Onryō escrita por Sensei Oji Mestre Nyah Fanfic


Capítulo 4
Capítulo 4




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ATO 4: BUNRAKU

 人形浄瑠璃

Peter Kirk, o bem-sucedido professor americano que vivia no Japão. Ele sempre recebia cartas de amor de uma pessoa que permanecia anônima.

"É a terceira carta apenas esta semana"

"Tá com uma admiradora secreta. Está morando aqui há poucos meses e já tá de casinho"

"Acontece que eu sou casado e não posso me dar ao luxo de sair com outra mulher"

Ele fechou o seu armário e saiu da escola. A linda japonesa caminhou até o estacionamento.

"Peter-san..."

"Kayako".

Os dois se beijaram.

"Não podemos fazer isso aqui. Por que colocou aquelas cartas no meu armário?"

"Eu te amo, Peter-san. Gosto de estar na sua companhia".

Os dois se abraçaram.

Passaram-se meses com eles tendo um caso escondido. Depois, Kayako nunca mais voltou a dar aulas de japonês.

Num dia de verão, Peter resolveu tomar coragem e ir até a casa da sua ex-amante. Abriu o portão e viu Toshio todo machucado com os braços de fora das grades da janela. Ele entrou na residência e segurou o menino.

"Você está bem? Garoto!"

Ele ficou sentado no sofá vendo a criança apenas parada. No chão havia muitos recortes de papel com fotografias, e em todas elas mostravam lacunas no rosto de Kayako. Kirk subiu a escada e foi ao quarto dos fundos. No chão, um diário. Folheou as páginas e viu que Saeki havia descrito todos os encontros que tiveram. Na porta do armário, os recortes dos rostos de Kayako fincados com alfinetes. Abriu e viu o corpo ensanguentado dela desabar. Peter saiu imediatamente, atordoado.

Descobriu no noticiário que um crime passional ocorrera naquela casa. Sentiu tanto peso na consciência que resolveu se matar, pulando da sacada do seu apartamento.

...

Suelen praticamente adivinhou a real história por trás daquela casa. Kayako era uma mulher infeliz no casamento, Takeo devia ser um marido doentio e abusador, por isso ela procurou por um amante.

"Muito obrigada, senhora Kirk. Tenho que ir".

Pegou um táxi de volta para casa. O tio Oliver estranhou a pressa da moça.

"Pensei que Ricardo estivesse com você"

"Não... ele saiu?"

"Sim, saiu. Não me disse nada".

Ela entrou no quarto e viu um bilhete de Ricardo, avisando que havia estudado sobre a maldição da casa, e que havia saído para averiguar com os seus próprios olhos. O seu coração disparou, porque sabia que qualquer um que pisasse naquela casa seria amaldiçoado até a morte. Pegou a bicicleta do tio e foi para a casa.

Ricardo bateu palma antes de entrar. Viu um carro parado na frente da residência. Assim que entrou, sentiu o cheiro de gás e viu o corpo do policial Sendai dentro da banheira. O seu reflexo era ligar para a polícia.

Suelen tentava ligar para Ricardo, mas estava ocupado. Seu maior temor se concretizou.

"Ricardo?" Ela abriu a porta e caminhou vagarosamente pela casa. Subiu as escadas e averiguou em cada cômodo, mas ele não estava lá. Ouviu passos correndo pela casa e um gemido rasgante da Kayako.

"Eu sei que é você, Kayako! Sei do que você passou"

Escutou um celular tocar no andar de baixo. Uma mão segurou a perna dela, mas era Ricardo paralisado no chão.

"Amor... Amor me ouve!"

Ouviu o rasgar de garganta se aproximar. Logo uma criatura feminina toda branca descer as escadas como se não tivesse ossos. Ela sempre ficava de olhos arregalados e boca aberta. Engatinhou até pegar na perna de Ricardo e por fim matá-lo.

Suelen tentou abrir a porta de saída, mas estava trancada. Onryo se aproximava cada vez mais dela. Foi quando a brasileira não teve outra escolha, sabendo do gás espalhado pelo ar pegou o isqueiro do namorado e tentou acender. Kayako ficou cara a cara com Suelen, pronta para tirar a sua vida. O isqueiro acendeu e o gás virou fogo que explodiu totalmente a casa.

Daquele dia em diante, as almas de Kayako e Toshio foram libertadas da maldição. Suelen e Ricardo, infelizmente morreram juntos. No meio dos escombros, os bombeiros acharam um diário.

...

Toshio brincava recortando jornais na sala quando viu o seu pai, Takeo, para lá e para cá. O garotinho ficou com medo, pois Takeo sempre o batia. Mas dessa vez as coisas estavam diferentes. Seu gato preto, Mar, sempre se roçava nele.

Enquanto isso, Takeo subiu e foi para o quarto de casal que dividia com a sua esposa. Mexeu em suas coisas pessoais e viu um diário. Leu as primeiras páginas.

Kayako voltou da escola e viu que Toshio estava muito sério. Escutou barulhos no andar superior.

No diário, fotografias de Peter Kirk, juras de amor e confissões dizendo que estava infeliz no casamento. Takeo explodiu.

"Takeo?" disse ela assustada.

"Sua... vagabunda"

Ela tentou correr, mas Takeo puxou Kayako pelos cabelos, derrubou-a no chão e a esbofeteou. Sangrando pela boca, ela conseguiu se desvencilhar dele, e correr para a escada. Takeo puxou seu suéter, rasgou e a deixou de sutiã. Logo Kayako caiu no chão e foi se arrastando pelos degraus.

"Vai ter o que merece, vagabunda".

Ele segurou o seu pescoço, torceu, matando-a. Antes ela deu um gemido rasgante pela garganta que logo virou constante depois da maldição.

Toshio trancou no seu quarto, mas Takeo arrombou, levou o filho e Mar para a banheira. Afogou o próprio filho, o gato. Guardou os corpos acima do armário.

Depois de um tempo sozinho, subiu a escada, preparou uma corda e se enforcou.

 

Quando uma pessoa ou pessoas morrem num lugar com grande sofrimento, aquele lugar sempre será amaldiçoado. Qualquer um que pisar, certamente morrerá.


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Notas finais do capítulo

Só uma observação. O policial Sendai tentou se vingar da casa. Levou um machado e cortou o cano de gás da cozinha. O espírito de Takeo o pegou e o matou afogado na banheira.

É só isso. Espero que tenham gostado. O final foi curto mesmo. Foi bem simples, mas estava programado pra ser pouco mesmo.

Gostei de fazer uma fanfic do filme. Quem gosta do tema é só assistir ao filme O Grito.

Obrigado pela leitura.



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