The Death Witch escrita por Miss De Lua


Capítulo 3
02. The new ally


Notas iniciais do capítulo

Oioi, anjos! Segundo capítulo postado! Sem mais delongas, vamos ao capítulo.

* Notas finais são importantes *



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VITA WATERHOUSE ERA uma criança extraordinária. Porém, isso não a fazia normal, pelo contrário.

Aos sete anos, Vita entendia os olhares desconfiados que os humanos comuns a lançavam. Principalmente na escola que começara a frequentar, onde as outras crianças a ignoravam. Talvez fosse sua personalidade introvertida, ou então sua aparência. Em um último chute, poderia ser seu sobrenome.

Waterhouse.

A linhagem de bruxas que sobreviveu à fogueira, anos atrás, ali em Salém. Pelo menos, era o boato que corria.

Não importava o que a garotinha fizesse, todos fugiam da sua presença como se ela estivesse infestada pela pior praga. Vita não gostava daquela situação, ainda mais quando sua família parecia alimentar os boatos.

A jovem bruxa sabia que era diferente, porém, não entendia até que ponto sua estranheza poderia ir. Até aquele dia.

Foi em uma tarde, enquanto estava sentada no pátio da escola, encarando a rua através  das grades que cercavam a escola. Vita começara a se sentir estranha, como se um mau pressentimento estivesse a tomando.

Enquanto as outras crianças corriam pelo pátio, Vita fora a primeira a ver. Como se um filme estivesse passando por sua mente, a cena de um ciclista sendo atropelado a atingiu, o sangue espalhado pela calçada chamando sua atenção.

Ao voltar do episódio bizarro, a criança respirou fundo, levando as mãos a cabeça. A mesma doía e apavorada, percebeu que algo escorria do seu nariz. Quando a cor carmesim escorreu por seus dedos, Vita gritou.

No mesmo momento, mais gritos se misturaram ao seu. Levantando a cabeça, a criança viu o motivo do pavor: um homem havia sido atropelado em frente a escola.

Os funcionários da escola corriam para tirar as crianças do local, enquanto as mesmas choravam ou gritavam. Realmente, havia muito sangue.

Se sentindo atraída pela cena, Vita caminhou até as grades que a separavam da rua. Ela ignorou os chamados, os gritos e o nariz que sangrava. Olhando hipnotizada para o corpo do homem morto, Vita sentiu uma conexão.

Ela poderia sentir os últimos instantes antes da vida deixá-lo. Ela poderia sentir as suas últimas emoções. Ela poderia sentir seu sofrimento. 

Em meio a cena banhada por sangue, tanto o sangue do homem quanto o dela, em seu nariz. — Vita enxergou pela primeira vez a beleza da morte: era algo imprevisível.

Aquela também foi a primeira vez que a jovem Waterhouse ficou cara à cara com a morte. A primeira de muitas vezes.

E em todas as vezes, Vita sorria.

                                ☪

— Isso não vai dar certo e você sabe disso.

Zora resmungava pela quarta vez enquanto Vita se arrumava.
Ambas haviam passado a noite na casa de Honora, em um dos muitos quartos desocupados, mas em péssimas condições.

Você está falando da parte em que eu consegui fazer com que Honora volte para casa com você, ou da parte em que eu vou tirar férias? o reflexo do espelho quebrado mostrou o sorriso da jovem Waterhouse. Vamos lá, Zora! Você conseguiu o que queria, comemore.

Porém, a Hibbins suspirou, se sentando na cama de casal que ambas dividiram.

Quer que eu acredite que  você estalou os dedos e fez Nora mudar de opinião? fitou a prima, a expressão séria. E essas férias... desde quando você se diverte como uma adolescente normal? Para onde você vai?

Vita revirou os olhos, terminando de passar o batom vermelho nos lábios. Ela se virou para a prima, a expressão gentil.

Acredite em mim, Zora. As coisas mudaram.

A Hibbins balançou a cabeça, em negativa. Em um mover de mãos, o batom voou das mãos da prima, indo parar nas delas.
Vita a encarou, rindo em seguida. Zora deu de ombros, o jogando ao seu lado.

— Seus pais sabem?

— Eles saberão agora. — a bruxa mais nova se sentou ao lado da outra, suspirando. — Quando você voltar, tudo será diferente. Acho que já tem ideia do por quê.

Ela assentiu, desviando os olhos. Aquela era uma das coisas que Vita nunca entenderia: Zora não queria guerra. Por mais que fosse uma Hibbins, ela não desejava o derramamento de sangue como a tia. A garota era pura, sem maldade.

E era exatamente por isso que Vita estava a usando, como Honora mencionara. Mas a meia irmã de Zora estava errada. A Waterhouse apenas estava tentando afastar a prima de todo o caos que viria, e talvez, de uma possível morte.

Zora Hibbins era boa demais para a família que pertencia. E aquilo, Vita sabia, seria sua ruína.

Olhando para a expressão frustrada da prima, Waterhouse pediu:

— Preciso que passe um recado a eles.

— Vita...

Cansei de ser um peão. — os olhos da jovem se estreitaram. — O jogo acabará quando a rainha derruba-los, um à um.

A Hibbins ergueu as sobrancelhas enquanto observava o resquício de maldade se espalhar nos olhos da prima.

                                 ☪

Observando o cenário em frente, Vita suspirou. Ao seu lado, com os braços cruzados e apoiada na lateral do carro, Honora sorria desgostosa.

— Sabe, para uma das bruxas mais poderosas, fugir não parece certo nesse contexto. — a Hibbins riu quando a prima revirou os olhos.

— E o que seria certo? Ficar em Salém e assistir enquanto mamãe arranca meu coração? Obrigada, mas não. E isso — gesticoulou para a escuridão da noite. — não parece ser nada mau.

Um pouco mais a frente, a placa de Bem vindo à Beacon Hills chamava atenção das bruxas. Honora riu, levando Vita a arquear uma sobrancelha.

— O que foi? Você disse que era seguro.

— Eu sei, fica calma ok? — a mais velha se afastou do carro, dando alguns passos para ficar em frente da prima. — Vai por mim, Vita, está tudo bem. Você vai passar uma temporada aqui, em uma cidade segura, enquanto eu — apontou para si, um sorriso debochado nos lábios. — darei uma de arrependida e voltarei para aquele clã louco. Porém, preciso te avisar que se um deles aparecer com a cabeça arrancada, não me responsabilizarei.

A Waterhouse deu de ombros, girando a chave do carro. Honora e ela haviam chegado à Beacon Hills naquela noite, deixando Zora sozinha com o clã de bruxas iniciantes. Na verdade, a jovem Hibbins não havia reclamado, ela era uma pessoa de fazer amizades. Além do mais, Zora definitivamente poderia se defender sozinha. Isso e a ordem de Honora para deixá-la em paz — depois de muita persuasão por parte de Vita.

Depois de tudo, finalmente ela estava ali: onde o começo de sua sobrevivência se iniciava.

— Precisa colocá-los uns contra os outros.

— Isso é fácil. A parte difícil é segura-los por muito tempo. — a bruxa mais velha encarou a jovem seriamente. — Você precisa ficar escondida, e muito bem, diga-se de passagem.

A jovem assentiu, perdida em pensamentos. Honora tinha razão, mas estava esquecendo do principal:

— Esqueceu da parte em que eu descubro sobre como Esther fará para trazer as bruxas de volta.

— Arrancando seu coração? — a Hibbins a questionou, irônica.

Vita a encarou, sua expressão frustrada. Honora riu.

— Isso eu sei. Quero descobrir que tipo de ritual, feitiço ou qualquer outra coisa que possa traze-las de volta, Esther fará. — Vita a encarou, sua agitação evidente. — Há séculos as bruxas veem sendo mortas, hoje em dia não existe tantas como antigamente. Mamãe e papai estão disputando o poder, no mesmo momento em que um levante dos mortos está prestes a acontecer. E tudo isso só acontecerá se o meu coração for sacrificado. — a raiva era clara em sua voz. — Pense, Honora. Eles estão convocando todas as bruxas e ainda assim, não é suficiente. Quando se fala em poder, números são significativos. Como em uma eleição política, Esther e Fergus precisam de bruxos ao seu lado.

Honora digeriu as palavras, deixando -as a atingirem.

— E já que seus pais estão disputando poder, a família que levantar mais bruxos o leva. — os olhos de ambas se encontraram, em entendimento. — Quem conseguir seu coração primeiro, comanda o mundo das bruxas.

Mais tarde, Vita poderia se arrepender por compartilhar aquela informação. Talvez mais cedo do que pensava, já que nos olhos de Honora, Vita reconheceu uma pontinha de ganância.

— Nenhum dos dois conseguirá. Eu os pararei antes disso, e você vai me ajudar.

Honora piscou, sorrindo em seguida.

— Claro que sim, prima. Te trouxe até aqui, hã?

A Waterhouse sacudiu a cabeça, abrindo a porta do carro. Ela logo entrou no banco do motorista.
Honora se inclinou na janela.

— Volte para New Orleans e pegue Zora. Depois, vão para Salém e comece a brincadeira.  — a mais nova comandou, ligando o automóvel.

— Brincarei com a cabeça de cada um deles, não se preocupe. Enquanto isso, é melhor você se apressar, seu coração pode parar de bater a qualquer momento. — a Hibbins sorriu descaradamente. — Literalmente.

Vita Waterhouse grunhiu, acelerando o carro para a dentro da cidade.

O sorriso de Honora Hibbins se alargou à medida que o Porsche cinza se afastava. Vita nunca aprendia a lição.

Sozinha na escuridão da noite, parada na entrada da cidade que há muito não visitava, Honora se sentiu feliz. Mais feliz do que se sentira desde que saira de Salém. Contudo, a vida era uma caixinha de surpresas: era para lá que a bruxa estava voltando. No mesmo lugar que seu sofrimento começara.

Honora daria um novo significado para a famosa frase caça às bruxas. 


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Notas finais do capítulo

Vita Waterhouse chegou oficialmente em   Beacon Hills. Muita treta vem pela frente rs . Eu amo muito a Honora e esperem pela participação dela porque essa bruxa será essencial na fanfic.
Comentários, dúvidas e críticas são bem vindas! Até o próximo, um beijo ❤



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