Corações Indomáveis escrita por jcoelho010


Capítulo 3
Cap 3


Notas iniciais do capítulo

Seguindo terceiro capítulo...
Boa leitura!



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02 de Abril - Domingo

Sakura Haruno

 

O vídeo termina assim e por um momento todos ficam em profundo silêncio. Certo, eu confesso que não estava esperando algo assim, tão emotivo. Achei que o tal Fugako só ia confessar rapidinho que tinha pulado a cerca com a minha mãe e que era pra aqueles dois não inventarem complicações na hora de dividir a herança. Na verdade eu sempre soube que ele era o meu pai verdadeiro, mamãe nunca me escondeu isso. Eu até tenho vagas lembranças de um homem de cabelos pretos e rosto amigável me visitando uma vez ou outra quando eu era criança. Mas ela nunca me contou em detalhes como eles haviam se conhecido, como as coisas aconteceram. Eu também nunca me interessei em saber! Ela só dizia que meu pai biológico - o doador do esperma como ela dizia - era alguém que não agregaria nada na minha vida. E realmente ele nunca me fez falta. Mas toda essa história da esposa doente e da vontade dele de ter me reconhecido abertamente como filha desde sempre, não posso negar que me surpreendeu um pouquinho. Bom, surpresas a parte, o que importa pra mim é a divisão da herança! Quero botar a mão nesse dinheiro rápido e sumir dessa fazenda o quanto antes. Ir o mais longe possível desses Uchiha, principalmente desse tal de Sasuke. Eu tenho que admitir, fiz pose de poderosa e autoconfiante no jardim, mas minha base já estava desmoronando. Estava pronta pra fincar minhas unhas stiletto, naturais só pra constar, nos olhos negros daquele roceiro mal educado. E pensar que eu achei ele um gato quando vi logo no início. Tudo bem que eu continuo achando ele gato! Imagina, um moreno alto e forte, cabelos escuros repicados na altura dos ombros, barba por fazer, olhos intrigantes. Só se eu fosse lésbica pra não achar ele bonito! O irmão mais velho dele, o tal Itachi, também é um pedaço de mal caminho. Praticamente as mesmas características do mais novo, mas ele usava o cabelo, provavelmente comprido, preso em um coque samurai frouxo. Higurashi havia dito que eles são irmãos de sangue mesmo, de fato, são muito parecidos na aparência. Mas só na aparência mesmo. O mais velho Itachi foi até cordial, levando em conta a situação. Já o mais novo, um poço de grosseria! Depois de um momento em silêncio pra digerir as informações do vídeo, minha mãe finalmente resolve se pronunciar

Mebuki: Então… estão convencidos de que a minha Sakura é mesmo filha biológica do pai de vocês?!

Itachi: Já estávamos convencidos com o exame dona Mebuki! - respondeu ainda de forma polida, mas já estava claro que ele estava perdendo a paciência também

Sakura: Ótimo! - exclamei sem mais delongas, já perdi tempo demais aqui - Então não vamos prolongar mais do que o necessário esse processo né?! Higurashi… você já pode ler o testamento agora.

De esguelha eu vi quando Sasuke revirou os olhos em repugnância. Se ele já estava cansado dessa história toda, imagina eu! Mas ele não precisava se preocupar. Eu só iria pegar minha herança e ia desaparecer de vez. Nunca mais eles iam ouvir falar de mim

Higurashi: Er… bem… é um testamento curto e bem direto…

Sakura: Ótimo… detesto lenga-lenga!

Higurashi pigarreia e começa a leitura

Higurashi: É de livre e espontânea vontade que eu, Fugako Uchiha, deixo em divisão igualitária toda a minha fortuna em dinheiro, terras e cabeças de gado para meus dois filhos adotivos, Itachi Uchiha e Sasuke Uchiha e para minha filha biológica Sakura Haruno Uchiha.

Nossa, ele até fez questão de colocar o sobrenome dele no meu!

Mebuki: Pronto… resolvido! - falou se pondo de pé pronta para ir embora - Dê logo andamento nesse processo Higurashi… temos pressa em receber o dinheiro!

Higurashi: Só um minuto dona Mebuki… ainda não terminei! - contrapôs e se voltou para o testamento - Também é de minha vontade, que meus três filhos possam ter a oportunidade da convivência em família. Por tanto determino em cláusula, que eles apenas terão acesso a herança, após o período de trezentos e sessenta e cinco dias corridos convivendo juntos na fazenda.

Sakura: O que?!

Mebuki: Como assim?!

Sasuke: Não pode ser!

Não! Eu devo ter entendido errado! É isso, é uma alucinação auditiva causado por esse cheiro de pasto! Só pode!

Higurashi: É o que está escrito! – afirmou - Continuando... toda herança em dinheiro e terras fica bloqueada para acesso até o final do período estipulado. Fica liberado apenas para as comercializações necessárias para o funcionamento da fazenda, as doze mil cabeças de gado e equinos...

Não sei o que quer dizer essa parte do gado e equinos, mas não gostei da parte que fala dinheiro e terras bloqueada para acesso. Quer dizer que eu não ia poder pegar a grana agora?! Eu e mamãe ainda não estávamos ricas?!

Sasuke: Meu pai não pode ter escrito isso… tem alguma coisa errada! - concordo plenamente com esse sujeito. Algo de errado não está certo nisso aí!

Itachi: Sasuke… deixe o seu Higurashi terminar!

Higurashi: Somente ao término do período de exatos trezentos e sessenta e cinco dias de convivência entre meus três herdeiros, a contar a partir da data da leitura do presente testamento, a herança passa a estar liberada para divisão.

Mebuki: Quer dizer que o dinheiro está bloqueado por um ano?! Isso é péssimo!

Sakura: Péssimo não… isso é terrível!

Alguém me tira desse pesadelo!!! Eu não posso, não tenho condições de viver por um ano com esses dois roceiros. E o pior, nessa fazenda! Isso era pior do que castigo. Isso era pior do que tortura.

Sasuke: Você tem certeza que esse documento é verdadeiro Higurashi?!

Higurashi: Certeza absoluta… eu mesmo acompanhei o seu Fugako no cartório para a autenticação.

Eu quero me jogar da ponte! Eu quero cortar os pulsos! Eu quero me enforcar em um pé de melancia! Eu não acredito que isso estava acontecendo comigo! Justo agora que eu já estava planejando uma nova viagem pra Milão pra ver a semana de moda italiana! Como que essa bomba nuclear foi cair na minha cabeça desse jeito?! Com os olhos quase marejados de lágrimas, eu vi que os dois irmãos também estavam incrédulos com a novidade. Eles estavam até preocupados eu diria

Sasuke: Itachi… o gado não está em tempo de abate nem de venda! - resmungou com o mais velho - Como vamos fazer com as dívidas do maquinário da fazenda?! Se não podemos pegar a herança e nem vender as terras… estamos ferrados!

Itachi: Calma Sasuke… a gente vai dar um jeito!

Sasuke: Que jeito mano?! Vamos vender cocada na praça da vila?! Pé-de-moleque na porta da igreja?!

Itachi: Enxugamos os gastos Sasuke! - rebateu quase tão nervoso quanto o caçula - Revemos as contas… cortamos o que der pra cortar… e se for preciso… sim vendemos cocada na praça da vila também!

Ou era impressão minha, ou aqueles dois estavam tão ferrados quanto eu e minha mãe.

Mebuki: Hey Sakura… - sussurra no meu ouvido - Parece que esses dois estão na pior igual nós duas!

Sakura: Hump… não me faltava mais nada mesmo!

Presa em uma fazenda por um ano com dois endividados. Alguém realmente estava zombando muito da minha cara!

Itachi: Seu Higurashi… não existe alguma brecha nesse testamento?! - perguntou assim como quem não quer nada com nada - Algo que diminua o tempo de bloqueio da herança… ou que possamos pegar pelo menos uma parte?!

Higurashi: Eu sinto muito… mas o testamento é irredutível. Os três não terão acesso a nada antes de um ano!

Sakura: Eu não concordo com isso! – bradei revoltada me pondo de pé pra ganhar um ar mais respeitável – Um defunto não pode me obrigar a ficar presa nesse fim de mundo por um ano!

Sasuke: Nós é que não somos obrigados a aguentar uma entojada como você por todo esse tempo garota!

Sakura: Huh… entojada eu?! - mas quem esse cara estava achando que era?! - Escuta aqui seu roceiro medíocre… eu sou uma figura importantíssima na elite da sociedade da capital okei?! Um dia presa nesse buraco que vocês chamam de casa… já significa um atraso irreparável na minha vida social!

Sasuke: Hump… não entendi nada do que você falou… mas seja lá o que for… não ligo a mínima!

Gente, alguém me explica como lidar com esse cara?!

Itachi: Olha só… que tal a gente manter a calma por aqui hein?! - sugeriu - Vamos analisar… o testamento é irredutível… não há o que fazer! A herança está bloqueada para acesso enquanto não passarmos um ano vivendo juntos na fazenda! Temos que ver um jeito de passar por essa condição da melhor maneira possível

Sakura: Não existe a melhor maneira possível! Eu não vou conseguir ficar aqui por um ano!

Itachi: Calma Sakura… também não é bem assim! Higurashi... por acaso tem alguma cláusula ou parágrafo que fala sobre o não cumprimento da condição?!

Higurashi: Bem perguntado Itachi! Tem sim… aqui… O não cumprimento da condição de convivência, ou a desistência de qualquer um dos condicionados antes do período estipulado, exclui o mesmo da divisão da herança, automaticamente.

Sakura: Quer dizer que se eu não quiser ficar aqui nesse martírio vou ser excluída do testamento?! Não vou ganhar nada?!

Higurashi: Exatamente!

Sakura: Mas isso é um absurdo!!! - ralhei. Como assim gente?! - Eu sou a única filha biológica do Fugako… não posso ser excluída do testamento!

Sasuke: Mas será… se não cumprir com a condição que o meu pai impôs!

Sakura: Urgh… isso não é justo!!! Eu nem deveria ter que me rebaixar a esse tipo de condição para ter direito a herança. Aliás… pelo certo... eu deveria ter direito a maior parte de tudo... já que sou a única herdeira com sangue Uchiha de verdade aqui!

Itachi: Acontece que não é por aí que a banda toca menina! - retalhou o mais velho prontamente - Sasuke e eu somos tão filhos do Fugako quanto você… indiferente de termos o sangue dele ou não.

Sasuke: Toma!!!

Higurashi: Sakura… o fato de você ser filha biológica do seu Fugako não a favorece em nada perante a lei… - explicou o advogado do jeito mais profissional e neutro possível - E mesmo que favorecesse… conta o que está escrito em testamento... e nele… o seu Fugako é bem claro ao dizer partes iguais para os três herdeiros.

Eu sei que ele estava certo. O fato de eu ter o sangue do Fugako não me tornava mais filha dele do que aqueles dois. Na verdade, eles eram até mais filhos do que eu, porque conviveram com ele até agora. Eu era só uma intrometida que veio atrás de uma herança. No fundo da minha mente, minha consciência até sussurrava, me dizia que eu era uma cara de pau por estar ali. Mas o que eu posso fazer?! Eu e mamãe estamos em crise! Precisamos de dinheiro rápido!!!

Higurashi: Além do mais... – continua retirando um segundo documento da pasta – Aqui está o documento de Reconhecimento de Paternidade. Nesse parágrafo está bem claro que ele passa a ter validade somente no ano que vem! Até lá... você ainda não é legalmente filha do Fugako.

Sakura: Como assim?!

Higurashi: Veja bem senhorita… esse documento está alienado ao testamento... é como se fosse um anexo dele. Você só poderá participar da divisão da herança se for legalmente reconhecida como filha do seu Fugako... e você só será reconhecida como filha dele... se cumprir a condição de convivência citada no testamento. Um depende do outro… entende?!

Sakura: Entendo… mas não concordo! - retorqui indignada - Eu não posso ficar aqui nesse lugar por um ano! Definitivamente não posso!!!

Sasuke: Então largue mão da sua parte na herança e volte pra casa!

Claro! Seria muito mais fácil pra todos nós se eu voltasse pra casa e esquecesse que um dia existiu esse negócio de testamento e condição de convivência. Por outro lado, eu também estaria deixando pra trás uma boa quantidade de dinheiro, um montante que talvez resolvesse a minha vida e a da minha mãe por um bom tempo. Mas só em pensar em ficar um ano inteiro naquele fim de mundo, convivendo com esse trasgo de cabelos escuros e camisa xadrez. Se pelo menos ele fosse um pouquinho mais educado! Não! Impossível!!! Era melhor eu voltar mesmo pra capital. Quem sabe eu dou sorte de encontrar um milionário jovem e bonito pra me casar?! Um jogador de futebol?! Um ator de novela?! Mamãe deve ter percebido que eu estava tentada a desistir da herança, pois segurou meu pulso com firmeza e me encarou com aqueles olhos firmes. Eu podia até ouvir ela me dizendo pra não fraquejar. Desculpe mamãe, mas eu não posso!

Mebuki: Nos dão licença um minutinho senhores… por favor!

Mamãe me arrasta até um canto afastado da mesa deles, bem de frente para aquela vidraça enorme que dava uma vista escancarada de toda aquela fazenda. Realmente a propriedade desses Uchiha era de encher os olhos de tão imensa!

Mebuki: Sakura… minha filha… você não está pensando em abrir mão da sua parte da herança está?!

Estou!!!

Sakura: E-eu…

Mebuki: Meu amor… olha pra isso… - ela indicou a imensidão verde na nossa frente - Olha todos esses hectares de terra… agora imagina isso tudo convertido em dinheiro! Sakura… isso é dinheiro que não acaba mais… é a solução de todos os nossos problemas!

Sakura: Mas eu só posso colocar as mãos na solução dos nossos problemas depois de um ano presa aqui!

Mebuki: É… isso é um sacrifício a ser feito!

Sakura: Mãe… eu não vou conseguir ficar um ano aqui nesse buraco! Acho que não consigo nem ficar um dia!!! Você viu o nível de hostilidade daquele Sasuke?! Não vou conseguir conviver com aquilo!

Mebuki: Eu sei... eu sei meu amor… eu também não conseguiria! Mas se não tem outro jeito…

Sakura: Não… um ano é tempo demais mãe! Não dá!!!

Mebuki: Meu amor… preste atenção… - ela fala num tom mais sério - Você se lembra daquela minha amiga advogada… aquela que me livrou do processo que meu terceiro marido abriu contra mim há alguns anos?! A Gertrudes?!

Sakura: Lembro… o que tem ela?!

Mebuki: Ela é especialista em encontrar brechas na lei… ninguém consegue virar o jogo melhor do que ela! Escute… mamãe vai falar com ela… vou pedir pra ela estudar bem esse testamento… ela vai encontrar um jeito de derrubarmos essa condição ridícula e você poder pegar a sua parte antes do prazo!

Sakura: E será que tem como?!

Isso parece tão bom pra ser verdade! Só em pensar na possibilidade já me dá um arrepio na pele!

Mebuki: Se não tiver um jeito… Gertrudes faz ter! – ela afirma com convicção – Acredite… ela é mestra nisso! Agora eu preciso que você aguente alguns dias… só uns dias! Fique no seu quarto… você não precisa nem olhar pra cara desses brutamontes! Só não largue tudo Sakura!

Mamãe estava certa, eu precisava ser forte. Eu precisava aguentar alguns dias de martírio pra ter os resto dos meus dias de glória. Eram só alguns dias longe da capital, longe da minha vida glamorosa, de festas, de passeios. Instintivamente eu desvio meu olhar na direção dos irmãos caipiras. Como se fosse por telepatia, bem nesse momento, Sasuke também olha pra mim com aquela sua carranca de dar medo. Desviei meu olhar na hora

Sakura: Ain... eu não vou conseguir!

Mebuki: Sakura... me escute... - ela me segura pelos ombros me fazendo encarar aquele olhar duro que ela dava quando alguma coisa não saia como ela queria - Você pode ter o sangue desse fazendeiro primitivo correndo nas veias... mas foi a mim que você puxou! Nós duas juntas vamos vencer essa parada... mas eu preciso que você faça a sua parte!

Sakura: Mas eu…

Mebuki: Você tem que ser forte filha! Agora mais do que nunca! Você tem que mostrar a esses dois irmãos que não está aqui a passeio! Você vai mostrar pra eles o poder que tem! Eu posso contar com você Sakura?!

Eu tinha que fazer o que ela me pedia. Nossas vidas dependiam disso. Eu tinha que ser forte! Eu tinha que ser firme!

Sakura: Okei… vou tentar! - respondi sem muita convicção

Mebuki: Isso… essa é minha menina!

Com a animação renovada, mamãe me levou de volta para a mesa. Apesar de ela estar com um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto, eu ainda mantinha minha expressão de desespero. Aquela sensação de que eu estava caminhando pra minha própria execução não queria sair do meu coração. Quando chegamos a mesa, os três pares de olhos se voltaram pra gente em expectativa

Sasuke: Então irmãzinha?! Vai voltar para o seu castelo na cidade grande ou acha que vai conseguir viver nesse inferno com aroma de merda de vaca até o ano que vem?!

Não! Não posso! Vou pra casa! Estava pronta pra desistir de uma vez quando senti de novo o aperto da mãe e o peso do seu olhar. Tem que ter uma saída pra isso

Sakura: E-espera… eu tive uma ideia! - falei pra ganhar tempo enquanto minha cabeça formulava alguma coisa - Vejam bem a situação… eu não quero ficar aqui nessa fazenda por um ano… e nem vocês me querem por perto não é?! E se burlarmos essa condição?! Eu volto pra casa… esperamos o tempo estipulado… e depois repartimos a herança como se nada tivesse acontecido. Todo mundo sai ganhando! O que acham?!

Higurashi: Isso está fora de questão senhorita! - ele responde. Como assim seu advogado de porta de cadeia?! Essa ideia é perfeitamente cabível - A condição de convivência está sob avaliação de um juiz. Uma vez por um psicólogo designado pelo juizado visitará a casa… vocês serão submetidos a terapia de família… e também o psicólogo deverá emitir relatórios mensais acerca da evolução na relação desenvolvida por vocês. Esses relatórios deverão conter a assinatura dos três condicionados. Ou seja... não tem como você ficar na sua casa enquanto espera o período terminar.

Sasuke: E eu também não concordaria com isso! - rebateu aquele caipira sem instrução me encarando com aquela pose de vencedor. Ah como eu queria fazer esse idiota cair do cavalo - Meu pai foi bem claro no testamento. Nós três temos que conviver juntos aqui na fazenda por trezentos e sessenta e cinco dias pra termos acesso a herança… quem desistir está fora da divisão. Ou seja… se você quiser botar a mão no seu dinheiro irmãzinha… vai ter que cheirar merda de vaca por um ano! E aí?! Topa?!

Força Sakura! Força!!! Esse é o momento de provar que você é maior que tudo isso. Gertrudes vai achar um jeito de me tirar dessa roubada. E no final, eu vou sair dando risada da cara desses dois imbecis. Reunindo toda a coragem que me restava, respirei fundo e respondi

Sakura: E-eu topo! Vou aceitar a condição!

Uma resposta, três reações. Mamãe alargou ainda mais o sorriso por saber que eu embarcaria na jogada dela. O mais velho, Itachi, fez uma expressão que eu deduzi que fosse de surpresa. Talvez ele não acreditasse que eu fosse aceitar a condição do testamento. Agora, a reação de Sasuke foi a que mais me deixou apreensiva. Ao invés de resmungar alguma malcriação pra mim, ele simplesmente abriu um sorriso maquiavélico que me fez tremer na base. Meu Deus, onde é que eu fui me meter?!

Higurashi: Certo… e vocês senhores?!

Itachi: Bem… se não tem outro jeito… eu aceito também! E você Sasuke?!

Sasuke: É claro que eu aceito! - ele respondeu ainda me olhando com aquele ar astuto e demoníaco - Esse vai ser o ano mais divertido da minha vida!

Nós três, eu, Sasuke e Itachi, assinamos os documentos que Higurashi mandou e encerramos de vez a reunião. Agora não dava mais pra voltar atrás. Só me restava contar os dias pra sair daqui e rezar para que fosse logo. Quando saímos da casa, aliás, mansão diga-se de passagem, o sol já estava se pondo, o céu estava manchado com aqueles tons de rosa, lilás e azul e o vômito do Higurashi já tinha sido completamente lavado do calçamento. Bom, pelo menos os criados daquela casa eram eficientes! No momento em que encostei a mão na porta do carro pra entrar, Sasuke me interrompeu

Sasuke: Epa epa epa… onde pensa que vai irmãzinha?!

Sakura: Aff… pra casa! - respondi o que já era óbvio - Preciso fazer minhas malas… pegar todas as minhas coisas! Eu não sabia que teria que ficar aqui por um ano... vim só com a roupa do corpo! - ou será que ele achou que eu já soubesse dessa condição de convivência estúpida?! - Mas não se preocupe irmãozinho… em dois ou três dias eu volto!

Sasuke: Nem pensar bonequinha de luxo… não vai a lugar nenhum… você fica!

O que?!

Itachi: Sasuke… deixe a garota voltar pra casa pra buscar as coisas dela!

Sasuke: Ow seu advogado de porta de xadrez… o que diz no testamento do meu pai mesmo?!

Higurashi: Er... no testamento está escrito que o prazo de convivência começa a contar a partir da leitura do documento...

Sasuke: Ou seja… se você voltar pra casa bonitinha… será caracterizado como desistência!

Sakura: O que?! - de novo - Claro que não... eu vou voltar!

Sasuke: Não quero saber! Entre nesse carro e você estará fora da divisão da herança!

Sakura: Huh... e eu vou vestir a mesma roupa durante um ano?!

Sasuke: Se for do seu agrado! - respondeu mostrando desinteresse - Isso não é um problema meu!

Assim, sem mais nem menos, o idiota colocou as mãos nos bolsos e foi pra dentro da casa. Esse cara me desgasta! Eu só queria voltar pra casa pra pegar minhas coisas. Claro, eu também ia aproveitar pra ficar uma semaninha ou duas num spa, relaxando e me preparando psicologicamente para o desafio que eu tinha pela frente. Será que ele não poderia ser só um pouquinho flexível?!

Sakura: Argh… eu vou matar esse Uchiha!!! – resmunguei fulminando-o com os olhos

Mebuki: Calma meu amor… não vai matar ninguém! - minha mãe fala pegando meu rosto com as suas mãos e me fazendo olhar pra ela - Olha só… amanhã mesmo mamãe acha um jeito de mandar todas as suas roupinhas pra cá!

Sakura: Hump… tá! - concordei num murmúrio - Não esqueça o meu trench Armani… e as minhas botas Gucci!

Mebuki: Não vou esquecer… mamãe vai mandar todas!

Itachi: Sakura… você não acha um pouco imprudente trazer suas roupas de marca aqui pra fazenda?! - ele perguntou de forma cortês - Sabe… aqui não é exatamente um local muito bom pra se usar essas roupas finas e caras que você tem… elas podem manchar ou até mesmo rasgar!

Sakura: E o que você quer que eu faça?! Não posso ficar com essa saia e essa blusa pelos próximos doze meses!

Itachi: Bem… nosso pai guardou algumas roupas da Mikoto depois que ela se foi… acho que devem servir em você! Podemos emprestar!

Sakura: KKKK… eu usando roupas de uma defunta?! - ele só pode estar brincando - Nem pensar!

Itachi: Hump… você é que sabe! - ele rebateu num tom um pouco mais rígido - Eu só quis ajudar!

Mebuki: Não se preocupe meu amor… amanhã sem falta mamãe manda seu closet inteiro! Agora precisamos ir não é Higurashi!

De repente Higurashi ficou pálido. Precisei me segurar pra não rir da cara do coitado. Durante toda a viagem ele veio com o coração nas mãos, pedindo pra mamãe ir mais devagar e quase se borrou na calças na hora em que ela cortou a frente de um caminhão. Não posso julgá-lo. Mamãe tem mesmo um jeito peculiar de dirigir. Eu já estava acostumada, mas quem nunca tinha andado com ela, dificilmente quer fazer uma segunda viagem

Higurashi: T-tem certeza que não quer que eu dirija agora dona Mebuki?! Já está quase anoitecendo… é perigoso dirigir a noite!

Mebuki: Ah… bobagem homem! - ela retrucou - Eu dirijo muito bem de dia… de noite então... dirijo ainda melhor!

Nós quatro nos despedimos de maneira cordial e rápida. Quando eu e minha mãe estávamos nos abraçando, ela sussurrou no meu ouvido discretamente

Mebuki: Lembre-se Sakura… foco no objetivo… nossa salvação está em suas mãos! Em breve eu ligo com boas novas!

Sakura: Mãe… eu vou sentir tanto sua falta! - choraminguei sentindo um aperto no peito

Mebuki: Eu sei amor… eu também vou! Agora me solte sim! Mamãe precisa ir!

Rapidamente ela se desvencilha dos meus braços e corre pra dentro do carro. Um nó se forma na minha garganta nesse momento. Eu nunca fiquei longe da minha mãe por muito tempo. Pelo menos não contra a minha vontade. Mas eu não podia amolecer! Eu tinha que mostrar para aqueles dois Uchiha que sou osso duro de roer. Respirei fundo pra me recompor e dei um aceno quando minha mãe ligou o carro e saiu dali cantando pneus. Se Itachi, que estava do meu lado já ficou assustado com a saída dela, fico imaginando a cara de Higurashi

Itachi: Vem cá… sua mãe subornou o delegado de trânsito pra conseguir a carteira de motorista né?

Sakura: Não… ela dormiu com ele!

Itachi: Ah… certo! Bem… vamos entrando… você precisa conhecer o resto da casa!

Sem outra alternativa. Cruzei meus braços e entrei na casa atrás de Itachi novamente. Nossa, eu não sei se era impressão minha, mas essa sala de estar parece ter ficado ainda mais gloriosa agora a noite. Estou surpresa como que uma família composta por três homens da roça, tem um gosto tão bom pra decoração. Preciso me lembrar de pegar o contato da decoradora!

Itachi: Sakura… eu quero que você conheça alguém! - ele falou me indicando uma mulher que se aproximava - Aqui… essa é Tsunade Senju… ela é a governanta da casa. Sem ela não conseguimos nem encontrar nem uma aspirina por aqui!

Tsunade: Ah... que exagero!!!

Não consigo evitar de passar meus olhos de cima abaixo naquela mulher. Loira, alta, quadris largos e um par de seios assustadoramente grandes. Ela usava uma calça jeans tão apertada, que eu não sei como os pontos da costura não arrebentavam nas laterais. Além disso, o look dela ainda era composto por uma camisa xadrez verde, um par de botas de couro e um chapéu de cowboy branco. Fiquei pasma!  Aquela pessoa era realmente a governanta daquela casa?! Não! Definitivamente não era possível que ela fosse a governanta!

Itachi: Tsunade… essa é Sakura Haruno… ela é… bem...

Tsunade: Tudo bem Itachi… eu sei quem ela é! – respondeu de maneira suave – É um prazer conhecê-la Sakura!

Sakura?! Ela me chamou de Sakura?! E ainda por cima estendeu a mão para que eu apertasse! Gente, alguém ensina pra essa mulher o lugar dela. Depois de alguns segundos vendo que eu não ia responder ao cumprimento dela, a governanta fantasiada de Maria Breteira abaixou a mão

Itachi: Er… bem… - continuou visivelmente desconcertado - Tsunade… a Sakura vai ficar com a gente por um tempo… será que você poderia apresentar o restante da casa pra ela?!

Tsunade: Claro...

Sakura: Não preciso conhecer o restante da casa… - interpus na hora - Só me mostre onde fica minha suíte… é o único lugar que preciso conhecer!

Itachi e Tsunade se entreolham. Não gostei disso! Não gostei nem um pouco disso!

Itachi: Ah… bem… como você quiser! - respondeu compreensivo - Tsunade… leve ela pra suíte então! Pode ser a suíte três… aquela com a vista pra piscina!

Tsunade: Agora mesmo! Vamos Sakura?!

Pare de me chamar de Sakura mulher! Aff! Sem outra opção, eu sigo essa serviçal espaçosa pela casa. Por onde passamos, encontramos mais e mais vidraças estratégicas com vista para o lado de fora. Gente eu já falei o quanto eu adoro vidraças?! Acho tão chique essas casas com paredes de vidro! Você pode ver tudo do lado de fora, mesmo estando dentro da casa! Espero que essa suíte que o Itachi mandou me levar tenha uma dessas! Enquanto subimos as escadas, quase me assusto com aquele traseiro enorme revestido com jeans, rebolando na minha frente. Alguém precisa dar pra essa governanta algumas dicas de moda!

Sakura: Er… senhora Senju… - chamo logo atrás dela

Tsunade: Ah… só Tsunade por favor! - pediu ela num tom divertido - Esse senhora me envelhece!

Sakura: Ham… certo! Er… a quanto tempo você trabalha como governanta pra essa família mesmo?!

Tsunade: Ah… já faz muito tempo… - ela responde toda orgulhosa - Na verdade… eu sou formada em enfermagem e fui contratada pra ser enfermeira da dona Mikoto quando ela adoeceu! Logo depois que ela se foi… seu Fugako adotou os meninos e como Sasuke ainda nem tinha completado dois anos e ficava muito doentinho… fiquei aqui pra ajudar com ele. Quando dei por mim… já tinha deixado de ser enfermeira e me tornado a governanta da casa!

Uma enfermeira que foi convertida em governanta. Isso é inédito! Terminamos as escadas e seguimos por um corredor curto, sem vidraças. Quando chegamos na última porta ela parou, me fazendo parar também

Tsunade: Bem… aqui está sua suíte madame! - disse abrindo a porta e me dando passagem para entrar - É a melhor da mansão… só perde pra do falecido patrão... mas é no mesmo nível que as dos meninos!

Se a casa inteira já era de cair o queixo, era óbvio que as suítes também seriam. Andei pelo cômodo grande, arejado, muito bem mobiliado e decorado, parecia um quarto de revista. Quando botei meus olhos nas cortinas, corri até lá e as arregacei. Quase caí pra trás com a vista maravilhosa da piscina lá em baixo. Aquela suíte era surreal!

Tsunade: Parece que gostou!

Gostei?! Eu amei! Fiquei tão maravilhada com a suíte que até me esqueci da presença da loira atrás de mim. Mas claro que ela não precisava saber que eu tinha ficado tão impressionada assim. Tratei de tirar aquele ar de embasbacada da cara e encarei a governanta com dignidade

Sakura: É… até que não é tão ruim!

Tsunade: Que bom! Nessa porta aqui fica o seu banheiro… - indicou uma porta fechada do lado direito da cama - E nessa outra aqui fica o seu closet! - indicou uma do lado esquerdo - A suíte do Sasuke fica bem na frente da sua e a do Itachi do outro lado do corredor… mas se você precisar de alguma coisa… eu fico em uma das suítes de hóspedes no andar de baixo! É só me chamar!

Sakura: Hump… tá bom!

Fui até a porta que ela indicou como closet pra ver o cômodo. Era grande e bem planejado, mas não sei se era suficiente pra minha coleção. Bom, eles iam ter que dar um jeito nisso. Quando voltei ao quarto, a governanta ainda estava parada me olhando. Ela me encarava de um jeito tão intenso, mas ao mesmo tempo tão sereno, que me incomodou um pouco. Isso, e também o fato de ela não ter se tocado que era hora de cair fora dali. Quando eu estava prestes a dispensá-la, ela decide se pronunciar

Tsunade: Sakura... sente aqui comigo um pouquinho! - falou se sentando na minha cama - Eu quero falar uma coisa com você!

Certo, essa governanta já estava extrapolando os limites do bom senso. Não importa quanto tempo tenha de casa, uma empregada não pode, jamais, se sentar na cama da patroa. Decidida a não criar atrito agora, e respiro fundo e me sento na cama ao lado dela

Sakura: Pode falar… o que é?!

Tsunade: Como você está se sentindo?! - perguntou depois de um momento em silêncio

Sakura: Bem… por que?! - respondi não entendendo nem o sentido da pergunta

Tsunade: Rsrs… não quis dizer de saúde ou coisa do tipo… me refiro a como você está se sentindo com tudo isso que aconteceu… a sua vinda pra cá… a descoberta da herança… essa condição que o seu pai impôs pra você e seus irmãos conviverem juntos…

Sakura: Ah… isso! Bem… achei um tanto inconveniente… e desnecessário também. - falei a verdade, não tem porque eu mentir. Eu não gostava daquele lugar e quanto mais claro isso ficasse, melhor - Não vejo com que finalidade Fugako quer que eu e os filhos dele convivemos juntos durante um ano… ele nem está vivo para assistir!

Tsunade: Você se refere a Itachi e Sasuke como “os filhos dele”. Eles são seus irmãos… deveria chamá-los assim!

Sakura: KKKKK… ai isso é cômico! - ri com desdém - Veja bem… Itachi e Sasuke não são meus irmãos… nem temos o mesmo sangue…

Tsunade: Mas isso não quer dizer nada! Seu Fugako adotou os meninos quando eles ainda eram bem pequeninos… Sasuke ainda nem sabia falar direito. Eles são tão filhos quanto você!

Aff, eu sei disso governanta. A deslocada aqui sou eu!

Sakura: Hump… que seja! Adotados ou não… não os vejo como irmãos… eu nem sequer sabia da existência deles… nem eles da minha. Aliás… ninguém aqui sabia pelo jeito!

Pra alguém que queria ter me reconhecido como filha desde sempre, Fugako conseguiu esconder muito bem esse segredo. Não que eu esteja chateada com isso, até parece. É só que um segredo como esse, exige muita mão de obra pra manter oculto por tanto tempo.

Tsunade: Você está enganada… eu sabia!– o que?! Aquela mulher sabia sobre mim?! Quer dizer então que Fugako não tinha conseguido ficar de bico fechado?!– Quando seu Fugako soube que sua mãe estava te esperando… ele me contou na mesma hora… estava explodindo de felicidade. Sabe… ele e a dona Mikoto sempre quiseram ter uma menininha… mas infelizmente ela não podia ter filhos e também logo depois que eles se casaram… aconteceu a descoberta da doença. Bem... Deus quis assim não é?! Quando você nasceu… ele ficou muito contente… estava radiante. Mas a sua mãe não quis que ele tivesse muito contato com você… parece que na época em que você nasceu ela havia se casado com um homem disposto a assumir você… algo parecido. Ele decidiu fazer a vontade dela... mesmo com o coração partido… mas ainda assim fez questão de visitar você algumas vezes.

Sakura: É… eu tenho uma lembrança ou outra de um homem estranho aparecendo na minha casa as vezes quando eu era pequena… uns flashes só… nada muito sólido!

Tsunade: Ele queria ter sido mais presente na sua vida… mas em fim… ele achou que estava mesmo fazendo o que era melhor. Quando você cresceu sua mãe pediu para que seu pai parasse com as visitas… que a presença dele atrapalhava nas suas vidas… então de novo ele resolveu acatar.

Sakura: Minha mãe sempre soube o que era melhor pra mim… e certamente um fazendeiro não se enquadrava nisso!

Tsunade: É… talvez! - ela concordou meio incerta - Mas ele sentia muita falta de ter mais contato com você Sakura! Ele queria que fosse diferente! Você não sentia falta de um pai na sua vida?!

Ham?! Hello, o que eu mais tive nessa minha vida foram pais! Todos muito ricos! Fugako definitivamente não fez nenhuma falta pra mim! E essa conversa já estava começando a me irritar! Que empregada mais abusiva!!!

Sakura: Claro que não! Minha mãe nunca ficou mais de um ano solteira. Assim que saía de um casamento já engatava em outro!

Tsunade: Ah sim... mas aí eram seus padrastos! Um pai… não é a mesma coisa que um padrasto!

Sakura: Ai tanto faz… - resmunguei frustrada - O que passou passou... não volta mais!

Tsunade: Tem razão… o que importa é o que vem pela frente! - ela exclamou animada - Esses meses aqui na fazenda vão fazer muito bem pra você Sakura! Você vai ver… vai sair daqui com outra visão!

Eu entendi direito?! Ela disse que essa fazenda vai fazer bem pra mim?! Essa mulher andou bebendo só pode! Ou caiu da escada e bateu com a cabeça!

Sakura: Desculpe?! Você disse que essa fazenda vai fazer bem pra mim?!

Tsunade: Sim… e a convivência com seus irmãos… com todos da fazenda! Aqui tem muitos peões… alguns deles são meio folgados! - tipo você?! - Mas olha... sempre que você precisar de um conselho… uma palavra amiga… pode contar comigo!

Conselho?! Palavra amiga?! Contar com ela?! O que mais viria a seguir?! Emprestar roupas uma pra outra?!

Sakura: Olha só… quando eu precisar de um conselho… vou ligar pra minha mãe! - rebati mandando a real. Já passou da hora dessa governanta se situar - Ela que sempre me aconselhou em tudo na minha vida! Por que eu iria procurar você?! Eu nem te conheço direito!

Tsunade: Er… é...  você está certa! - ela concordou desconsertada - É que… eu só quis oferecer minha amizade…

Sakura: Sua amizade?! - me levantei pra poder olhar ela de cima - Huh... se coloque no seu lugar governanta! Eu não preciso da sua amizade… aliás… eu não preciso da amizade de ninguém dessa fazenda! O que eu preciso é que essa maldita condição que me prende aqui termine logo!

Tsunade: Sakura… você...

Sakura: Não me chame de Sakura como se me conhecesse há anos… porque você não me conhece! - pronto, agora todas as palavras que estavam entaladas na minha garganta vão sair - Você diz que essa fazenda vai fazer bem pra mim… mas eu não vejo aonde que um bando de idiotas misturado com outro bando de bois e cavalos pode me fazer bem. Eu sou uma lady… uma dama da sociedade… ficar presa nesse fim de mundo só vai ser um atraso na minha vida!

Tsunade: Você acha que vai ser um atraso?!

Mas o que?! Ela continuava se sentindo com a razão?!

Sakura: Eu não acho governanta… eu tenho certeza!

Tsunade: Eu penso o contrário!

Sakura: Você não tem que pensar nada… você é uma empregada… é paga pra obedecer e não pra pensar! E vamos deixar uma coisa bem clara aqui… no período em que eu estiver nessa casa… sou sua patroa e quero que você me chame de senhorita Haruno… como toda empregada bem treinada faz! E acho bom que você reveja o modo como vai se dirigir a mim… ou então...

???: Ou então o que?!


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Notas finais do capítulo

Haha... quem será essa pessoa misteriosa que interrompeu a conversa no final hein?!
Só no próximo capítulo pra saber!



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