Sevens steps to Love escrita por Dusant


Capítulo 9
Coragem - Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Eis a última parte, o final desse capítulo foi algo que pensei um pouco em como seria, e confesso que o fato de eu já estar farto de digitar mais de 9 mil palavras contribui para a minha decisão, mas no final eu gostei do final, e gostaria muito de saber o que vocês acharam.

Eu também fiz uma pequena alteração, na estrutura do capitulo, não tendo um espaçamento entre os parágrafos, e quando tiver um tempinho, irei fazer isso no outros capítulos.

Elogios, criticas, duvidas e sugestões são bem-vindos, todos os comentários serão respondidos com a devida atenção.

Por ultimo mas não menos importante, quero agradecer a Bloom, por todo o apoio que vem dando pelos comentários e em sua recomendação, isso tem sido de uma grande incentivo para a conclusão dessa fanfic.



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Jiraya chegou as pressas na pousada, depositando ambos os jovens no quarto que estavam, tendo 3 camas individuais para cada, e rapidamente chamou um de seus informantes na cidade, que por sorte, era um médico aposentado tendo bastante experiência no tratamento de feridos.

Kazuo havia chegado, junto com seu filho, que aspirava a seguir a antiga carreira do pai, e tendo ele como seu ajudante, começou o tratamento dos dois jovens, tendo um Sannin aflito esperando pacientemente. Por sorte, apesar do sangramento dos ouvidos de Naruto, nenhum dano permanente tinha sido feito, em grande parte, devido as capacidades regenerativas de Naruto sendo um jinchuurinki, tendo Kazuo apenas limpando a região, passando uma mistura de ervas na região para aliviar a dor e evitar qualquer infecção, estando ele ainda meio descrente das capacidades regenerativas do garoto.

Mas sendo um civil, ele apenas achou que fosse mais uma das mágicas estranhas de shinobis.

Quanto a Tayuya, o caso tinha sido mais complicado, e poderia ter sido bem pior, porém, quando a explosão da flauta aconteceu, fazendo com que lascas de madeira ferissem várias partes do seu corpo, o Selo Amaldiçoado ainda estava ativo, e aparentemente, sua pele negra, também concedia uma resistência maior, por isso, apesar dos pequenos ferimentos numerosos nas mãos e no rosto, nenhum deles foi realmente profundo.

Kazuo, havia tirado cada lasca, com a ajuda de seu filho, e passou a mesma mistura de ervas no local ferido, além disso, Tayuya tinha apenas um caso extremamente grave de tensão muscular e fadiga. Ele tinha dito a Jiraya, enquanto a tratava, que se ela tivesse continuado a se forçar por mais algumas horas, seus músculos das pernas iriam se rasgar completamente.

Após duas horas, com um Jiraya extremamente grato e dando um bônus no pagamento do tratamento, Kazuou foi embora, dando um pote com a mistura que tinha usado, dizendo que ambos deveriam descansar, e que ocasionalmente, essa mistura deveria ser passada nos ferimentos, por precaução.

Os ferimentos nas mãos de Tayuya e em seu rosto, apesar de superficiais, ainda deixariam cicatrizes e marcas, e nem Kazuo poderia fazer algo quanto a isso, mas Jiraya já tinha mandando um falcão no início da manha, o mesmo que tinha feito para Tsunade, explicando a situação, e pedindo a ajuda de um médico ninja, por precaução, sabendo que como eles não estavam muito longe de Konoha, não seria exatamente difícil de conseguir.

No fim do dia, com um Jiraya vigiando dois jovens, ainda dormindo, ele tinha recebido uma resposta por parte de Tsunade, os 3 primeiros parágrafos, com promessas de dor e morte para ele, extremamente irritado de toda a confusão que aconteceu, e ao final, garantindo que mandaria Shizune para até onde estava, para que ela cuidasse de qualquer problema, tendo uma previsão de 2 dias até chegar.

No dia seguinte, logo após o almoço, Naruto tinha se recuperado o suficiente, para acordar, confuso com tudo que aconteceu, e sentido levemente tonto ainda, ele se sentou na cama, com os pés tocando o chão. Erguendo o seu olhar, ele via uma ruiva dormindo de forma serena, suas mãos cheia de bandagens, e um lado de seu rosto com um tipo de pasta cobrindo a região.

Lembranças começaram a vir para ele, do que exatamente tinha acontecido, e assim ele tocou em um dos seus ouvidos, sentido algo pastoso o cobrindo, e percebeu que tanto ele quanto ela, haviam sido tratados e estavam agora de volta na pousada. Um suspiro de alívio saiu de Naruto, finalmente toda essa confusão chegando ao fim, e com sorte, uma possível reconciliação surgindo, onde Naruto, não possuía nenhuma raiva por Tayuya, pelas tentativas de lhe machucar.

Lentamente ele se levantou, tendo um momento para se firmar em pé, e dando uma última checada em Tayuya, com ela ainda descansando, Naruto abriu a porta, procurando por Jiraya fora do quarto, e não o encontrando. Ele saiu e desceu pelas escadas, indo até a entrada, onde rapidamente ele viu o Sannin, sentado e tomando seu café calmamente, tendo vários livros e pergaminhos espalhados pela mesa.

Naruto caminhou até o local, e se sentou na mesa em frente a ele, quando se sentou, uma das atendentes do pequeno restaurante que tinha na entrada da pousada, fazendo parte do local, tinha depositado uma xícara de leite e um sanduíche, e saiu indo atender outras mesas. Naruto estranhou isso e apenas olhou para Jiraya, que ainda estava lendo um livro, que Naruto não soube do que se tratava, mas percebia vários desenhos e fórmulas intricadas de selos.

“Como está Tayuya-chan?”, essa era sua principal preocupação no momento, e Jiraya ao ouvir, apenas sorriu, quando também percebeu isso. “Ela está bem. Se você não tivesse intervindo, poderia ter sido bem pior, mas além de alguns ferimentos nas mãos e no rosto, por causa da explosão da flauta e um caso extremo de tensão muscular, nada de grave ocorreu. Ela só precisa descansar.”, finalizando a resposta, enquanto voltava a sua leitura, Jiraya completou, “Eu enviei uma mensagem para Tsunade, explicando a situação, e ela mandou Shizune para vir até aqui, para checar tudo. Creio que até o dia seguinte ela deve chegar aqui.”

Um silêncio se estabeleceu, Jiraya ainda lendo o seu livro, e anotando algumas coisas em um pequeno caderno, cheio de rabiscos e desenhos intrigados. Naruto curioso apenas perguntou sobre o que era tudo isso, e Jiraya respondeu, “Só estou estudando mais a fundo sobre o Selo Amaldiçoado, preciso de uma forma melhor de contenção até descobrir como retirar isso.”, e Jiraya conseguiria, mesmo que demorasse anos, mas ele não iria mais ter descaso quanto a isso.

Naruto decidiu apenas ficar em silêncio, onde mesmo podendo ouvir perfeitamente, seus ouvidos ainda estavam doendo um pouco, mesmo sentido que a dor estava bem menor, graças ao medicamento que tinha colocado na região. Ele poderia ter perguntado quem lhe deu o tratamento, mas era uma pergunta que ele julgava que não valia a pena interromper o estudo de Jiraya.

“Volte para o quarto, e descanse Naruto, Tayuya ainda deve demorar para acordar, então pode dormir de forma tranquila.”, Jiraya falou, um tom quase que paternal em sua voz, e Naruto assentiu, vendo que um descanso seria aceitável, ainda se sentido tonto, terminou a sua pequena refeição e se levantou.

Ao retornar ao quarto, ele viu um desenho de um selo no chão do quarto em frente a porta, ele não havia notado no início, provavelmente por causa do quarto ainda está escuro. Analisando, percebeu que era um selo complexo, notando apenas algumas fórmulas básicas que a compunham, não sabendo o restante, e deixando escapar vários detalhes importantes do selo.

Mas o básico estava visto, e Naruto entendeu que se tratava de uma barreira detectora, que avisaria Jiraya de qualquer invasão, ou entrada e saída indevida no quarto.

Naruto relaxou com isso mais ainda, tendo pensado em ficar acordado para vigiar Tayuya, mas agora não vendo necessidade, apenas se deitou na cama, dando uma última olhada em Tayuya, com seu rosto ainda tranquilo e sereno, e retornou a dormir.

 

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Tayuya se sentia uma merda.

Essa frase resumia bem o momento que Tayuya tinha acordado, deitado em uma cama confortável, com um cheiro estranho atacando o seu olfato, e junto a isso, todo o seu corpo dolorido. A dor não era nada grande, era mais um incomodo real, e resumindo tudo, Tayuya sentia-se como se alguém tivesse esmurrado por horas.

Lembranças de algumas das punições de Orochimaru veio a mente, quando ela fez essa analogia, mas ela prontamente se pôs a esquecer.

Tentando acostumar a sua vista melhor a escuridão, ela percebeu que se encontrava no quarto do hotel que tinha dormindo há uns dias, o quarto estando vazio, mas ainda com a bagagem de Naruto e Jiraya, indicando que eles ainda estavam hospedado. O entendimento, fez com que ela se lembrasse melhor de tudo que ocorreu; a boca grande de Jiraya, a briga com Naruto, ela se transformando, as pessoas com medo por ela, e então ela fugindo, se sentido sozinha no mundo novamente.

Depois disso, ela se lembrava vagamente de correr por horas e cair, e então suas memórias eram vagas e confusas, ela se lembrava de muita dor, e de alguns sussurros, mas nada que realmente a fizesse entender de forma concreta o que tinha acontecido com ela.

Tayuya se sentia meio receosa por está de volta, tendo presumida que tinha sido resgatada por Jiraya e talvez Naruto, a possibilidade do loiro ainda está com raiva dela, sendo algo que francamente a deixava com medo e agora ela não sentia problema algum de admitir isso.

Ela não sabia exatamente o que estava sentido por ele, mas era apenas um fato, Naruto tinha se tornado alguém importante para ela, em um espaço de semanas. Ela ainda estava irritada com ele pôr a ter desprezado quando foi revelado que ela tinha culpa na morte de seu mestre, mesmo que ela não tinha uma escolha real nisso, mas, ainda assim, ela realmente se apegou a conviver com ela e ao velho pervertido.

Não que isso fosse a impedir de chutar as bolas do Sannin, quando ela tivesse a oportunidade.

Em meio aos pensamentos, a porta foi aberta, e uma ruiva de repente, sentiu um frio na barriga, temendo que uma pessoa entrasse, e as coisas não fosse do jeito que ela esperava, e para seu alívio, cabelos brancos surgiram, e Jiraya entrou no quarto. Vendo que Tayuya havia acordado, um imenso alívio se estabeleceu dentro de si, e com um sorriso carinhoso, Jiraya se aproximou da cama de Tayuya, e puxando uma cadeira, perto da parede, se sentou ao lado da sua cama.

“Como se sente Tayuya?”, a pergunta expressando genuína preocupação por ela, fazendo com que Tayuya abrandasse um pouco a sua irritação pelo velho.

“Me sinto uma merda.”, a resposta foi curta e grosseira, no estilo dela, e Jiraya apenas sorriu com isso, dando uma leve risada.

“O que aconteceu?”, sua expressão era mais seria, internamente se preocupando que algo tinha acontecido.

Jiraya, nesse momento se tornou mais sério, e dando um leve suspiro, ele respondeu, “Seu Selo Amaldiçoado foi a loucura. Não sei ao certo o por que disso, acredito por conta do estresse intenso que você passou, mas o selo de contenção que coloquei, não conseguiu cumprir sua função, e ainda por cima, causou uma reação que a impediu de desfazer sua transformação.”

“Como eu retornei então?”

Jiraya ficou meio receoso de responder, mas, prosseguiu, “Seu corpo tinha chegado ao limite máximo, você estava percorrendo quilômetros, com suas pernas claramente não preparadas para isso, tensionando elas ainda mais. O médico que a tratou, disse que se não tivéssemos a impedido, em algumas horas, seus músculos rasgariam de pura tensão, e o dano seria irreparável.”

Tayuya pareceu surpresa com isso, ouvindo isso, e finalmente relacionando melhor as dores que estava sentido em suas memórias.

Jiraya então continuo, “Nós a encontramos a mais ou menos uns 20 quilômetros ao norte da cidade, seu estado estava deplorável.”, quando dito isso, não tinha nenhum critica ou ofensa a ela, “Naruto conseguiu impedir você de continuar, mas houve algumas complicações nisso.”

Medo surgiu na ruiva, temendo o que tinha feito, “O que eu fiz?”

“Você feriu Naruto.”, disse o Sannin, de forma direta.

Tayuya fechou os olhos, sentido raiva de si mesmo por fazer isso, e temendo que ela tivesse piorado tudo. Jiraya percebeu a sua angústia e logo a tranquilizou, “Não se preocupe Tayuya. Naruto não está com raiva de você ou qualquer coisa parecida. Na verdade, tanto ele quanto eu, temos apenas que nos desculpar pelo que fizemos.”

Jiraya então, ajeitou a sua postura na cadeira, e olhando diretamente para ela, ele disse, “Sinto muito por tudo Tayuya. Eu fiz uma imensa idiotice, e causei toda essa dor e tristeza a você, por um descuido meu.”

Um silêncio se estabeleceu, Tayuya refletindo sobre a desculpa de Jiraya, e o Sannin, esperando se ela aceitaria ou não o seu pedido. No fim, Tayuya apenas olhou para Jiraya, sua expressão meio emburrada, mas sem qualquer raiva, afirmando, “Eu ainda estou irritado pelo que fez, seu velho idiota, mas não teria sentido eu continuar com raiva de você depois de tudo que fez para mim.”

Jiraya apenas sorriu com a resposta, internamente se sentido aliviado por ela ter aceitado.

O chute nas bolas ainda aconteceria, Tayuya não tinha dúvidas disso, mas seria melhor ele acreditar que estava seguro.

“Onde está Naruto?”, a ruiva perguntou por fim.

"Ele está treinando. Já tínhamos passado alguns dias com ele sem treinar, e ele não pode ficar fora de forma. Ele retornará daqui a uma hora mais ou menos, para jantar. Até lá, você deve tomar um banho.”, afirmou ele, puxando duas muletas que ela já tinha abandonado a um tempo, “O médico disse que você deve evitar o máximo possível tensionar as suas pernas, e como não temos uma cadeira de rodas, então isso terá que servir. Você vai tomar um banho, e eu trarei algo para você comer.”

 Tayuya se sentiu aliviada com isso, ela não admitiu no momento, mas seu estômago estava roncando de fome, e ela estava fedendo demais. Um banho e comida era algo que ele precisava urgentemente.

 Toda preparação necessária para a conversa que ela sentia um misto de ansiedade e receio de acontecer.

 

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Naruto tinha chegado na pousada, após um banho rápido no mesmo rio que tornou a cidade tão famosa, e logo viu Jiraya, ainda sentado na mesa, estudando e fazendo mais rabiscos em seu caderno. Sua concentração e dedicação em algo além de beber e espiar mulheres, sendo algo que Naruto não esperava por parte dele, mas ainda era agradável de assistir.

Ao chegar perto dele, Jiraya logo avisou que Tayuya tinha acordado, e estava esperando ele para conversarem, o loiro então apenas engoliu em seco, o nervosismo mesmo que bobo, ainda estando la. Jiraya apenas disse para eles conversarem com calma, e que caso acontecesse alguma coisa com Tayuya, ele a chamasse imediatamente.

Naruto assim, subiu as escadas, andando ainda meio hesitante até a porta, seus sentimentos estando mais confuso do que ele gostava, e não sabendo sequer o motivo para isso.

Ele havia desprezado Tayuya, ele havia abandonado uma amiga. A pessoa que passou sua infância inteira, sozinho e sem qualquer pessoa para chamar de amigo, tinha simplesmente abandonado alguém. Alguém que assim como ele, teve um destino imposto a ele desde do nascimento, sem qualquer escolha.

Suas vidas eram tão parecidas. A dor e a solidão que sentirão ao longo da vida tão idênticas.

Naruto sentia vergonha do que fez. No fundo ainda existia uma mágoa, a lembrança da perda de uma alguém que considerava seu avô ainda algo que doía em seu coração, porém não valia a pena esses sentimentos, se em troca ele perderia alguém como Tayuya.

Naruto abriu a porta, e sentado na cama, com uma aparência bem melhor, estava a dita ruiva de seus pensamentos. As ataduras ainda adornavam as suas mãos, e apesar de não está com uma parte do rosto coberto com aquela pasta, ainda se notava alguns ferimentos e cicatrizes leves, que Jiraya havia garantido que Shizune cuidaria, quando ela chegasse.

Dois jovens agora se encontravam em silêncio, encarando um ao outro, suas posturas ainda hesitantes, sem ter ideia do que fazer.

Alguém sempre acaba cedendo, muito desconfortável com o clima e começa, e nesse caso o loiro que se habilitou, “Como você está, Tayuya-chan?”, a pergunta demonstrava um carinho e preocupação pelo seu bem-estar, que teve como resposta, apenas um sorriso de alívio por parte da ruiva.

Seus receios e temores, finalmente se mostrando que estavam errado, e ela respondeu, “Eu me sinto melhor, voltei a não poder andar, mas ao menos vou me recuperar mais rápido.”

Naruto vendo que o clima não seria inicialmente tenso, apenas se sentou na cadeira que estava no lado dela, e afirmou, “Que bom.”, um pequeno silêncio se estendeu, e logo Naruto finalizou, “Me desculpe pelo que fiz a você.”

 

Seu sorriso diminui um pouco com isso, e ela logo completou, “Eu também deveria dizer desculpas, eu devia ter dito a você que tinha participado na morte do Terceiro Hokage.”

Naruto quis tranquilizar ela, e apenas afirmou, “Você não tinha como saber da importância que ele tinha para mim, Tayuya-cha.”, ele continuaria a falar, tirando a culpa de Tayuya, mas ela logo o interrompeu.

“Eu sabia.”

Um silêncio permaneceu, Naruto levemente em choque com a informação, e logo Tayuya prosseguiu, “Tsunade tinha me dito sobre a sua relação com ele, ela previu que essa informação poderia surgir em algum confronto com Orochimaru, e me disse que quando surgisse o momento eu fala-se a você.”

 “No início eu não me importava com isso, era só um velho que morreu, mas quando você tinha me contado do que ele fez a você. De como ele era como um avô para você, eu via a sua tristeza e saudade dele, e simplesmente não tive coragem de falar sobre isso.”

Tayuya abaixou a cabeça, não conseguindo encarar o loiro, “Eu não queria que você tivesse raiva de mim.”

Naruto permaneceu em silêncio, processando o que ela tinha dito, e então, como resposta, ele apenas estendeu a sua mão esquerda, e segurou a mão de Tayuya, tentando transmitir tranquilidade para ela, e quando ela levantou seu olhos para encará-lo, ele apenas afirmou, “Eu não me importo.”

“Você não teve uma escolha nisso, jiji tinha significado para mim, não para você. Eu poderia ficar com raiva de você por isso, mas no final, quando eu pensei que isso implicava em perder a sua companhia, e percebei que não valia a pena.”

 “Eu não quero perder você também.”

 A afirmação foi vaga, mas tão carregada de sentimentos, que a garota sentiu cada palavra dentro de si e então, a única reação que ela conseguiu ter foi chorar.

Naruto logo se apavorou, não sabendo se as lágrimas eram um sinal bom ou ruim. Ele perguntaria o que houve, mas realmente não teve condição para isso, quando Tayuya, simplesmente o puxou para perto de si, em um abraço de urso, e não o soltando de jeito nenhum. Suas lágrimas ainda estavam saindo de seus olhos, molhando o casaco de Naruto.

O momento se estendeu por um tempo, com uma ruiva ainda muito sentimental e um loiro sem ter ideia do que fazer, mas então ele chegou ao fim, com uma Tayuya o soltando, sua expressão envergonhada mais aparentando estar bem mais leve, e um Naruto ainda confuso, mas contente que ela parecia se sentir melhor.

 Assim, em uma mudança repentina de humor, Tayuya olhou para ele, seus olhos levemente inchados e vermelhos, e com uma expressão séria apenas afirmou, “Se você contar o que aconteceu agora para alguém, eu te mato.”

 Naruto arregalou os olhos com isso, não esperando essa declaração repentina, e encarando a face dela ainda mortalmente seria, ele apenas concordou com a cabeça.

Eles então voltaram a conversar, Naruto perguntando se ela precisava de algo, e Tayuya não querendo ajuda gratuita de ninguém. Depois, Jiraya chegaria, vendo dois jovens, conversando como se nada tivesse acontecido, apenas aliviando ele.

 Shizune chegou no dia seguinte, e completou o tratamento iniciado por Kazuo, tanto em Naruto, que não precisava de muita coisa devido a sua regeneração, quanto para Tayuya, se focado mais em não deixar nenhuma sequela do incidente que aconteceu.

Posteriormente, as coisas voltaram ao normal, tendo uma ruiva briguenta, um velho pervertido e um loiro determinado, andando juntos, pelo continente. Jiraya ainda se dedicava a conseguir uma forma de remover o selo amaldiçoado de Tayuya, ao mesmo tempo, que se focou em treinar tanto o loiro quanto a ruiva, para melhorarem como shinobis.

 Não a como afirmar se isso terá um final feliz, por que, não a como prever o futuro. De fato, Naruto e Tayuya continuariam convivendo um com o outro, e de certa forma, dois jovens, em plena puberdade, e hormônios a loucura, era bastante obvio que alguma coisa aconteceria.

Isso se mostrou claro, quando semanas depois, Jiraya realmente sem querer, acabou vendo seus dois discípulos se beijando uma noite, ambos encostado em uma árvore, na floresta que estavam acampando e muitos entretidos da companhia um do outro, para perceberem que estavam sendo visto.

Não foi em uma declaração de amor ou um ato de coragem e lealdade. Eles simplesmente eram amigos um dia, e no outro se tornaram mais que isso. Talvez, Jiraya sequer precisaria ter tentado dar uma de cupido, ter feito vários planos mirabolantes e tentando juntar eles.

Por que o destino é uma coisa bastante engraçada. Muitas vezes coisas acontecem em nossas vidas, boas e ruins, e queremos culpar o destino por isso, mas a verdade que na imensa maioria das vezes, a culpa é de nós mesmos.

 Foi assim para essas duas pessoas, com uma pequena intervenção de um velho pervertido de fato, mas foram as decisões, certas e erradas, de um loiro e uma ruiva, que resultou na união dos dois.

Pois o amor sempre será uma inconstante, sem qualquer previsão ou entendimento, mas é justamente isso que o torna tão belo e intenso, para que nossos corações pulse em vida.


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Notas finais do capítulo

Eu pensei muito sobre a questão do beijo, e de certa forma, seria algo importante em qualquer romance convencional, mas isso de certa forma não é um romance convencional. Eu acho importante o primeiro beijo do casal, é um momento que marca as pessoas, mas de certa forma, para que isso acontecesse de forma natural, sendo eles jovens, seria exatamente da forma que falei, uma hora eram amigos, e na outra eles se beijariam, e como todo adolescente normal, não parariam.

O próximo capítulo será algo diferente, e fora da cronologia, sendo o último passo, conselho e dica. Minhas aulas voltarão, então talvez eu demore um pouco mais para postar.



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