Outro alguém escrita por Aislyn


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Acabou o desafio de drabbles, posso voltar com as postagens normais -q
Não que tenha muitos leitores, mas é pra não deixar os poucos que tenho perdidos no mundo u.u



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Katsuya mal terminou de contar o acontecido quando Shiroyama começou a rir da situação. O guitarrista definitivamente não servia para ouvinte ou conselheiro, já que não levava muita coisa a sério.

 

— Takeo-san… você não está ajudando… – Katsuya suspirou frustrado, vendo o outro tentar manter a postura séria, mas parecia impossível. Devia saber disso.

 

— Ok, ok… parei. Mas sério, como não tem certeza se ele dormiu com você? Seus sonhos são tão palpáveis assim? – o sorriso de canto teimava em voltar, deixando tudo com um ar mais zombeteiro – E ainda tem essa história do convite. Por que acha que não aconteceu? Você não estava acordado?

 

— Estava! Mas ele falou tão rápido, entre um assunto e outro, que fiquei na dúvida! – a risadinha irritante voltou, fazendo Katsuya se arrepender mais uma vez de ter ido até ali para contar o que aconteceu – Eu pensei que você fosse me ajudar!

 

— E não ajudei? Eu disse que faria Mikaru te procurar. – Takeo estufou o peito, orgulhoso pela sua conquista – O que mais você quer?

 

— Ele colocou essa condição de procurar meus pais… E se eles não quiserem falar comigo?

 

— No seu lugar, se fosse pra trazer o Hayato de volta, eu já estava ajoelhado, pedindo perdão!

 

Katsuya queria levar aquela sugestão a sério, mas era tão difícil acreditar quando a pessoa que se dispôs a ajudar levava tudo aos extremos e fazendo piada…

 

— E falando no demônio… – Shiroyama acrescentou ao ouvir a porta da frente abrindo.

 

— Não acredito que fala assim do Izumi-san! – Katsuya pareceu horrorizado com o apelido, arrancando outra risada do guitarrista.

 

— O que? Ele não é nenhum santo. Pode ter aquele sorriso fofo e a carinha bonita, mas é terrível!

 

— Você parece satisfeito por isso…

 

— Cheguei! Trouxe… – Hayato parou na entrada da sala, o sorriso que era direcionado para o namorado morreu aos poucos ao ver quem o acompanhava – Ah… oi, Katsuya.

 

— Olá! Como vai?

 

— Bem…

 

O silêncio tomou conta do ambiente, quase deixando-o pesado, mas Takeo logo atraiu a atenção, tentando amenizar a situação do encontro.

 

— Neh, Haya-chan, Mikaru foi procurar por ele. Pediu camas separadas e depois foi dormir de conchinha!

 

— É? Que bom pra vocês. – Hayato tentou fingir desinteresse, mas ficou feliz por eles. Os amigos mereciam se entender, contudo, ainda estava chateado pela atitude de Katsuya.

 

— Ele… estava disposto a me ouvir… não tenho certeza se consegui outra chance, mas devo muito ao Takeo-san por isso.

 

— Vou cobrar com juros! – apontou o guitarrista, arrancando outra careta de Katsuya. Era mesmo impossível pedir para que ele levasse algo a sério.

 

Katsuya agradeceu mais uma vez a ajuda, tentando encurtar a visitar, agora que Izumi havia chegado. O vocalista não parecia muito animado em vê-lo por ali e não queria deixar a situação entre os dois mais complicada. Já estava se acertando com Mikaru e, a seguir, iria se desculpar devidamente com o namorado de Takeo, mas tudo a seu tempo. Ele voltaria a ser a pessoa que era antes de toda essa bagunça, ia reconquistar a confiança dos pais e se acertar com os amigos mas, principalmente, com Mikaru.

 

* * *

 

A casa de seus pais nunca pareceu tão assustadora como naquela tarde. Podia ter aceitado a sugestão de Mikaru e ligado para Mayu, pois era mais fácil falar com a irmã do que com os pais, mesmo a menina sendo bem mais nova. Ela teria lhe dito como estava a situação em casa, se os pais estavam bem, se perguntavam por ele ou se ainda estavam chateados com suas atitudes, mas Katsuya não queria fugir mais. Queria enfrentar os pais pessoalmente, caso contrário, como teria coragem de enfrentar o namorado depois? Eram namorados de novo, não eram?

 

Por mais que a conversa tenha terminado de maneira confusa, o pedido de Mikaru era que procurasse os pais, com o convite de morarem juntos caso a conversa não desse muitos resultados. Talvez o empresário tenha dito aquilo justamente para motivá-lo, afinal, mesmo que recebesse uma negativa da família, ainda teria seu apoio. Era errado desejar aquilo, mas uma parte de si queria saber como seria dividirem o mesmo espaço e por um longo tempo. Os amigos já haviam comentado a respeito, mas tinha certeza que viver na pele, um dia de cada vez, seria totalmente diferente.

 

Bateu na porta da frente algumas vezes, ignorando a cópia da chave guardada na mochila. O castigo não havia sido retirado formalmente, então não se sentia no direito de entrar na casa. Não precisou esperar muito e logo foi recebido pela irmã, surpresa num primeiro instante, mas no próximo estava brigando enquanto o abraçava e puxava pra dentro, reclamando porque ele demorou tanto para voltar.

 

— Pensei que fosse voltar quando seu castigo terminasse, mas mamãe disse que você estava gostando de morar sozinho. – a menina apertou o abraço, encarando-o chateada – Você não quer mais morar aqui? Eu deixo você ficar com o quarto grande!

 

Katsuya sorriu envergonhado, sem ter certeza se a menina queria amenizar o clima ou se achava mesmo que ele queria um espaço maior. Quando eram mais novos, brigaram uma vez por conta dos quartos. Katsuya, por ser o mais velho, se achava no direito de tê-lo, mas Mayu ainda era uma criança, tinha muitos brinquedos e precisava de mais espaço para guardá-los do que o irmão. A briga foi cessada após um acordo feito pela mãe, onde cada um iria ocupar o espaço durante o período de um ano, depois cedendo ao outro para que também aproveitasse, contudo, Katsuya amadureceu durante aquele período, notando que a briga foi desnecessária, passando a deixar o quarto apenas para a irmã.

 

— Aquele quarto é seu, Mayu. Não me importo de ficar no outro. Tem espaço suficiente pra mim.

 

— Então vai voltar a morar aqui? E Mikaru-san vai voltar a nos visitar, não é? Ele me contou que vocês conversaram!

 

— Nós conversamos… mas preciso falar com a mamãe e o papai também… eles não tiraram o castigo e não disseram que eu posso voltar.

 

— Mas é claro que pode! Eles vão deixar! Você não fez nada de errado de novo, não é?

 

— Não fiz, mas a casa é deles e eu preciso de autorização pra voltar a morar aqui. – Katsuya lançou um olhar para dentro de casa, analisando cada parte com nostalgia e um aperto no peito. Sentia falta dali – Eles vão demorar a voltar? Eu passo aqui amanhã pra conversar melhor.

 

— Acho que demoram, mas você pode esperar aqui. Eles não vão se importar. Fica mais um pouco, por favor. – Mayu estava pendurada em seu braço, encarando-o pedinte. Se fosse apenas pela vontade da irmãzinha, era possível que já estivesse subindo para seu antigo quarto, mas não era ela quem decidia e era isso que o mantinha parado a poucos passos da porta de entrada. Não tinha coragem de entrar mais.

 

— Eu volto depois. – Katsuya decretou em tom firme, mais para evitar que fraquejasse do que para convencer a menina – Posso te pedir pra falar com eles? Veja se posso vir amanhã ou outro dia que eles preferirem.

 

— Tudo bem, eu falo com eles… – murmurou em tom manhoso, finalmente soltando o rapaz com um suspiro desanimado – Eu te mando uma mensagem mais tarde pra avisar.

 

— Obrigado, Mayu.


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Notas finais do capítulo

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