Acoustic Flowers escrita por Cactus Stories


Capítulo 1
Acoustic Flowers


Notas iniciais do capítulo

Um presente que eu prometi que faria pra CPP e só agora tá saindo, kk me perdoa.

Espero que gostem ♥



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AU Florista X Artista de Rua

https://www.youtube.com/watch?v=9lejDw3dtsw

Rapunzel se preparava para abrir sua pequena floricultura pela manhã, abriu as portas do local, inspirando alegremente, o aroma de diversas flores entrando em seus pulmões, fazendo-a sorrir.

Entrou na pequena loja, arrumando os vasos nas prateleiras, abrindo todas as cortinas para deixar a luz entrar, pegando sua garrafa spray e começando a regar as plantas, cantarolando enquanto trabalhava.

Assim que terminou, Rapunzel seguiu para sua cadeira, atrás do balcão e da caixa registradora, esperando que alguém entrasse no estabelecimento.

Algum tempo depois suas preces foram atendidas, e um garoto moreno entrou na loja, olhando em volta, distraído.

— Bom dia, como posso ajudá-lo? – sorriu, fazendo o garoto se virar para a mesma.

— A-Ah, claro... – coçou a nuca, envergonhado. – Estou pensando em chamar minha melhor amiga para sair, mas preciso de alguma coisa que ela realmente goste.

— Certo, você sabe a cor preferida dela?

— Definitivamente verde. – respondeu, olhando em volta. – Mas acho que azul ficaria em segundo.

— Talvez eu tenha algo certo pra você. – acompanhou o garoto até um canto da loja. – Essas são as flores azuis que eu tenho. Amor-Perfeito, Lisianto Azul, o que eu na verdade considero mais um tipo de roxo, e Delphinium.

“Delphinium é ótima pra fazer coroas de flores, porque o cabo é grande o suficiente para dar a volta na cabeça da pessoa sem que precise trançar nada. Eu acho que ela vai gostar, mas quando que você planeja entregar essas flores?.”

— Agora mesmo, na verdade, preciso correr! – exclamou, checando o horário no celular. – Quanto que custaria essa coroa de flores?

— Cinco dólares e cinquenta centavos.

— Certo. – estendeu o dinheiro para a garota, que contou, guardando a nota e as moedas no bolso do macacão que usava.

A loira pegou um dos vasos, cortando uma parte da planta e prendendo-a num círculo, formando uma coroa de flores. Entregou-a para o moreno, que sorriu, os olhos verdes se estreitando de uma maneira adorável.

Observou o garoto sair da loja, pegando a guia do cachorro preto, que esperava na porta da loja, e correndo na direção do parque próximo à floricultura. Rapunzel estava voltando para sua cadeira no balcão, quando pode ver um garoto, mais ou menos da sua idade.

Seu cabelo era platinado, sua pele era pálida de uma maneira que fez a garota cogitar se o mesmo era albino. O garoto trazia um banco de madeira e um microfone, juntamente com um violão e uma pequena caixa de som.

Agora, não me leve a mal, mas Rapunzel não era a maior fã de caixas de som. Sempre que alguém parava com uma dessas na frente de sua floricultura, a música que tocavam era algo repetitivo e pervertido, o que levava à discussão entre a loira e a pessoa que estivesse tocando a música.

Porém, a florista resolveu dar uma chance ao garoto, por mais que o mesmo possuísse um ar travesso, “Que mal há dar uma chance ao coitado? Provavelmente precisa de dinheiro.”. Apoiou-se no batente da porta e aguardou, enquanto o platinado terminava de montar seus equipamentos, deixando uma pequena caixa de madeira em sua frente.

E então, o garoto sentou-se no banco, colocando o violão no colo e afinando o objeto com uma delicadeza impressionante. Plugou seu microfone na caixa de som, respirando fundo e tocando os primeiros acordes.

“I’m at a payphone trying to call home,

all of my change I spent on you.

Where have the times gone, baby it’s all wrong,

Where are the plans we made for two.”

O garoto cantava de olhos fechados, aproveitando cada estrofe da música. Tanto que só percebeu a presença da loira quando terminou de tocar, assustando-se, praticamente caindo do banco em que se apresentava.

— Voz bonita. – Rapunzel sorriu, estendendo a mão para que o mesmo apertasse. – Eu sou Rapunzel, Rapunzel Corona. Sou dona dessa floricultura.

— Jack. Jack Frost. – apertou a mão da garota. Suas mão eram frias, condizentes com seu nome, o que fez a garota dar um riso abafado. – Quer que eu saia da frente da sua loja, certo?

— Não, não. Você canta bem, seria legal ter algo animando a loja. – voltou a se apoiar no batente da porta. – Só peço que você não toque nada muito pesado, gosto de uma atmosfera mais calma. Aliás, obrigada por censurar os palavrões da música original, fica bem melhor sem eles.

— Oh, obrigado. – um leve vermelho subiu até as bochechas do platinado, que segurou o violão com um pouco mais de força. – A senhorita sugere alguma música em especial?

— Você sabe tocar Counting Stars? – perguntou, curiosa.

— Se eu sei? É minha música preferida! – exclamou, começando a tocar os primeiros acordes.

Algumas pessoas se aproximavam para deixar algum dinheiro na pequena caixa de madeira, aproveitando e entrando na loja de Rapunzel para ver as flores. E assim, a rotina dos dois jovens adultos estava selada.

Rapunzel abria sua loja por volta das dez da manhã, regava as plantas, abria as cortinas e alimentava os pássaros na frente da loja. Jack chegava normalmente às onze e meia, arrumava suas coisas e começava a tocar. Mais ou menos meio dia e meia, a loira saía da loja para comprar algo para almoçar, voltando sempre com um sanduíche e uma bebida para Jack, que fazia uma pausa para comer e conversar com a amiga.

As semanas foram se passando, tornando-se meses, e os dois ficavam cada vez mais próximos. Agora eles revezavam para comprar o almoço, sempre sentando juntos na calçada em frente à floricultura para aproveitar seus lanches.

Em uma dessas ocasiões, Jack resolveu tentar levar para frente o que poderia ser o começo de um romance.

Era uma tarde fresca de primavera, a loja estava fazendo sucesso, Jack já havia conseguido um bom dinheiro com suas apresentações. Por volta de umas sete da tarde, Rapunzel se preparava para fechar a loja, quando o platinado se aproximou, sorridente, pegando uma das flores e estendendo para a garota.

Uma flor para outra flor. – disse, fazendo a loira rir. – Ei, eu tô falando sério! Não ri das minhas tentativas de flerte não, garota!

— Jack, essa flor já era minha. – pegou a flor da mão do garoto, colocando-a de volta com as outras. – Vamos logo, eu preciso fechar a loja.

Saíram, a loira trancou a porta, Jack deixava boa parte de seu equipamento guardado na loja, para não precisar carregar tudo aquilo todos os dias. Levava apenas seu violão nas costas, levantando as mangas do moletom azul que usava em quase todas as estações.

Preparou-se para se despedir da loira, ainda envergonhado pela tentativa falha de flerte, quando a mesma se virou para ele, vermelha.

— Se quiser tentar flertar comigo de novo, eu estou livre na sexta. Que tal irmos para o café aqui perto? – sugeriu, fazendo o garoto sorrir.

— Claro, te encontro lá às cinco. – beijou a bochecha da loira, se virando para ir embora, deixando a garota boquiaberta na frente da loja.

— Ok...

Eram quatro e cinquenta e Jack já estava sentado em uma das mesas do café, o cardápio em suas mãos enquanto esperava pela amiga. Quatro e cinquenta e cinco, Rapunzel entrou no local, usando um vestido cor de rosa com diversas flores diferentes na sua estampa. Jack riu, a loira trazia uma luz para todo lugar em que ia.

— Jack! – acenou para o amigo, andando até a mesa onde o mesmo se encontrava. – Esperou muito tempo? Eu espero que não, me esforcei pra chegar no horário, mas a corrente da minha bicicleta arrebentou, então tive que vir de ônibus e-

— Punz, relaxa, você tá adiantada. – riu, entregando o cardápio para a garota. – Escolhe o que você quiser, eu pago dessa vez.

— Jack, não precisa, eu trouxe meu dinheiro sério. – começou a folhear o cardápio. – Acho que vou pegar panquecas de frutas vermelhas com mel, e um copo de chá matchá. E você?

— Um pedaço de torta de maçã e um chocolate quente. – sorriu com a animação da menor, andando até o balcão e fazendo os pedidos.

Voltou para a mesa, onde Rapunzel rabiscava em um caderno, que havia tirado de sua mochila. A maioria dos desenhos eram flores, mas alguns deles eram mais parecidos com pessoas, Jack não conseguia enxergar bem de onde estava.

— Seus desenhos de flores são muito bons. Já pensou em ser tatuadora? – perguntou, curioso.

— Eu não acho que daria muito certo. – riu, olhando para o loiro e fechando o caderno, cuidadosa. – Não tem como apagar, eu ficaria nervosa e erraria as coisas com muito mais facilidade.

— Olha, eu faria uma tatuagem de alguns dos seus desenhos. – sorriu. – Posso ver eles? Meu amigo Hiccup desenha também, principalmente a namorada dele, Merida. Não consigo passar mais de três folhas do caderno dele sem ver um desenho dela ou do cachorro dele.

— P-Pode, claro... – Rapunzel entregou o caderno para Jack, hesitante. – Comecei esse caderno há uns 4 meses.

Jack começou a folhear o caderno. Além de diversas flores, havia também desenhos de clientes fixos da floricultura, da loja de antiguidades do outro lado da rua e, surpreendentemente, uma boa quantidade de desenhos de si mesmo.

No primeiro desenho, Jack estava de costas para a desenhista, tocando alguma música qualquer em seu violão, com algumas crianças em volta. No segundo, ele estava de perfil, provavelmente sentado ao lado da loira, rindo de alguma coisa aleatória. A luz alaranjada do sol se pondo iluminava seu rosto sorridente.

Os outros desenhos eram basicamente a mesma coisa que o primeiro, Jack sentado em seu banco, tocando para as pessoas que passavam, Exatamente a visão que Rapunzel possuía de sua bancada.

O último desenho estava pela metade, Jack conversando com a atendente do café, ainda um rascunho, melhor do que qualquer coisa que Jack desenharia na vida.

— São... muito bons. – sorriu, devolvendo o caderno para a amiga. – Fala, eu sou um ótimo modelo, não sou?

— Não é minha culpa eu te ver tanto que já consigo te desenhar de cabeça. – respondeu, corada.

A atendente chegou com os pedidos em mãos, e os dois começaram a comer enquanto conversavam. De vez em quando riam de alguma piada que  o outro havia feito, Jack contava histórias embaraçosas de seus amigos que, segundo ele, Rapunzel precisava conhecer.

A garota elogiava as panquecas, contando sobre a relação com a mãe e sobre seu antigo camaleão de estimação, Pascal, que havia morrido poucos anos atrás.

A conversa fluía sem muitas complicações e, quando os jovens foram ver, já era hora de ir embora. Rapunzel fez menção de tirar a carteira da mochila, para pagar por sua parte, mas Jack a impediu.

— Eu já paguei, boba. – riu, se levantando e indo na direção da saída, ignorando os protestos da loira. – Vamos, eu te acompanho até a floricultura.

— Certo, mas na próxima vez, eu pago.

— Você... quer uma próxima vez? – colocou as mãos nos bolsos do casaco, nervoso.

— Claro que sim, foi divertido. – a garota segurou no braço do mesmo, sorridente.

Andaram em silêncio até a floricultura, Rapunzel já tirava as chaves do apartamento do andar de cima do bolso da mochila, se virando para se despedir de Jack.

— Hoje foi muito divertido, quero conhecer seus amigos qualquer dia desses.

— Pode deixar, talvez eu te chame para jogar RPG com a gente outro dia desses. – riu, dando um beijo na bochecha da amiga. – Boa noite, Punz.

A garota segurou o rosto do platinado com uma das mãos, beijando-o rapidamente antes de se separar, sorrindo.

— Boa noite, Frost. – se despediu, entrando no prédio, deixando um Jack vermelho do lado de fora.

— Eu tô te dizendo, Merida, o Jack finalmente arranjou uma namorada! – Hiccup exclamou, no telefone, ao lado do platinado, que resmungava, com o rosto enfiado numa almofada. – E adivinha só quem é a escolhida? Ela mesma, a garota que me vendeu a coroa de flores no dia que eu te pedi em namoro!

“Finalmente, meu irmão! Até a gente já se resolveu e você aí flertando com a garota como se estivesse no quinto ano do fundamental.”

— Podem por favor parar de falar da minha vida amorosa? – Jack implorou, fazendo carinho em Banguela, deixando o cachorro deitar em seu colo. – Eu ainda nem pedi a garota em namoro, ela vai achar vocês loucos, isso sim.

“Aliás, estou chamando ela pra jogar RPG com a gente esse fim de semana, se vocês derem um piu eu jogo os dois pra fora da minha casa.”

“Vish, okay, estressadinho, fica frio aí!”

— Mais uma palavra e seu namorado morre.

Hiccup riu, voltando a falar com a namorada fora do viva voz, enquanto Jack suspirava. Se dependesse dos seus amigos, até seu casamento já estava arranjado.


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