The Death Witch escrita por Miss De Lua


Capítulo 2
01. The witch's revenge


Notas iniciais do capítulo

Oioi, anjos! Primeiro capítulo sendo publicado. Espero que gostem, boa leitura!

* Notas finais são importantes *



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— Minha irmã é uma ladra! Alguém chame a polícia.

Vita revirou os olhos, fechando a porta do carro com força. Ao se virar, viu Zander parado na entrada da garagem, com um cigarro entre os dedos e um sorriso debochado no rosto.

Você não deveria estar hipnotizando alguém? — a bruxa alfinetou, cruzando os braços.

Zander riu, sendo envolvido pela fumaça do cigarro. Ele caminhou para dentro da garagem, se pondo ao lado dela, escorado na porta do porsche cinza.

— Isso eu farei mais tarde. Por hora, quero saber o motivo da senhorita esperar todos saírem de casa para roubar o meu lindo carro.

Isso foi uma pergunta? o irmão deu de ombros, lhe oferecendo a droga ilícita. Vita negou.   Porque não sou obrigada a responde-la. E não, eu não estava roubando seu lindo carro.

Ambos se encararam, com o mais velho suspirando ao apagar o cigarro. Ele estava com aquela expressão que Vita conhecia bem, a mesma que só usava quando o assunto era extremamente sério. Ela sabia que estava muito enrascada.

Só confirmou sua teoria quando ele deixou claro seus pensamentos:

Você sumiu na festa, ontem. Logo depois apareceu e estava muito sociável com nossa família. Então, hoje, espera todos saírem para roubar meu carro. os olhos do irmão estavam cravados nos dela, com desconfiança. Preciso mencionar a parte em que suas roupas sumiram misteriosamente do guarda-roupa?

Você está me vigiando!

Estou sim, não nego. Principalmente pelo fato de você ainda estar tentando controlar seus poderes. seu tom era duro, algo que ela havia visto pouquíssimas vezes. O que diabos está pensando, Vita? Você socializou com Cyra e Casimir, ontem!

A bruxa riu amargamente, engolindo todo o veneno que desejava despejar na cara do irmão. Por que era tão difícil se manter neutra?

Já parou para pensar que talvez eu esteja querendo fazer as pazes?

Zander riu histericanente.

Não está, não. Nossas famílias se odeiam! Aliás, se eu não fosse seu irmão, tenho certeza que você me mataria. ela abriu a boca, indignada. Assim como tenho certeza que você está fugindo. Por que?

Porque minha família quer me matar! Porque você não irá impedi -los.

Era tudo o que a jovem gostaria de dizer, porém, se conteve. Olhando para o irmão naquela garagem, tudo que fez foi sorrir serenamente e dizer:

Preciso fazer algo. E se eu não for agora, não farei nunca mais.

Zander pareceu entender. Mais do que isso, ele realmente pareceu entender o que ela dissera e o que aquilo significava. Teria ele sacado que Vita havia os escutado?

Então, o que caralho,você ainda faz aqui?

Vita riu em meio a tristeza. Sabia que dali por diante, tudo que ficasse para trás seria seu inimigo. Inclusive seu irmão. A única pessoa que ela amava naquela casa e que a entendia.

Sem pensar, Vita se atirou em seu braços, o surpreendendo. Após o choque, Zander envolveu seus braços envolta da menina, beijando seus cabelos.

Você não pode contar à eles.

Mas olhando nos olhos da irmã, ele poderia ver o que realmente ela queria dizer: não me traia.

Zander riu, bagunçando os cabelos da jovem.

— Eu sou seu irmão, o que reforça minha decisão de não te trair.

Vita suspirou, se soltando do abraço. Ela levantou a mão, com o feitiço na ponta da língua, quando a porta do carro se abriu.

Olhando para o lado, viu Zander com a mão levantada e um sorriso na face.

— Você ainda está em treinamento, Pythonissam.

Vita sorriu, acenando com a cabeça. Ela entrou no carro, se ajeitando no banco do motorista. Suas malas já estavam lá. O motor foi ligado.

— Espero que encontre o que procura, Vita.

Olhando pelo retrovisor do carro, viu Zander com uma expressão séria. Ele realmente sabia o que ela estava prestes a fazer e mesmo assim não a impedira. Contudo, quanto tempo demoraria para ele mudar de ideia?

A garota  lhe lançou um sorriso radiante.

— Eu vou, e quando conseguir, talvez você mude de ideia.

A bruxa acelerou o carro, se dirigindo para fora da garagem. Zander balançou a cabeça em negativa, sabendo que nada daquilo acabaria bem.

Quando estava fora da propriedade dos Waterhouses, Vita suspirou, se sentindo um pouco histérica. Havia conseguido passar pelo primeiro obstáculo, entretanto, ainda havia mais. Neles, buscar Zora e sair de Salém estavam incluídos. O problema maior era: viajar até New Orleans e conseguir a proeza de não ter a porta fechada na cara quando Honora a abrisse.

                                ☪

— Você realmente não vai me dizer o que está acontecendo?

Pela terceira vez em meia hora, Vita respirou fundo para não gritar com a prima. Zora poderia ser um ano mais velha, mas isso não a fazia mais madura. Não mesmo.

— Eu já disse, Zora! Estamos fazendo uma visita à Honora, e de quebra, faremos você ganhar a confiança dela.

Mas Zora era mais esperta e mais teimosa. A bruxa da telecinese poderia vencer uma discussão sem precisar se esforçar muito. Tendo isso em mente, declarou:

— Escondidas? Porque tive que mentir para mamãe e desteto isso! Aliás, Honora irá pirar quando me ver.

Mas a prima ignorou-a, continuando a procurar a casa certa. New Orleans poderia ser definida como rústica, pelo menos, a parte onde se encontravam.

A viagem até ali tinha sido longa, com Zora tagarelando sobre o quão louco aquilo era. Por um momento, Vita quis lhe contar toda verdade, mas isso incluiria lhe dizer sobre o real motivo de visitarem Honora: ela precisava de algum lugar para ficar enquanto planejava sua volta para casa. Mas isso apenas quando tivesse como garantir que seu coração não seria arrancado.

— Acho que é aqui.

Ambas bruxas pararam, fitando a construção antiga em que Honora morava. Vita respirou fundo, erguendo a cabeça orgulhosamente, pronta para incorporar a prima afetuosa.

Sem esperar por mais nada, a Waterhouse subiu os degraus de pedra, batendo logo em seguida na porta de madeira que não levaria muito tempo para desmoronar de tão antiga.

Zora se apressou para ficar ao seu lado, o rosto contorcido em uma expressão nervosa. Coitada, as coisas não seriam fácies para ela.

Um minuto depois, a porta foi aberta por uma Honora Hibbins pálida, que não parecia muito bem.

— Nora?

Os olhos da mulher se fixaram em Zora quando a mesma avançou, espantada pela aparência da outra. Honora recuou, antes que sua expressão se tornasse furiosa e se adiantasse para fechar a porta.

Entretanto, Vita fora mais rápida. Ela passou por Zora, se lançando na porta, empurrando Honora na parede.
O barulho ecoou e a Hibbins mais nova gemeu, insatisfeita.

— Nós viemos conversar!

—  Eu não tenho nada para falar com as vadias de Fergus.

Vita pressionou mais a prima contra a parede, a encarando com o que Zander chamaria de cara de vadia.

Escuta. — seus olhos azuis encontraram com os castanhos esverdeados de Honora. — Só viemos conversar, ok? Não há necessidade de chamar atenção do seu clãzinho. — A bruxa mais velha se acalmou aos poucos. Vita respirou fundo. — E não, papai não nos mandou aqui. Muito menos mamãe.

A Hibbins mais velha assentiu, relutante. Vita a soltou, dando dois passos para trás. Zora apareceu ao seu lado, encarando Honora tristemente.

— Sinto muito.  Vita deveria ter sido mais sutil. — acusou-a, ganhando uma careta da mesma.

As três bruxas se encararam. Honora sacudiu as mãos, fazendo fogo aparecer entre elas. Uma expressão triunfante surgiu em seu rosto, o que poderia ter causado medo em Vita. Mas não causou.

— Então, vamos fazer uma reunião familiar?

Zora e Honora Hibbins encararam a prima, como se a mesma estivesse louca. Dando de ombros, a Waterhouse passou por ambas, entrando no corredor sombrio.

Honora encarou a outra bruxa, o desprezo evidente em seus olhos.

— O que você ainda está fazendo, aí? —  resmungou a bruxa mais velha, gesticulando para que ela seguisse Vita.

Zora assentiu, caminhando na direção   indicada. Mais à frente, Vita assobiava baixinho, não querendo se meter nos assuntos das primas.

—  Você está bem? —  a voz baixa de Zora pareceu irritar ainda mais a outra.

— Estou, ótima. Não que seja da sua conta.

Vita caminhou mais rápido, querendo de afastar dali. Não era problema dela.

— Sou sua irmã, Honora.

A bruxa riu, o fogo ainda aceso em suas mãos. Se havia algo que a Hibbins deveria ter orgulho, era seu poder: pirocinese.

Mirando as chamas com intensidade, Honora riu amargamente. 

— Meia-irmã, Zora. O que não significa que eu me importe com você.  Não se ofenda, na verdade, eu não me importo com ninguém em nossa família. Fabuloso, não?

Mesmo sem querer, Vita ainda as escutava e sem sombra de dúvida, precisava mudar a opinião de Honora. Ou então, fazê-la se importa um pouco com si. Era isso ou ter que voltar para sua casa e se entregar de bandeja à morte.

                                   ☪

Honora Hibbins era uma rebelde que desertara da família depois que descobrira algo. Desde então, vivia no subúrbio de New Orleans, comandando um clã de bruxas iniciantes. Bruxas fracas, Vita precisava ressaltar.

Após terem passado pela sala, onde algumas garotas tentavam não incendiar os móveis, as três seguiram para as escadarias que levavam ao quarto de Honora.

— Talvez seja melhor se você ficar aqui, por enquanto.

Zora piscou, aturdida. Honora levantou uma sobrancelha em questionamento, enquanto Vita assumia uma expressão culpada.

— Por que? — o tom confuso da bruxa só deixava tudo mais constrangedor.

As minis bruxas encaravam a cena, interessadas.

— Preciso de um momento com sua irmã.

Meia-irmã.

— Tanto faz. —  Vita segurou as mãos de Zora, as apertando em um gesto reconfortante. — Confia em mim, por favor.

Talvez fosse a estima que Zora tinha por Vita, ou o fato de ambas serem amigas além de primas. Seja lá o que fosse, fez a Hibbins assentir, com a testa franzida em confusão.

A Waterhouse não perdeu tempo, sorrindo fracamente antes de subir as escadas. A Hibbins mais velha a acompanhou.
Quando a mesma parou em frente a uma porta e moveu a mão, Vita soube que era aquele quarto. A porta se abriu devido a magia.

— Você andou praticando.  — a mais nova zombou, adentrando o quarto.

Honora riu, entrando em seu quarto e se jogando na cama. Tudo poderia ser normal se não fosse pelo sangue dentro da bacia, perto da janela.

Vita se abaixou, encarando o líquido carmesim. Olhando com mais atenção, viu um pedaço de pele do animal sacrificado.

— Magia Negra? Uau!

— Não precisa fingir surpresa, isso é muito normal nesse lado da cidade. — a bruxa da pirocinese se ajeitou na cama. — Agora, vamos ao ponto: por que você está aqui?

Vita deu de ombros, se levantando. Ela não poderia mentir: a magia negra da prima havia a chocado. Em Salém, coisas assim não era permitidas.
Voltando sua atenção para Honora, resolveu abrir o jogo:

— Não sei porque você fugiu anos atrás, mas eu te entendo. Estou fazendo o mesmo, porque... — ela respirou fundo. Era difícil dizer aquele tipo de coisa sem deixar seu ódio assumir. — eles querem me matar. Serei a porra de um sacrifício após a decisão de quem ficará no comando das bruxas.

Honora Hibbins gargalhou, saboreando a notícia. Vita fechou as mãos em punho, controlando sua raiva. Era humilhante demais!

— Me deixe ver se entendi: nossa família quer matar a garota de ouro? — a descrença estava mascarando a ironia. — E aí, você fugiu, vindo me procurar porque achou que eu poderia ajudar? Meu Deus, você está usando Zora! Sempre soube que por debaixo dessa carinha bonita existia uma verdadeira cobra.

— Você vai me ajudar ou não?

A bruxa pareceu pensar, enquanto obsrvava a prima parada, a raiva irradiando.

— O que eu ganho com isso?

— Eu tenho um plano. — Vita caminhou até ela, se sentando ao seu lado, lentamente. — Não vai demorar muito para nossas famílias entrarem em uma verdadeira guerra. Hibbins contra Waterhouses. Eles precisarão de todos e isso, minha querida prima, inclui você. — as mãos da jovem avançaram para o pulso da outra, onde havia sete estrelas negras tatuadas. Vita sorriu cruelmente. — Eu ainda tenho tempo, posso encontrar um lugar seguro para ficar enquanto eles lutam pelo comando. E se tivermos sorte, todos se destruirão antes de alguém vencer essa guerra.

Honora absorveu as palavras da prima. Era algo a se pensar e Vita sabia que a ela estava considerando. Porque quando se vivia renegada por todos, a única coisa almejada é o retorno violento.

Honora Hibbins estava esperando por aquilo à muito tempo.

— E não é que a bruxinha é inteligente? — riu, livrando seu braço do toque da outra. —  Bem, Vita, devo dizer que eu gostei do plano. Mas faltou a parte em que eu volto, alimento o ódio de todos e vejo o circo pegar fogo?

— Um verdadeiro cavalo de tróia.  — a mais nova sorriu, seus olhos disparando para a bacia banhada em sangue. — Você terá que aguenta-los, Honora. Precisará destruir de dentro para fora.

— Isso eu posso fazer. A questão é: você vai conseguir se manter impassível enquanto vê sua querida família ser dilacerada?

Vita cravou as unhas na palma de ambas mãos. Ela conseguiria?

— Eu sou muito mais forte que isso. Eu sou maior do que o meu corpo. Eu sou mais fria do que esta casa. Eu sou mais cruel que meus demônios. Eu sou maior do que estes ossos.

Honora assobiou, batendo palmas em zombaria. Vita suspirou, desviando os olhos do indício de magia negra.

— Você ainda precisa de um lugar para se esconder. — sua prima a lembrou.

— Então você aceita? — a Hibbins revirou os olhos, assentindo com a cabeça. Vita sorriu. — Ok, conhece algum lugar seguro?

Vita Waterhouse sabia que não deveria confiar em ninguém que carregava o mesmo sangue que corria em suas veias. Ao contrário, ela deveria desconfiar. Porém, isso não a impediu de escutar Honora Hibbins:

— Tem um lugar, sim. Já ouviu falar de Beacon Hills?


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Notas finais do capítulo

Primeiro capítulo repleto de informações. Fiquem atentos à cada detalhe e desconfiem de tudo rs.
  Algumas coisas podem parece    confusas agora, mas eu juro que tudo será esclarecido. Assim como o poder de cada  um. Queria deixar claro que explicarei a história da família da Vita aos poucos, assim como funciona a magia de cada   bruxo. Sim, tem uma história de fundo para isso.
Não sei se repararam, mas uma das últimas falas da Vita é um trecho da música Control, da Halsey.
Comentários, dúvidas e críticas são bem vindas! Até o próximo, um beijo ❤



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