Procura-se um amor em Londres escrita por Garota Mimada


Capítulo 2
Cúmplice




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2 horas antes...

Naquela imensa estação de metrô. Lá estava a mala da Emilly, que acabou sendo deixada e esquecida em meio à confusão. Ela parecia estar intocada desde a noite passada...

Caminhava ali pelas proximidades, um rapaz alto com um capuz sobre a cabeça, tentando esconder sua identidade. Ao avistar aquela mala, logo foi se aproximando, a apanhou e saiu correndo. Quando finalmente chegou em um lugar com uma distância segura, se sentou em um pequeno banco de madeira, próximo a uma pilastra. Enquanto olhava para os lados para ver se não havia sido seguido, e se não havia ninguém o olhando. Ao ter certeza, rapidamente abriu a mala, para ver o que tinha conseguido. Logo quando a abriu, se deu de cara com uma foto de uma pequena menina loirinha, ela devia ter uns 6 anos, ao lado, um casal, que logo ele imaginou que poderiam ser os pais da garota. Ele olhou e olhou novamente.

Com uma leve impressão, de já a ter visto antes, o rapaz continua sua busca por informações, que o levassem para a dona da mala. Dando de cara com um passaporte e uma carta de admissão, da universidade de Liverpool, abrindo o passaporte da moça, ele se depara com o nome e a foto de Emilly Patterson...

Patterson?!_ disse ele em voz baixa, para si mesmo e continuou pensativo.. - Não pode ser..

De repente o celular da Emilly vibra, era uma mensagem, que acabou tirando o rapaz do transe.

Londres, Inglaterra

Manha de 28 de janeiro de 2005, ás 10h58.

Hospital de Londres

   - E então doutor, como ela está, já podemos falar com ela?

   - Agentes. _ O médico dá uma boa olhada no prontuário da garota, com um ar pensativo, seus óculos que já começavam a escorregar pelo nariz, ele coçou a cabeça com a ponta dos dedos, e em seguida levantou a cabeça e olhou para eles com um olhar meio insatisfeito. - Ela está ótima! Eu diria que a única coisa que aquela menina tem, é um belo talento para teatro... Entrem quando quiserem. _ Ele se vira e segue seu percurso, enquanto seu resmungo ecoa em meio ao silencioso corredor. – Bando de Agentes irresponsáveis, como não perceberam que era um simples teatro?! Mas é brincadeira, o mundo está perdido mesmo.

   Eles olham um para o outro.

    – Aquela garotinha..._ Diz o Agente Flynn, pronunciando estas palavras, mas como um resmungo bem baixinho entre os dentes. Já colocando as mãos na cintura, de um jeito que mostra-se o seu distintivo, mas como um hobbie, ou terapia, algo que o fazia se sentir no controle. Respirou fundo, e se segurou para não falar uma fala que ultrapassasse os padrões. Assim, a substituiu por uma palavra aceitável pela sociedade. – Droga!

   Enquanto isso, ela continuava com sua linda farsa...

   Emilly abre seus olhos bem devagar, fingindo estar acordando. Ela estava deitada em uma cama de hospital, nada confortável, ao se jugar pelas caretas que ela fazia ao tentar se acomodar, naquele estreito colchão...

   - Muito esperta menina! Fingir um desmaio desse pra salvar a vida do namorado da polícia, é... Como posso dizer? Algo esplêndido!

    Ela se senta na cama e olha para todos os lados, procurando quem havia dito isso.

   - Quem está ai?

   - Você deve ser Emilly Patterson.

   - Como sabe meu nome?

   Ele entra com as mãos nos bolsos, e seu parceiro logo atrás.

 – Agente especial Daniel Flynn, FBI! E esse é meu parceiro, o Agente Jim Sturgess. Eu diria que é um prazer conhecê-la. Se, é claro, tivéssemos nos conhecido em situações melhores. Agora vamos ao que interessa. Onde ele está?

   - Eu não sei.

   Ele puxa uma cadeira para perto da cama da menina, olhando-a fixamente nos olhos, respira fundo, e em seguida continua sua fala.

   - Olha Senhorita Patterson, isto é uma investigação de assassinato. Então nós podemos fazer isso do jeito fácil, onde você me diz, para onde o meu principal suspeito fugiu, ou, podemos tentar do jeito difícil, onde as coisas podem acabar ficando um tanto complicadas para você...

    - A-a-assassinato? _ A menina gagueja um pouco.

    - Emilly! Você parece ser uma boa garota, e pelo visto não tem nem ideia de onde está se metendo. Mas ainda pode fazer a coisa certa, pode entregá-lo a mim e a minha equipe, e nós cuidaremos do resto.

    Emilly pensou um pouco, e sem levantar a cabeça, disse:

   - Não, não posso.

   - Se não falar, vai ser acusada como cúmplice.

   - Mas isso é ridículo! _ Emilly alterou um pouco o tom de voz.

    Ele se levantou, deu um murro na mesa ao lado, e começou a dizer aos berros.

   - Acha que eu não posso?! Acha que eu estou brincando mocinha?! Não sabe com quem está lidando. Eu não brinco em serviço! Você vai me contar para onde ele foi, agora!

   - Eu já disse que não sei... Ele não me contou, porque você acha que ele me contaria? Ele não se arriscaria por tão pouco. Ele sabia que eu seria a primeira pessoa para quem vocês perguntariam. Pensem um pouco. E verão que não tenho nada a contar...

   Perpetua um silêncio por alguns segundos. E ela logo continuou:

   - Terminamos?

   Eles olharam um para o outro

   - É claro, já terminamos. Não é mesmo, Agente Flynn?_ diz o agente Sturgess.

   - Sim. _ Ele respondeu ainda meio insatisfeito.

    - Bom. _Ela se levanta e vai em direção da porta. – Tenham um bom dia senhores. _ Ela sai e fecha a porta. Quando ela olha para o chão, logo exclama:

— Minha mala?! Como ela veio parar..._ diz ela incrédula, sem acredita. – Ei, você! _ ela grita para o rapaz auto de capuz com as mãos nos bolsos que estava saindo pelo corredor deserto. – Viu quem deixou isso aqui?

— Não senhorita, desculpe mais não vi. _ ele para mas nem se vira para trás para responder.

— Ah tá, obrigada! 

— De nada! Então se não precisa de mais nada... Tenha uma bom dia senhorita. _ ao dizer essas palavras ele sai.

Ela olha para enorme mala ainda tentado intender como ela havia chegado lá, e naquele momento a curiosidade a corroía por dentro. “Mas quem será, quem, e por que?” depois de alguns segundos...

— Bom, seja lá quem for. Obrigado. Agora eu tenho um problema a menos. _ Ela parou e pensou um pouco. – E um problema a mais, porque agora eu dei pra falar sozinha, não estou acreditando nisso. _ Ela sorri e pega sua mala do chão. “O que isso?” pensou, ela abaixou-se para pegar um pequeno envelope feito à mão que acabara caindo quando ela pegara sua mala. Uma dedicatória bem caprichada também escrita à mão, direcionada a ela. Era uma carta. – Uma carta... Pra mim? Que estranho... De novo! Permanece pensativa por alguns segundos até ser abraçada.

    - Ah, querida! Graças a Deus você está bem! _ diz a senhora Lisa após soltar sua filha e seu marido Jefferson Starck, vinha caminhando logo atrás.

   - Mãe? Pai! O que estão fazendo aqui? _ Emilly pronunciou suas palavras com uma voz surpresa.

   - Viemos assim que ficamos sabendo... _ disse o senhor Starck.

   - Tem certeza que você está bem filha? você desmaiou! Aquele bandido não te machucou? Nos contaram tudo o que houve filha._ perguntou sua mãe enquanto segurava sua mão e a examinava de cima abaixo com os olhos.

    - Não mãe! Não aconteceu nada, eu estou bem, estou dizendo. Ele não era má pessoa, no início eu pensei que sim, mais a gente conversou e...

   - Você falou com ele? Emilly eu e seu pai já te dizemos umas mil vezes, NUNCA FALE COM ESTRANHOS...

   - Mas mãe, eu...

   - Não tem mais nem menos Emilly! Sem desculpas.

Em seguida os agentes saem do quarto.

   - Não saia da cidade senhorita Patterson. Nós entraremos em contado._ reforça o Agente Flynn enquanto saiam.

Os pais da menina se olharam.

   - Filha vá tirar essa roupa de hospital, para voltarmos pra casa. Depois falamos sobre isso._ recomendou o pai.

Algumas horas mais tarde...

 O sol já havia se posto, e a lua já estava brilhante no céu. E lá estava a garota. Jogada em sua cama enorme com lençóis brancos de seda pura. E sua mala no chão ao lado, ainda feita. Não havia tido animo nem de desfazê-la. Até que de repente se lembrou da carta. Então ela deu um pula da cama, foi até a mala, pegou a carta, e caminhou rapidamente até a janela do seu quarto e começou a lê-la .

Emilly,

Foi um prazer conhecê-la.

Queria eu, de alguma forma poder agradecê-la por ter me ajudado mais cedo.

Por acreditar em mim, mesmo quando eu achei difícil acreditar em mim mesmo.

Obrigado por dizer algumas coisas que eu realmente precisava ouvir,

Em vez do que eu queria que você dissesse.

E por me mostrar um outro lado a se considerar.

Muito obrigado mesmo, pois devo minha liberdade a você.

Pensei que talvez você fosse querer suas coisas de volta,

Estão em perfeito estado, seu celular foi bem útil para encontrá-la,

Agradeça a ele por mim assim que puder.

Eu sei que pode parecer estranho e até um tanto pretensioso,

Mas não parei de pensar em você um só segundo desde que parti.

Espero que a vida se encarregue de nos colocar de novo frente a frente.

Talvez naquele “UM DIA” que você falou.

Numa bela cafeteria á tarde, de manhã ou à noite, tomando aquele café.

Em Londres, Liverpool ou outro lugar, porque pra mim tanto faz.

Contanto que você esteja lá, e seja minha companhia...

Encontro você nesse dia!

Seja lá qual for.

Com amor,

D

Ao terminar de ler, era quase impossível não perceber seus olhos brilharem e, o sorriso que brotava dos seus lábios, que sorriam comovidos...


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