The one she comes back to escrita por Lily


Capítulo 12
12. 9 to 5




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09h00

27 de junho de 1994

Jackie observou Led saltar excitada do carro de Steven e correr para a escadaria. Steven desceu logo em seguida dela e os três seguiram para a prefeitura.

—Nunca a vi tão animada assim. Nem mesmo quando ganhou um pônei de natal. - Jackie disse enquanto tentava se equilibrar nos saltos, Steven estendeu a mão para ajudá-la, ela instintivamente a pegou sentindo-se instantaneamente segura.

Eles seguiram até o elevador passando por toda aquela estrutura de mármore. Steven estava perto demais dela, ela que podia ouvir o coração dele ou talvez fosse o seu próprio, ela não sabia dizer.

Tumble outta bed and stumble to the kitchen. — Led cantarolou baixinho enquanto o elevador subia.

—Oh Cristo! Por favor não! Sei que você tem um gosto melhor do que isso. - Steven implorou, porém Led continuou a cantar.

The traffic starts jumpin' and folks like me on the job from 9 to 5.

Jackie riu baixinho observando a cara de descrença de Steven. Mas ela compreendia seu estado já que também estava surpresa com o fato de Led conhecer música country, principalmente Dolly Parton.

It's enough to drive you. Crazy if you let it. — Led cantou fazendo passos no pequeno elevador. Jackie gargalhou juntando as mãos perto do corpo. Steven cruzou os braços e fechou o rosto tentando ser zen.

—Ah vamos lá, você é mais adulta que isso. - Steven resmungou, mas Led continuou a cantarolar sorrindo ainda mais.

—Não é como se você não conhecesse a letra. - Jackie afirmou fazendo a carranca de Steven aumentar, mesmo com os óculos de aviador ela conseguia enxergá-lo bem.

—E quem disse que eu sei essa música?

Jackie jogou a cabeça para o lado e o encarou por alguns segundos. Ela viu o alívio no rosto dele assim que as portas do elevador se abriram no andar do cartório. Steven a puxou pela mão enquanto empurrava Led para fora do pequeno compartimento.

Jackie observou a filha se apressar até a recepcionista e alegremente dizer.

—Com licença, eu gostaria de me registrar.

10h27

Hyde observou Led caminhar de um lado para outro da pequena sala de espera, o lugar não era um dos mais caloroso, havia poucas pessoas na sala, todas diferentes fisicamente uma da outra, porém todas tinham algo em comum, a pouca vontade de estar ali.

—Isto está demorando mais do que o necessário. - Jackie resmungou deitando a cabeça contra o ombro dele.

—Por que ela é tão inquieta?

—Porque ela está ansiosa. Assim como eu.

Hyde se virou para ela sentindo o aroma do perfume dela. Jackie cheirava a rosas do campo. O mesmo perfume que ela usava quando eles estavam juntos.

—Já mostrou sua tatuagem a Led?

—Ainda não. Estou um pouco receosa sobre o que ela vai dizer. Eu meio que dei um sermão quando ela disse que queria fazer uma quando fizesse quinze anos. Ela ainda se lembra. Ela se lembra de tudo.

Hyde se manteve em silêncio. Led se aproximou deles sentando ao seu lado.

—Qual o problema, princesa? - ele indagou a observando por baixo dos óculos escuros.

—Estou entediada. Ainda vai demorar muito?

—Um pouco, somos o número 43 e ainda está no 34. - Jackie disse estendendo o papel com a senha para ela. Led gemeu e escorregou na cadeira, nas pontas de seus sapatos estavam rabiscadas letras de músicas que Hyde não reconheceu.

—Então o que eu posso fazer para acelerar o tempo? Não sou o Flash atualmente.

—Também quero acelerar isso. Vou almoçar com Martin e não posso me atrasar. - Jackie falou, Hyde revirou os olhos e Led também.

—E qual mentira você vai inventar desta vez, já que Martin não quer te ver junto com papai. - Led murmurou sorrindo para a mãe. Hyde se virou para Jackie com a sobrancelha arqueada.

—Do que ela está falando?

—Martin deu um ultimato a mamãe, ou ela se afasta de você ou ele terminava com ela. - Led explicou já se levantando da cadeira e se afastando.

—Jackie? - Jackie não o encarou, apenas fixou o olhar no anel em seu dedo. Isso já serviu como uma resposta para ela. - Bem, parece que você já teve sua escolha.

—Steven.

—Não Jackie, você não precisa explicar. Martin é tudo o que você sempre sonhou, rico, educado, um cavalheiro na armadura brilhante. Alguém que você não teria vergonha de apresentar aos seus amigos.

—Steven. Eu amo Martin e ele me ama.

—O tipo de amor que contém muitos cifrões. - ele murmurou, Jackie então subitamente o chutou na perna. - Droga Jackie!

—Seu babaca! Como ousa dizer que eu vou me casar por dinheiro? - ela indagou enquanto Hyde massageava sua perna dolorida.

—Então o dinheiro não é mais importante para você?

—Stevie. - ela deixou um suspiro melancólico sair de sua boca. Ele apenas a observou por alguns segundos, enquanto ela parecia lutar para encontrar as palavras certas. - Eu não.... Eu não consegui dizer a Martin que me afastaria de você, porque é impossível. Você é o pai da minha filha e isso significa que teremos que conviver juntos por um longo tempo. Então não pude prometer isso a ele. E também porque parece fisicamente impossível ficar longe de você. - ela admitiu em um sussurro. - Steven, eu ainda…

—Número 43. - a mulher da recepção chamou.

—Acho que é nossa vez. - Hyde de levantou estendendo a mão para ela. Jackie o encarou por alguns segundos, seus olhos castanhos escondiam palavras não ditas e sentimentos ainda conflituoso. Ele queria poder dizer a ela tudo o que estava sentindo, lhe contar sobre os últimos anos, suas derrotas e conquistas, ouvir dela as fofocas sobre seu trabalho e suas histórias exageradas. Ele queria ser dela, ter ela, viver por ela. Mas ele era Steven Hyde, ele nunca falaria isso em voz alta. Nem sob pena de morte.

11h47

Led se sentou no balcão olhando fixamente para sua nova certidão de nascimento. Led Burkhart-Hyde. Soava muito bonito ao seus ouvidos.

—Então, eu já coloquei anúncios em todos os lugares possíveis e também consegui um horário na rádio para poder anunciar sobre o concurso. Papai disse que tenho que ficar aqui para vistoriar a situação, mas eu tenho certeza que você pode cuidar muito bem disso. - Angie afirmou olhando para Steven que estava sentando em uma cadeira atrás do balcão. - Eu não quero ficar aqui, eu deveria estar nos Alpes.

—Toda vez que você abre a boca a única coisa que eu consigo pensar é “Como diabos somos irmãos?”. Você deveria ser irmã de Jackie. - Steven resmungou virando a página da sua Rolling Stones.

—Eu adoraria ter Jackie como irmã. Isso resolveria muitos problemas. - Angie arqueou a sobrancelha sugestivamente. O sino da porta bateu avisando sobre um novo cliente, Led desviou o olhar de seu pai para a porta a tempo de ver Donna entrar na loja como uma amazona desajeitada.

—Aí meu Deus! Onde está? - Donna indagou olhando freneticamente para Led. Ela então estendeu a certidão como fosse um anel de noivado sorrindo abertamente. - Burkhart-Hyde. Isso soa tão bem.

—Eu sei! - Led afirmou batendo palmas em animação.

—Então tudo ocorreu normal? - Donna indagou devolvendo a certidão. Led a guardou em sua pasta dentro da bolsa e assentiu lentamente, mas parou se lembrando de sua mãe e seu pai.

—É. Eles foram bons. Pelo menos não gritaram tanto um com o outro.

Donna e Angie se viraram para Steven que apenas deu de ombros. Led revirou os olhos, até gritos indignados eram melhores do que aquela tensão entre eles. Ela sabia que nem Jackie ou Steven estavam prestando atenção no que o juiz estava falando. Ambos estavam perdidos em seu pequeno mundo de fantasia imaginando o que poderia ter acontecido, mas não aconteceu.

—Vocês dois precisam conversar e se resolver. - Donna afirmou olhando para Steven que fingia ignorá-la. - E não é apenas porque devem agir como adultos, mas porque Led não pode viver no meio dessa incerteza. Vocês são pais agora, não podem viver remoendo o passado, tem que olhar para frente. Led precisa de bons exemplos para poder seguir.

Led observou Donna respirar fundo depois de curto discurso. Steven então baixou a revista e encarou com sua expressão usual.

—Donna, o que você veio fazer aqui? Você não deveria estar no jornal?

—Sim. Mas meu chefe me mandou fazer uma reportagem sobre este novo concurso que você está lançando. - ela disse já puxando um gravador e um bloco de notas da bolsa.

—Você sabe que eu não gosto de entrevista. - Steven falou. Led rapidamente ergueu a mão.

—Deixa que eu faço! Deixa que eu faço!

—Led não sei se você é a pessoa mais indicada para isso.

—Donna, a ideia foi dela. Acho que Led tem a total capacidade pra fazer isso. - Steven afirmou fazendo a garota sorrir. Donna deu de ombros, então pegou o gravador apertou o botão e estendeu para Led.

—Ok, vamos lá Led. Me conte tudo sobre o Grooves.

Ela sorriu abertamente antes e começar a tagarelar.

 


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