O Portal escrita por LeniVasconcelos


Capítulo 9
Decisão dos Pevensie




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Rainha Lúcia era a mais nova dos quatro reis de Nárnia e a que havia mais acreditava em seu mundo. Lembrava vagamente de sua infância, mas sabia que insistiu a seus irmãos a existência de Nárnia. O motivo, não sabia. Não… lembrava.

A rainha mais cobiçada dos reinos, pela sua educação e destreza, Rainha Lúcia havia diversos pretendentes dos mais variados reinos que vinham visitá-la para desposá-la. Contudo, a Rainha não queria, pois teria que sair de Cair Paravel para reinar em outras terras.

Por isso, recusava qualquer proposta de casamento. Não gostaria de sair de sua posição. Gostava de seu reinado, e acreditava que Grande Rei Pedro era o melhor comandante que já existiu.

Ao contrário de Rainha Susana, era guerreira feroz: liderava exércitos junto com seus irmãos, Grande Rei Pedro e Rei Edmundo, enquanto Rainha Susana ficava no castelo. Quase um mês antes, havia comandado um exército juntamente com Rei Edmundo para travar uma batalha contra o Príncipe Rabadash, protegendo um aliado de Nárnia, Arquelândia.

A Rainha, apesar de ser muito amável com todos que o cercam, ela confiava apenas em seus irmãos e seu amigo e conselheiro real, Sr Tumnus.

Ela o chamou para conversar alguns dias após o encontro com Danna
no corredor.

— Sr Tumnus, meu querido amigo.

— Vossa Majestade Rainha Lúcia! A que devo as honras?

— Vistes Aslam estes dias?

— De maneira alguma, minha Rainha.

— Srta Danna disse que Ele apareceu para ela.

— Isso seria impossível! Aslam não aparece para ninguém mais.

— Citou algo de sua magia e da Feiticeira Branca.

— Vossa Majestade, creio que seja um aviso indireto de Aslam para convosco.

Rainha Lúcia pensou no que Sr Tumnus disse por muito tempo antes de falar qualquer coisa para alguém. Quando resolveu finalmente alertar seus irmãos, ouviu todas as tropas de Nárnia rondarem o castelo. Estava acontecendo algo.

Rei Edmundo ordenou às tropas protegerem toda Cair Paravel após o ataque de Fildus, para segurança dos Reis, Rainhas e todos os moradores do castelo.

A Rainha Lúcia correu diretamente a Sala dos Tronos, à procura de seus irmãos. Achou Grande Rei Pedro e Rainha Susana.

— Meus amados irmãos, Vossas Majestades, o que estás acontecendo?

— Também não sabemos de onde veio as ordens — disse Grande Rei Pedro. — Vistes Edmundo? — perguntou Rainha Susana.

— Em lugar nenhum.

— As tropas não se formariam sem vossas ordens — afirmou Grande Rei Pedro.

Neste mesmo momento, Rei Edmundo entra na Sala dos Tronos com Danna. Rainha Susana logo falou:

— Meu querido irmão, onde estavas!? O que está havendo? Nossas tropas cercam o castelo!

— Fildus está aqui — cortou Rei Edmundo antes que alguém o opusesse.

Os três irmãos calaram-se imediatamente. Rainha Lúcia ficou completamente imóvel e sem respirar por um tempo antes de dizer:

— Como não nos contaste, Edmundo!? Isto é um problema tão grave para ti quanto para convosco!

— Fildus colocara Srta Danna como minha refém. Fiz o que tinha que ser feito.

— Não nos avisaste! — disse Grande Rei Pedro.

— A culpa foi inteiramente minha, Vossa Majestade — disse Danna em voz alta.

— Não precisas acobertar meu irmão, Srta Danna. — disse Grande Rei Pedro.

— Mas eu não estou acobertando. Acabamos de chegar do ocorrido e Rei Edmundo imediatamente tomou a decisão de protegê-los.

O Grande Rei Pedro parou de falar. Ela sabia argumentar muito bem e usava as palavras com sabedoria. O Grande Rei encarou com severidade seu irmão, que devolveu o olhar com a mesma intensidade.

— Danna precisa de aulas de defesa. Ela não pode andar desarmada —  disse Edmundo finalmente depois de um longo silêncio.

— Ela acabou de chegar em Nárnia.

— Faz duas semanas que a recebemos aqui. Vossas Majestades precisam considerar por Fildus. Ela deve saber quem é o homem e uma forma de se defender para não ser refém novamente.

— Pela juba do Leão, meu caro irmão! Como consegues? — disse Rainha Susana dando uma leve risada nervosa.

— Apenas assumindo o nome que me deram quando fui coroado.

Rainha Lúcia pensou nos tempos em que não sabia lutar tão bem e precisava de seus irmãos para defendê-la. Não achava justo Danna não ter o mesmo ensinamento que ela recebeu.

— Eu apoio a defesa de Danna! Ela também defende nosso povo — disse a jovem Rainha.

— Eu não tenho alternativas se não concordar com Vossas Majestades — disse Grande Rei Pedro.

— Digo-lhe o mesmo — disse Rainha Susana.

O Rei Edmundo fez uma reverência aos seus irmãos e saiu da sala com Danna. A Rainha Susana logo comentou:

— Acho que Edmundo está se apaixonando, meus caros.

— Tenhas certeza disso. Ainda que seja por amor, ele fez sua parte — disse Rainha Lúcia.

— No que se referes, minha irmã? — perguntou Grande Rei.

— De Fildus, obviamente. Ele protegeu o castelo por nós.

— Está honrando seu reinado —  concordou o irmão.

— Precisamente. Vamos começar logo os preparativos para os treinos.

— Estás defendendo Edmundo agora? — disse Rainha Susana de modo sarcástico.

— Estou defendendo Danna, minha querida irmã. Ela chegou em Nárnia tão leiga quanto nós. Não merece ficar desarmada ou presa no castelo.

Houve um silêncio incômodo nos minutos que se passaram. Rainha Susana sabia que sua irmã estava certa. Quando chegaram em Nárnia, eram apenas adolescentes perdidos não sabendo do que se tratavam essas terras. Aprenderam a lutar com os narnianos para a batalha contra a Feiticeira Branca.

— Ela contou-me sobre seu sonho com Aslam — disse finalmente Rainha Lúcia quebrando o silêncio.

Grande Rei Pedro arregalou os olhos.

— Como ela vê Aslam e nós não?

— Ainda não sei, meu excelso irmão. Mas gostaria de descobrir a origem de sua magia assim como ela gostaria de saber da Feiticeira Branca e nosso passado.

— Igualmente. Chame Sr Tumnus e peça para trazê-la amanhã.

— Sim, meu adorado irmão.

    No dia seguinte, os reis se reuniram a Sala do Trono para conversar a respeito de Danna antes que a mesma entrasse no Salão. Perguntaram sua origem, o que fazia e o que Aslam havia falado para ela antes dela perguntar a história de Nárnia. Rei Edmundo parecia aéreo e não prestava muita atenção no que estava ocorrendo. Grande Rei Pedro o alertou:

— Vossa Majestade, meu irmão, gostaria de fazer alguma pergunta a Srta Danna?

— Não, senhor. Gostaria de fazer o pedido que prometi a moça.

— Qual seria?

— Uma nova acomodação e a antiga virar seu escritório com suas… poções.

Seus irmãos encararam-no antes de Grande Rei Pedro dizer:

—  Perfeitamente. Sr Tumnus irá acomodá-la num novo aposento agora.

O sátiro apresentou-se ao lado de Danna assim que ouviu seu nome. Fez uma reverência e foi acompanhado por Danna.

    O Grande Rei Pedro começou a dizer:

— Vossas Majestades, temos que organizar os preparativos para os treinos esta tarde e começar logo pela manhã.

— Sim, meu adorado irmão. Falarei com meus melhores arqueiros imediatamente. Com vossa licença... —  disse Rainha Susana, antes de fazer uma reverência e sair da Sala.

— Eu mesma ensinarei a batalhar. Irei descansar em meus aposentos, senhores —  disse Rainha Lúcia

— Do mesmo modo, farei como Vossa Majestade, minha irmã — concordou Edmundo.

A Rainha retirou-se após fazer uma reverência aos irmãos.

— Não saia agora, senhor. Precisas controlar-se perante esta dama —  alertou Grande Rei Pedro.

— O que estás querendo dizer, meu irmão?

— Vejo-te cegamente apaixonado por ela, meu caro.

— Não estou, Vossa Majestade. Só és boa para o nosso reino.

— Certamente, apenas não deixe-se influenciar por ser ela.

— Faria-lhe o mesmo se fosse qualquer outra pessoa, meu irmão. Não te preocupas. Não precisas comandar até o que eu sinto por uma mulher.

    Rei Edmundo levantou e saiu da sala sem reverenciar ao irmão.


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