Outro alguém escrita por Aislyn


Capítulo 12
Epílogo - parte II


Notas iniciais do capítulo

ESSE NÃO É O FINAL!!!

Em letras garrafais, só pra garantir que vão ver as notas. É o 'final' da história, em partes, mas ainda tem 5 extras depois disso, ok?

Boa leitura!



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O ônibus parou no ponto a duas quadras de distância do seu destino, mas nem a viagem ou o percurso à pé duraram tempo o suficiente para Katsuya digerir aquela ideia. Pela primeira vez, depois de muito tempo, ficou com receio de ultrapassar o portão que escondia a construção por trás dos muros brancos e altos.

 

A casa, que já era incrível pelo lado de fora, costumava fazê-lo perder o fôlego ao ser vista por dentro. E pensar que moraria ali… Sacudiu a cabeça de leve, afastando aquele pensamento. Não era hora de ficar divagando, contudo, considerava um grande passo ter as chaves para entrar e sair quando quisesse.

 

Retirou os sapatos na entrada, procurando algum ruído pela casa mas, pelo horário, imaginou que o namorado estivesse dormindo. Atravessou a sala, caminhando o mais silenciosamente possível, quase na ponta dos pés enquanto cruzava o corredor até o quarto de hóspedes, deixando a mala cair no chão ao ser surpreendido pelo namorado, que acendeu a luz do corredor.

 

— Onde pensa que vai? – Mikaru se aproximou com passos calmos, pegando a mala e colocando a alça no ombro, encarando-o indagador.

 

— Ahm… dormir?

 

— No quarto de hóspedes? Você nunca dormiu aí, por que começaria agora? Pensei que viria ficar comigo…

 

— Eu não queria te acordar. – murmurou num pedido de desculpas, seguindo o empresário até o quarto principal.

 

— Você sabe que é impossível, tenho sono leve. Te ouvi abrindo a porta.

 

— Mas eu tentei entrar em silêncio. – Katsuya deu de ombros, ignorando a preocupação boba e apressando o passo, pegando a mão de Mikaru e entrelaçando os dedos para caminhar ao seu lado – Não se importa mesmo que eu fique?

 

— Depois de insistir tanto pra ter essa oportunidade, não quer mais?

 

— Claro que eu quero! Só quero ter certeza que não vou atrapalhar.

 

— Não vai. – Mikaru depositou a mala numa poltrona, puxando-o para se sentarem na ponta da cama – Como te falei, tenho meu trabalho, meus compromissos, a cafeteria; espero que esteja ciente que não vou estar à disposição todos os dias. Posso chegar tarde ou sair em viagem de uma hora pra outra.

 

— Eu sei, não quero atrapalhar sua rotina. Mas quando tiver um tempo livre, se quiser ficar um pouco comigo…

 

— Eu vou te procurar. E mesmo que eu pareça ocupado em casa, sinta-se livre para me abordar também.

 

Katsuya ia responder concordando quando sentiu os dedos de Mikaru em sua nuca, puxando-o para frente, mas o gesto o surpreendeu, tendo como reação seu afastamento, fazendo Mikaru interpretar de forma errada e se afastar também.

 

— Não! Espera! Eu quero isso… por favor. – entrelaçando os dedos, Katsuya puxou-lhe a mão até os lábios, beijando de leve.

 

— Você reclamou que não demonstro, que não te procuro… fiquei com isso na cabeça um bom tempo… Não quero ser o culpado numa próxima vez e não queria perder a oportunidade. Se não tivesse te aceitado aqui teria me arrependido depois por não tentar e por deixar a situação mais estranha entre nós dois.

 

— Eu devia ter conversado melhor também… tomei algumas decisões erradas, deixei os problemas virarem uma bola de neve e depois não sabia por onde começar a resolver.

 

— Mas você conseguiu. – Mikaru se aproximou novamente, presenteando-o com um beijo casto nos lábios – Colocou as coisas de volta no lugar.

 

— Obrigado por me dar mais uma chance.

 

— Eu que agradeço por não desistir de mim.

 

Katsuya não esperou outra investida de Mikaru, pois sabia que não viria depois de deixá-lo constrangido. Ele mesmo o conduziu a se deitar na cama, trocando beijos enquanto lhe dispensava as roupas.

 

* * *

 

Mikaru se aconchegou melhor no abraço, suspirando satisfeito com os carinhos em seu cabelo. As coisas naquela noite aconteceram rápidas demais, desde receber Katsuya em sua casa até parar com ele na cama. Haviam acabado de reatar o namoro! Ele não era o tipo de homem que ia pra cama com qualquer um, não aceitava o toque de qualquer pessoa, mas quando Katsuya se aproximou, seu corpo reagiu de uma forma boa. Ele queria aquele contato! Até brincou com o rapaz, dizendo que ele só queria sexo, mas Katsuya replicou que era exatamente o contrário; ele só queria porque era com ele. Não serviria nenhuma outra pessoa no mundo.

 

Sentia seus olhos pesarem e realmente precisava de uma noite de sono inteira, mas não queria dormir ainda. Queria aproveitar a companhia do namorado em sua casa e conversar melhor.

 

— Deu tudo certo com seus pais? – questionou após um instante de silêncio, temendo que o outro adormecesse em breve.

 

— Sim, tudo certo… foi difícil nos primeiros dias, achei que não fossem me aceitar por muito tempo em casa mas, no fim, nem mamãe queria que eu fosse embora.

 

— Que bom… apesar de tudo, te aceitaram novamente. – Mikaru comentou aliviado, sorrindo ao se lembrar de uma outra conversa mais cedo – Conheci o lado assustador da sua mãe…

 

— Assustador? Como assim? – Katsuya cessou a carícia, atento ao novo assunto.

 

— Ela me ligou hoje, acredito que foi quando você estava a caminho. Ela carinhosamente me ameaçou, dizendo pra cuidar bem do filho dela, ou ela mesma viria aqui te buscar.

 

— Que vergonha… – riu baixinho pela atitude da mãe, ao mesmo tempo agradecido por saber que ela não mentiu sobre aceitá-lo de novo, caso as coisas não dessem certo.

 

— Depois Mayu pegou o telefone e nos convidou pra um almoço em família no próximo feriado.

 

— Essa parte você aceitou sem contestar…

 

— É claro que sim, foi feito pela sua irmã. – Mikaru deu de ombros, virando no colchão e se acomodando melhor no seu lado da cama – Seu pai foi mais tranquilo. Disse que eu podia ligar se precisasse de qualquer coisa e que era pra gente se cuidar.

 

— Fomos chamados de irresponsáveis, é isso?

 

— Você foi chamado. Eu moro sozinho tem muito tempo, sei me virar.

 

— Claro… sua comida congelada confirma isso.

 

— As caixas bloqueando o corredor do apartamento que você estava também.

 

A conversa continuou por mais um bom tempo antes do sono chegar, ambos trocando sorrisos, pequenos toques e provocações. Receberam muitos conselhos, dos familiares e dos amigos, sobre a vida a dois não ser o paraíso, sobre se respeitarem e conversarem para resolver até o menor dos problemas contudo, naquele instante, não estavam preocupados em como seria o futuro. Queriam aproveitar o momento e a companhia um do outro.

 

Mikaru, que era filho único, que foi criado e viveu por muito tempo sozinho, teria que aprender a dividir tudo, desde as coisas de casa até seu espaço pessoal, enquanto Katsuya, que sempre foi cercado de pessoas, que veio de uma família grande e sempre teve a irmã invadindo seu quarto, teria que aprender a manter distância e respeitar o silêncio alheio.

 

A vida a dois realmente não seria fácil, pois eram duas pessoas distintas, com alguns gostos semelhantes, mas personalidades diferentes. Pequenos gestos do dia-a-dia seriam mal vistos e mal interpretados, como uma toalha molhada no lugar errado ou o controle remoto que sumiu, mas isso é uma outra história…


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Notas finais do capítulo

E que venham os extras, com formatura do Katsu, alguns deslizes pegos em flagrante, pequenas discussões... Essa vida a dois não vai ser um mar de rosas!

(se depender de mim, não...)



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