OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada escrita por Sunny Spring


Capítulo 6
Capítulo V - The magnificent Loki


Notas iniciais do capítulo

Bom diaaa! Como vcs estão?

Muito obrigada Hermione Stark e Tia do Café por comentarem ♥ ♥

Mais um cap. Bjs *.*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/773481/chapter/6

Prisão de Segurança Máxima, Base da S.H.I.E.L.D - Chicago  

 

Johann estava deitado com a barriga para cima na cela especial, sendo observado por agentes entediados. Ele encarou um dos encarregados de o vigiar e soltou um suspiro, impaciente. O homem apenas o ignorou, como se não o visse.

—Será que eu não tenho direito a um entretenimento? - Johann murmurou. Ninguém respondeu. O dono do rosto cavernoso encarou um pedaço de jornal velho que estava largado em um canto, do lado de fora da sua cela. - Não posso ler o jornal pelo menos? - Bufou. O agente ficou em silêncio. - Que mal um jornal pode fazer? - Insistiu.

—Cale a boca! - O agente ordenou. Ele encarou o prisioneiro e resolveu pegar o pedaço de jornal. - Se calar a boca, eu lhe darei isso. Mas só esse papel.

—É melhor que nada. - Suspirou. O agente usou uma das janelas da cela e jogou o pedaço de jornal. Johann sorriu e agarrou o papel. Em silêncio, ele começou ali. Qualquer coisa para sair do tédio. No entanto, uma notícia chamou sua atenção. A notícia de um ser  misterioso atacando lojas e policiais na cidade de Nova York. Johann esboçou um sorriso largo. - Finalmente começou. - Falou consigo mesmo.

— Eu disse para calar a boca! - O agente quase gritou. Johann ficou em silêncio.

—Ah. - Sussurrou para si mesmo. - Quando você virá me ver, Loki? - Sorriu.

Evie

 

Eu acordei muito cedo no domingo. Meu corpo ainda estava dolorido por causa dos treinamentos da S.H.I.E.L.D, mesmo eu tendo dormido a noite inteira como uma pedra. Não sonhei. Nem tive nenhuma visão. Há tempos eu não tinha nenhuma, por sinal. Mas, como Frigga me explicara àquela vez, as visões eram incontroláveis.

Eu estava mais calma do que na noite anterior. Não estava descontrolada. Mas, eu tinha algo a fazer. Desocupar o antigo quarto de minha mãe. Isso era uma coisa que eu estava tentando evitar por muitos meses. E, talvez o Nerfi estivesse um pouco certo - estava tratando como se ela fosse voltar algum dia. Eu precisava seguir em frente, por mais que doesse. Precisava encarar isso uma hora ou outra.

Eu respirei fundo antes de abrir a porta do quarto e entrar. Tudo estava como ela deixara, eu não havia mexido em praticamente nada. Dei um longo suspiro, tomando coragem e fui até o criado mudo. As tampas de canetas sem as canetas estavam lá. Dei um sorriso fraco e contive uma lágrima. Uma foto nossa em um porta retrato. Comecei por ali, pegando o porta retrato e guardando numa caixa, que eu separei para as coisas que eu deixaria guardadas comigo. Separei outras duas caixas - uma para coisas sem utilidade e outra para coisas do porão. Esvaziei aos poucos o criado mudo e depois fui até o armário. Ouvi passos lentos. Era Loki. Ele me lançou um olhar preocupado. Não o vira desde a noite anterior quando saí do jantar e me tranquei no quarto até pegar no sono.

— Não precisa fazer isso agora. - Ele disse baixo. Dei de ombros, enquanto guardava coisas na caixa.

—Está tudo bem. Acho que estava na hora mesmo. - Respirei fundo.

— Você quer ajuda? - Perguntou calmo. Apenas assenti. Em silêncio, meu pai começou a me ajudar a empacotar os objetos do quarto nas caixas. Lembranças. Muitas lembranças vieram à tona. Quando coloquei uma caixa em cima da cama, vi um papel cair. Era a carta que minha mãe deixara me contando sobre o Loki.

—Olha. - Eu entreguei a carta para ele. - É a carta que ela me deixou, me contando sobre você. - Ele pegou o papel com cuidado e leu. Ele deu um sorriso fraco e guardou a carta. - Eu vou levar essa caixa lá para baixo. - Avisou, antes de sair do quarto com uma caixa nos braços. Continuei com meu trabalho. Não demorou muito para Nerfi aparecer. Ele se recostou na porta do quarto, de braços cruzados, em silêncio. Apenas o ignorei. Não estava no clima para brigas. Guardei mais coisas na caixa. Nerfi deu um longo suspiro, me encarando.

—O que você quer? - Perguntei seca. Ele ficou quieto, lutando para responder.

—Olha… Esquece isso! - Disse por fim. - Não preciso do quarto. - Não respondi. Eu não estava fazendo isso por ele no final das contas, mas por mim também. Por minha mãe. Eu sabia que ela iria querer que eu fizesse isso. Continuei a fazer o que estava fazendo. Ele entrou no quarto, em silêncio e foi até uma caixa, onde pegou um álbum de fotos. Nerfi começou a folheá-lo em silêncio. - Sabe, pode não parecer, mas eu também sinto falta dela. - Ele não me encarou quando falou. - Eu a conhecia praticamente a minha vida inteira e passava a maior parte do tempo com ela quando… Você sabe. - Suspirou. Eu o encarei e ele ficou em silêncio. Era a primeira vez que ele me dirigia uma palavra sincera, sem venenos ou provocações.  - Vou levar essa caixa lá pra baixo. - Ele pegou a caixa e saiu da minha vista.

Terminei de arrumar as coisas sozinha. Limpei algumas lágrimas e deixei o quarto. Estava feito.

***

A manhã passou como um meteorito. Estava sendo um domingo um pouco pesado, eu não entendia o porquê. Algo em mim parecia me alertar sobre perigo próximo, ou um mau pressentimento. Nada de visões. Talvez estivesse com defeito, se é que fosse possível. Eu estava largada em minha cama, entediada, quando decidi pegar meu celular. Pensei em mandar uma mensagem para o Peter e sair um pouco de casa. Eu precisava respirar um ar fresco.

“Pete, você está ocupado?”  Eu enviei a mensagem. Poucos segundos depois senti o celular vibrando. Era a resposta.

“Não. Por que?”

“Podemos ir a algum lugar?” Respondi.

“Claro. Onde quer ir?” Perguntou. Suspirei, pensando.

“Não sei. Só quero sair um pouco.” Enviei a resposta.

“Espera um minutinho.” Deixei o celular de lado, esperando a resposta. Os minutos passaram e eu não recebi a resposta. Estava quase desistindo quando uma batida na minha janela me fez dar um pulo da cama. Me levantei e fui até a janela, dando de cara com Peter, em trajes de homem aranha, pendurado do lado de fora da minha janela. Dei um meio sorriso.

—Vamos dar uma volta? - Ele ofereceu a mão para mim.

— Voando de novo? - Dei um sorriso fraco. - Sabe que eu tenho o estômago fraco!

— Qualquer coisa a gente desce, para você dar uma vomitada antes de continuar. - Brincou. Soltei uma risada. - Vamos? - Hesitei alguns segundos antes de aceitar a mão de Peter e impulsionar meu corpo para o parapeito da janela. Senti meu pé escorregar, e eu quase caí.

— Não tinha um método de transporte menos perigoso não? - Senti minha voz tremer. Ele soltou uma risada.

— Mas daí não seria tão divertido!

— Depois eu que sou o perigo. - Resmunguei. Peter segurou minha cintura com um braço e lançou as teias em direção a um prédio próximo.

— Preparada? - Ele tão esperou eu responder para pular comigo da janela e voar até o prédio em frente. Contive um grito desesperado.  Fechei os olhos, apavorada e tive a sensação das minhas tripas terem se soltado dentro da minha barriga. Eu já não via mais nada e só sentia que estávamos praticamente voando.

— Evie, vai perder a melhor parte! - Ele riu, enquanto lançava mais teias em direção a sei lá onde.

— Me lembre de nunca mais voar. - Resmunguei, e apertei seus ombros, sentindo o vento em meus cabelos e aquela sensação terrível de de estar despencando eternamente no nada.

— Estamos chegando. - Avisou. Não abri meus olhos, até que senti chão embaixo dos meus pés.  - Pode abrir os olhos, estamos em terra firme. - Abri os olhos lentamente. Nós estávamos no alto. Muito alto. Os carros e as pessoas pareciam borrões pequenos lá embaixo. Quase invisíveis. Era possível ver a cidade inteira, todos os prédios, casas. Nós estávamos acima.  - Bem-vinda ao topo do Empire State Building! - Eu abri a boca chocada. Nós estávamos no topo de um dos maiores arranha-céus de Nova York. A vista era incrível. Fui lentamente até a barra, para olhar lá para baixo. Alto demais. Recuei no mesmo instante.

— Seria uma queda e tanto, hein? - Perguntei por fim. Peter deu de ombros e tirou a máscara.

— Eu sempre venho aqui quando quero ficar sozinho. - Sorriu e sentou-se na beirada do edifício, com as pernas penduradas para fora, fazendo um sinal para que eu me sentasse do seu lado. Eu hesitei, um pouco amedrontada por causa do excesso de altura, mas logo me sentei. - Não sabia que tinha tanto medo de altura. - Comentou.

— Nem eu. - Admiti. - O sr. Stark brigou com você por causa da reunião? - Ele negou com a cabeça, rindo.

— Não. Mas disse que você é uma má influência. - Respondeu brincalhão.

— Acho que ele não confia muito em mim ainda. - Respondi enquanto observava o horizonte.

— Nem um pouco. - Riu. - Mas, não vamos falar do sr. Stark. - Ele ficou sério. -  Por que está triste? - Me encarou, preocupado. Dei um longo suspiro.

— Não estou triste. - Respondi baixo, e voltei a encarar os prédios a frente. - Só fiz algo hoje que deveria ter feito há algum tempo. Desocupar o quarto da minha mãe. - Dei um sorriso fraco. - Mas também não quero falar sobre isso.

— Tem certeza?

— Sim. - Sorri. - Vamos falar de outra coisa. Novidades?

—Ah, Evie, eu não te contei da minha entrevista. - Ele pareceu ficar animado. - Eu tenho uma entrevista na Oscorp. - Contou.

—Sério? - Perguntei no mesmo tom. - Por Odin, Pete, isso é incrível! - Ele sorriu.

A Oscorp era uma das mais famosas empresas no ramo de química e pesquisas do país. Ter uma entrevista lá era algo muito difícil e raro. Eu me senti feliz por Peter, como se fosse eu mesma a ter a entrevista.

—Ah! Mas é só uma entrevista, não é garantia de que eu vá conseguir um estágio.

—Tenho certeza que vai. - Respondi. - Você é o garoto mais inteligente que eu já conheci. - As bochechas dele coraram por levemente por causa do elogio. Encostei minha cabeça em seu ombro, balançando as pernas para fora do edifício. E que eu não desequilibrasse! A queda seria feia. Tentei não encarar o que estava embaixo, para não entrar em pânico.

—E como vai o estágio na S.H.I.E.L.D, super agente? - Peter segurou minha mão, brincando com os anéis em meus dedos.

— Não sou uma super agente. - Suspirei. Estava bem longe disso. - Eu só arquivo papel velho. - Resmunguei. - E apanho de robôs. - Soltei uma risada fraca.

—Pois para mim você é uma super agente! - Sorriu. Ficamos ali, apenas observando a vista da cidade enquanto as horas passavam.

 

***

Estava me sentindo mais leve depois do passeio. Conversar com Peter sempre me fazia sentir mais tranquila. Entrei em casa pela porta da frente, me esquecendo completamente que eu saíra pela janela e que ninguém sabia que eu estava fora. Não vi ninguém na sala, e andei nas pontas dos dedos para não fazer barulho.

— Onde estava, mocinha? - Escutei a voz de meu pai atrás de mim. Droga. Me virei, dando um sorriso sem graça.

— Fui dar um passeio. - Respondi por fim. Ele estreitou os olhos, desconfiado.

— Não vi você passando pela porta. - Cruzou os braços. Não, porque eu saí pela janela. — Como saiu? - Engoli seco. Se ele fosse um pai normal, eu poderia mentir, dizendo que eu passara pela porta sem que ele visse, enquanto estava largado tirando um cochilo no sofá. Mas, ele era o mestre da mentira, e, não tirava cochilos no sofá.

— Eu saí pela janela. - Respondi rápido e baixo, sem graça. Meu pai arqueou uma sobrancelha, completamente desconfiado.

Como saiu pela janela? - Perguntou pausadamente. Nesse momento, Nerfi se jogou no sofá, com um livro nas mãos, ignorando completamente nossa presença. - Que eu saiba você não pode voar. - Fiquei em silêncio, nervosa. - Evie! - Vociferou.

—Ora, com o namorado dela, o Inseto Parker. - Nerfi respondeu como se fosse óbvio, sem tirar os olhos do livro que estava lendo. Eu o fuzilei com o olhar. Loki abriu a boca, chocado. Pronto. A merda estava feita.

Evie Swart Lokison, por Laufey, Odin, Asgard, Midgard, Jotunheim, que história é essa? - Perguntou quase entre dentes. Eu abri a boca para falar várias vezes, mas não conseguia dizer nada.

— Então, pai…- Dei um sorrisinho, nervosa. Ele colocou as mãos na cintura, esperando uma explicação.  - Não surta, tá bem?

— Você. Está. Namorando. O. Criatura. Inseto? - Perguntou pasmo. Ele estava tendo uma crise histérica. Senti vontade de esganar o Nerfi por isso. Passei a mão no rosto, enquanto observava Loki andar de um lado para o outro. Meu irmão soltou uma risada baixa, vitorioso.

— Pai, por favor, não seja dramático. - Pedi. Ele parou, me encarando, ainda histérico.

— Dramático? - Ele quase gritou. - Eu vou ESTRANGULAR aquela criatura inseto subdesenvolvida!

— PAI! - O repreendi e ele voltou a  andar de uma lado para o outro. Desta vez, eu cruzei os braços. - Não entendo porque não gosta do Peter. Ele é uma boa pessoa. - Falei baixo. Loki fechou a cara e parou.

— Talvez seja esse o problema. - Murmurou mal-humorado.

— O que? - Me aproximei devagar. - Você preferiria que eu namorasse alguém mau como você era? - Ele ficou em silêncio, perdido em pensamentos, até que balançou a cabeça em negação.

— Definitivamente não. - Respondeu mais para si mesmo do que para mim.

— Então?

Ele ficou em silêncio de novo.

— Preferiria que não namorasse ninguém! - Disse carrancudo. - Não tem idade para namorar! - Acrescentou. Revirei os olhos.

— Tenho dezessete anos, pai. Não sou mais criança. - Cruzei os braços.

— Eu tenho mais de mil anos. - Rebateu. - Então, comparada a mim, você ainda é uma pirralha! - Continuou. - Por que não me falou isso antes?

—Porque eu sabia que você iria surtar e querer matar o Peter. - Dei um sorrisinho.

—Matar? - Ele abaixou o tom de voz, mais controlado. - Não vou matá-lo.

— Não? - Franzi o cenho.

—Vou esmagar os ossos dele!

—PAI!

—Era uma vez um Inseto Parker… - Cantarolou Nerfi. Eu o encarei com uma carranca.

—O nome dele é Peter. - Corrigi, impaciente. - Peter Parker.

—Ah, foi mal. - Respondeu sarcástico. - Era uma vez um Peter INSETO Parker…— Assobiou, quase rindo.

—Cale a boca, Nerfi!

—Hey, você sabia? - Loki encarou meu irmão. O sorriso de Nerfi se fechou no mesmo instante.

—É! - Respondeu nervoso. Loki cruzou os braços. - Sabia. - Forçou um sorriso. Meu pai passou a mão no rosto, furioso, até que parou, respirando e expirando. Ele esboçou um sorriso.

— Tudo bem. - Deu de ombros.

— Tudo bem? - Arqueei uma sobrancelha. Nerfi fechou o livro e se levantou cautelosamente.

— Tudo bem? - Desta vez Nerfi perguntou.

— Sim. - Loki deu de ombros de novo. Estranho. Ela estava muito estranho. Muito mais estranho do que o normal. Primeiro ele tivera uma crise histérica e depois estava tudo bem? Sem mais crises?

— Espera, não vai colocar ela de castigo por isso? - Nerfi questionou. - Nem proibir ela de namorar o Peter? - Arqueou uma sobrancelha.

— Não! - Negou com a cabeça e deu de ombros novamente. - Já tive a idade de vocês. Tudo que é proibido é mais interessante. - Acrescentou. - E, eu sou um pai magnífico e tolerante! - Completou, orgulhoso de si mesmo. Eu e Nerfi trocamos um olhar, confusos.

— Pai, você tá bem? - Perguntei preocupada.

— Estou ótimo. - Ele deu um sorriso.

— Conta outra, pai! O que você está armando? - Nerfi franziu o cenho.

— Eu? - Ele apontou para si mesmo. - Nada. - Deu de ombros. - Façam o que quiserem, criaturas malucas! - Cantarolou e saiu de nossas vistas. - Crianças doidas! - Ouvi ele gritar de longe.

— Ele surtou geral. - Comentou Nerfi, chocado.

— Uhum! - O encarei.

— O que a gente faz agora? - Perguntou tenso.

— Sei lá. - Respondi por fim. A única coisa que eu podia fazer era torcer para que meu pai não tivesse pirado de vez.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "OMG! Meu Pai é um deus - 2a. Temporada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.