Os Treze Guardiões escrita por Miss Lidenbrock


Capítulo 18
A praga das sombras


Notas iniciais do capítulo

O capítulo de hoje é curtinho, mas prometo que o de amanhã vai compensar. Enjoy!



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Voltemos então ao grupo da Renata. Como vocês devem imaginar, com a ajuda da Sofia, eles conseguiram desvendar o caminho pra flora dos bosques.

— Santiago! – Renata abriu a porta num rompante, olhando para todos os lados da pequena casa – Santiago, você está aí?

Bernardo carregava um Daniel inerte nos braços, e Paulo não saía do seu lado, enquanto Sofia, tendo acabado de mudar de forma, estava muito pálida e tremendo.

— Santiago! – gritou Renata mais uma vez, sentindo a tensão se avolumar em sua garganta.

Santiago então apareceu dos fundos da casa, os cabelos molhados pingando nas costas e um sorriso no rosto.

— Estava começando a me perguntar onde vocês estariam – começou, mas então sua expressão transformou-se em preocupado ao ver Daniel – O que...

— Ele foi ferido – Paulo se adiantou, a expressão ansiosa no rosto, nenhum traço do humor habitual – Por favor, me diga que pode salva-lo.

A expressão de Santiago agora estava muito séria. Ajeitando o óculos no rosto, ele cruzou os braços e inspirou fundo.

— Primeiro, devem me contar o que aconteceu – disse – Bernardo, deite Daniel no sofá. Vou dar uma olhada nele.

Assim que Bernardo o deitou, Santiago curvou-se em direção ao menino. A camisa de Daniel já estava quase completamente rasgada, então foi simples removê-la do corpo. Santiago passou levemente o dedo sobre as feridas, fazendo Daniel tremer e murmurar coisas incompreensíveis.

— Isso não é bom – murmurou Santiago, quase que pra si mesmo.

— O quê? – Paulo ergueu a voz, sem conseguir conter a ansiedade – O que não é bom?

Santiago ergueu a cabeça para encará-lo, a expressão grave.

— Eu posso combater a infecção – disse ele – Com ervas especiais e antibióticos. Mas – ele assinalou, ante a expressão de alívio dos outros  - Posso ver sinais de magia negra aqui. E, tendo ele sido contaminado por essa magia, somente um bruxo poderoso poderia curá-lo. E eu não sou um bruxo, como sabem.

Todos se entreolharam, preocupados. Paulo parecia desolado, e Renata sentia o aperto em seu peito se fechar cada vez mais. Percebeu o quanto sentia falta do sorriso no rosto do menino.

Por isso, faria qualquer coisa para recuperá-lo.

— E o que a magia negra vai fazer ao corpo dele? – perguntou ela, buscando manter a voz mais calma possível. – E o que podemos fazer? Somos bruxos, não somos? Podemos ajudá-lo.

Santiago suspirou, apertando a região entre os olhos. Pela primeira vez, pareceu velho aos olhos deles.

— É difícil dizer o efeito que a magia das sombras terá sobre ele – falou – Daniel é um guardião, portanto, seu corpo está repleto da magia da luz. Resta ter esperança de que, quando as duas combaterem uma à outra, a luz vença. – e, ao ver a expressão de Renata, continuou: - Sim, é verdade que vocês são bruxos, mas não são treinados, muito menos para uma situação desta gravidade. Para isto, teriam que estudar e treinar muito e...

— Eu faço – Paulo interrompeu, ansioso – Eu posso estudar. Treinar. Qualquer coisa pra salvar meu irmão.

— ... Não sei se teremos tempo. – Santiago completou a frase, deixando-a pesar sobre o ambiente.

Todos então ficaram em silêncio, sentindo o impacto daquelas palavras e o que significavam. A expressão de Paulo era horrível, como se alguém houvesse lhe retirado o ar. Sofia chorava baixinho, com Bernardo a consolando em silêncio, e Renata... Renata sentia a culpa se avolumar em seu peito como um peso.

Era seu grupo de busca. Sua missão. Seu plano. Se as coisas deram errado àquele ponto, era por culpa dela.

De repente, a porta se escancarou com o estrondo, fazendo todos pularem de susto. Gisele, Eduardo e Pâmela entraram correndo, expressões alarmadas nos rostos.

— Vocês estão bem? – perguntou Gisele, que correu para abraçar Renata. – Nós ouvimos o Paulo uivar e pensamos... Ah, não...

Os três avistaram Daniel estirado no sofá, a respiração falha. Eduardo empalideceu, e mesmo Pâmela pareceu preocupada, quando Renata achava que ela só se preocupava consigo mesma.

— O que houve? – perguntou Eduardo, baixinho.

Todos olharam para Renata, que inspirou fundo. A última coisa que ela queria era ter de reviver tudo o que acontecera, mas parecia que aquele papel cabia a ela.

Resumiu os últimos acontecimentos da melhor forma que pôde, a voz falhando na parte em que o plano dela fazia com que Daniel levasse a mordida do monstro.

— Então podemos nos comunicar por telepatia? — Eduardo arregalou os olhos – Nossa, isso é... Desculpem. Não é nada comparado ao que aconteceu com o Daniel.

— Na verdade, Eduardo, isso é bem importante – afirmou Santiago – A conexão mental do grupo de vocês significa que suas almas estão conectadas. Quer dizer que podem saber quando o outro está em perigo.

— Não ajudou muito dessa vez – murmurou Paulo, o que fez Santiago se calar.

Todos olharam pro chão, sem saber o que dizer um pro outro, sem saber o que pensar naquela situação.

— Bom – disse Gisele, após alguns minutos – Precisamos contar aos outros. Cadê o grupo da Lorena? Ricardo, Eric, Samir...

Renata sentiu-se duplamente culpada. Estivera tão imersa no problema que nem dera pela falta dos amigos.

— Não chegaram até agora – Bernardo disse – Será que devíamos...

Como se houvesse sido ensaiado, nesse momento a porta da casa de Santiago escancarou-se novamente.

No entanto, só Ricardo e Samir estavam à porta.

Renata arregalou os olhos.

— Oi... gente? – murmurou – Tá tudo bem? Cadê a Lorena e o Eric?

Ricardo apenas balançou a cabeça. Sua expressão estava mais desolada do que Renata jamais vira.

— Eles desapareceram – falou – Não conseguimos achá-los em lugar nenhum.


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Notas finais do capítulo

Dúvidas? Teorias?



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