De certa forma esse é o passo inicial e ao mesmo tempo, o mais importante de todos, envolvendo boa parte dos passos que serão ditos. A primeira vez que você se apresenta para alguém, muitas vezes pode definir como funcionaria a relação com a pessoa. Obviamente isso pode mudar, mas, o impacto inicial definiria por um tempo qual seria a opinião de alguém sobre você.

Por isso sempre é importante causar impressões positivas, não necessariamente você precisa mostra um lado perfeito para a pessoa, mas destacando as suas qualidades e deixando de mostrar seus defeitos logo de cara, sempre seria bom. Principalmente quando estamos falando de alguém que você deseja criar uma boa impressão. 

Isso não necessariamente quer dizer que seria apenas para a pessoa que você deseja ou esta atraída, apesar de uma boa parte das pessoas apenas pensarem nisso. A ideia é que você sempre faça isso quando vá conhecer alguma pessoa, afinal nunca sabemos como que tal pessoa poderá impactar na sua vida. 

Com isso, Jiraya, após ter a aprovação de Tsunade, e ter informado a Naruto sobre sua nova companheira de viagem, o levou para o hospital de Konoha, de maneira que eles pudessem se conhecerem melhor e se apresentarem apropriadamente. 

Naruto inicialmente estava relutante, mas após Jiraya explicar a história de Tayuya, sendo uma orfã, forçada a servir a Orochimaru e ainda sobre o estado a atual dela, Naruto mudou de ideia e se dispôs a conhecer ela e dar seu apoio. 

Talvez Jiraya tenha dado uma leve exagerada na história, tornando Orochimaru o terrível Vilão e a Tayuya a pobre coitada, mas, de qualquer forma, tinha funcionado. 

Antes de partirem, Jiraya garantiu que o garoto tomasse um banho completo e passasse uma colônia que tinha comprado no caminho para a casa dele. Inicialmente, o Sannin queria trocar as roupas de Naruto, para algo que não fosse um sinal de neon ambulante, porém uma rápida olhada no guarda-roupa do garoto, e foi decidido que essa era a melhor roupa dele. 

Agora, eles se encontravam em frente a porta do quarto de Tayuya, Naruto de banho tomado e colônia posta, e agora, com Jiraya tendo a preocupação de perguntar a enfermeira-chefe responsável pelo andar, se a paciente estava liberada para visitas. 

Com a confirmação, Jiraya parou em frente e porta e deu alguns conselhos a Naruto: 

“Muito bem, escute, você não pode entrar gritando no quarto, visto que isso é um hospital, e muito menos hostilizar ela. Tayuya deu total cooperação para a Vila, e com isso deve ser dado um voto de confiança a ela.” 

Jiraya poderia ter dado alguns conselhos mais direto para o seu aluno, sobre como causar uma boa impressão para a ruiva, mas ele sabia que Naruto não entenderia nada, e provavelmente ignoraria tudo, então ele se ateu ao básico. 

Isso fez com que Naruto fechasse a expressão, irritado por Jiraya o tratar como se fosse algum idiota. É claro que ele sabia disso tudo, e obviamente ele expressou o seu descontentamento, sem perceber que falava em voz alta, quase que gritando:

“É claro que eu sei disso, Ero-Sennin! Você acha que eu sou alguma criança?!” 

Jiraya, vendo como Naruto parecia como uma criança, praticamente gritando no corredor, e rendendo alguns olhares feios por parte das enfermeiras nos arredores, pensou em responder isso com uma afirmativa, mas simplesmente desistiu, isso causaria mais discussão e não era essa a intenção dele. 

Com isso ele apenas deu um passo a frente, a porta automática abrindo, e com extrema naturalidade, desviou do pequeno relógio de metal que estava na cabaceira da cama de Tayuya, tal objeto simplesmente se espatifando na parede, assustando as pessoas no corredor e o próprio Naruto. 

As enfermeiras não esboçaram muita reações, vendo o que ele tinha feito com a paciente, dias atrás. 

“Parece que alguém esta energética hoje.”, ele afirmou, um sorrisinho em sua face, por ter desviado, na visão de Jiraya, de maneira tão legal. 

Para Tayuya ele apenas parecia um velho pervertido idiota, mas não era como se Jiraya se importasse com isso. 

“O que você quer seu maldito?”, ela perguntou, ainda irritada com o que ele fez a ela.

“Tenho algumas notícias boas a você, mas antes eu quero apresentar você a alguém.”, e com isso ele entrou no quarto, para extremo desgosto de Tayuya, e deu um passo ao lado, dando visão a Naruto. Com Jiraya, internamente rezando que seu discípulo não fizesse alguma idiotice, e estregasse toda a operação tão cedo.

 O que ele não contava era que a própria ruiva fizesse isso. 

“VOCÊ, SEU FILHA DA PUTA!, POR QUE VOCÊ ESTA AQUI?”, questionou, gritando Tayuya, e fúria em seu olhar. 

Naruto ficou irritado, ele não sabia exatamente o que “filha da puta” significava, nunca tendo sido chamado disso, mas pela forma que foi dito, parecia ser algo ruim. Ele responderia, provavelmente no mesmo tom que Tayuya, mas sem os xingamentos, porém Jiraya percebeu isso, e tentou fazer o controle de danos, se pondo entre os dois, e falando de forma tranquila para Tayuya. 

“Agora, Tayuya-chan, você não pode gritar assim, estamos num hospital, afinal.”, o tom de voz fez nenhum efeito nela, porém o que foi dito, fez com que Tayuya se tocasse onde estava e da situação que estava atualmente. 

Ela diminuiria seu tom de voz, mas sua fúria ainda permanecia. 

Continuando, Jiraya disse, dando um sinal com a mão para que Naruto entrasse no quarto, o que ele fez, ainda com ao cara meio irritada, com tudo isso, “Eu sei que vocês já se conhecem, mas acredito que vocês poderiam se conhecer melhor, e então eu poderia explicar o motivo de estarmos aqui.” 

Tanto Naruto quanto Tayuya ainda se encaravam, seu desgosto pelo outro evidente, mas Tayuya ainda estava com raiva, e ela colocaria isso para fora, depois de dias confinado não tendo ninguém para falar, “Eu não quero conhecer nada desse loiro de merda! Foi graças a ele e o amigo dele de cabelo de abacaxi que eu estou nessa situação para início de conversa.”, e enquanto dizia isso, ela mexeu seu corpo para que pudesse encarar melhor eles, e com isso sentiu uma pontada de dor em suas pernas, reforçando ainda mais o quão fudida ela estava, aumentando a sua raiva. 

De fato, Jiraya poderia ter previsto isso, afinal não era uma novidade para ruiva que Naruto era amigo de Shikamaru, porém ele estava tão focado em evitar que seu aluno fizesse alguma idiotice, que ele apenas se esqueceu. 

Ouvindo tudo isso, Naruto, uma pessoa fiel a seus amigos, não suportou mais, e se pôs a defender Shikamaru, “Isso não teria acontecido se você não tivesse sequestrado o Sasuke, e Shikamaru não tem culpa se você perdeu a batalha contra ele, então deveria culpar a si mesma.” ele afirmou, com muita irritação para perceber o peso dessas palavras. 

Jiraya iria intervir, mas foi atropelado por Tayuya, que apesar de internamente admitir a lógica do loiro, não cederia, e então usou a sua segunda arma, que era a provocação, “Eu não teria perdido se não fosse aquela vadia de leque, e da última vez que eu ouvi, foi o seu amigo que quis fugir conosco, então não me culpe se você foi fraco para conseguir impedir ele.” ela terminou, num tom de extremo deboche a ele. 

Naruto agora estava com raiva do que ela disse. A perda da pessoa que ele considerava como seu amigo mais próximo, ainda doendo em seu coração, e sem pensar, apenas afirmou, “Graças a vocês, três dos meus amigos, quase foram mortos, e eu perdi meu melhor amigo. Você merece tudo que recebeu.”, se Naruto tivesse parado pra pensar um segundo antes de dizer, ele teria percebido a imensa idiotice que falou, mas ele era jovem e imaturo demais para isso, e mesmo com Jiraya percebendo, o Sannin não pode sequer reagir. 

Por que Tayuya, se antes estava com raiva, agora ela estava lívida com o que ele disse, e então voltou a gritar, e com a porta agora fechada, exclamando, “EU PERDI TUDO!”, isso fez com que Naruto abrisse os olhos um pouco, com a aumento repentino de voz, “EU NÃO TINHA NADA! EU ERA A PORRA DE UMA ÓRFÃ, QUE NÃO TINHA NADA PARA CHAMAR DE CASA. ENTÃO O DESGRAÇADO DO OROCHIMARU ME ACHOU, E ME FEZ DE SERVO DELE.” 

Ambos os homens se mantinham em silêncio, o mais novo em choque, e o mais velho, percebendo o erro que cometeu, fazendo tudo isso. 

“EU ERA A PORCARIA DE UMA ESCRAVA, QUE SABIA QUE SERIA DESCARTADA SE NÃO O OBEDECESSE! A COISA MAIS PRÓXIMA QUE EU TINHA DE UMA FAMÍLIA, FOI MORTA PELOS SEUS AMIGOS!”, Tayuya agora, já se encontrava vermelha, de raiva, tristeza, esforço, mas principalmente por tudo que perdeu. 

“EU FUI SOTERRADA EM TONELADAS DE MADEIRA, QUASE FIQUEI PARAPLÉGICA, E AGORA SOU A PORCARIA DE UMA PRISONEIRA, QUE NÃO TEM ABSOLUTAMENTE NADA! ENTÃO NÃO ME DIGA O QUE EU MEREÇO OU NÃO, POR QUE VOCÊ NÃO TEM NENHUMA IDEIA DO QUE PASSEI!!”, ela, por fim, terminou, seus pulmões pedindo por ar, e com isso arfando pesadamente, por todo o esforço que fez. 

Naruto agora se encontrava em choque, percebendo finalmente a idiotice que tinha feito, e então tentou se desculpar, “Eu, eu, sinto muito...”, mas foi interrompido pela mesma ruiva ofegante, que se encontrava com o rosto abaixado, e que apenas disse em tom baixo, “Fora.” 

Jiraya tentou mais uma vez tentar fazer o controle de danos, tendo a chance de falar, mas mesmo sendo um homem experiente, ainda era um homem, e esse gênero estava fadado ao fracasso, enquanto não percebessem quando era o momento para se calar, e quando era o momento para falar. 

Com certeza, esse não era um momento para falar. 

“Tayuya,..”, ele começou, mas ela mais uma vez interrompeu, dessa vez voltando a gritar, e agora erguendo o seu rosto, voltou a falar, “Eu disse, FORA!, ME DEIXEM EM PAZ, PORRA!!” 

Ambos os homens se calaram, entendendo finalmente a profundidade do que fizeram com a pobre moça. Eles estavam acostumados a mulheres raivosas, há mulheres que gritavam com eles. 

Mas quando uma alguém tem lágrimas em seus olhos, ninguém está realmente preparado para isso.

Naruto não fez nenhuma ação, ainda em choque com o que ele fez a ela, mas Jiraya vendo o fracasso de tudo isso, apenas suspirou, e andou para fora do quarto, arrastando com ele seu discípulo, sequer pedindo desculpa por ele ou seu aluno, sabendo que apenas enfureceria mais ainda a ruiva. 

A porta se fechou, Jiraya ainda arrastando Naruto, e infelizmente, tendo uma audição aguçada naturalmente, Jiraya ouviu o que acontecia dentro do quarto, e apenas o fazia se sentir mais triste. 

Lágrimas caindo aos monte de um rosto, sempre entristeceria qualquer um. 

É por isso, que causar boas primeiras impressões sempre foram importantes.