Sevens steps to Love escrita por Dusant


Capítulo 6
Momento


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer ao BOSS47, pelos constantes comentários nos capítulos e principalmente a laercio, pela primeira recomendação que recebi, agradeço por todo o apoio e pelos elogios, são uma grande força pra continuar escrevendo.

Esse capítulo será longo, e não dividirei, pois acredito que seria uma quebra de ritmo que esse capítulo não merece. Outra questão é que haverá várias referências quanto as roupas, objetos, cabelos e até uma música que será tocada.

https://www.youtube.com/watch?v=T6xTuZaEiQg&t=667s (Partitura de flauta, 8:10 – 11:51)

https://http2.mlstatic.com/kimono-japones-feminino-D_NQ_NP_927714-MLB27458902517_052018-F.jpg (Kimono de Tayuya, cor preta)

http://blog.suri-emu.co.jp/wp-content/uploads/2011/07/blog-suriemucuriosidade-do-japao-yukata-kimono-verao-11.jpg (Cabelo de Tayuya, segundo da esquerda para direita)

https://ae01.alicdn.com/kf/HTB1LaU3MVXXXXXBXXXXq6xXFXXXG/3-pc-set-Kimono-terno-Legal-Tradicional-Yukata-Japon-s-Kimono-Masculino-Homens-Robe-100-Algod.jpg (Kimono de Naruto, apenas mude a cor)

Recomendo que abram o vídeo da música antecipadamente, e ouvir quando chegar o momento.

Elogios, criticas, duvidas e sugestões são bem-vindos, todos os comentários serão respondidos com a devida atenção.



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Toda relação tem como resultado, lembranças boas ou ruins. Isso é algo natural de acontecer, já que não é apenas de felicidade que uma relação acontece, não importa de que tipo ou o tempo dela, em algum instante, houve algo de ruim para si ou para ambos os lados.

 As vezes, isso afeta de forma tão grave, que você ou a outra pessoa não quer mais continuar com isso, mas na maioria das vezes, as pessoas perdoam, aprendendo com isso, ou então o fato irá se repetir e mais uma vez o ciclo continua.

 Porém, existem algumas lembranças que poderiam ser classificadas como vitais; aquele aniversario especial que seus pais fizeram para você; o dia que seu amigo(a) passou a tarde inteira do seu lado, seja virtualmente ou presencialmente, lhe dando o apoio que você precisava; o primeiro encontro que teve com aquela pessoa especial que você está a meses ou anos juntos.

São momentos marcados em nossas vidas, e de certa forma que afetam diretamente, seja para algo com um final bom ou ruim, elas são importantes.

Naruto e Tayuya tiveram isso é claro, o primeiro momento de vários que já tiveram, e que virão a ter no futuro.

Ao chegarem na próxima cidade, essa já muito mais alegre e barulhenta, com a entrada já decoradas com faixas multicoloridas e imagens alegóricas de serpentes, onde supostamente o festival era em homenagem a um rio que abastecia a cidade, sendo vital para que ela fosse fundada e prosperasse. Todos os anos eles realizariam o festival, em homenagem ao rio, e que a muito tempo, se tornou algo lucrativo, onde o turismo aumentava consideravelmente nessa época do ano.

Jiraya sabia disso, já tendo visitado festivais anteriores, e esperava que estando la, fosse o passo importante para que Naruto e Tayuya se aproximassem ainda mais, vendo que o interesse um pelo outro existia, porém ambos ainda não sabiam se isso era algo mais que amizade.

O festival seria perfeito para isso. Jiraya aprendendo que se ele deixasse as coisas fluíssem sozinhas, teria melhores resultados, apenas daria o necessário para que aproveitassem o festival e depois ele sairia por conta própria, bebendo e apostando.

Eles chegaram na cidade logo depois do almoço, e estava de fato bastante movimentado, de maneira a agilizar as coisas, Jiraya sugeriu que eles se separassem, em que ele e Naruto, cuidariam da hospedagem, e Tayuya cuidaria de encontrar uma loja que alugasse kimonos para eles. Eles se encontrariam uma hora depois, na praça central da cidade, que era onde aconteceria as principais atrações do festival, sendo o local mais amplo e espaçoso para isso.

Tayuya partiu, e eles se puseram a andar, com Naruto seguindo Jiraya, observando os arredores, com uma grande quantidade de lojas e pessoas transitando. Jiraya então perguntou, “Então pirralho, empolgado para o festival?”, um tom jovial em sua voz.

Naruto não parecia muito animado, mas ainda com um sorriso no rosto respondeu, “Humm, sim, vai ser meu primeiro festival de certa forma.”

Jiraya achou estranho isso, visto que em Konoha, acontecia quase que todo o mês algum festival ou evento na cidade, “Como assim? Você nunca participou de nenhum de Konoha?”, sua testa levemente franzida em confusão, Naruto agora parecia meio cabisbaixo, mas, mesmo assim, respondeu, “Eu não tinha ninguém pra ir comigo quando era mais novo, sendo que o Jiji, estava muito ocupado pra me levar, e Teuchi- ojisan, ficava em sua loja trabalhando. Quando eu fiquei mais velho, eu não gostava de ir por que não tinha ninguém para ir comigo, e geralmente as pessoas me olhariam se eu estivesse la.” ele completou, tendo Jiraya, uma expressão mais seria em sua face.

Naruto parecia tão alegre e fácil de fazer amizade, que ele esquecia de sua infância solitária que teve, e que em parte, foi culpa também de Jiraya, que nunca esteve la para ele. Sequer havia como, com o estilo de vida do Sannin sendo impossível de cuidar de uma criança, e mesmo sabendo que havia algumas pessoas que queriam formalmente adotar Naruto, para honrar a memórias de seus pais, isso não foi possível pela alegação que seria uma grande concentração de poder para um único clã.

Essencialmente falando, as únicas pessoas que poderiam adotar Naruto, seria aquelas que não estivessem ligadas a um clã, mas ninguém além dele e Kakashi teriam interesse nisso, porém infelizmente, nenhum deles poderia, sendo que Kakashi, atuava na ANBU, e ainda era bastante instável mentalmente para cuidar de uma criança.

No final, foi decidido pelo conselho, a muito contragosto de Sarutobi, que Naruto seria um órfão, e não teria nenhum apoio de qualquer parte, de maneira que não fosse influenciado indevidamente, sem sequer se importar com a solidão da criança.

Afinal, para muitos, Naruto não era uma criança.

Ele era o demônio, o jinchuuriki, a arma de Konoha.

Jiraya se calou logo apôs isso, Naruto não sentido vontade de continuar a conversa, ficando um silêncio tranquilo entre eles. No caminho ao pequeno hotel que ficariam, Naruto viu uma loja que o interessou e assim chamou a atenção de Jiraya, que olhando para a loja que Naruto apontava apenas lhe deu um olhar interrogativo.

“A gente podia dar uma olhada, acho que Tayuya poderia gostar de um presente de desculpa.”, o loiro respondeu.

Jiraya ficou pensativo sobre isso, sabendo qual era a intenção de seu aluno, ouvindo anteriormente Tayuya falando para o loiro, sobre a saudade que sentia do item que havia perdido, e com isso, Naruto esperava dar de presente para Tayuya, num suposto pedido de desculpa.

O Sannin não era bobo, Tayuya já havia perdoado a muito tempo Naruto, isso se tornou evidente na forma como eles interagirem nos últimos dias, porém ainda assim, Naruto queria presentear Tayuya. Assim, querendo testar quão determinado ele estava, Jiraya perguntou:

“Você pode pagar, correto?”

 Naruto ficou com uma cara meio azeda, mas ele logo emendou, “Sim, eu posso pagar, eu tenho as minhas economias das missões ainda, e acho que não seria muito caro de comprar.” ele afirmou, e isso apenas alegrou ainda mais Jiraya, que dando uma leve risada apenas disse, “Tudo bem, pirralho, eu pago. Guarde o dinheiro para algo mais importante.” e internamente ele completou pensado, “Como por exemplo, os futuros encontros que vai ter, hohohohoho.”

Assim, eles compraram o presente e o embrulharam, com Naruto o guardando e com ele sendo o responsável por entregar o presente, com Jiraya não se importando muito se ele estivesse la no momento ou não, contanto que seu nome fosse mencionado.

Ele não pagaria um presente, sem sequer levar minimamente o crédito por isso.

 

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Finalmente a noite havia chegado, as ruas estavam bem iluminadas, com música e risadas espalhadas por todo o lado, as pessoas usavam trajes bonitos para a ocasião, e poderia se ouvir o grito dos vendedores ambulantes em suas barracas, disputando pela atenção dos pedestres e com sorte se tornassem um cliente.

Jiraya estava em seu traje costumeiro, onde ao terem chegado na loja, tendo Tayuya já escolhido o seu kimono, mas não querendo revelar qual era, Jiraya e Naruto passaram um tempo decidindo o que escolher, e no final um kimono de cor laranja, com grande insistência do loiro, sem muito detalhes, foi escolhido. Era uma peça bastante simples, e por mais que Jiraya não quisesse admitir, combinava bem com Naruto.

Jiraya por fim decidiu não alugar um para ele, em parte para que Naruto e Tayuya pudessem aproveitar o festival sozinho, mas também por que a sua intenção desde do início era beber em algum bar e curtir a noite sozinho, e tendo uma roupa delicada como um kimono e ainda alugado, não seria a melhor escolha de roupa.

Naruto agora se encontrava vestido com a roupa escolhida, o laranja era um tom mais ameno, que combinava bem com as luzes da cidade, e da grande quantidade de velas acessas pelas ruas, completando a iluminação do festival. A parte de cima, cobria todo o seu peitoral, deixando uma pequena abertura em forma de v, mostrando o seu peitoral nu, inicialmente o deixando desconfortável, mas Jiraya havia dito que era o costume.

A parte de baixo era uma saia longa, sem aberturas, e completando, ele tinha uma faixa de cor preta, amarrado a sua cintura, e segurando toda a peça. Em suma, Naruto parecia uma pessoa sofisticada, onde sem a bandana em sua testa, seus cabelos estavam soltos, e realçavam mais ainda os seus olhos azuis tornando as suas marcas de nascença em forma de bigodes, não algo fofo, mas sim exótico.

Pelos olhares que as moças davam a ele vez ou outra, algumas até mesmo mais velhas, Naruto estava bonito, e mesmo o loiro não percebendo os olhares, Jiraya estava feliz, pela mudança de roupa do garoto. Quem sabe a experiência de hoje, o fizesse está mais disposto a ter uma mudança de roupas, onde as que eles possui, claramente não combinava bem com eles, desvalorizando a beleza que possuía.

Inicialmente, todos eles sairiam juntos, mas Tayuya estava demorando demais para se arrumar, Jiraya queria lhe ajudar, mas ela havia se trancado no banheiro, e seu tom de voz indicava a frustração dela. O Sannin havia concluído que Tayuya não saberia usar um kimono, se maquiar ou coisas do tipo, e era até compreensível. Sua vida sendo basicamente uma soldada de Orochimaru, com certeza não dava espaço para ela apreender isso.

Para ajudar ela, Jiraya tinha falado com uma das funcionarias da pequena pousada que estavam, e de forma simpática, ela ajudou Tayuya a se preparar, e vendo quão envergonhada a pequena ruiva estava com tudo isso, prontamente enxotou os dois homens do quarto. Sem muitas opções, eles esperaram em frente a entrada do hotel, observando a movimentação, que mesmo ainda cedo da noite, já estava grande.

Depois de 30 minutos, com um Naruto inquieto e querendo aproveitar seu primeiro festival, Jiraya sentia, que Naruto zombaria levemente de Tayuya pela demora, há amizade deles já chegando num ponto onde eles podiam fazer isso sem ofenderem o outro. Mas quando ela chegou, a última coisa que passou pela cabeça de Naruto foi de zombar Tayuya.

Jiraya poderia entender, pois a moça que descia as escadas da entrada estava deslumbrante. Usando um kimono de cor preto, a roupa cobria todo o seu corpo, tendo uma abertura ampla na região do pescoço, realçando a sua cor de pele mais clara. Os detalhes do kimono tinha desenhos de variadas flores de cor rosa e branca, interagindo com a cor negra do kimono, tendo mangas longas, que se estendiam de seus braços, e criavam uma imagem de delicadeza, tendo as imagens das flores reforçando isso.

O grande destaque disso tudo era seu cabelo, a cor vemelha, contrastava diretamente com o kimono, e seus cabelos estavam soltos, não tendo a touca que ela tanto gostava. Um coque oriental alto tinha sido feito em seu cabelo, jogando seus cabelos para cima, dando um aspecto bagunçado a eles, fazendo um contraste direto, com a parte da frente de seu cabelo, bem penteado, com duas mechas adornando os lados da face, perto das sobrancelhas.

Usava uma maquiagem bastante leve, provavelmente não habituada com o uso disso, e não querendo nada de exagerado, não que fosse muito necessário, na visão de Jiraya. No geral, Tayuya, era uma visão de beleza, mas transmitindo uma naturalidade que combinava bem com sua personalidade, suas roupas, cabelos, postura, e feições, mostrava uma mistura interessante entre o tradicional e ela mesmo.

Era simplesmente Tayuya.

A ruiva se encontrava meio nervosa, nunca realmente havia usado esse tipo de roupa, nunca tendo ido a um festival antes também. Ela havia escolhido o kimono, inicialmente preocupado com o preço, mas Jiraya garantiu que ele pagaria para ela, e se ela quisesse, poderia pagar de volta a ele um dia, e Tayuya com certeza faria. Tão empolgada, ela ficou, que havia esquecido que basicamente não sabia realmente como vestir um kimono, sendo mais complicado que parecia, e que principalmente, não tinha ideia de como se maquiar ou de preparar seu cabelo. Ela inicialmente iria com ele solto como sempre, mas quando viu pela janela do quarto, todas as mulheres usando cortes e penteados elaborados, uma vontade surgiu de tentar isso.

 Quando ela percebeu, após um bom banho, que ela não tinha ideia de como se vestir, frustração a assolou, Tayuya não era exatamente a mulher mais vaidosa do mundo, mas até ela admitiria que queria se preparar de forma especial para o seu primeiro festival. Por sorte, Jiraya que tinha ganhado vários pontos com ela, conseguiu mais ainda, trazendo uma das funcionarias da pousada, Shirona, uma senhora simpática e amigável, para lhe ajudar.

Shirona se compadeceu da situação da menina, e enquanto a preparava, não poupou elogios a Tayuya, se focando especificamente em seu cabelo, um dos seus maiores orgulhos para a ruiva, elogiando, como era sedoso e bem cuidado. O tempo todo que a preparava, Shirona pacientemente explicava o que estava fazendo, passando uma maquiagem leve a pedido da Tayuya e explicando todos os acessórios que usava e não usava, e o que eles faziam. Quando chegou no cabelo de Tayuya, Shirona perguntou como ela queria seu cabelo, e vendo um rosto de indecisão, a senhora decidiu ir testando diferentes penteadas, até que encontrasse algo do agrado dela, e no final, resultou em um penteado, que para Tayuya, soava como a própria ruiva.

Jiraya, estava com um sorriso em seu rosto, sem qualquer perversão, feliz com esse momento que aconteceria, não importando que ele queria dar uma de cupido ou o que for, seria apenas dois jovens que finalmente teriam o seu merecido primeiro festival em suas vidas. Já Naruto, estava com uma expressão boba no rosto, visualizando Tayuya, e não conseguindo esbouçar muita reações além disso, de fato, o natural seria dar um sorriso e tecer um bom elogio a ela, mas ele era apenas um jovem de 13 anos, que ainda estava descobrindo as coisas, e ficar paralisado encarando uma linda garota era o que aconteceria no momento.

Tayuya, apenas mostrava um grande sorriso no rosto, afinal, qualquer pessoa ficaria feliz, ao ver uma reação tão impactante nos outros. Todos gostam de se sentirem bonitos, de se sentirem atraentes, e quando isso acontecia pelas suas próprias qualidades era algo melhor ainda.

Tayuya desceu as escadas, de forma lenta e cuidadosa, demonstrando uma imagem de leveza e sutileza.

Na realidade, era só o medo de levar um tombo e se machucar, pelo fato dela não estar acostumada a usar kimonos, sendo apertados, e limitavam bastante os movimentos das pernas dela.

De qualquer forma, Tayuya ficou em frente ao dois homens e então disse, “Bem, o que estamos esperando?”, sua face bela, demonstrando leve ansiedade para aproveitar o festival. Jiraya, com isso falou o que ele já planejava de qualquer jeito, “Bom, vocês irão para o festival passear, enquanto eu vou beber.”, um sorriso presunçoso em sua face.

Com isso um Naruto ainda meio impactado pelo traje de uma certa ruiva, logo se virou para Jiraya, uma face de confusão, “Você não vai ficar com a gente, Ero-sennin?”

Jiraya adotou uma expressão meio irritada, mesmo com quão legal ele tem sido com esse pirralhos nas últimas semanas, Naruto ainda insistia nesse apelido idiota, mas logo respondeu, “Não, eu já vim pra esse festival muitas vezes ao longo da vida, e prefiro apenas ficar num canto sossegado e bebendo, então vocês devem ir e aproveitar o festival, ouvir dizer que o melhor lugar pra ver a queima de fogos é perto da praça central.”

Ambos os jovens ainda estavam meio surpreso com isso, mas aceitaram de qualquer forma, ao se despedirem, Jiraya, elogio a aparência de Tayuya, destacando como o cabelo dela estava bonito, esperando que Naruto o copiasse quando ele fosse a elogiar. Quando foi se despedir de Naruto, ele apenas colocou a mão no ombro do loiro, dizendo que eles aproveitassem, e que eles deveriam ir para um show de talentos amador que estava tendo a algumas quadras de onde estavam, nessa hora, Jiraya deu uma leve piscada, e ele acreditou que Naruto tinha captado a mensagem oculta.

Quando o Sannin partiu, sobrou duas pessoas, vestida de forma bastante elegante, e ambos não acostumado a isso. Vendo que um silêncio constrangedor se estabeleceu, pelo fato de ambos não saberem o que fazer exatamente, Naruto apenas arriscou, e acreditando ser o mais certo, elogiou a ruiva, “Você está muito bonita Tayuya-chan.”, tão nervoso que estava, que nem percebeu o sufixo carinho que usou junto a seu nome, e já pensava que foi seu primeiro erro da noite.

Mas surpreendentemente, Tayuya sequer percebeu, muito contente com o elogio do loiro, depois de todo o tempo que passou, sendo arrumada, e então agradeceu, “Obrigado bigodes, você também não está nada mal.”, e de fato era verdade, o kimono que o loiro usava, era bastante simples, e era um ótimo visual, quando comparado a aquele casaco e calça, grossos e estufadas, e junto de seu cabelo solto, davam uma visão exótica ao loiro.

Assim, Naruto se pós ao lado dela, ainda meio receoso, a convidou a andar, e assim Tayuya fez, andando ao seu lado, e vendo tudo que acontecia ao redor deles. O festival de fato era bastante bonito, várias barracas estavam espalhadas, e crianças corriam com balões e fitas em forma de serpente. Casais, famílias, amigos, diversas pessoas aproveitavam o festival, e com isso, um clima de alegria estava espalhado no ar, contagiando os dois jovens, que aos poucos, ficavam mais empolgados com tudo que viam, e iam esquecendo tudo que já passaram.

Festas devem ser aproveitadas, e não é com lembranças ruins, que isso é possível.

Naruto tinha comprado alguns lanches pelas barracas, iguarias locais principalmente, e eles também haviam jogado alguns jogos, tendo uma larga vantagem por serem shinobis, em relação aos civis, e ao perceberem o descontentamento dos donos da barraca com isso, eles decidiram apena jogarem, e não pegarem os prêmios. Não era como se eles quisessem algo disso afinal.

Depois de um tempo, sem Naruto perceber, muito entretido da companhia de Tayuya, eles chegaram a um pequeno palco, onde uma criança cantava em frente a uma pequena multidão, o nervosismo dela estava claro, e algumas vezes ela desafinava, porém no geral, sua voz era ótima para os ouvidos das pessoas.

Ao final ela tinha sido aplaudida, e saiu de forma extremamente feliz, indo até seus pais, o apresentador surgiu, e anunciou, que as inscrições ainda estavam abertas, e ao final seria escolhido um ganhador, pelo julgamento da plateia, que ganharia uma pequena quantia de 1000 ryo. Naruto vendo isso, finalmente percebeu o sentido daquela piscadela de Jiraya, e então vendo que era um bom momento, tirou o presente de suas vestes, enquanto Tayuya estava focada ao ver um homem cantando um enka fracamente horrível, mas que causava risadas entres as pessoas, pelas expressões que fazia.

Assim, um pouco nervoso, Naruto chamou a atenção de Tayuya cutucando levemente o seu braço, e com ela se virando, ele apenas estendeu o embrulho, tendo uma cor simples em vermelho, e uma pequena fita vermelha em um laço em uma das pontas, o formato do embrulho era um retângulo, de tamanho mediano.

 "O que é isso?”, perguntou Tayuya, não entendendo toda a situação, Naruto então percebeu que no nervosismo acabou não explicando nada, e corando levemente com isso, ele respondeu, “Bem, Jiraya e eu, achamos que você merecia um presente, depois de tudo que fizemos para você.”, concluindo ele estendeu mais uma vez o presente para Tayuyta e ela aceitou, rasgando o presente, e abrindo a caixa de plástico duro, de cor também vermelha, porém mais escura.

Tayuya apenas arregalou os seus olhos, surpresa genuína adornando a sua face, pois dentro da caixa, tinha uma flauta, uma transversal para ser mais específica, bastante semelhante com a antiga que tinha, essa era feita de madeira, os furos nela, eram bastante simples, sendo pequenos círculos. Era dividido em 3 partes, sendo um furo na primeira parte, a região do bocal, onde ela assopraria, e mais duas partes, com 3 buracos cada, sendo o corpo, e ao final da fluta, tínhamos o pé, que era composto por uma simples chave.

Em suma, era uma flauta de madeira, extremamente simples e ao mesmo tempo belo, era diferente de sua antiga flauta, que era feito de aço reforçado, suportando o chakra que ela colocava no instrumento para realizar suas técnicas. Caso ela fizesse nessa flauta, provavelmente a quebraria em pequenos pedaços, mas, ainda assim, Tayuya, estava bastante feliz, por finalmente ter a oportunidade de tocar o instrumento que era sua principal paixão em sua vida.

Naruto parece que havia percebido esse detalhe, pois logo se pois a falar, seu nervosismo sendo claro em sua voz, “A loja que eu e o Ero-sennin fomos, era para civis, então eles não tinham nada realmente útil para shinobis, mas a vendedora, me garantiu, que essa flauta era feito de uma madeira forte que suportaria muita pressão.”

De certa forma era verdade, a flauta foi muito bem-feita, ela tinha certeza que aguentaria um ou dois minutos se ela colocasse chakra. Não era muito, mas era bem-vindo de qualquer forma. Tayuya então perguntou, “De quem foi a ideia?”, seu sorriso não saindo de seus lábios, e um tom alegre em sua voz. Naruto vendo isso, ficou aliviado pela aprovação no presente, e então respondeu, ainda meio hesitante, “Bom…, acho que seria eu. Eu tinha me lembrando de você falando da saudade que tinha para tocar, e no caminho para a pousada, eu vi essa loja e pensei em comprar algo pra você, Jiraya apoio a ideia e pagou por isso, mesmo eu dizendo que poderia pagar.”

Tayuya agora estava verdadeiramente feliz, e pessoas felizes de forma genuína, tendem a fazer atos espontâneos, assim, ela simplesmente deu alguns passos para frente e simplesmente abraçou o loiro a sua frente, que lhe deu um presente que ela adorou, dizendo obrigado, e quando se afastou, deu um beijo em sua bochecha, genuinamente feliz, e mais uma vez repetiu, “Obrigado, bigodes.”

Se antes Naruto estava levemente corado, agora ele parecia um tomate, nunca estando acostumado a esses gestos de agradecimento genuíno, e principalmente a todo esse contato corporal. Poderia parecer algo pervertido, algo perfeitamente normal para um jovem de 13 anos, mas a verdade que Naruto poderia contar nos dedos da mão, quantas vezes ele já foi abraçado.

“Ah, humm, que bom que gostou, hehehe, a vendedora ajudou bastante, já que nem eu ou Jiraya, sabíamos de nada sobre flautas.”, após dizer isso, aplausos foram ouvidos, tendo a apresentação de enka, encerrado, e as pessoas felizes pela apresentação, e o resto, felizes que ela finalmente acabou. Naruto então, se lembrou do motivo inicial que ele começou tudo isso.

“Na verdade, eu entreguei agora, por que eu acho que você poderia tocar no palco.”, a reação da ruiva, foi meio hesitante, mais surpreendida por isso, que realmente nervosa, então Naruto logo reforçou, “Eu nunca ouvi você tocando, e Shikamaru disse que você tocava muito bem.”

Obviamente, ambos ignoraram que o momento que Shikamaru ouviu isso, era quando ela estava tentando o matar.

Meros detalhes.

Vendo o rosto de expectativa, e desejando tocar imediatamente o instrumento que ganhou, Tayuya sorriu levemente com isso, e apenas acenou com a cabeça, “Ok, eu vou la me inscrever, e você me espera aqui.”, tão rápido que ela concordou com isso, Tayuya partiu para o palco, passando pela multidão, pedindo licença, com uma caixa rente a seu peito.

Duas apresentações depois, Tayuya se encontrava no palco, a multidão que antes era pequena, já crescia de forma considerável, o local sendo escolhido por ter uma tendência de eco natural, que ajudaria a espalhar melhor o som, sendo essencialmente uma rua sem saída, que ligava com a rua principal. Tayuya estava se sentindo meio nervosa, apesar da confiança que tinha como tocadora, ainda assim um frio leve em sua barriga surgia, vendo tantas pessoas a olhando e julgando.

Naruto se encontrava em frente a ela, tendo se arrastado pela multidão até chegar em frente ao palco, e vendo como ele estava ansioso para ouvir ela tocar, apenas a incentivou mais ainda, e com isso, ela esperou o apresentador terminar sua apresentação, dizendo apenas o seu nome e o que ela faria. Tayuya fechou seus olhos e inalou e exalou profundamente, preparando a sua respiração para a música.

 As melodias eram suaves e lentas, contrastando diretamente com o clima de alegria das pessoas. Inicialmente elas estavam com rostos confusos e entediados a isso, mas então as notas começaram a subir, notas fortes e fracas entrando em um acorde que lentamente adentrava nos ouvidos de cada pessoa.

Aos poucos, os murmúrios das pessoas, o barulho e gritos dos comerciantes e crianças, começaram a diminuir, a rua estreita, ecoalizando de forma perfeita cada nota, e assim, cada pessoa naquela rua ouvia a melodia.

Transmitia solidão, tristeza, melancolia, mas incrivelmente não causava isso nas pessoas, ele apenas sentiam como se fosse de outra pessoa.

A música que refletia seu autor afinal.

Tayuya poderia ter tocado diversas músicas que combinavam com o festival e o clima, poderia ter tocado músicas complexas e rítmicas que demonstravam a sua técnica, mas vendo Naruto, vendo o seu desejo de ver ela tocar, Tayuya sentiu que o mais certo seria tocar o que ela acreditava que refletia quem ela era.

A música era Tayuya.

Todas as pessoas sentiram isso, e então, uma rua estava em silêncio, ouvindo, sentindo e ressoando com uma ruiva e sua flauta, lembranças de suas vidas surgindo em suas mentes.

Naruto era aquele que mais se sentiu impactado, pois se depois de Jiraya, basicamente falar da solidão que a ruiva já sofreu, depois de ouvir ela literalmente gritar para ele, de interagir com ela e descobrir a sua história, Naruto sentiu através da música, em cada melodia que subia e descia de intensidade, ele sentia os altos e baixos da vida de Tayuya.

Ele mesmo sentiu isso em si.

A música diz muitas coisas para diferentes ouvidos, sua interpretação varia bastante, e o gosto de forma igual, mas ela sempre criara alguma ligação, uma conexão, fraca ou forte.

Pelo silêncio da multidão, e ao final da última nota de Tayuya, com tal silêncio se estendendo mais um pouco e então aplausos frenéticos de uma multidão que sentiu a música tocando suas almas, aparentemente Tayuya havia conseguido.

O sorriso de Tayuya, que antes era alegria, agora estava junto de puro orgulho, da música que tocou, da multidão que aplaudia, e principalmente de um certo loiro que vibrava da maneira mais espalhafatosa possível, pela atuação de Tayuya. 

Não foi nenhuma surpresa para ninguém, quando Tayuya foi anunciada a vencedora, o prêmio em dinheiro sendo algo que ela agradecia, tendo finalmente alguma quantia própria para si, não precisando depender do velho pervertido. Naruto quando a encontrou, estava superempolgado, elogiando sem parar a performance dela, fazendo o ego de Tayuya e sua alegria inflar mais ainda.

Ao final, ela comprou mais guloseimas com o dinheiro da premiação, e comendo junto de Naruto, a caixa com a sua flauta estando guardada com o loiro, eles se puseram a andar até encontrarem um local agradável para se sentarem, e poucos minutos depois, a queima de fogos começou. 

Durou 5 minutos, fazendo um show de luzes magnífico, com diferentes cores e sons surgindo no céu, e até mesmo formatos foram criados, sendo na sequência de fogos final, uma imensa serpente multicolorida foi tecida no céu. Aplausos de todos foram feitos, Naruto e Tayuya, totalmente admirados com tudo que vivenciaram nesse festival, e sem dúvida, memórias que seriam lembradas para sempre neles. 

Após os fogos, ele decidiram encontrar Jiraya, vendo que já estava ficando um pouco tarde, e foram até a areá que a maioria dos bares estavam localizado, onde provavelmente encontrariam o velho Sannin. Naruto e Tayya andava lado a lado, uma proximidade que indicava como a relação deles havia melhorado drasticamente em poucos dias. O que antes era inimigos, passaram a ser amigos, e talvez no fundo, algo a mais. 

Porém isso é um romance, um romance de dois jovens para piorar a situação, e o que é um romance sem ter um drama real? 

Obviamente que isso não aconteceria por causa de Tayuya ou de Naruto, eles estavam contente demais para fazer isso, e seria uma idiotice. 

Mas se os adolescentes estão propensos a fazer idiotices, adultos poderão fazer isso com perfeição, principalmente quando o álcool está no meio. 

No caso de Jiraya, estávamos falando de muito álcool, onde Naruto e Tayuya, o encontraram com as faces do velho pervertido bastante coradas, e um sorriso risonho em sua face, um perfeito bêbado. 

Jiraya, ao avistar os jovens e vendo a felicidades estampando em seus rostos, se levantou da cadeira que estava, deixando a conta já paga, e se dirigiu meio cambaleante para eles. Agora, Jiraya poderia ser um ninja poderosos e experiente, e também um bebedor experiente, mas alguns fatores contribuíram para esse quadro. 

Primeiro, a cidade que estavam, era uma das suas principais bases de informações, tendo vários informantes de sua rede, vivendo dentro da cidade e com isso, ele soube que não havia qualquer inimigo ou risco de algum confronto contra o Sannin. O segundo motivo foi por que Jiraya estava querendo simplesmente extravasar, tendo nenhum risco de um ataque, mas principalmente, vendo os dois jovens conversando, interagindo e as vezes sem sequer perceberem flertando entre si, apenas fez Jiraya se relembrar mais ainda do romance de seu falecido aluno. 

Junto a isso, Jiraya começou a pensar o que aconteceria se isso tivesse acontecido com ele, os pensamentos de uma certa loira, que provavelmente nunca sairia de sua cabeça, o fazendo se tornar melancólico. 

Então sim, naquela noite Jiraya queria chutar o balde e se acabar de beber. 

Em frente a Naruto e Tayuya, ambos com um pouco de nojo do cheiro forte de álcool que ele exalava, Jiraya os provocou, “Hummm, como está meu casal favorito.”, assim, basicamente jogando ao vento qualquer sutileza. 

Naruto estando irritado com o mestre que tinha, apenas afirmou de forma categórica, “Você está bêbado.”, Jiraya, como todo bêbado, achou o que Naruto havia dito com seriedade, sendo algo engraçado e riu fortemente, baforando mais ainda o hálito de álcool, e tornando o momento mais repugnante. 

“Bah, isso são detalhes, e então como foi o encontro de vocês?”, Jiraya perguntou, e com Tayuya ignorando a questão do encontro, vendo que não tinha sentido discutir isso com alguém do estado dele, apenas respondeu, “Foi bom, seu velho bebado.”, o apelido reforçando mais ainda o desprezo que ela estava tendo pela situação de Jiraya. 

Naruto logo emendou de forma empolgada, “Sim, Tayuya tocou no show de talentos, e ganhou. Foi incrível, ela toucou muito bem, todo mundo ficou em silêncio a ouvindo e no final aplaudiram ela.”, enquanto falava, fazia alguns gestos para enfatizar mais ainda o que dizia, e rendendo uma ruiva levemente envergonhada por toda a empolgação. 

“Então parece que ela gostou do presente então, hahaha!”, Jiraya rindo ainda, apenas olhou para Tayuya, um olhar de leve expectativa para ela, e a garota captando a mensagem apenas disse, um pouco a contragosto, “Obrigado pelo presente, velhote.”

O momento seria esse, dois jovens bastante alegres, e um velho bêbado, tentando estragar isso, sendo irritante de lidar, mas que no final, não estragaria esse momento tão alegre que foi essa noite. 

Mas como afirmei, romances devem ter dramas, por que ao mesmo tempo que eles tornam tudo mais interessante, eles também são vitais para o final de qualquer história, e essa estava em seu fim.

Assim, se quer percebendo a idiotice que estava dizendo, Jiraya apenas a abraçou de forma rápida Tayuya, que estando com um kimono que restringia bastante seus movimentos, não conseguiu se afastar, e foi abraçada por ele. O Sannins então, apenas disse: 

“Ahhh, de nada ruivinha, você sabe que eu gosto de você, mesmo sendo bastante irritante,”, se em vez de uma vírgula tivesse um ponto final na fala de Jiraya, talvez tudo isso não teria acontecido, mas a vírgula estava lá, e o resto da frase tinha que ser dita, “e mesmo você tendo culpa na morte do meu mestre, eu ainda gosto de você.” ele então rio do que ele mesmo falou, e continuou a abraçar uma Tayuya agora em choque, e um Naruto que estava começando a perceber o que foi dito. 

E ele não gostou nem um pouco. 

Praticamente empurrando Jiraya, Tayuya, olhou de forma temorosa para Naruto, sendo que antes era um sorriso empolgado, agora é uma face confusa, e que lentamente estava ficando séria, ele apenas disse, “O que?” 

Jiraya, ainda não vendo sentindo nessa mudança repentina de humor, apenas perguntou, “O que foi pirralho?” 

“O que você quer dizer com ela tendo culpa na morte do Jiji?”, ele o questionou, uma face cada vez mais irritada. 

Jiraya agora, percebeu a idiotice que tinha feito, e tentando consertar as coisas, vendo que Tayuya continuava em silêncio, balbuciou algumas desculpas inventadas na hora. 

Mas ele estava ainda bastante bêbado, e francamente falando, nunca foi o forte de Jiraya isso.

Naruto vendo que não teria nenhuma resposta com o velho bêbado, se virou para Tayuya, e demonstrando uma agressividade que Tayuya não tinha visto ainda, perguntou com um tom alto, “O que ele quer dizer Tayuya?” 

Tayuya agora estava nervosa de verdade, prevendo o desfecho disso e não gostando nem um pouco. Amaldiçoando internamente o bêbado, mas se focando em Naruto, ela tentou dizer algo, mas percebeu que não tinha nada para dizer, pois não havia como mentir sobre isso, e a verdade apenas o machucaria. 

Tayuya não queria machucá-lo. 

Naruto se irritando mais ainda com a falta de resposta, perguntou em um tom mais alto, fazendo que as pessoas no meio da rua, que não estava muito lotada, mas ainda com um certo movimento, ouvirem, “Você matou o meu avô?” 

O silêncio continuava, por parte dela. 

“ME DIGA!”, ele agora gritou, chamando a atenção de toda a rua, observando a confusão que poderia surgir. 

Jiraya queria ajudar de alguma maneira isso, mas ele apenas se calou, pois percebeu que já era tarde demais para fazer qualquer coisa, Naruto não o escutaria naquele momento, e ele apenas esperou que pudesse ajeitar isso no final. 

Tayuya poderia ter feito muitas coisas, ela poderia ter negado, mentindo, fugido, ela poderia ter feito alguma coisa para evitar isso. Mas ela estava cansada disso, ela queria recomeçar, e depois de uma noite dela descobrindo novas emoções e sensações, sendo apenas ela mesma, foi decidido por ela, que seria sincera também nesse momento. 

“Sim.” 

A resposta foi como um murro para o peito de Naruto, e doeu bastante, com toda essa dor transbordando em sua voz, apenas perguntou, “Por que?” 

A resposta era vaga, e para ser respondida de forma adequada precisaria de um tempo que Tayuya sabia que Naruto não estava disposto a dar, então ela apenas respondeu, com um suspiro, “Por que eu fui ordenado a isso.”, era a verdade, de forma crua e sincera. 

Mas a dor continuava igual. 

Naruto agora mostrava a dor em todo o seu corpo, sua postura, seu rosto, tudo transmitia a dor que sentia, ele lentamente se afastou, e então correria para longe, com muita dor e raiva em seu coração para estar ali. Se Jiraya tinha cometido um erro, foi a vez de Tayuya de cometer, andando até o loiro, e segurando a sua mão, quando ele estava de costas a ela, e se preparando para correr. 

O segundo erro aconteceu. 

Puxando o braço de forma violenta, a dor foi substituída por raiva, e mais uma vez gritando ele bradou, “ME SOLTA!”, se antes as pessoas achavam que alguma confusão poderia acontecer, agora tinham certeza, Jiraya poderia fazer algo, mas finalmente entendo a gravidade de tudo isso, ele sabia que seria inútil. 

Tayuya fez o que qualquer pessoa faria nessa situação, e da forma mais humilde possível, sabendo que não adiantaria de nada mas mesmo assim tentaria, ela disse, “Me desculpe, Naruto.” 

“VOCÊ O MATOU!!!! VOCÊ MATOU A ÚNICA PESSOA QUE SE IMPORTOU COMIGO DESDE DA MINHA INFÂNCIA!! VOCÊ MATOU O MEU AVÔ!!”, a raiva cegando qualquer lucidez de Naruto, e agora, as pessoas estavam temerosas do que aconteceria, mas como sempre, enquanto não vissem uma ameaça real de vida a eles, continuariam ali para assistir, a curiosidade os prendendo. 

Tayuya poderia estar errada, mas nunca que ela admitiria que alguém a gritasse com ela, sendo um pouco hipócrita visto que ela fazia isso muitas vezes, e com isso, ela disse, seu tom de voz subindo rapidamente, “Eu não tive opção nisso Naruto, eu tinha que fazer isso de qualquer forma. Por favor, entenda.” 

“EU NÃO ME IMPORTO, SUA ASSASSINA!!” 

A frase não era exatamente mentira, já que ela já teve a sua cota de assassinatos, que é algo que todo shinobi teria ao longo da vida, mas vindo dele, vindo da pessoa que ela poderia finalmente admitir que foi seu primeiro amigo em sua nova vida, doeu bastante. 

Da dor vem a raiva, e então Tayuya irritada por tudo isso acontecer pela idiotice de alguém, irritada pela pessoa considerada seu amigo, apenas a julgar de forma indiscriminada, Tayuya sentiu uma leve dor em seu ombro, que sequer foi percebido na hora e gritou: 

“SEU IDIOTA!” 

Surpreendentemente, Tayuya não viu um rosto raivoso do loiro, mas surpresa e um toque de medo até, Jiraya também parecia surpreso repentinamente, e então, ao ver as pessoas ao redor com rostos assustados e até mesmo as crianças chorando, Tayuya finalmente tinha percebido.

Ela havia se transformado para o nível 2 do selo.

Um silêncio tenso se estendeu, e então uma pessoa gritou algo que se passou na mente da maioria das pessoas: 

“DEMÔNIO!!” 

Gritos surgiram, pessoas correndo e mais choro de crianças, Tayuya simplesmente ficou desnorteada com tudo isso, e percebeu que não conseguia se transformar de volta a sua forma normal, o selo amaldiçoado travado. 

Então uma dor em sua testa foi sentida, e ao chão, ela viu uma pequena pedra manchada de sangue, e então mais pedras e objetos começaram a atingir, e Tayuya simplesmente não conseguia reagir. 

“VÁ EMBORA SUA ABERRAÇÃO!!” 

“MONSTRO!!!” 

“SOCORRO!!” 

Então como uma lâmpada sendo acendido, ou nesse caso, um vidro sendo quebrado de forma violenta, a realidade surgiu para Tayuya, vendo o medo e o ódio das pessoas, e alguém que ela achava que seria especial para ela, não fazendo nada para lhe ajudar. 

Não havia novas chances. Não havia redenção. 

Ela sempre seria um monstro. 

E monstros nunca tinham segundas chances. 

Foi com esse entendimento, que o demônio de cabelos vermelhos, saltou para o telhado mais próximo e correu para longe dali. 

Suas lágrimas agora, não sendo ouvidas por ninguém.

 


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi bastante trabalhoso de escrever, principalmente na parte da descrição das roupas de Tayuya e Naruto, já que isso é algo que tenho muita dificuldade para imaginar, então me baseei em imagens da internet, a música que descrevi, foi algo que eu senti ao ouvir, então se baseia na minha interpretação, e acredito que se encaixava muito bem na personalidade de Tayuya.

Me digam o que acharam desse estilo usando referências de imagens externas, deu um pouco de trabalho e queria saber se vocês gostaram disso.

O próximo capitulo trará o desfecho desse conflito, trazendo explicações melhores do por que todo esse desastre aconteceu, como por exemplo, Jiraya simplesmente ter ficado calado e sem fazer nada o tempo todo.



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