sozinho e estar preparado. E eu vou preparar você. 

P.O.V. Jace.

Á principio eu achei que fosse tudo baboseira. Curar o espírito para curar o corpo.

—Você e os seus amigos veem a parte, mas não o todo.

—A Clary tá morrendo naquele lugar e vem me falar de cura através da fé?!

—Você é um garoto que passou a vida toda vendo o mundo através da fechadura. Clary lhe ensinou que há mais em ser um Shadowhunter do que apenas matar demônios.

—Como sabe disso?

—Você e seus companheiros só veem a parte, mas nunca o todo. Ciclo vs Clave, Submundanos e Shadowhunters, mundanos vs submundanos. É uma visão simplista demais. Afinal, eu lhe asseguro que sou totalmente, completamente e irrevogavelmente mundana e ainda assim posso ver o mundo das sombras. Eu vejo o encantamento que está te recobrindo agora e vejo através dele. Você sempre quis saber mais, descobrir mais, alargar a fechadura e agora que sabe que pode fazê-lo. Alargar a fechadura de maneiras que se quer consegue imaginar rejeita esta possibilidade.

—Eu só quero salvar a Clary.

—E para isso, tem que alargar a fechadura.

—Isso é besteira!

Eu a ataquei e ela me atacou de volta. Com um soco e de repente, eu estava...

—Estou flutuando.

Então, eu voltei para o meu corpo.

—Projeção Astral. Os médicos, chamam de coma.

—O que?!

—Eu te projetei para o plano astral, um lugar onde a alma existe separada do corpo.

—Porque está fazendo isso comigo? Temos que salvar a Clary!

—Para que veja, finalmente o quanto você só sabe que nada sabe. Então, abra o seu olho.

Ela tocou a minha testa e foi como ser arremessado. Eu estava no espaço, mas havia uma borboleta lá. Viajei em calentoscópios, túneis de luz e voltei para a sala.

—O que foi isso?!

—Você acha que sabe como o mundo funciona? Tudo é a vontade do anjo, pelo anjo, o anjo, o anjo. Seu anjo não pode tomar decisões por você. Você é dono de si mesmo. Acha que o universo material e tangível é tudo o que existe?

Ela me "chutou" de novo. Enquanto viajava ainda ouvia a voz dela.

—Que mistérios estão além do alcance dos seus sentidos? Na Origem da existência mente e matéria se encontram. Um corpo sem uma alma, um corpo sem mente é um corpo sem vida. Os seus pensamentos moldam a realidade. O pensamento coletivo molda a realidade. Porque os mundanos não vêem o mundo das sombras se este está ao seu redor todos os dias?

—Este universo é apenas um num número imensurável e infinito. Diversas realidades, dimensões, formas de existência inimagináveis. Mundos sem fim. Uns benevolentes e propensos á vida outros repletos de maldade, ânsia e fome.

O lugar onde eu estava não tinha forma, não tinha cor, era tão escuro e tão negro que ficava colorido em algumas partes.

—Lugares onde Poderes mais antigos que o tempo, espreitam, sedentos e famintos. E quem é você, neste vasto Multi-verso, senhor Herondale? O que é você?

Então viajei de volta para a sala.

—Já tinha visto isso em alguma lojinha exotérica? Feiticeiros, Seelies, mundanos, Shadowhunters, anjos e demônios. Somos mais do que apenas isso. Somos parte do todo. Mais do que mil, somos um.

A Anciã saiu e o ajudante dela ficou.

—Agora, tome um banho, descanse, medite se conseguir. 

—E quanto á Clary? Estamos ficando sem tempo.

—Tempo é só o que nós temos. Ou melhor, não temos. Onde a sua amada está, não há tempo.


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