Me ensina a amar escrita por Saaimee


Capítulo 7
Capítulo 5. Me perdoa, não quero te perder.


Notas iniciais do capítulo

Voltei pra comemorar o aniversário dessa criança chata que é o Goushi :D
Boa leitura!



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“Você gosta de alguém?” Como um eco no abismo esquecido pela vida essas palavras se repetiram dentro de mim. Quando foi que ele tomou coragem para falar sobre esses assuntos? E por que raios iria querer saber sobre mim?!

Era claro que eu estava chocado. De todas as coisas que ele podia me perguntar essa era a única que não deveria. Mas o sentimento que me dominava naquele momento era ainda pior fazendo que essas palavras tão simples conseguissem transformar as paredes sólidas ao meu redor em tinta escorrendo pela tela até sobrar somente o branco vazio de trás que me cegava e calava todos os sons que eu precisava ouvir.

“Você gosta de alguém”, disse em um tom tão enfurecido e, de certa forma preso, que me fez pensar que nem mesmo ele queria ouvir a resposta.

Meus lábios se separaram e, no mesmo instante, se selaram novamente. Minhas mãos suadas pressionaram as unhas contra a palma sem haver dor, sem haver nada.

Goushi estava parado a minha frente com os braços cruzados parecendo reprovar cada segundo que passava da mesma forma que faz quando começo a arrumar minha franja no camarim. E eu queria tanto que esse fosse o caso, assim poderia retrucar dizendo para procurar o que fazer e voltaríamos aos gritos bobos de sempre.

Olhar para ele agora me fez querer rir da ironia na pergunta, da piada que era a vida e de mim que me enganei nesse esconde-esconde fingindo que ele nunca iria ver o coração dormente que coloquei na caixa de madeira embaixo daquele piso escuro que não ouso tocar.

Ele estava ali me olhando com aquelas sobrancelhas raivosas que pesavam em sua testa e ao invés de querer fazer piadas eu quis me esconder, tremendo ao imaginar seus olhos desviando de mim no momento que abrisse meus lábios de novo.

Goushi estava ali, bem ali! Na minha frente onde sempre esteve, onde eu queria que sempre ficasse. Me olhava, esperando por mim, querendo algo que eu não podia dar.

Novamente tentei falar, mas agora foi ele quem recuou mudando sua visão para o chão enquanto a mão passava pela nuca como se estivesse arrependido desse momento.

“Não se sinta assim.”, eu quis dizer. “Não é culpa sua.”

Isso é igual todas as outras vezes. Como quando estou me aquecendo e o vejo no palco brilhando mais do que todas as luzes e meu coração dispara orgulhoso por vê-lo se levantar, como quando depois de uma discussão eu tenho medo de não poder ouvir sua voz de novo, mas me recuso a procura-lo ou quando naquele dia de ressaca estava dormindo e eu só quis abraça-lo em sua cama até toda a dor que sentia se fosse. É como todas as vezes que quero falar, mas afasto tudo com sorrisos irônicos.

— Não precisa me olhar desse jeito.

Ele fala como se não se importasse, mas esse tom chateado é o mesmo que usa quando acha que todos estão rindo dele. É irritante, bobo, mas uma das coisas que quero ouvir todos os dias.

O riso me escapou tão amargo que em meus olhos deve ter ficado claro a derrota, mas, obviamente, ele não notou. Apenas resmungou jogando a bolsa no balcão irritado com tudo.

As telas ao nosso redor já não eram mais brancas. Estavam borradas da mesma forma que as manchas de café marcam os cadernos. Esse era meu coração desesperado embaçando minha visão mais uma vez.

Eu não queria ver aquele mundo se apagando na minha frente, não queria ouvir aquela pergunta incomodada e não queria que ele virasse as costas para mim como estava prestes a fazer. Então eu ri. Alto e sarcástico o suficiente para chamar seu olhar. Ali estava sua desconfiança misturada a vergonha que refletiam minha face mentirosa em sua íris e foi ali que eu soube que me olhava.

Era assim que tinha que ser. Goushi não precisava me amar como eu implorava para todos os outros fazerem, não precisava me desejar ou pensar em mim como eu fazia por ele. Ele só precisava ficar ali ao meu lado. Nada mais.

Ele era a resposta daquela pergunta idiota, mas eu não iria dizer. Eu não vou dizer.

— Qual é a graça?!

Ele desviou o rosto com as bochechas rosadas destacando seus olhos e as paredes estavam de volta ali, frias com suas sombras aguardando em silêncio por minhas palavras. Eu tenho que responder.

— Desculpa. É que foi meio inesperado.

Qualquer coisa. Qualquer coisa para que não me deixe sozinho.

— Meu coração... Foi feito para amar todas as garotas.


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Notas finais do capítulo

Em comparação com a estória toda até agora esse foi, infelizmente, o capítulo mais curto, porém o qual eu consegui me sentir mais próxima durante a escrita. Não porque eu penso como o Kento, mas por conseguir trabalhar diretamente com ele e a intimidade dos pensamentos. Gosto de fazer isso ^^
Outro fator para esse tamanho é que esse capítulo nem era para existir POR MUITAS RAZÕES, entretanto as coisas mudaram e dois motivos me levaram a isso: 1. hoje é niver do Goushi (parabéns bebê ♥ coma todos os hambúrgueres que quiser e foda-se o Kento :D) e 2. a fic vai entrar em hiatus e eu não queria simplesmente abandonar sem uma notinha.
Sim, infelizmente estou trabalhando com muitas coisas ao mesmo tempo e para proteger meu amor por AiKane decidi que é melhor dar uma pausa. Mas não vai ser nada muito longo. É só um tempo até eu aliviar as coisas e voltar a trabalhar em um capítulo por vez ^^ Não iriei desistir deles nem hoje, nem nunca ♥
Espero que quem está acompanhando entenda e espere por nossa volta em breve :)
Mas é, então... Até a próxima!



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